terça-feira, 30 de junho de 2020

COMUNICADO AOS FILIADOS/AS, SIMPATIZANTES DO PARTIDO E A POPULAÇÃO DE SBCAMPO


O Partido Socialismo e Liberdade - PSOL vem se caracterizando como um partido de oposição a bandalheira da política dos partidos de centro, centro direita e de direita que atuam no legislativo e no executivo em Brasília, nos Estados e nos municípios. Às políticas fascistas desenvolvidas por Bolsonaro e seus seguidores que implementam ações voltada para o genocídio dos idos@s, negr@, LGBTIA+ e da população da periferia, precisam ser combatidas  urgentemnte. Na prática, representam a necroplítica!
  A nossa oposição é programática, uma vez que não há saída para a classe trabalhadora no âmbito do sistema capitalista.
 Em São Bernardo, uma das cidades mais ricas do País, a situação não é diferente, com sucessivos escândalos, aumento vertiginoso dos casos de COVID – 19, enquanto o Prefeito ensaia decretar que a população e funcionalismo retornem ao trabalho em pleno crescimento da pandemia. Numa conjuntura singular, onde a matança ganha uma amplitude terrível, bem como a  falta de amparo econômico do governo federal, dos governos estaduais e municipais, se faz necessária à nossa ativa participação no processo eleitoral que se aproxima.
  Neste sentido, a executiva municipal do partido vai viabilizar uma agenda de debates sobre o programa de governo para a cidade, recepcionar as pré-candidaturas proporcionais e realizar uma série de atividades para definir globalmente a política de alianças de interesse da classe trabalhadora na perspectiva do crescimento do nosso partido em nível nacional, estadual e no municipal. 
Venha para o PSOL e vamos escrever uma nova página na história da vida da nossa população excluída e sofrida pelos poderes públicos.
Entre em contato e vamos fazer valer nossa voz e nossa vez!
Diretório Municipal do Psol/sbc.
Junho/julho de 2020 


DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL /SBC
Composição do diretório municipal do Psol, a partir de junho de 2020, definida na reunião do diretório realizada no dia 19 de junho de 2020. 

Executiva Municipal

1 – PRESIDENTE - ALDO JOSIAS DOS SANTOS
2 – VICE – PRESIDENTE - MARIA DEVANI SIMÕES “WANDA” 
3. – PRIMEIRA SECRETÁRIA. – VERA LÚCIA DE LIMA
4. SECRETÁRIO FINANCEIRO -  PAULO JOSÉ DAS NEVES
5 – SECRETÁRIA DE COMUNICAÇÃO – MARIA IRENE PALERMO DOS SANTOS
6. SECRETÁRIO ORGANIZATIVO: DIÓGENES BATISTA FREITAS
7. SECRETÁRIA DE CULTURA – ROSA REGINA DE OLIVEIRA DELGADO

MEMBROS DO DIRETÓRIO

8. – SÔNIA MARIA DE ALMEIDA
9. NILTON COELHO VIEIRA
10. SEVERINO FÉLIX DA SILVA
11. THIAGO ALVES DIAS
12. CLEBER CORDEIRO DA SILVA
13. ALEXANDRE MAGNO VIEIRA  LOPES
14. FRANCISCO  MARTINS  LIMA
15. RENAN DIAS OLIVEIRA
16- RENATO ALVES FAGUNDES
17 – ELAINE DENISE MIETO CAMILO

Entre em contato com o Partido na cidade
Whatsapp:11-982505385

quinta-feira, 25 de junho de 2020

A campanha de solidariedade continua!



