quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

MANIFESTO DOS ESTUDANTES DA ESCOLA ESTADUAL JOÃO BATISTA BERNARDES POR OCASIÃO DA DESOCUPAÇÃO

MANIFESTO DOS ESTUDANTES DA ESCOLA ESTADUAL JOÃO BATISTA BERNARDES POR OCASIÃO DA DESOCUPAÇÃO
           
         Durante 13 dias os estudantes da E.E. João Batista Bernardes, localizada no jardim Nazareth, em São Bernardo do Campo, em protesto ao projeto de desorganização da rede estadual de ensino, ocuparam a escola e nela realizaram o que o governo do Estado nunca conseguiu realizar: criar o sentimento de pertencimento e com isso participar ativamente da construção da educação que sempre desejamos. Uma educação libertadora, democrática e inclusiva.
         Os estudantes desta escola foram os protagonistas de diversas ações entre elas, unir a comunidade contra este infeliz projeto que iria fechar o ensino fundamental desta unidade escolar. Além de ser realizado na escola projetos formativos e educativos que debatiam a partir da cultura uma nova ideia social entre elas, oficinas que debatiam opressão através da literatura, oficina de teatro como libertação humana entre outras.
         É claro que a vitória só foi garantida devido a ação coletiva, realizada em mais de 250 escolas em todo o estado, mas também é nítido que assim como as outras unidades escolares ocupadas, nós também fazemos parte desta vitória e comemoramos a entrega de uma nova escola à comunidade. Não uma nova escola no que diz respeito a estrutura física, mas no modelo de concepção de gestão, que agora tende a ser muito mais participativa, com o interesse da comunidade pelas ações desenvolvidas nela.
         Na noite do dia 12 de dezembro realizamos assembleia com todos os estudantes ocupados e decidimos pela desocupação da escola tendo em vista que o governo do estado recuou quanto ao projeto de reorganização escolar para este momento, a queda do secretario de educação, o atendimento da secretaria de educação do Estado de São Paulo quanto a pautas especificas dos professores, e a atendimento da diretoria de ensino de São Bernardo do Campo quanto a pauta especifica da escola.
         No dia 14 entregaremos a escola com muita emoção, mas satisfeito por nossa demanda ter sido atendida. Mas isso não significa que não estaremos mais articulados, e organizados, significa que aprendemos o caminho da unidade, e que o ano de 2016 será marcado por muita luta, e muita organização para derrubar totalmente este projeto nefasto que o governo do Estado aponta como reorganização escolar.
         Todos Juntos pelo JBB!!!!
         Muito obrigado a todos aqueles que de forma indireta ou direta nos apoiaram.


SÓ A LUTA MUDA A VIDA

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

PSOL EM AÇÃO!

Partido socialismo e liberdade PSOL 50
INFORMATIVO DO PSOL, DEZEMBRO 2015.

No mês de novembro de 2015, o Partido Socialismo e Liberdade de São Bernardo do Campo esteve e está em várias frentes de luta política, destacamos:




segunda-feira, 23 de novembro de 2015

OCUPAR, RESISTIR E TRANSFORMAR...




OCUPAR, RESISTIR E TRANSFORMAR A EDUCAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO.

O MOVIMENTO DOS ESTUDANTES VEM DANDO GRANDE LIÇÃO AOS "MESTRES" E A SOCIEDADE BRASILEIRA. FICO INDIGNADO DIANTE DA INDIFERENÇA DE MUITOS EDUCADORES E EDUCADORAS QUE NÃO PERCEBEM O CURSO DE UM OUTRO MUNDO EM CONSTRUÇÃO, TENDO E SENDO A JUVENTUDE OS NOVOS PROTAGONISTAS DESTE PROCESSO HISTÓRICO.FOI ASSIM EM 1968, FOI ASSIM COM OS CARAS PINTADAS DERRUBANDO COLLOR, FOI ASSIM EM 2013 NA LUTA CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM, E AGORA, ELES PAUTAM A EDUCAÇÃO E A ESCOLA PÚBLICA COMO UM NOVO MOMENTO DESSA LUTA PARA BARRAR O FECHAMENTO E DESTRUIÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA QUE HISTORICAMENTE CONQUISTAMOS. OUTRAS ESCOLAS DEVEM SER OCUPADAS PARA DEFINITIVAMENTE ASSEGURAR A VITÓRIA DOS ESTUDANTES CONTRA ESSA POLITICA NEFASTA DO PSDB NO ESTADO DE SÃO PAULO. 
TODOS E TODAS DEVEM ENTRAR NA LUTA PARA AMPLIAR O N[ÚMERO DE ESCOLAS OCUPADAS E FORÇAR A NEGOCIAÇÃO JÁ. ESTUDAR PERTO DE CASA É UM DIREITO ASSEGURADO EM LEI, UMA VEZ QUE UMA ESCOLA NÃO É APENAS UMA ESTRUTURA FÍSICA, MAS SIM, UM ESPAÇO DE ENCONTROS E DE AFETIVIDADES PARA ALÉM DO NÚCLEO FAMILIAR.
ENTRE NESTA LUTA VOCÊ TAMBÉM.(ALDO SANTOS)

domingo, 25 de outubro de 2015

Posse aos eleitos já

Posse aos eleitos já
 
               Já vivenciei dezenas de eleições nas mais variadas categorias e conheci os mais variados métodos de construção e desconstrução dos adversários em disputas.
               Confesso que o que vem ocorrendo na eleição do sindicado dos servidores de são Bernardo do campo foge a tudo que conheci e vivenciei, naturalmente, dentro de um patamar de respeito à vontade de determinadas categorias e da ética sindical, política e partidária.
               A atual diretoria do Sindserv, numa assembleia delimitada pela impossibilidade de comparecimento de grande parte da categoria, elegeu a comissão eleitoral, definiu o roteiro das urnas, coordenou todo o processo eleitoral na coleta e contagem dos votos, tendo um carro com fiscais da chapa 1 orientando o percurso a ser seguido, além de que cada urna tinha um coordenador de mesa e 1 mesário da referida chapa e somente um da chapa dois. 
               Nos dois dias da eleição a chapa dois sobreviveu a um aparato profissional com frotas de carros, mesários e fiscais profissionalizados e, mesmo assim, ao abrir as urnas a chapa 2 venceu a eleição com a diferença de 51 votos. O presidente da chapa em vídeo público reconheceu a força dos opositores, desejou boa gestão reconhecendo a vitória dos mesmos e tudo estava certo para a posse no dia 1° de dezembro do corrente ano.
               Como o processo eleitoral fora “concluído”, as documentações ficaram de posse da comissão eleitoral, na sede do sindicato, e para o espanto de todos, na semana logo após reconhecer a vitória da chapa 2, integrantes da chapa 1 começaram a  ventilar que a eleições foram fraudadas. A comissão eleitoral indicada pela chapa 1 anulou o processo eleitoral legitimo e convocou uma nova eleição com a publicação de edital, num flagrante desrespeito à soberania da categoria que se expressou numa eleição controlada pelos atuais derrotados. 
               Conheço vários dos membros da referida chapa 1 e não esperava um comportamento que foge à democracia operária, aos princípios das relações das entidades sindicais e o desrespeito a uma categoria de servidores que clamam por renovação.
               A chapa dois e apoiadores se insurgiram contra esse comportamento estranho e incompatível com a razoabilidade das relações respeitosas que deve nortear os que se propõem a representar os interesses dos trabalhadores, em detrimento de interesses escusos da categoria. Esse comportamento contraditório de anular as eleições é o mesmo dos tucanos nas relações políticas no seio do atual governo, pois ao criticarem os opositores que não respeitam as decisões das eleições no último pleito para presidência da Republica, os integrantes da chapa 1 e a atual diretoria do Sindserv também não respeitam os vencedores das eleições em são Bernardo do Campo.




               Esperamos que a Justiça faça justiça, reconheça a decisão da categoria que elegeu a chapa da oposição unificada, restitua o poder e vete qualquer processo de corrupção eleitoral e golpe contra a vontade das urnas.
               Ao permanecer esse quadro, abre-se um novo período do “sindicalismo de resultado”, ao estilo Cunha, que vota até que se imponha o seu resultado, como aconteceu na fatídica votação da redução da maioridade penal.
               Normalmente é a oposição quem recorre das decisões, e nesse caso a própria chapa da situação recorrer do processo eleitoral que ela conduziu da forma que entendeu é no mínimo um atestado de incompetência e por essa manifestação demonstram que não estão preparados para continuarem a frente desta entidade sindical.
               Já ganhei e perdi várias eleições, quando ganhei agradeci pelo apoio recebido e quando perdi, sempre tirei lição dos erros para numa próxima oportunidade superar e estar à altura dos representados. 
               Posse aos eleitos no dia primeiro de dezembro 2015.



               Democracia já!







Com Saudações Sindicais Revolucionárias



Aldo Santos-Ex-vereador, Presidente da Associação dos filósofos e da Executiva da Intersindical-central da classe trabalhadora.

sábado, 3 de outubro de 2015

PLENÁRIAS REGIONAIS DE FILOSOFIA NO DIA 22/10/2015

REUNIÃO ORDINÁRIA DA DIRETORIA DA APROFFESP

CONVIDAMOS OS MEMBROS DA DIRETORIA  PARA NOSSA REUNIÃO MENSAL  ONDE PRETENDEMOS DEBATER A SEGUINTE PAUTA:
1-CONJUNTURA EDUCACIONAL
2-PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E REFORMA DO ENSINO PROPOSTA PELO GOVERNO
3-PLENÁRIAS REGIONAIS
4-ELEIÇÃO DA DIRETORIA DA APROFFESP CONFORME EDITAL FIXADO NA SEDE (PROVISÓRIA)  DA  ENTIDADE
5-INFORMES.

Dia 03/10/2015, ÀS 9 HORAS.

