Todo apoio a GREVE dos entregadores, TRABALHADORES ASSALARIADOS (salário por entrega) das empresas de transporte ifood, Uber eats, rappi, etc. Trabalhadores sem direitos trabalhistas.
Sim, entregadores vinculados aos aplicativos de transporte e entrega de comida são trabalhadores assalariados, sob a forma de salário por (entrega) de peça. Está forma não é nova, já sendo trabalhada por Karl Marx no Capital:
"A diversidade de forma no pagamento de salário não altera em nada a sua essência...
Dado o salário à peça, é naturalmente do interesse pessoal do operário empregar a sua força de trabalho tão intensamente quanto possível, o que facilita ao capitalista uma elevação do grau normal de intensidade. É igualmente do interesse pessoal do operário prolongar o dia de trabalho, porque assim o seu salário diário ou semanal sobe..." ( Marx - Capital - Décimo nono capítulo. O salário à peça).
Dado a forma de salário pago pelos aplicativos, salário por entrega de peça, a intensidade do trabalho do entregador tende ser maior, pedalando mais sua bicicleta ou acelerando mais sua moto, aumentando riscos a sua vida, porém sem ter seus direitos garantidos pelas empresas, tais quais seguro de vida ou acidente, convênio médico, aposentadoria, entre outros.
A concorrência entre os entregadores também é incentivada pelas empresas, através de sistemas de pontuação, além de ser uma tendência da própria forma de pagamento do salário:
"o espaço de manobra maior que o salário à peça proporciona à individualidade tende, por um lado, a desenvolver a individualidade ( do trabalhador)...e por outro lado, a concorrência entre eles ( trabalhadores)" ( Marx).
Tal concorrência pode até vir aumentar o salário de alguns trabalhadores individuais, porém abaixa o nível média dos salários do conjunto dos trabalhadores.
Carregando a comida nas costas ( "peças"), entregadores viram durante a pandêmia seu trabalho aumentar, os lucros de capitalistas crescerem com o aumento do serviço, porém sem que com isso melhorasse seus salários, lhes fossem concedidos direitos trabalhistas ou mesmo máscaras e álcool gel pra trabalhar.
A greve do dia primeiro de julho de 2020 é histórica pelo reconhecimento dos entregadores enquanto categoria e sua organização e luta contra os capitalistas das empresas de aplicativo pra entrega.
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