Queremos agradecer enormemente uma moradora de sbcampo, que através de um companheiro de Guarulho, do núcleo Uneafro, ficaram sensibilizados com a situação dos Sem Tetos do Sítio Joaninha e Vila São Pedro e organizaram importante ação solidária.
Encaminhamos as doações juntamente com outras, para os sem tetos que tiveram suas casas demolidas na Vila São Pedro, parte para as pessoas que tiveram os barracos queimados no Grande Alvarenga (Sítio Joaninha), bem como vamos levar outra parte para os Meninos e Meninas de Rua da cidade. O sindicato vem também ajudando professores com problema no pagamento, além de encaminhar máscaras para várias comunidades.
Continuamos recebendo doações de alimentos, material higiênico, álcool gel, bem como, panos e elásticos para confecção de máscaras.
Os governantes se omitiram em auxiliar os pobres e a população foi empurrada para o trabalho ou procura de emprego, em ônibus, trens e metrôs hiperlotados. Uma matança sem fim.
Queremos agradecer todos e todas que vem contribuindo com essa permanente campanha, assim como o motoboy e funcionárias de Subsede.
Não haverá socialismo sem práxis socialista!

Grupo Solidariedade
Subsede da apeoesp/SBC

sábado, 20 de junho de 2020

O PERIGO DA "SEGUNDA ONDA" DA PANDEMIA

O PERIGO DA "SEGUNDA ONDA" DA PANDEMIA: Se relaxarmos demais com o isolamento social(e tem gente relaxando, principalmente nas periferias e centros comerciais...) e se houver uma SEGUNDA ONDA da pandamia que poderá ser pior do que a primeira. O problema é a capacidade de internação das UTIs que, em várias cidades brasileiras,  principalmente no interior, estão em colapso!!! Muitos morrem em casa e nas filas de espera dos hospitais e nem entram nas estatísticas oficiais! 🧐 Segundo estudos da USP e da UFP/RS, por ex., há SEIS VEZES MAIS casos de contaminação e mortes do que as estatísticas oficiais divulgam. Enquanto isso o presidente Bolsonaro vem, de forma irresponsável e mesmo mentirosa, todos os dias falar justamente o contrário, continuando seu discurso negacionista de que há menos infectados e mortos do que os estados apontam; para ele, a pandemia do coronavírus continua sendo apenas uma "gripezinha" que, até agora e oficialmente, já matou mais de 48 mil pessoas! Essa atitude do governo federal (que ainda está com um ministro da saúde interino, o militar Eduardo Pazuello... ) é desumana e irresponsável por parte de alguém que deveria estar coordenando o combate à pandemia e discutindo com os governos estaduais o protocolo da retomada das atividades econômicas e não brigando com todo mundo e só preocupado com a defesa de seus filhos e apoiadores envolvidos em atividades ilegais ("fake news", "rachadinha" Flávio-Queiroz, ataques aos poderes da República e chamando "intervenção militar", etc.) 😨. Culpar a imprensa por divulgar os fatos é gesto típico de governos autoritários, sejam de direita ou de esquerda! Continuemos a nossa luta e cuidados, principalmente quanto às "fake news" que são divulgadas, oferecendo falsos remédios para a cura do coronavírus, como foi a tal "hidroxicloroquina" (remédio usado para cura da malária, do lúpus...), que todos os laboratórios do mundo e a OMS já constataram que NÃO CURA do coronavírus e ainda provoca efeitos colaterais graves! Mesmo assim, o atual "ministro da saúde liberou e indicou o uso da cloroquina para ser usada nas UTIs faz mais de um mês, desde que o médico a indique, as mortes continuam acontecendo e já somos o segundo país no mundo com maior número de mortos, só perdendo para os Estados Unidos. Lá também o presidente Trump andou defendendo a cloroquina, mas a FDA - Agência americana responsável pelo controle de medicamente lá nols EUA, como a ANVISA aqui) proibiu a sua utilização para curar do coronavírus. Mesmo assim, a pedido do presidente Bolsonaro, Donald Trump está enviando grátis dois milhões de unidade do remédio para o Brasil! Os infectados pela malária e portadores do Lúpus agradecem! Bem, meus amigos, lamentamos que em meio a uma pandemia dessas, já chegando a CINQUENTA MIL MORTOS, com a pandemia no pico, tenhamos que assistir todos os dias a briguinha irresponsável do senhor presidente da República com alguns governadores, como se fossem moleques numa partida de futebol de várzea! É lamentável e triste. Esperamos que nas próximas eleições municipais a população pense um pouco melhor antes de votar num ou noutro candidado, principalmente não reeleja aqueles que estão aí há anos e até décadas e nada fizeram em benefício do povo. Aliás, eu gostaria de saber o que fez de bom para seus eleitores do Rio de Janeiro quando era deputado estadual e depois para os  brasileiros o senhor Jair Bolsonaro, agora presidente. Ele já está na política há trinta anos e o que ele fez de bom para o povo? Gostaria de saber. E não me venham com aquela falácia ou pergunta desviante: "Mas e o PT e o Lula?" O ex-presidente Lula governou o Brasil por dois mandatos e foi o período em que o Brasil mais cresceu nos últimos quarenta anos! Ele roubou? O PT roubou? A justiça os está enquadrando há vários anos. Os erros do passado não justificam os erros do presente! Nossos governos agora são Jair Bolsonaro no governo federal e João Dória no estadual. É para eles que devemos dirigir as nossas perguntas, críticas e reivindicações. O que eles estão fazendo para melhorar o Brasil AGORA!? Se os outros erraram no passado e todos os governos erraram em alguma coisa (mas também acertaram), o que nos interessa agora é exigir que os atuais governos, federal, estadual e municipal, façam o que têm de fazer.  O passado passou, o presente é agora e o que fizermos nele direcionará o nosso futuro. Não sejamos também nós irresponsáveis como alguns ou muitos políticos. Todavia, não adianta fugir da Política, da Política de verdade, que é "cuidar das coisas públicas", pois somente através da BOA POLÍTICA podemos desmascarar e destruir a velha e má política ou politicagem. Participar da POLÍTICA não é apenas um direito, mas também um dever do cidadão. Só assim poderemos melhorar o nosso condomínio, o nosso bairro, cidade, estado e país! Rezar ou orar é muito bom, mas diz o velho ditado: "Deus ajuda quem cedo madruga". A ação Política responsável e a participação ativa e crítica do cidadão é que poderá transformar a velha política no Brasil. A omissão é também um ato político, só que negativo. Participemos de acordo com nossas possibilidades e de forma responsável. A luta continua, contra o coronavírus, contra a imoralidade e hipocrisia, contra as mentiras e a ignorância! 