Rua Gravi, n° 60, Praça da Arvore- Capital

Aldo Santos
Presidente

Jose Jesus

Secretário

MARIA APARECIDA DO NASCIMENTO SANTOS- MARIZINHA.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

ERIVALDO SANTOS LANÇA SEU SEGUNDO LIVRO: A CAIXA QUE NÃO ENCHE


ESCRITOR DE SBC LANÇA SEU SEGUNDO LIVRO, A CAIXA QUE NÃO ENCHE

publicado no site cliqueabc

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Da Redação – A Caixa que não enche. Este é o título do segundo livro do cearense Erivaldo Josias dos Santos, lançado neste sábado (26) na subsede da APEOESP, em São Bernardo. O evento reuniu dezenas de amigos, parentes e leitores da sua primeira obra “É pra lá que eu vou”, publicada em agosto de 2013.
12027597_952907501415056_5200088491116397232_nA partir do título, o livro traz um desfile de personagens às voltas com as paixões mal resolvidas: José Amarrado, um comunista que não suportava beber; Jerusa que despertava paixões avassaladoras, e a Irmã Belinha que reprime até certo ponto seus íntimos desejos, dentre outros e outras.
O autor, tomado pela cultura popular sempre presente na trajetória dos migrantes nordestinos, com essa obra, consolida sua saga de escritor popular destacando a importância do fazer literatura que brota da ousadia e anseio dos “comuns”.
12032529_526225414203078_1338512640_nIrmão do ex-vereador Aldo Santos, que é coordenador do P-Sol de São Bernardo, Erivaldo reuniu um bom número de amigos e convidados, que vieram prestigiar o lançamento do seu segundo livro.
Depois de contar um pouco mais sobre a obra e fazer um revival da primeira, “É pra lá que eu vou”, publicada em agosto de 2013, o escritor comunicou aos presentes o projeto para os próximos livros que serão lançados em breve, Erivaldo agradeceu a todos participantes, desejou boa leitura e passou a autografar os livros, num clima cordial e descontraído. (Ana Valim)

Todos e todas a Ágora da Batalha da Matrix!!!

ÁGORA DA MATRIX
Toda terça feira por volta das 19 horas, centenas de jovens das mais variadas regiões empobrecidas da cidade se encontram na praça da matriz em São Bernardo do Campo. Um espaço de liberdade e empoderamento do espaço físico urbano, embora, frequentemente reprimidos pelos agentes da repressão institucional.
Rola todo tipo de troca e cultura das mais variadas camadas sociais e faixa etária  cidade e região. É nesse contexto que procuro denominar de Ágora da Matriz. O conceito de ágora vem do mundo grego "ágora (ἀγορά; "assembleia", "lugar de reunião", derivada de ἀγείρω, "reunir") é um termo grego que significa a reunião de qualquer natureza, geralmente empregada por Homero como uma reunião geral de pessoas”.( https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gora ). Nas Ágoras Gregas também existiam as mais variadas trocas culturais, comerciais e profundas reflexões filosóficas, ainda pressentes nos dias atuais. A diferença é que naquele momento as praças públicas eram ocupadas pela Aristocracia Grega, sustentada pela imposição escravagista, e hoje, a garotada periférica, pobre, negra e excluída exigem o direito a cidade, tomando livremente a Ágora da Matriz para filosofarem nas batalhas culturais, como expressão da repulsa opressora do cotidiano capitalista.
Todos tem o direito à cidade e o poder público e religioso deveria expressar um sentimento acolhedor e protagonista de uma juventude que desafia os opressores, lutando pelo direito aos bens culturais produzidos, material e imaterialmente. Destacamos ainda a inovadora prática de distribuição e socialização de livros a juventude que tem sede e fome de conhecimento alternativo. Essa troca é fundamental no processo de formação e interação cultural de todos e todas. É preciso resistir, pois se na Grécia Antiga o filósofo Sócrates foi morto pela defesa de seu método de respeito aos escravos, as mulheres e a juventude, nos dias atuais a juventude constrói seu mundo de liberdade, igualdade ao arrepio das leis ditadas pelos históricos opressores da classe. Todos  e todas a Ágora  da  Batalha da Matrix!!!
São Bernardo do Campo, 29/09/2015.

Aldo  Santos- Ex-vereador em SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil e da Executiva da Intersindical - Central da Classe Trabalhadora.




sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Queremos também o afastamento imediato do Instituto Acqua (Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental), pois essa duplicidade de poder só representa gastos com a autarquia que está caindo pelas tabelas.

Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo com apoio da maioria da Câmara Municipal de Vereadores fazem intervenção no Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo (IMASF).
O prefeito Marinho com apoio da maioria da Câmara Municipal de Vereadores aprova a intervenção no IMASF, o que poderá comprometer ainda mais o atendimento aos segurados que há mais de 50 anos contribuem com essa importante autarquia.
Como anunciado pelo grupo de vereadores denominados de G-9, a intervenção foi sacramentada e a Comissão de Usuários foi ignorada pelo conjunto dos vereadores que não apresentaram literalmente nenhuma das emendas elaboradas pela Comissão de Usuários ao conjunto dos vereadores da cidade.
Mesmo diante de parecer ilegal da assessoria jurídica da Câmara Municipal, os vereadores em sua grande maioria apoiaram a intervenção que já estava em curso nos bastidores do poder.
Quando a Câmara Municipal em comum acordo com o executivo prorrogaram o mandato da atual diretoria biônica do IIMASF, já estavam apostando na desestruturação do instituto e de certa forma são corresponsáveis pelo estado de sucateamento que o IMASF se encontra.
A Comissão Permanente dos Usuários vem cumprindo seu papel em denunciar o estado de abandono, o sucateamento “proposital” da diretoria biônica e apresentou emendas no sentido dê se garantir a representatividade proporcional à contribuição dos segurados, criando mecanismos de participação através de assembleias dos usuários dessa instituição sem a intervenção do executivo e do legislativo municipal.
Vamos continuar defendendo a instalação de uma CPI, somos contra o aumento ilegal de 14% nas parcelas do segurados, continuamos defendendo eleição livre e direta e vamos nos mobilizar pela imediata retomada e recredenciamento do hospital Brasil e das clínicas que foram descredenciadas.
Queremos também o afastamento imediato do Instituto Acqua (Ação, Cidadania, Qualidade Urbana e Ambiental), pois essa duplicidade de poder só representa gastos com a autarquia que está caindo pelas tabelas.
Mesmo discriminados pela diretoria biônica do IMASF e seus apoiadores, os aposentados demonstraram muita energia, consciência e combatividade nesta luta que está só começando!
Continuar na luta é Preciso!
ALDO SANTOS, ex-vereador, membro do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (APEOESP/SBC) , membro da executiva Nacional da intersindical e segurado do IMASF


PSOL ENTRA NA DISPUTA ELEITORAL NO ABC: BRUNO DANIEL COM 18,3% E ALDO SANTOS COM 2,5%

11/09/2015 8:24


A pouco mais de um ano das eleições municipais de 2016, o deputado federal Alex Manente (PPS) e o deputado estadual Orlando Morando (PSDB) aparecem tecnicamente empatados em pesquisa de intenção de voto realizada pelo instituto Paraná Pesquisas para a sucessão em São Bernardo. Os dois oposicionistas têm larga vantagem sobre o secretário de Serviços Urbanos, Tarcísio Secoli, nome preferido do prefeito Luiz Marinho (PT) para representar o petismo na corrida eleitoral do próximo ano.
Em um dos cenários estimulados (quando um cartão com os nomes é entregue) propostos pelo instituto, Manente surge com 41,2% das intenções de voto, contra 33,8% de Morando. Como a margem de erro é de quatro pontos porcentuais para cima ou para baixo, ambos estão tecnicamente empatados, já que o popular-socialista pode variar de 37,2% a 45,2%, enquanto o tucano encontra-se na faixa de 29,8% a 37,8%.
Nesse mesmo cenário, o vereador Marcelo Lima (PPS) – que teria sido convidado pelo Solidariedade (SDD) para encampar projeto majoritário – aparece com 6,1% da preferência. Secoli, que ainda não foi formalizado por Luiz Marinho, é pouco conhecido do eleitorado são-bernardense, mas mesmo assim teve 3,3% das intenções de voto. O ex-vereador Aldo Santos (PSOL) completa o cenário com 2,5%. Eleitores que não souberam responder somaram 6%. Outros 7,1% disseram que não votariam em nenhum candidato.
Em outro cenário estimulado, apenas com os três principais pré-candidatos ao Paço, todos sobem. Manente aparece com 44,7% da preferência, contra 35,2% de Morando. Secoli, por sua vez, atinge 6,2%. Não souberam responder ou não votariam em ninguém 13,8% dos entrevistados.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de setembro com 648 eleitores, com grau de confiança de 95% e margem de erro de quatro pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O instituto Paraná Pesquisas é registrado no Conselho Regional de Estatística da 3ª Região sob nº 6288/10 e é filiado à Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) desde 2003.

Governos
A pesquisa mostra ainda que 55% dos entrevistados aprovam o governo Marinho, e para 32,3% o apoio do petista a um candidato aumentaria a vontade de votar nele. No sentido inverso, 40,7% reprovam a gestão petista, e para 31,5% o apoio do prefeito a um postulante diminuiria a vontade de votar nele.
A gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, é aprovada por 58% dos entrevistados, e para 39,6% o apoio do tucano a um postulante aumentaria o desejo de votar nele. No sentido inverso, 37,8% reprovam a gestão estadual, e para 21,9% seu apoio a um candidato diminuiria a vontade de votar nele.
Aidan e Grana estão colados em Santo André

O prefeito Carlos Grana (PT) e seu antecessor, Aidan Ravin (PSB), estão tecnicamente empatados em pesquisa de intenção de voto realizada pelo instituto Paraná Pesquisas para a sucessão em Santo André. A pouco mais de um ano das eleições municipais, o petista e o socialista surgem como favoritos, enquanto Bruno Daniel (PSOL) é a terceira força e dois ex-integrantes da atual gestão – o ex-vereador e ex-secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos Paulinho Serra (PSD), e o ex-secretário de Cultura Raimundo Salles (PPS) – aparecem no “pelotão intermediário”.
A julgar pela pesquisa, Grana e Aidan podem repetir no próximo ano a polarização ocorrida em 2012, quando o petista levou a melhor no primeiro e segundo turnos e impediu a reeleição do agora socialista. Em um dos cenários estimulados (quando um cartão com os nomes é entregue), Aidan surge com 25,6% das intenções de voto, contra 22,4% de Grana. Como a margem de erro é de quatro pontos porcentuais para cima ou para baixo, ambos estão tecnicamente empatados, já que o socialista pode variar de 29,6% a 21,6%, enquanto o petista encontra-se na faixa de 26,4% a 18,4%.
Nesse cenário, o economista Bruno Daniel (PSOL) – irmão de Celso Daniel, prefeito assassinado em 2002 – aparece com 18,3% da preferência. Paulinho e Salles, dois ex-secretários de Grana que construíram sua trajetória política na oposição ao PT, têm 9,3% e 6,2%, respectivamente.
Por fim, os vereadores Ailton Lima (SD) e Ronaldo de Castro (PRB) receberam 2,8% e 1,6% das intenções de voto, respectivamente. Entre os dois aparece o presidente da subseção andreense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Fábio Picarelli (sem partido), que registrou 2,6%. Eleitores que não souberam responder somaram 5,3%. Outros 5,9% disseram que não votariam em nenhum candidato.
Em outro cenário estimulado sugerido pelo instituto Paraná Pesquisas – sem Bruno Daniel, Lima, Castro e Picarelli –, Aidan aparece com 30,8% da preferência, contra 28,9% de Grana. Paulinho Serra atinge 14,0% e Salles, 11,4%. Não souberam responder ou não votariam em ninguém 15,0% dos entrevistados.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 6 de setembro com 643 eleitores, com grau de confiança de 95% e margem de erro de quatro pontos porcentuais, para cima ou para baixo.

Governos
A pesquisa mostra ainda que 49,5% dos entrevistados aprovam o governo Grana, enquanto 46,4% desaprovam sua administração. Não sabem ou não opinaram 4,2% dos entrevistados.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), por sua vez, é aprovado por 57,4% dos entrevistados, e para 40,6% o apoio do tucano a um postulante elevaria o desejo de votar nele. Por outro lado, 36,9% reprovam a gestão estadual, e para 27,0% o apoio de Alckmin a um candidato diminuiria a vontade de votar nele.
O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é aprovada por 12,1% dos entrevistados, e para 9,5% o apoio da petista a um candidato aumentaria o desejo de votar nele. Por outro lado, 85,4% reprovam a gestão federal, e para 71,4% o apoio de Dilma a um postulante diminuiria a vontade de votar nele.
Para instituto, liderança da oposição em cidades ‘petistas’ já era esperada
O diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Mu­rilo Hidalgo, avaliou como es­­perada a liderança de candidatos de oposição ao PT nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2016 em São Bernardo e Santo André, diante do desgaste do partido e do governo de Dilma Rousseff.
Hidalgo afirmou que a iniciativa de realizar a pesquisa nos dois municípios da região é do próprio instituto e visa torná-lo conhecido nacionalmente. “Já fizemos pesquisas em outros Estados, como Rio e Distrito Federal”, disse.





terça-feira, 1 de setembro de 2015

Dispõe sobre as inscrições do Processo de Atribuição de Classes e Aulas para o ano letivo de 2016.

Portaria CGRH-7, de 25-8-2015

Dispõe sobre as inscrições do Processo de Atribuição de Classes e Aulas para o ano letivo de 2016.

A Coordenadora da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos, considerando a necessidade de estabelecer datas, prazos e diretrizes para as inscrições do processo de atribuição de classes e aulas,  expede a presente Portaria:

Artigo 1º - As classes e as aulas das escolas da rede estadual de ensino, obedecida à legislação pertinente, serão atribuídas para o ano letivo de 2016 a:

I - docentes efetivos;
II - docentes estáveis pela Constituição Federal de 1988;
III - docentes celetistas;
IV - docentes com vínculo assegurado em lei, a que se refere o § 2º do artigo 2º da Lei Complementar nº1. 010/2007;
V - docentes com contratos celebrados em 2015, nos termos da Lei Complementar nº1. 093/2009;
VI - docentes remanescentes, aprovados no Concurso público de PEB-II/2013, na 1ª e 2ª opção, e no Concurso de PEB-I/2015.

B-I/2015 Artigo 2º - Os professores efetivos e não efetivos e os docentes com contrato celebrado em 2015, deverão efetuar inscrição para o processo de atribuição de classes e aulas de 2016 diretamente no site: http://drhunet.edunet.sp.gov.br/portalnet/ , no período abaixo discriminado:

*^* ATENÇÃO *^ *-

Parágrafo Único: A RESPONSABILIDADE DA CONFIRMAÇÃO DA INSCRIÇÃO É DO PRÓPRIO DOCENTE.

Período de Inscrição e Solicitação de Acerto de 01/09/2015 a 02/10/2015:

I - Docentes efetivos:

a) confirmação e/ou solicitação de acerto na inscrição;
b) indicação para Jornada de Trabalho Docente: manutenção, ampliação ou redução.

A Redução de jornada ficará condicionada ao artigo 16, parágrafo 5º da Resolução SE 75/2013.

c) inscrição para atribuição de classes ou aulas nos termos do artigo 22 da Lei Complementar 444/85;
d) opção para atuação em classes, turmas ou aulas de Projetos da Pasta.

II - Docentes - Categorias “P”, “N”, “F” e “S”:
a) confirmação e/ou solicitação de acerto na inscrição;
b) transferência de Diretoria de Ensino;
c) opção para atuação em classes, turmas ou aulas de Projetos da Pasta, exceto os docentes da categoria “S”.

III - Docentes com contratos celebrados em 2015, nos termos da LC nº1093/2009.
Confirmação e solicitação de acerto de inscrição e indicações no site http://drhunet.edunet.sp.gov.br/portalnet/  ;
Artigo 3º - Acertos de inscrição como: Dados Pessoais, Formação Curricular e Contagem de tempo, deverão ser solicitados à Unidade Escolar de classificação.

Os docentes deverão apresentar na Unidade Escolar/Diretoria de Ensino os documentos comprobatórios para o acerto solicitado.

Artigo 4º - As Diretorias de Ensino/Unidades Escolares deverão, até as 18 horas do dia 09/10/2015 deferir/indeferir a solicitação de acerto.

Artigo 5º - O docente que solicitou acerto deverá confirmar sua inscrição, após atendimento à solicitação, deferido ou indeferido, até 14/10/2015.

Artigo 6º - Docentes remanescentes do Concurso Público PEB-II/2013 participarão do processo de atribuição de classes/ aulas, observada a classificação obtida no concurso, na 1ª e 2ª opção, estando desobrigados de realizar a inscrição.

Parágrafo Único: Os docentes remanescentes do concurso PEB-II 2013, com contratos celebrados em 2015, deverão confirmar suas inscrições. Os docentes da disciplina de Educação Física deverão comprovar a conclusão do Curso de Licenciatura, mediante Diploma e credenciamento no Conselho Regional de Educação Física – CREF.

Artigo 7º Docentes remanescentes do Concurso Público PEB-I/2015 participarão do processo de atribuição de classes, observada a classificação obtida no concurso, estando desobrigado de realizar a inscrição.

Parágrafo Único: Os docentes remanescentes do concurso PEB-I 2015, caso tenham contrato celebrados em 2015, deverão confirmar suas inscrições.

Artigo 8º - Os docentes das categorias “P”, “N” e “F” os docentes efetivos poderão optar, em se inscrever na modalidade Projetos da Pasta, em funcionalidade específica do sistema.

Parágrafo único: Caberá à Comissão de Atribuição de Classes e Aulas da Diretoria de Ensino, a partir de 05/10/2015, nos termos das legislações que regulamentam os referidos Projetos:

I - publicar o edital para inscrição em projetos;
II - divulgar o período em que os docentes deverão apresentar, quando for o caso, a proposta de trabalho para projetos;
III - divulgar a classificação dos docentes selecionados.


Artigo 9º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

-Eleição direta para a gestão escolar, assegurando competência pedagógica com democracia participativa...