São Paulo, 20 de junho de 2020.

 Prof. Chico Gretter - filósofo

quarta-feira, 10 de junho de 2020

SOLIDARIEDADE JÁ!

Queremos agradecer às pessoas que estão encaminhando doações para  ajudar no combate a exclusão e a morte precoce. Os donativos estão centralizados na Subsede APEOESP/SBC, e serão distribuídas de acordo com as necessidades reivindicadas junto ao grupo  solidário.

Agradecemos o envolvimento de todos e todas, bem como as pessoas que fizeram as doações e esperamos continuar partilhando junto aos que mais precisam.

O sindicato e o grupo solidário que vem articulando as atividades estão de parabéns pela iniciativa e vamos continuar contando com seu apoio, uma vez que a crise sanitária e humanitária é muito grande e não vai acabar tão cedo. Não podemos esperar chegar o socialismo para sermos solidários.

Estamos solicitando que continuem enviando, na medida do possível, alimentos, roupas, produtos higiênicos, álcool gel, panos e elásticos para a confecção de máscaras.

O sindicato  ainda está contribuindo com professores que ficaram sem salários.

Não entre no jogo dos governantes, fique em casa e se precisar sair, tome todos os cuidados higiênicos e usem máscaras. O governo numa  atitude ditatorial está fazendo de tudo para manipular dados e continuar com sua necropolítica.

Nós vamos fazer de tudo para evitar que pessoas morram. Ninguém é tão pobre que não possa dividir um pouco do que tem.

 Grupo Solidário
 Coordenação da Subsede da APEOESP de S.B.Campo.

📲Entre em contato para doações: 01196904-0817

domingo, 7 de junho de 2020

NÃO CONSIGO RESPIRAR...