RESOLUÇÕES DO ENCONTRO REALIZADO NO DIA 25 DE JULHO DE 2015 NA CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO SOBRE O PLANO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Por mais de três horas o professor Aldo Santos e as professoras Cristiane Gandolfi, e Cida Santos bem como o senhor Dalécio Anderson, representante da sociedade civil no Conselho Municipal de Educação de São Bernardo compuseram a mesa sobre o debate acerca da participação da cidadania dos munícipes na formulação do Projeto Educacional proposto no Plano Municipal de Educação que vigorará nos próximos dez anos. 
O professor Aldo Santos debateu o Plano Nacional de Educação (lei 13005/14) e toda prerrogativa acerca da importância da participação popular dos munícipes em sua formulação, na medida em que projetará metas e estratégias a serem cumpridas pelos próximos governos. 
A professora Cristiane Gandolfi sistematizou as 20 metas previstas na formulação do Plano Estadual de Educação do Estado de São Paulo, ainda não homologado, propositada pelo FEESP, SEESP e CESP de 20 de maio de 2015. Dentre elas destacou-se Educação Infantil, Ensino Fundamental, Qualidade da Educação, Ensino Médio/Profissionalizante, Profissionalização e Valorização Docente e Gestão Democrática. Destes pontos chamou sua atenção o fato de não haver na proposição do Plano Estadual nenhuma referência radical sobre gênero, o que se vê é a formulação de uma política pública educativa para que crianças, adolescentes e jovens filhos e filhas de famílias homoafetivas ou sujeitos de uma orientação sexual diferente da prevista na estrutura hétero patriarcal não se evadam da escola por motivos de preconceitos e discriminações de origem sexistas. 
A professora Cida Santos trouxe as 20 metas do PNE e as cotejou diante da lei 5224 referente ao Plano Municipal de Educação de São Bernardo do Campo na vigência de 2003-2013, neste cenário o tema da Gestão Democrática foi bastante lembrado e em sua exposição se evidenciou a necessidade da municipalidade cidadã de São Bernardo do Campo conhecer o PME, analisar os avanços e retrocessos educacionais do município tendo a lei 5224/03 como referência.
Da parte da Sociedade Civil participante do Conselho Municipal de Educação o senhor Anderson Dalécio representante de pais de alunos no CME destacou a importância deste encontro, lembrou da necessidade de que os vereadores do município tivessem a iniciativa de chamar este encontro, saudou o professor Aldo pela iniciativa e destacou a importância da realização de Pré-Conferências no Município para que a educação seja de fato considerada como bem público da cidade com a participação da sociedade civil no processo de formulação do novo Plano Municipal de Educação.
Após exposições e debate com as lideranças presentes, foram verbalizadas as propostas que devem orientar os próximos debates na cidade.
1- Melhoria na educação significa investimentos, e, num município rico como Sbcampo, o percentual deveria ser elevado para 30% do orçamento municipal; 
2- Implementar os conselhos de escolas de caráter deliberativo e autônomo;
3- potencializar nos componentes curriculares a matriz africana, ciências sociais na contribuição da aprendizagem cidadã sobre a convivência intergeracional, de gênero, etnia e de classe social, participação social e apropriação do conceito de cidadania bem como capoeira nas escolas e filosofia no ensino fundamental;
4- -Assegurar o direito à alimentação de qualidade na Merenda Escolar. 
5- Admissão na Rede de Ensino por meio de Concurso Público de Provas e Títulos, como propõe o artigo 206 da Constituição Federal de 1988.
6- Criação e funcionamento do Fórum municipal de educação a partir do corpo docente e discente e comunidade organizada; 
7- -Eleição direta para a gestão escolar, assegurando competência pedagógica com democracia participativa, articulada ao mérito advindo do resultado de Provas e títulos;
Além destes pressupostos de gestão pública do campo educativo, de imediato o corpo presente no dia 25 de julho deliberou sobre a necessidade de constituir ações que viabilizem:
1. Realização de aulas públicas para ampliar o debate sobre o processo educacional e os direitos humanos tendo por objeto a desconstrução da ideologia sexista difundida nos últimos meses em diversos municípios que tiveram gênero como elemento central de seus Planos Municipais de Educação. ;
2. Realização de Audiências Públicas para avançar no debate sobre os direitos coletivos;
3. Publicização do nome dos vereadores  que assinaram  do ofício  solicitando ao Prefeito da cidade de São Bernardo que no PME não conste nenhuma Política Educativa de Gênero. 
4. Agendar audiência com o Prefeito Marinho a fim de pautar os seguintes pressupostos filosóficos para a educação do município de São Bernardo do Campo para os próximos dez anos: Diversidade, Ensino Laico, Gestão democrática e Profissionais da Educação. 
5. –Organização do Fórum Suprapartidário em torno da defesa de um plano popular municipal de educação; 
6. Aproximação ao Conselho Municipal de Educação visando maior eficácia em participação democrática junto a cidadania educativa da cidade de São Bernardo do Campo, tendo este não apenas como aparelho da sociedade política e sim órgão representativo da sociedade civil. 
7. No PME valorizar a meta 1 do PNE referente ao atendimento a creche como determina a legislação brasileira, bem como desenvolver políticas de gênero que valorizem a consciência feminista no que tange ao corpo da mulher, a maternidade e ao Estatuto da Criança e do Adolescente que assegura a importância do adulto no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
8. Aprofundar o debate sobre a municipalização de ensino, lembrando que há atores favoráveis a municipalização do sexto ao nono ano e outros contrários. Resta saber como será o financiamento, organização escolar e política de profissionais da educação diante da municipalização do fundamental 2. 
9. Debater o financiamento da educação, lembrando da importância de que verbas públicas devem ser destinadas prioritariamente para escolas públicas; 
10. Estabelecer calendário de reuniões com diretores, coordenadores, supervisores e professores sobre as Políticas previstas no PME para os próximos dez anos e suas implicações no cotidiano escolar;
11. -Encaminhar nossa pauta de reivindicação à Câmara Municipal, usando a tribuna para esclarecer, bem como solicitar reunião com os vereadores sobre a importância dessa temática o e devido respeito que o tema merece; 
12. Constituir uma comissão para dar encaminhamentos das propostas apresentadas e acolhimento de outras, contamos com a presença de representantes das seguintes entidades: 
Apeoesp-sbc, 
Delegada sindical do Sinpro-abc e diretora social da Adims. 
Forum de Mulheres de SBCampo,
representante do Sindiserv,
Marcha mundial das mulheres, 
Casa hip hop,
Instituto vida, 
Marcha Mulheres Negras 
Aproffesp.
Movimento Estudantil Livre. 
Ata escrita pelos professores Aldo Santos e Cristiane Gandolfi.




Avança o debate sobre a introdução da Filosofia no Ensino Fundamental: O Secretário Herman Voorwald reconheceu a relevância do tema e propôs a viabilização de um projeto piloto em uma ou mais escolas do Ensino Integral

RELATO DA REUNIÃO DA APROFFESP COM O SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO – SR. HERMAN VOORWALD -  E MEMBROS DA EQUIPE CURRICULAR DE FILOSOFIA DA SE/SP – SÃO PAULO, 30/07/2015.
No dia 30 de julho às 09:00 h, na Casa Caetano de Campos, a APROFFESP foi recebida pelo Secretário da Educação do Estado de São Paulo – Sr. Herman Voorwald - para tratar de assuntos de interesse dos professores de Filosofia e da entidade, conforme pauta dos Ofícios 01 e 02 encaminhados à SE em março e maio do corrente ano, respectivamente. 
Participaram da reunião: o Secretário da Educação do Estado de São Paulo Herman Voorwald, a diretora do DEGEB (Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica), professora Regina Resek, a Professora Tânia Gonçalves, membro da equipe Curricular de Filosofia do CEFAF (Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional), Representantes da APROFFESP: Professor Aldo Santos (Presidente), Professor Francisco P. Greter (Vice-Presidente) e Professor Anízio Batista de Oliveira (Tesoureiro).
O Professor Aldo Santos iniciou a reunião com uma apresentação da Associação e um breve histórico de atuação da mesma desde 2009, quando de sua fundação. Ao final da apresentação o Secretário da Educação, o professor o Herman J. Voorwald apontou a necessidade da APROFFESP entrar em contato com a Professora Ghisleine Trigo Silveira, que é Coordenadora de Gestão da Educação Básica, a fim de combinarmos ações conjuntas e de interesse comum no que se refere ao ensino de Filosofia e ao currículo. Passamos a relatar os fatos...
Foram tratados os seguintes pontos durante a reunião: 
Começamos por discutir a necessidade de revisão teórica e prática dos “Cadernos de Filosofia”, que fazem parte da Proposta Curricular do Estado de São Paulo (2008/2010): o professor Chico Greter lembrou que a APROFFESP já fez uma análise crítica dos mesmos em nossos encontros estaduais (2012 e 2014) e plenárias regionais desde 2010;  consideramos que os mesmos não garantem uma unidade teórico-metodológica quanto ao ensino da Filosofia, alternando unidades até muito bem elaboradas com outras muito simplificadas e superficiais; em suma, não há unidade. Podemos dizer que os “cadernos”, se por um lado podem ajudar o trabalho do professor em sala de aula, da mesma forma que os livros didáticos enviados pelo MEC/PNLD, correm o risco de serem tomados pelos professores da rede como uma “receita pronta e fácil” de se “ensinar Filosofia”, desvalorizando o papel fundamental do professor, o qual jamais poderá ser substituído por uma “cartilha”! Se isso acontece, negamos a própria essência do filosofar e a própria origem da Filosofia!
Criticamos também, no sentido filosófico do termo, a logística de sua distribuição, que era bimestral, e agora semestral: consideramos que, além de cara, não dá conta das necessidades pedagógicas objetivas das escolas, pois peca por atrasos, desencontros e desperdícios, com o que o próprio Secretário concordou; mas nos disse não vê saída a curto prazo; a rede pública é muito complexa e a SE, mesmo com esses problemas, considera que está oferecendo uma alternativa para os professores desenvolver seu trabalho!
A professora Regina Resek, diretora do DEGEB (Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica) argumentou que os Cadernos são instrumentos que orientam metodologicamente o que o Currículo do Estado de São Paulo propõe. Além disso, informou que os “cadernos” acabaram de passar por uma revisão válida até 2017, o que inviabilizaria, a curto prazo, um novo movimento nesse sentido.
Nesse sentido, o Secretário Herman Voorwald reconheceu que o “Programa São Paulo Faz Escola” poderia ter sido melhor discutido com a rede, obtendo maiores contribuições dos professores... e que mudanças futuras serão inevitáveis. Ressaltou, ainda, a complexa logística de distribuição do material e o alto custo do mesmo; e a professora Tânia lembrou novamente que os conteúdos dos “cadernos de filosofia” são uma proposta para ajudar na implementação do currículo na rede pública do Estado e não devem ser entendidos como algo obrigatório pelos professores da rede.
A professora Tânia lembrou ainda que grupos de docentes, representantes das diferentes Secretarias da Educação e de instituições de ensino superior, estão discutindo e organizando, sob a coordenação do MEC, a proposição de uma base curricular nacional. Dessa forma, diante dessas condições, o Secretário Herman Voorwald propôs que, assim que surgirem oportunidades de alterar o currículo e os materiais em São Paulo, a CGEB encontre meios de discutir tais mudanças com os docentes da disciplina e com as entidades representativas, como é o caso da APROFFESP no que tange ao currículo de Filosofia. Insistimos na necessidade de se constituir uma comissão paritária para aprofundar esse debate no Estado. Nesse ponto, segundo o Secretário Herman Voorwald, é desejável e fica aberta essa possibilidade sempre que possível. Contudo, a participação nos debates acerca do ensino de Filosofia na rede pública do Estado de São Paulo, segundo ele, não precisa ficar necessariamente restrita a comissões paritárias
O segundo ponto, a diretoria da APROFFESP se colocou à disposição  e demonstrou interesse nos mais variados debates que se realiza no âmbito da Secretaria, no tocante as demandas dos filósofos no Estado de São Paulo e solicita sua participação nos eventos públicos, enquanto entidade representativa de importante seguimento de educadores do Estado de São Paulo. No contexto desse diálogo, o presidente da APROFFESP solicitou esclarecimento se a Secretaria da Educação iria apresentar um percentual de aumento para os professores do Estado de São Paulo, diante da grande mobilização da greve e da data base da categoria. O Secretário argumentou que o estado vem passando por dificuldade na arrecadação, porém, disse que enviou uma proposta ousada para o governo do Estado, que deverá dar a palavra final em relação essa demanda. Em relação ao Plano Estadual de Educação, o mesmo disse que a secretaria vai apresentar um plano com 23 metas e que a reforma do ensino Médio será pautada nesse debate.
O terceiro ponto de pauta tratado na reunião abordou a demanda que apresentamos para o afastamento de alguns professores de filosofia para o trabalho cotidiano na APROFFESP. A professora Tânia Gonçalves informou que essa demanda, já expressa anteriormente junto ao então Secretário Adjunto, Prof. João Palma, não parece encontrar respaldo jurídico, estando restrita somente a entidades sindicais. Esclarecemos que   outras entidades já contam com esse direito e que nossa intenção é potencializar ainda mais nosso trabalho pedagógico junto dos professores de filosofia e filósofos do Estado. O Secretário Herman Voorwald delegou à professora Tânia Gonçalves a tarefa de verificar essa possibilidade junto a atual Secretária Adjunta, professora Cleide Bochíxio.
Após essa breve discussão, passou-se para o próximo ponto da pauta: a nossa reivindicação de que todas as diretorias de ensino tenham um professor coordenador (PCNP) para a disciplina filosofia nas oficinas pedagógicas. A professora Regina Resek afirmou que essa é uma demanda antiga, inclusive, da equipe curricular CGEB. Contudo, a professora Regina informou que não se trata de uma reivindicação facilmente atendida, pois as condições de cada localidade exige tratamento diferente sobre o tema. Condições como a falta de docentes da disciplina, a falta de professores interessados na função e a dificuldade em se encontrar o perfil adequado para as necessidades de formação e acampamento das ações referentes às necessidades de cada diretoria de ensino inviabilizam que esse processo seja uniforme em todo o Estado. A professora Regina reafirmou a disposição da CGEB em manter essa reivindicação junto às Diretorias de Ensino no sentido de insistir na composição de módulos que contemplem de forma satisfatória todas as disciplinas do Currículo. Perguntada pelo Secretário Herman Voorwald sobre a atual situação do número de diretorias com PCNP de Filosofia, a professora Tânia respondeu que aproximadamente 60% das diretorias apresentam PCNP de Filosofia. Podemos concluir que esta é uma deficiência generalizada para todos os componentes curriculares, cujas causas não são difíceis de se constatar.
Passou-se em seguida ao ponto que trata da introdução da Filosofia como disciplina do ensino fundamental. Esta é uma antiga reivindicação da APROFFESP, pois consideramos que, baseados nas experiências já desenvolvidas em escolas da rede particular e na rede pública de algumas prefeituras, as quais já adotaram a Filosofia no ensino fundamental a introdução da Filosofia na rede estadual contribuiria em muito para a melhoria da qualidade da educação. Isto já foi constatado pelo Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças (CBFC) em escolas públicas e particulares!
A professora Tânia argumentou que não foi encaminhada junto à nossa reivindicação, estudos que comprovem que a inclusão da Filosofia no ensino fundamental seja realmente necessária e relevante para esse nível de ensino e posicionou-se pessoalmente contra.  Lembrou que essa experiência já foi feita junto às ETI (Escola de Tempo Integral) na modalidade de oficina temática e que a mesma não obteve, no geral, resultados satisfatórios; todavia, não temos conhecimento dessas experiências que foram feitas...De qualquer forma, temos encaminhado as discussões sobre o PL No. 228/2012, do Deputado Carlos Giannazi - PSOL/SP, já apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo; também fizemos contato com o Professor Marcos Loriéri, que possui estudos e longa experiência quanto à Filosofia no Ensino Fundamental desde suas atividades do Centro Brasileiro de Filosofia para Crianças (CBFC).
O Secretário Herman Voorwald reconheceu a relevância do tema e propôs a viabilização de um projeto piloto em uma ou mais escolas do Ensino Integral. Nesse sentido, delegou à professora Tânia que entrasse em contato com a professora Valéria de Souza a fim de viabilizar a proposta.
O último ponto da reunião tratou da solicitação de abono de ponto para os professores que participam das Plenárias, encontros e congressos da APROFFESP. Reivindicamos que o mesmo seja publicado com a devida antecedência para facilitar o diálogo com os professores de Filosofia da rede estadual. O Secretário informou que não vê problemas para a manutenção dessa prática que se efetivou com a gestão do professor João Palma e que os detalhes devem ser tratados junto à Secretária Adjunta, professora Cleide B. E. Bochixio.
Tão logo a reunião com o Secretário foi encerrada, nos reunimos também com a Secretária Adjunta, que se prontificou a viabilizar a publicação dos abonos para as nossas plenárias regionais e estadual conforme diálogo e deliberação junto ao Secretário. Durante a reunião a Secretária Cleide Bochixio solicitou à encarregada da questão, professora Ruth Baba, que providenciará os abonos a cada plenária e com a devida antecedência!
Já tratamos do abono de ponto de nossa próxima Plenária Regional que acontecerá no próximo dia 13/08/15! Aguardem publicação do abono, a pauta e materiais para a realização da mesma, ao mesmo tempo em que pedimos que os amigos se mobilizem e se organizem para que a maioria dos professores de Filosofia participem das Plenárias e da organização da APROFFESP em cada cidade ou região!
Acreditamos que, em meio a tanta crise e carência por que passa vários setores da sociedade brasileira, a despeito de tanta enganação e oportunismo de grupos encastelados no poder, a APROFFESP tem tentado cumprir o seu papel de porta-voz dos professores de Filosofia e lutado para que a educação pública e os educadores sejam valorizados como devem! Sem valorização de fato da educação e dos educadores, o Brasil não tem solução!!!

São Paulo, 03 de agosto de 2015. 

DIRETORIA DA APROFFESP

quinta-feira, 9 de julho de 2015

EDUCADORA PROPÕE INCLUIR A TEMÁTICA SOBRE OS DIREITOS DA MULHER NO CURRÍCULO ESCOLAR.

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E O DEBATE NECESSÁRIO

1-Educadora propõe incluir a temática sobre os direitos da mulher  no currículo escolar

Em vários momentos da reflexão pedagógica as temáticas de gênero, racial e outras sempre estão presentes no currículo escolar, e, por mais boa vontade que exista por parte dos educadores e educadoras sempre são tratados de forma superficial ou transversal em datas especificas do ano letivo.
A temática e a complexidade  da mulher sempre aparece de forma fragmentada e secundarizada, diante da relevância que o tema comporta. Neste sentido, no final de 2012 e início de 2013, após grande debate sobre essa temática, solicitamos uma reunião com o deputado Carlos Giannazi do Psol para que o mesmo pudesse apresentar um projeto de lei que assegurasse a temática de gênero no curricular escolar como expressão das demandas cotidianas e não mais em determinados momentos do ano letivo.  Apresentamos então a seguinte projeto de lei:

Dispõe sobre a obrigatoriedade da presença no currículo escolar no ensino fundamental e médio, bem como, na universidade a temática de gênero,

A assembleia Legislativa do Estado de São Paulo Decreta:

Artigo 1o - O debate do papel da mulher na sociedade desde os tempos remotos até os dias atuais deve ser conteúdo de permanente debate no currículo escolar das escolas brasileiras;
Artigo 2o - O ensino sobre Gênero será ministrado por professores com formação específica na área (História, Filosofia, Sociologia e Geografia).
Artigo 3o - Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas no artigo 1o desta lei.
Artigo 4o – As despesas com a execução desta lei serão suportadas por verbas orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Artigo 5o - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

O Deputado Carlos Giannazi aceitou o desafio e assim procedeu, dando os encaminhamentos institucionais que a assembleia permite em bases legais.
Posteriormente, dado às dificuldades de aprovação da matéria do ponto de vista da iniciativa parlamentar, sugerimos que o mesmo viabilizasse uma indicação com o mesmo teor e justificativa.