Intrumentos de castigos para os escravos.
 Máscara de folha de flandres.
Cena retirada do filme Quanto vale ou é por quilo













Não consigo respirar
Diz o recém nascido ao nascer
Toma um tapa no bubum
Para a vida e o viver
É o sopro na  caminhada
Que ninguém deve deter.
Viver não é preciso
Mas é preciso navegar.
Nos porões da escravidão
Não consigo respirar
Capturado na África
Separados dos entes queridos
Empurrados para os tumbeiros
Lançados ao mar do sem nunca
Saber para onde vai
Como ficaram  filhos seus
Clamam aos senhores ensurdecidos
Abandonados por deuses
Amontoados nos fétidos porões
Como seres inanimados
Sem direito, sem respeito
Talvez os fortes viverão
Nos dialetos diziam
Não tem luz, não tem ar, nem comida
Só tem morte
Não tem vida
Não consigo respirar.
A resposta era o açoite
Espancamento dilacerados
Jogados ao mar, silenciados
Para os cardumes  saciar
O navio seguia sua rota
Rumo ao mundo  sem fim
De repente
A carga, a mercadoria
Num dado porto descia
Um novo mundo imundo
Vendidos nem despediam
Para o trabalho surrado
torrados nos tachos de engenho
Lembrando do seu passado
Não tem ninguém por eles
Só silêncio derramado.

Não consigo respirar
Com a máscara sufocado

Não consigo respirar
De solidão afogado.
Milhões vivem este inferno
Do ser nada a pensar
Condenados sem direito
Resta o destino de Cam
A conversão aceitar

Não consigo respirar
As divindade dos seus
Não me deixam mais viver
Cultuando  o meu Deus.
Apesar dessa não vida
Lutavam de cabeça erguida
Não desistiam  jamais
Prometiam ao relento ao seu mundo retornar
Mesmo que na memória
Dos que começaram a história
Para o outro carregar.
Como ainda diz o poeta,
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro… ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!…”

Os navios negreiros rasgam o mar.
Foi lutando que vivemos
Sem a tal da abolição
A corte  só fez o jogo
Da  grande abominação.
Se livraram e descartam os negos
Sem casa, sem direito a sonhar e sem pão
A escravidão não acabou
Sempre o senhor
e o chicote do feitor
Não consigo respirar
É o chicote, a arma, e o policial  assassino
Que mutila  esfola e mata do velho ao jovem menino
Nesta Dante infernal.
É no país atrasado
Na economia  crescida
O que vale é o capital
O lucro acima  vida

Não consigo respirar
Com os algozes nos  matando.
Quero viver
Não quero morrer
Mas a sanha de matar  nada escuta
A dor de não respirar
Nos corredores dos hospitais
Sufocados   pelos vírus
Negros, pobres e velhos imploram
Estendam a mão do viver
Pelo que tem de mais sagrado
Não merecemos  morrer

Não consigo respirar.
Os governantes calculam
O quanto precisam lucrar
Abram a economia
Brandam os capitalistas
Aumenta a agonia
 A morte é só um detalhe
Na  imperante economia

Não consigo respirar
No matadouro estamos
Alguém pode ajudar?
Por fogo nos opressores
Vamos vingar cada gota
Do sangue inocente derramado
Do combatente valente
Ao anônimo asfixiado
De João Pedro
Do Miguel
Da Mariele
E de  George Floyd, esmagado
Vamos a luta sempre
Mudar o  mundo mudado
Só com  luta respiramos
É o  oxigênio da vida
A luta de classe ensina
Não fujam dela, senhores, idosos, meninos/meninas
Precisamos respirar
Viver, sorrir e cantar
No presente/futuro, o sol  ainda  vai  brilhar...

Aldo Santos. Ex-vereador/sbc, militante sindical , educador popular e militante do Psol.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

INTERNACIONAL PROGRESSISTA OU PARTIDO INTERNACIONAL DA CLASSE?


Sem muita repercussão nos meios midiáticos e sem capilaridade nas redes sociais, personalidades de vários países lançam a Internacional Progressista, com a argumentação, dentre outras, de combater o autoritarismo no planeta. 

Segundo reportagem, qualquer pessoa pode fazer parte desta internacional, a exemplo de Bernie Sanders, Noam Chomsky, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad e Celso Amorim, e dezenas de intelectuais de várias partes do mundo.