INDICAÇÃO Nº  3369/2013
                                 INDICO, nos termos do artigo 159 da XIV Consolidação do Regimento Interno, ao Excelentíssimo Senhor Governador do Estado que determine à Secretaria de Educação incluir a temática sobre a questão de gênero como obrigatória no currículo oficial da Rede de Ensino do Estado de São Paulo.
                                 Justificativa
        Em um mundo onde o patriarcalismo está arraigado, a causa da desigualdade de gênero foi e é responsável por vitimar de maneira drástica as mulheres.
        A violência contra as mulheres é considerada a forma mais antiga e encoberta, escolhida pelo gênero masculino, de opressão de classe, manifestação de poder e dominação.
Em todos os casos, que inclui a prática de manipulação do corpo da mulher submetendo-o a violência, tanto a que se refere à agressão física (espancamentos, estupros, assassinatos) quanto a que o coisifica enquanto objeto de consumo, toleradas inclusive pelo Estado, estão ligados ao fato de que historicamente a mulher foi tomada como propriedade pelo homem, que exerce plenos direitos sobre ela, para assegurar a paternidade e a herança (quando se acumula) dos filhos.
Sendo assim, a sociedade patriarcal prioriza as relações mercantis, bem como a propriedade privada em detrimento das relações humanas matrimoniais. Diante dessas raízes culturais, a mulher vem pagando um “preço” altíssimo a se ver submetida a cumprir o papel imposto por esse sistema, que corresponde a uma hierarquização entre os sexos, incontestavelmente destacando as relações de poder, ao legitimar a inferioridade do papel da mulher na produção social a partir do surgimento da propriedade privada.
Quando o sexo feminino decide romper com sua posição social subalterna, ou seja, com o modelo de feminilidade imposto desde a infância que restringe seu comportamento (inclusive sexual) ao discreto quando em público, e privadamente, voltado à satisfação do seu namorado ou marido, chegando ao ponto de ser incentivada a sacrificar sua integridade física e psicológica em nome da manutenção do casamento e da família, é coagida correndo o risco muitas vezes de sofrer feminicídio. Segundo Marcela Lagarde feminicídio se refere “às mortes de mulheres causadas e legitimadas por um sistema patriarcal e misógino” (Misoginia vem do grego e significa miso – ódio, gene – mulher, ou seja, é um movimento de aversão ao que é ligado ao feminino). Em resumo, podemos compreender como sendo uma definição do homicídio de mulheres por razão de gênero.
Segundo Liliana Maiques Alves, “estima-se que cerca de 2% do PIB de cada país é gasto com a violência de gênero, enquanto que os investimentos com uma política que dê conta de estancar tal fenômeno são ínfimos”.
Lamentavelmente, embora tenham surgido avanços, os instrumentos criados não foram capazes de evitar a morte e romper com o ciclo de violência a que as mulheres estão submetidas e, não obstante, o debate sobre feminicídio ainda permanece embrionário na maioria dos países.
No Brasil, analisando as relações de poder ligadas a violência, 92 mil mulheres foram assassinadas entre os anos de 1980 e 2010 segundo pesquisa elaborada pelo Instituto Sangari, ou seja, nesses 30 anos ao invés dos óbitos diminuírem cresceram cerca de 217,6%. Espantosamente, “entre 84 nações avaliadas, nosso país alcançou o ranking de 7º lugar em taxa de homicídios de mulheres no período entre 2006 e 2010”.
        Constatamos que ainda existe um longo caminho a ser percorrido para que a sociedade brasileira, além de reconhecer efetivamente a desigualdade de gênero, possa reivindicar aos órgãos públicos e considerar que é urgente a necessidade de combatê-la. Basta avaliar o caso de Maria da Penha Maia Fernandes que precisou denunciar a violência doméstica que sofria a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), para que o Brasil fosse responsabilizado pela tolerância judicial e, mesmo assim foram quase 20 anos de resistência para que o Estado brasileiro criasse a Lei Maria da Penha, dando um tratamento específico à violência de gênero.
Sabemos, a Lei Maria da Penha foi uma importante conquista, porém, está inserida no contexto dos países que se venderam ao projeto neoliberal recentemente, como é o caso do governo brasileiro, que insiste em reduzir sua responsabilidade, obedecendo às ordens nos anos 90 dos organismos internacionais para enxugar gastos. Com as mudanças estimuladas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial (Bird), o Estado passou a ter sua atuação reduzida, especialmente em relação aos investimentos públicos nas áreas sociais. Essa política adotada por esses governos supõe um desmantelamento do aparato do Estado no que se refere às políticas assistenciais e de igualdade de oportunidades para impulsionar o investimento no setor privado, obviamente indo de encontro aos interesses do capital.
Diante disso, somente no ano de 2011 foram cortados R$ 5,4 milhões para o programa de prevenção e enfrentamento da violência contra a mulher, segundo Alves. O corte de verbas, a falta de acolhimento das vítimas diante da necessidade de medidas protetivas, como a de separação de corpos quando a vida da mulher está em risco (chega a demorar até seis meses, conforme reconhece a própria ex-ministra, Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para Mulheres – SPM, citado no artigo de Tatiana Merlino), continuam sendo limitações que impedem garantir a integridade física e psicológica das mulheres.
Simone de Beauvoir “afirma ser necessário estudar a forma pela qual a mulher realiza o aprendizado de sua condição, como ela a vivencia, qual é o universo ao qual está circunscrita”, então, não exclusivamente, mas é através da educação que vamos avançar substancialmente numa perspectiva de conquistar a igualdade em todos os níveis, seja no mundo externo e ou no âmbito doméstico para “que as diferenças entre os sexos sejam de complementariedade e não de dominação” (Branca Moreira Alves e Jacqueline Pitanguy, 1981).
A educação é um dos poucos instrumentos capaz de não camuflar as raízes culturais da opressão histórica da mulher, de desnaturalizar as relações de poder entre os sexos e, sobretudo a sua posição social subalterna. A desigualdade, bem como a violência de gênero sendo fruto de um processo histórico, ou seja, “sendo História, e não natureza, é passível de transformação”, como bem explicitou Alves e Pitanguy.
Não podemos continuar permitindo que a questão da mulher seja relegada ao segundo plano apenas condenando as práticas da opressão e da violência, temos que avançar para uma educação não sexista, pois esta corrobora perpetrando as diferenças, cravando desigualdades entre os sexos, capazes de gerar injustiças quando não acolhe desde muito cedo as crianças como elas são e sim como a sociedade determina culturalmente, por exemplo, ao disseminar ideias discrepantes como homem é cérebro, razão e mulher é coração, emoção.
A desigualdade de gênero deve ser combatida através da adoção de uma política de discussão sobre o assunto no interior das escolas, com ações direcionadas para mostrar o caráter coletivo dos crimes de agressão cometidos, evitar seu esquecimento, sua banalização, mas em especial garantir a desconstrução dessas relações como uma forma de busca concreta da igualdade.
Como explicitou Tânia Pinafi, “(...) a conscientização da natureza histórica da desigualdade de gênero precisa ser trabalhada desde o início do ensino escolar, já que a desigualdade de gênero somada à ordem patriarcal vigente são alguns dos ingredientes que, unidos ao sentimento de culpa inculcado historicamente na psique das mulheres, contribuem para a perpetuação das relações desiguais de poder que acabam por acarretar em violência”.
(...) Então, além das políticas públicas criadas para a condenação e combate a violência contra a mulher, como a Lei Maria da Penha, nosso desafio é buscar a ampliação dos espaços de discussão para combater a desigualdade de gênero permitindo que as mulheres saiam da situação de vitimização e, assim reparar os danos causados, durante séculos, com o modelo de anulação da educação da mulher para o mundo externo (...).
Os programas de combate à violência devem ser institucionalizados em todo o país, mas não somente no campo da condenação quando esta ocorre e, sim da educação que tem um papel fundamental na transformação da sociedade, segundo Paulo Freire “se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
No Distrito Federal, o Conselho de Educação reformulou e atualizou as normas para o sistema de ensino avançando para uma prática inédita ao inserir como obrigatoriedade no currículo do ensino fundamental e médio a discussão sobre os direitos da mulher e o recorte de gênero:
“Pela primeira vez no Brasil, escolas públicas e particulares debaterão o tema com os alunos em sala de aula. Com maior número de denúncias contra a mulher, Brasília incluirá o tema da violência e dos direitos no currículo escolar. O direito das mulheres será tema discutido em salas de aula do Distrito Federal a partir de 2013. Assuntos como o preconceito e a violência envolvendo mulheres também serão discutidos em escolas públicas e particulares. A resolução que trata do tema foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 18 de outubro, após aprovação do Conselho de Educação do DF. Segundo o Conselho, a iniciativa é inédita no País. Para disseminar a ideia, professores das escolas públicas serão qualificados até o fim deste ano para transmitir as informações aos alunos de maneira adequada. Disciplinas como português, sociologia e história incluirão a questão da mulher no currículo escolar. O presidente do conselho, Nilton Alves Ferreira, informou que o órgão considerou o fato de Brasília ter o maior número de denúncias de maus tratos a mulheres. “A gente acredita que a criança, o adolescente, ao aprender na escola a respeitar a mulher, quando se tornar um adulto não irá agredi-la”, disse Ferreira. A historiadora e doutora em educação Renísia Cristina Felice diz que o assunto já é discutido em algumas escolas, mas que a resolução é positiva porque obriga que todas façam o mesmo. ‘A educação é o espaço que não só implementa políticas, mas que reproduz alguns valores da sociedade. Mas você constrói outros valores, e a educação é espaço para que isso aconteça’, diz a especialista.”
Não diferente do Distrito Federal, o estado de São Paulo, viu crescer 40% os casos de violência contra a mulher entre os anos de 2011 e 2012, segundo levantamento do Ministério Público Estadual.
Incluir a temática sobre a questão de gênero como obrigatoriedade no currículo oficial da Rede de Ensino do estado de São Paulo, a exemplo do que ocorreu no Distrito Federal e com a “História e Cultura Afro-Brasileira”, para que a sociedade ao reconhecer que a desigualdade de gênero existe possa desconstruí-la, avançando no debate e combater toda forma de opressão e violência contra a mulher. Os seguintes objetivos, a seguir descritos, devem nortear a decisão de incluir essa temática no currículo escolar:

● Analisar o processo histórico de anulação da mulher na produção social;
Entender que a causa da opressão histórica da mulher foi e é responsável por vitimar de maneira drástica as mulheres;
● Desnaturalizar as relações de poder entre os sexos;
● Constatar que os altos índices dos casos de lesões corporais (como abuso físico e verbal, estupro, tortura, escravidão e assédio sexual), agressões psicológicas, bem como os feminicídios sofridos por mulheres são causados e legitimados por um sistema patriarcal e misógino;
● Avançar na reparação de danos, não somente com uma legislação que pune, mas com a implantação de um programa efetivo de educação pública na perspectiva de fazer um resgate histórico da prática de opressão milenar a que as mulheres estão submetidas;
Reconhecer a necessidade da emancipação da mulher e promover uma nova sociedade em que possamos repaginar a história da humanidade enquanto produtores sociais num esforço voltado para prevalecer o respeito pela igualdade de gênero e imprimir definitivamente essa condição como uma característica intrínseca na essência da natureza humana;
● Compreender que apesar das mulheres serem 51,3% da população brasileira, terem conquistado o mercado de trabalho, estarem ocupando assentos nas universidades e terem implementado uma lei que pune a violência doméstica não alcançaram a igualdade de gênero;
● Reforçar que o Dia Internacional da Mulher não é uma data comemorativa e sim um dia de mobilização dedicado aos ideais de liberdade, igualdade e combate a violência de gênero;
● Elaborar conhecimentos significativos para trazer uma profunda reflexão e mudança de comportamentos sociais responsáveis pela violência gerada contra as mulheres no mundo inteiro.
A proposta ora encaminhada através desta INDICAÇÃO foi apresentada e sustentada pelos seguintes educadores: Nayara Alves Navarro (Presidente do PSOL de São Bernardo do Campo e vice-coordenadora da APEOESP subsede de São Bernardo do Campo), Aldo Santos (Presidente da APROFFESP e coordenador da APEOESP subsede de São Bernardo do Campo), André Sapanos (Presidente do PSOL de Mauá), Alberto Ticianelli (Presidente do PSOL de Ribeirão Pires) e Diógenes Batista de Freitas (Membro do Diretório do PSOL de São Bernardo do Campo e conselheiro estadual da APEOESP subsede de São Bernardo do Campo)

Sala das Sessões, em setembro de 2013
a)  Carlos Giannazi

2- SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO RESPONDE A INDICAÇÃO DO DEPUTADO CARLOS GIANNAZI
          
A secretaria de educação do estado de São Paulo através do secretário de educação, por dever legal teve que responder a iniciativa do legislativo procurando mais uma vez justificar o injustificável e de certa forma manter todo o arcabouço teórico fundamentado no machismo e na perpetuação da sociedade patriarcal e excludente.
Com esse material, podemos estabelecer e ampliar nosso debate no movimento organizado e nas salas de aula para impedir que a temática que envolve toda tipo de agressão e morte precoce da mulher, não fique mais a margem da sociedade, alimentando estatísticas atrozes e a manutenção das distorções  culturais e machistas que estão  presentes na vida da população  brasileira e mundial.



GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CASA CIVIL
Subsecretaria de Assuntos Parlamentares


São Paulo, 01 de novembro de 2013.

Of. Siale-SSAP Nº 0880/2013

Senhor 1º Secretário,

Por determinação do Secretário Chefe da Casa Civil Edson Aparecido, venho transmitir a essa ilustre Assembleia, por intermédio de Vossa Excelência, a manifestação anexa prestada pela Secretaria da Educação, respeito da matéria objeto da Indicação 3369 de 2013 de autoria do Deputado Carlos Giannazi.
            Aproveito o ensejo, para reiterar a Vossa Excelência os protestos de minha alta consideração.


ROSMARY CORRÊA
(Delegada Rose)
Subsecretária de Assuntos Parlamentares




A Sua Excelência o Senhor
DEPUTADO ENIO TATTO
1º Secretário da Egrégia Mesa da Assembleia Legislativa do Estado