Conforme publicação da revista Fórum, “O objetivo é fomentar a união, coordenação e mobilização de ativistas, associações, sindicatos, movimentos sociais e partidos em defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da sustentabilidade.”

A referida Plataforma será sustentada por doações e cotizações de seus membros. Este debate vem sendo gestado desde 2018 quando da publicação de um artigo no The Guardian em setembro do mesmo ano.

“A Internacional Progressista pretende atuar em três planos: fomentar a mobilização social, estimular a reflexão intelectual e promover a difusão de novas ideias progressistas através de uma rede de meios de comunicação. Neste último quesito, a ideia é potencializar o impacto das informações criando um elo entre diferentes redações de jornais. Entre os títulos que aderem ao projeto figuram o norte-americano The Nation, o italiano Internazionale, o francês Mediapart, o polonês Krytyka Polityczna, mais Africa Is a Country, Brasil Wire, Lausan Collective e The Wire India. Com informações do El País” 
https://revistaforum.com.br/global/personalidades-lancam-a-internacional-progressista-para-combater-autoritarismo-no-planeta/amp/

Do ponto de vista das lutas comuns de caráter internacional da classe trabalhadora, foram várias as experiências ao longo da nossa história. Evidentemente, que as internacionais vêm de outro desejo e anseio libertários e revolucionários da nossa classe, uma luta de efetiva organização para destruir o inimigo comum que são os meios de produção capitalista.

Diferentemente de uma articulação progressista no âmbito do próprio sistema, o embate que se tem na macro política é a luta entre os que defendem o capitalismo, mesmo com ajustes no seu âmbito, e os que querem destruí-lo, uma vez que não será possível a plena igualdade neste modo de produção.
Foi com as experiências concretas das lutas dos operários diante das criminosas condições de trabalho advindas da revolução industrial que as primeiras formas organizativas se colocaram como desafios para o conjunto da classe. Neste sentido, o pioneirismo de Marx e Engels com a organização da primeira internacional foi um fato marcante na história mundial da classe trabalhadora.

A referência da luta internacional da classe remonta a escrita do Manifesto Comunista, em 1847, que ao final faz o emblemático chamado: “Proletários de todos os países, uni-vos!”, levando assim, a fundação da Primeira Internacional, denominada Associação Internacional dos Trabalhadores, fundada em Londres em 1864, mantendo-se ativa até 1876.

Esta Internacional era uma espécie de federação de agrupamentos ideológicos tais como: anarquistas prudhonianos, republicanos, democratas radicais, etc. Foi um grande passo para desenvolver o conceito de internacionalismo de classe, mas a sua existência findou com um marco da luta dos operários franceses que foi a derrocada da comuna de Paris, em 1871.

A Segunda internacional foi criada em 1889, expressando grande evolução sobre a luta internacional da classe trabalhadora e de caráter socialista.  Importante acúmulo de vitórias estavam presentes neste momento histórico, como o avanço da organização sindical, fortalecimento de partidos políticos e avanços concretos em relação ao direito ao voto e a jornadas de trabalho de 8 horas. 
Os embates internos estavam definidos entre os que defendiam a democracia burguesa, descartando o processo revolucionário para a tomada do poder pelos operários; tese esta, defendida por Eduard Bernstein.
As posições eram nítidas no início do século XX, divididas em três seguimentos distintos, a saber: as elaborações revisionistas de Bernstein, defendendo ideais tipicamente de direita; as teses de esquerda, defendidas por Lênin e Rosa Luxemburgo, e o centro contando com a liderança de Kautsky. 

Com o advento da primeira guerra mundial em 1914, os revisionistas apoiaram o governo conforme expressa a marcante frase de Rosa Luxemburgo, ao afirmar que a socialdemocracia adotara um novo lema: “Proletários de todos os países, uni-vos em tempos de paz e degolai-vos em tempos de guerra”. Os defensores da luta de classe e internacionalistas como Rosa, Karl Liebknecht, Lênin e Trotsky foram reduzidos a inexpressivo grupo. Porém, com a revolução Russa em 1917 a luta internacional dos trabalhadores vai atingir um novo patamar e fundam a Terceira Internacional. Conhecida como Internacional Comunista ou Comintern, fundada por Lenin em 1919, depois do fracasso da Segunda Internacional, e dissolvida por Stalin durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943.

A Quarta Internacional, fundada em 1938, por Leon Trotsky, em oposição ao stalinismo, reuniu   milhares de lutadores, mas também sofreu grandes fraturas internas. Trotsky considerou a Comintern irrecuperável, depois de ter sido corrompida sob o controle da elite burocrática stalinista da União Soviética. 

A Quarta Internacional foi desarticulada em 1953, embora várias tentativas de reagrupamento tenham sido realizadas e vários grupos se proclamem, ainda hoje, herdeiros do legado trotskista.

Defensores da Quinta Internacional
Em novembro de 1938, apenas dois meses depois do congresso de fundação da Quarta Internacional, sete membros do Partido Operário de Unificação Marxista espanhol (POUM), processados em Barcelona, declararam seu apoio à "luta por uma Quinta Internacional". O trotskista argentino Liborio Justo, mais conhecido como "Quebracho”, defendeu uma Quinta Internacional, ao romper com o Trotskismo, em 1941.

Outro apelo por uma Quinta Internacional foi feito por Lyndon LaRouche, depois de ter deixado a Liga Spartacus, em 1965. Mais tarde, uma quinta internacional comunista foi fundada em 1994 pela "Liga comunista", uma pequena organização trotskista da Grã-Bretanha, mais conhecida como "Movimento por um futuro socialista", que se desligou do partido marxista em 1990.”
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_Internacional

Como podemos observar, são inúmeras as ações no sentido de se fortalecer a concepção internacionalista da nossa classe, ao longo dos últimos séculos.
O século XXI será determinante no avanço desta luta, fundamentalmente pela operacionalização e capilaridade das redes sociais, encurtando as distâncias e transformando essas redes em ferramentas de guerra.

No contexto deste debate, é fundamental todas as formas de experiências no sentido de coesionar a real dimensão e representação da nossa classe explorada pelo capital. Um sentimento maior de unidade e respostas aos mais longínquos cantos do mundo para que haja   o emponderamento dos nossos irmãos que sofrem e morrem pela ganância dos poderosos e das políticas concentradoras de riquezas e terras, em detrimento da morte de milhões de fome, falta de assistência médica, educacional, habitacional, segurança humanitária e permanentes pandemias. Estão dadas as condições para a organização de um partido internacional da nossa classe como porta voz dos espoliados, com um programa capaz de romper barreiras e fronteiras na mais incondicional defesa e superação dos “condenados da terra”. 

Este debate vem sendo ensaiado há vários anos no nosso meio.

“POR UM PARTIDO INTERNACIONAL DA CLASSE TRABALHADORA”

1. O nosso planeta está com mais de 7 bilhões de habitantes, numa escala crescente das  riquezas nas mãos de poucos,  e, em contrapartida,   a disparidade entre ricos e pobres é  visceralmente oposta ao desejo de um mundo justo, digno e solidário entre as pessoas.

2. Com a atual estrutura de fatiamento geográfico do globo em dezenas de países expressa-se a máxima de dividir para governar e com isso se impõe o domínio econômico e de classe, com o predomínio e a existência de impérios ao longo da existência dos homens no planeta.

3. A forma de superar o imperialismo é organizar democraticamente a nossa classe em nível mundial para superar as fragilidades regionais, redirecionar as economias solidariamente, avançar nas relações comunistas que devem orientar as ações dos lutadores e de toda classe em escala mundial.

4. O Capitalismo através de seus mecanismos impositivos constitui países, compõe blocos econômicos e áreas de livre comércio para manter o domínio econômico e consequentemente o domínio de classe.

5. O domínio econômico historicamente já se manifestou na guerra do fogo, nas guerras tribais, nas colonizações, nas matanças de povos nativos, nas guerras religiosas, nas guerras convencionais, na guerra fria, nas guerras virtuais, além das propagandas ideológicas e a busca de hegemonias dilacerantes. Em contrapartida, países periféricos continuam sem o básico e ainda são obrigados a drenar suas riquezas naturais para os países centrais ao preço que eles querem, submetendo as nações dependentes à “eterna escravidão”. 

6. Essa estruturação deve ser alcançada através das lutas concretas e das mediações necessárias até a tomada do poder por nossa classe em escala mundial. É uma combinação da ação horizontal em constante verticalização de forças e estruturação dos trabalhadores, fortalecendo cotidianamente os nossos objetivos e a nossa estratégia revolucionária rumo ao poder da classe trabalhadora que não deve se limitar a fronteiras geográficas existentes.

7. Essa organização terá como alicerce programas e princípios com estratégia de luta sempre a partir dos interesses da classe trabalhadora, que inicialmente poderá se organizar num determinado lugar com adequações táticas, sem perder a concepção estratégica do poder da classe. A base do nosso programa deve ser anti-imperialista, anticapitalista, rumo ao comunismo científico.
8. São inúmeras as referências bibliográficas de que a classe trabalhadora é internacional. O chamado contido no Manifesto Comunista: “trabalhadores do mundo inteiro uni-vos,” soma-se a outros chamados e apelos a essa necessidade organizacional imperiosa.  

9. Reafirmamos esse chamado por entendermos que de fato essa é a mais urgente realidade que se impõe, buscando construir estrategicamente um Partido Internacional da Classe Trabalhadora, dentro dos princípios norteadores da luta de classe, debatido e aprovado pelo conjunto dos trabalhadores unidos mundialmente em torno desse almejado objetivo.

10. No âmbito da elaboração marxista, criaram as internacionais comunistas como forma de irradiar pelo mundo determinados elementos táticos e estratégicos, buscando organizar e influenciar a classe, muitas vezes, sem a devida mediação diante da realidade em determinados países. 

11. É preciso criar um instrumento forte e centralizador de nossa luta que explicite a coesão necessária para se contrapor a ordem capitalista que, além do conjunto das ideias dominantes, dirige e controla mundialmente os seus seguidores e aposta na fragmentação dos trabalhadores dispersos nas mais várias tendências políticas diluídas em centenas de países como forma de manter o poder. 

12. Mesmo diante desse objetivo central, hoje materializado nas internacionais e nas federações existentes no mundo do trabalho em âmbito sindical, popular e estudantil, não encontra correspondência no âmbito partidário que, muitas vezes, são criados para atender interesses imediatos em determinados municípios, estados e em nível federal. Na prática, são balcões de negócios instituídos para atender interesses de grupos econômicos que se traduzem nos interesses e disputas político-partidárias focados e determinados, transformando o público em privado. 

13. A criação dessa ferramenta dialogará em todas as partes a partir de princípios que leve em conta os direitos dos trabalhadores que lutam por uma nova ordem econômica, com objetivos antagônicos aos existentes na sociedade capitalista. 

14. Hoje nos comunicamos através de ferramentas virtuais em dimensão internacional correspondente a dita globalização que nos impõe a necessidade de utilizá-las para dentro e fora da nossa aldeia global. 

15. Essas leituras devem ser efetuadas e as instâncias produzirão novos parâmetros em base a novos paradigmas, necessários ao mundo em permanente transformação.

16. Devemos estabelecer uma estrutura verticalizada com direções rigorosamente centralizadas pela classe, tendo como ponto de partida as bibliografias e experiências concretas descritas nos clássicos reverenciados pelo conjunto da classe trabalhadora.

Finalmente, consideramos que o debate sobre a criação da Internacional Progressista tem a sua contribuição, mesmo que limitada, para seus articuladores, mas, do ponto de vista de classe, em nada se compara aos reais interesses e compromissos revolucionários de ruptura com o capitalismo, rumo à construção de uma sociedade comunista.

Aldo Santos - Ex-vereador em SBCampo, diretor das entidades APROFFESP e APROFFIB, militante da APEOESP e do PSOL