PROCESSO:- 3369/2013- ATL
ASSUNTO:- Indicação nº 3369/2013


Trata-se da Indicação nº 3369 de 2013, apresentada pelo Deputado Carlos Giannazi, que indica ao Senhor Governador a inclusão da temática sobre a questão de gênero como obrigatória no currículo oficial da Rede Estadual de Ensino.
A Secretaria de Estado da Educação propôs em 2008, um currículo básico para as escolas da rede estadual nos níveis do Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio. Com isso pretendeu apoiar o trabalho realizado nas escolas e contribuir para a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos, com a garantia a todos de uma base comum de conhecimentos e de competências.
O currículo contempla algumas das principais características da sociedade do conhecimento e das pressões que a contemporaneidade exerce sobre os jovens cidadãos. A escola é definida como espaço de cultura, que tem por fim preparar os alunos para esse novo tempo, ao priorizar a leitura e escrita e a articulação de competências e de conteúdos disciplinares. O currículo volta-se para o desenvolvimento dos jovens que coincide com a construção da identidade, da autonomia e liberdade, do aprendizado do respeito as diferenças, as regras de convivência e em contrapartida evita que diferenças se constituam em fator de exclusão e desigualdade.
É neste sentido que as questões relativas as relações de gênero e os conhecimentos que buscam compreender as relações políticas, sociais, econômicas afetivas e sexuais entre as mulheres e homens está presente no currículo. A Secretaria de Estado da Educação vem realizando esforços consideráveis na inclusão desta temática como meio de proporcionar aos alunos a capacidade crítica para avaliar o presente e também dar passagem a uma sociedade mais justa e igualitária.
Na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias que compreende conteúdo das disciplinas de Filosofia, Sociologia, História e Geografia tem colocado em debate uma gama variada de questões sobre as relações de gênero corroborando o questionamento das dimensões éticas, culturais e políticas que envolvem o mundo contemporâneo.
Com vistas a garantir ao estudante condições de pensar criticamente a construção dos direitos do cidadão ao longo da história, a proposta curricular para a disciplina de História salienta a perspectiva de respeito às diferenças que caracterizam os indivíduos e os grupos integrantes da sociedade e recomenda-se a ênfase nas aulas das questões de alteridade que caracterizam a sociedade, incluindo as relações de gênero, a xenofobia e o racismo contemporâneo.
Os processos históricos de ampliação dos direitos e o questionamento das relações de poder estão presentes em vários momentos do processo de ensino, como na 7ª série/8º ano do Ensino Fundamental, no 1º bimestre os alunos desenvolvem a partir do estudo do Iluminismo e da Revolução Inglesa, bem como da divisão do trabalho a habilidade de identificar a partir do estudo sobre o trabalho infantil e o da mulher, as permanências e mudanças no processo histórico. Ainda na 7ª série/8º ano, no segundo bimestre a partir do estudo da Revolução Francesa são abordados os temas da igualdade jurídica, o sufrágio universal e os direitos humanos, questões atinentes ao exercício pleno da cidadania. Na 8ª série/9º ano, o estudo da redemocratização do Brasil no 4º bimestre permite a construção da habilidade de reconhecer os movimentos sociais, incluindo feminista para as conquistas sociais. Os movimentos sociais, incluindo o movimento feminista é retomado nesta disciplina no 3º ano do Ensino Médio.
No caso da disciplina de Sociologia está em questão a observação dos fenômenos sociais que permeiam o cotidiano com o objetivo de desenvolver um olhar sociológico que permita ao aluno compreender e se situar na sociedade em que vive. Assim, o currículo recomenda a ênfase na desnaturalização e estranhamento das relações sociais, a fim de recusar os argumentos naturalizantes utilizados pelo senso comum.
Nesta perspectiva, no primeiro ano do Ensino Médio a disciplina aborda a inserção dos indivíduos na cultura/sociedade e lança um olhar para a produção social da diferença, distanciando dos argumentos biologizantes que consideram as diferenças e desigualdade como as de gênero, cor/raça, geração como inatas e não enredadas em relações de poder e sistemas simbólicos meticulosos. Estes temas desenvolvidos ao longo dos três primeiros bimestres é retomado no quarto com a distinção entre diferença e desigualdade, assim estipula-se que os alunos devam compreender o que nos desiguala como processos de construção da etnia, classe social, gênero e geração. Uma habilidade envolvida é a compreensão da desigualdade na construção social dos gêneros.
No segundo ano do Ensino Médio, no terceiro bimestre o tema é a importância do trabalho na vida social brasileira, que trata de uma reflexão sobre as relações de trabalho, a divisão sexual e etária do trabalho, suas transformações, o emprego e desemprego na atualidade e suas características, incluindo o recorte de gênero.
No quarto bimestre, a ênfase recai sobre os significados da violência no Brasil. O currículo estipula que o professor aborde as múltiplas dimensões da violência simbólica, física e psicológicas a partir de uma abordagem das violências domésticas, sexuais e na escola.
No terceiro ano do Ensino Médio, o tema da cidadania ganha destaque e no que tange as relações de gênero no primeiro bimestre incide sobre a problematização da expansão da cidadania para grupos especiais como crianças, adolescentes, idosos e mulheres. No segundo bimestre, o conteúdo destaca a importância da participação política a partir dos estudos dos movimentos sociais negro, feminista, ambientalista e LGBT.
O objetivo é desenvolver o espírito crítico em relação à historicidade da condição feminina, estabelecer relações entre a luta feminina e a ampliação dos direitos civis e o significado do movimento feminista na luta pelos direitos das mulheres. Por fim, no quarto bimestre a disciplina aborda o que é não cidadania e as formas de desumanização e coisificação do outro, buscando desnaturalizar as concepções ou explicações dos fenômenos sociais.
O currículo de Ciências Humanas e suas Tecnologias recomenda fortemente a recusa de argumentos que naturalizam as relações sociais e que impedem de percebê-las como produtos da ação humana na história como a dominação masculina supostamente fundamentada em uma visão comum na superioridade biológica.
Na disciplina de Geografia desde as séries do Ensino Fundamental até o Ensino Médio permeia uma discussão sobre os posicionamentos das mulheres nas dinâmicas demográficas e sociais da sociedade brasileira. No terceiro bimestre do segundo ano do Ensino Médio esta temática retorna com o objetivo de analisar a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro, bem como os fenômenos atinentes a estrutura demográfica como a população, a circulação da riqueza, as taxas de natalidade e fecundidade, os índices de pobreza e exclusão com foco nas questões étnicas, de raça, gênero e geracionais.
Contribui igualmente para a inserção das relações de gênero nos conteúdos curriculares do Estado de São Paulo as reflexões da disciplina de Filosofia, que no terceiro bimestre do segundo ano do Ensino Médio aborda as reflexões filosóficas sobre diferenças e igualdades entre homens e mulheres, com ênfase nas dimensões políticas e éticas destas relações.
Por fim, destacamos que as relações de gênero não são domínio exclusivo das Ciências Humanas e suas Tecnologias, e encontra-se transversalizado em outros eixos curriculares como nas Ciências da Natureza e suas Tecnologias, sobretudo nas áreas de Ciências, Biologia e Educação em Saúde, onde ganha destaque os temas relativos à adolescência, à saúde e prevenção, sexualidade, gravidez na adolescência, gênero, direitos sexuais e reprodutivos, doenças sexualmente transmissíveis/HIV/HPV.
As relações de gênero também estão presentes no currículo de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. A disciplina de Educação Física explora as questões de gênero nas manifestações esportivas, buscando identificar as expectativas sociais de desempenho relacionadas ao gênero no esporte. Destaca-se esta ênfase na 6ª série/7º ano, na 7ª série/8º ano, bem como no Ensino Médio.
Na segunda série do Ensino Médio o tema do segundo bimestre relacionado à contemporaneidade trata as questões do corpo, cultura de movimento, diferença e preconceito, relacionando informações e conhecimentos sobre esporte e diferenças de gênero e de sexo às experiências do se-movimentar.
Na disciplina de Língua Portuguesa destaca-se o uso de materiais discursivos diversos que permitem um diálogo interdisciplinar sobre a construção social dos gêneros, bem como no ensino de Arte.
A Secretaria do Estado da Educação a fim de garantir a formação continuada dos docentes para a aplicação do currículo tem vertido esforços substanciais em capacitações, orientações técnicas, cursos por meio da Escola de Formação de Professores.
Além disso, a SEE participa ativamente das discussões pertinentes à educação e condição feminina em simpósios, seminários e grupos de trabalho organizados pelas áreas de conhecimento em colaboração com universidades e movimentos sociais. A Secretaria mantém a representação no Conselho Estadual da Condição Feminina do Estado de São Paulo criado pela Lei Estadual nº 5.447, de 19 de dezembro de 1986, com a finalidade de apresentar um diagnóstico sobre a situação da mulher no Estado e propor a elaboração de uma política global de enfrentamento às causas que excluem a mulher exercício de sua cidadania.
Os conteúdos dispostos no Currículo de Sociologia, no 4º bimestre da 1ª série do Ensino Médio a temática é trabalhada na perspectiva das diferenças entre os seres humanos. O debate contribui para a percepção por parte dos alunos, que a desigualdade social está atrelada ao preconceito de cor e gênero, sendo abordado nos seguintes tópicos: - O que nos desiguala como humanos? Conteúdo simbólico dos relacionamentos sociais: Da diferença à desigualdade: comparação entre os dois conceitos: Etnias, classes sociais, gêneros e gerações.
Ao abordar a questão do trabalho na sociedade, nos conteúdos do 3º bimestre da 2ª série do Ensino Médio, o currículo d Estado de São Paulo propõe ao professor que trabalhe os seguintes tópicos:- Divisão Social do Trabalho. Divisão sexual e etária do Trabalho. Transformações no mundo do trabalho. Neste momento o professor tem oportunidade de abordar a inserção da mulher no mercado de trabalho, bem como as mudanças ocorridas no perfil de profissões que anteriormente eram majoritariamente ocupadas por homens, e hoje passam a ser ocupadas por mulheres, e vice-versa, desnaturalizando assim, percepções de superioridade biológica do sexo masculino arraigadas no senso comum da sociedade.
A questão dos Direitos das Mulheres é abordada na temática da violência, tratando da problemática da violência contra a mulher na sociedade, bem como, as legislações que asseguram as punições para os agentes causadores. Os conteúdos são do 4º bimestre da segunda série do Ensino Médio, com os seguintes destaques:- O aluno em meio aos significados da violência no Brasil, O que é violência, Violências simbólicas, físicas e psicológicas. Diferentes formas de violência: Doméstica, sexual e na escola. Razões para a violência.    
No segundo bimestre da terceira série do Ensino Médio, com debate sobre a importância do movimento feminista (entre outros movimentos sociais) na conquista dos direitos, fazendo a discussão sobre a importância da participação política para a construção da cidadania, com os seguintes tópicos:- Qual a importância da participação política? Formas de participação popular na história do Brasil. Movimentos sociais contemporâneos: Movimento operário e sindical, Movimentos populares urbanos, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – “Novos” movimentos sociais: negro, feminista, ambientalista, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). A cidade como lugar de contradições e conflitos. Associativismo e democracia. O direito à cidade.
O Currículo do Estado de São Paulo apresenta em seu material de apoio para a disciplina de Sociologia, cadernos do aluno e cadernos do professor, diversas propostas situações de aprendizagem para os alunos: com textos, gráficos e tabelas com informações sobre as desigualdades de gênero, cronologia sobre dos direitos civis e políticos das mulheres no Brasil, história dos movimentos sociais feministas (entre outros), biografia de lideranças feministas como: Leolinda Daltro e Bertha Lutz, sugestões de filmes, sites, entre outras atividades referentes aos temas elencados pelo documento para o trabalho em sala de aula.
Destacamos ainda que ao tratarmos do tema Direitos da Mulher, contemplamos o regimento interno Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), criado em 1985, vinculado ao Ministério da Justiça, para promover políticas que visam eliminar a discriminação contra a mulher e assegurar sua participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do país. Assim, ao debater e compreender este tema, os discentes poderão elaborar argumentos consistentes e intervir com conhecimento de causa sobre a condição das mulheres na sociedade. Bem como, considerar as semelhanças e diferenças entre homens e mulheres diante da diversidade sociocultural, contribuindo então para a inclusão social.
Vale ressaltar também que, dentro as ações da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo são realizadas orientações técnicas de cunho pedagógico ao educadores de sua rede, e neste sentido a Equipe Curricular de Sociologia realizou em 19 e 20 de junho deste ano a OT “Marcadores Sociais da Diferença: Gênero”. A orientação teve como público alvo os professores formadores que são os PCNP (Professores Coordenadores de Núcleo Pedagógico), sendo esses responsáveis em disseminar e subsidiar todos os educadores envolvidos no ensino formal, desde professores específicos de cada disciplina, até o corpo gestor, para trabalhar a questão de gênero no espaço escolar.
No que concerne à disciplina Filosofia, o Currículo Oficial do Estado de São Paulo apresenta no terceiro bimestre da segunda série do Ensino Médio, o tema homens e mulheres. Neste, o foco do processo de ensino e aprendizagem direciona para o desenvolvimento de competências e de habilidades. Estas são: identificação e críticas às práticas de humilhação social, construção de argumentação crítica sobre as relações sociais de discriminação e preconceitos, a análise das condições dos seres humanos a partir de reflexões filosóficas sobre diferenças e igualdades entre homens e mulheres, identificação e questionamento da distribuição da população em idade ativa, segundo sexo e ocupação, entre outras.
As competências são: utilizar os conhecimentos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia, favorecendo uma atuação consciente do indivíduo na sociedade, compreender pontos de vista expressos em diferentes aspectos das culturas, entre outros. Deste modo, ambos consolidam o aprender a pensar, o saber fazer, o saber conhecer, o saber respeitar e conviver com as diferenças e praticar a cidadania.
Os Cadernos de Filosofia do aluno e do professor, na segunda série do Ensino Médio, do terceiro bimestre traz uma situação de aprendizagem que aborda os Direitos da Mulher a partir de três temas, a saber: filosofia feminista, gênero e emancipação, refletem sobre o papel da mulher e da cidadã, não a partir da natureza biológica de homens e de mulheres e das práticas obrigatoriamente heterossexuais, mas sim, da teoria cultural dos corpos e do gênero. Assim, por meio das reflexões, debates, exercícios e atividades em sala de aula, o docente conduz seus alunos a se posicionarem diante da construção dos papéis sociais de homens e mulheres, ou seja, que não é natural, não existindo, portanto, uma essência feminina e masculina.
A discussão de gênero constitui um tema complexo que abraça, ao mesmo tempo, a adesão a valores, a aquisição de conhecimentos e a aprendizagem de práticas cotidianas. Para alcançar este objetivo o Currículo de Geografia do Estado de São Paulo trabalha, por exemplo, com os seguintes conteúdos e habilidades: 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental – Conteúdo: Geografia das populações (3º bimestre)-Habilidade: Relacionar situações da vida cotidiana a preconceitos étnicos, culturais, religiosos e de qualquer outra natureza. 2ª série do Ensino Médio – Conteúdo: Dinâmicas Sociais (3º bimestre) –Habilidades: Analisar a situação das famílias brasileiras com relação à distribuição de renda e inserção no mercado de trabalho formal. Analisar a situação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro.
O debate sobre a questão das relações de gênero é de extrema importância, pois desenvolve o posicionamento crítico do aluno frente ao tema. Nesse sentido, esclarecemos que com a finalidade de garantir uma base comum de conhecimento e competências às escolas da rede pública do estado de São Paulo e enfrentar os desafios sociais, culturais e profissionais da contemporaneidade, em 2008, foi apresentado o Currículo do Estado de São Paulo – Ciências Humanas.
Ressaltando a compreensão da cidadania como participação social e política como algo imprescindível, busca-se “despertar a consciência em relação ao de direitos e deveres políticos, civis e sociais” (Currículo do Estado de São Paulo-Ciências Humanas e suas Tecnologias, 2010, P-30), adotando no “dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito” (Idem P-30).
As questões de alteridade são abordadas durante a proposta curricular de história com a finalidade de desenvolver a consciência de que a convivência social deve se basear no respeito aos indivíduos e aos grupos que compõe a sociedade. Dentre as diversas situações históricas, as questões da sexualidade e das relações de gênero estão entre os temas propostos (idem P-31).
São sugeridas para cada série, disciplina e bimestre, uma relação de conteúdos e habilidades que visam trabalhar e desmistificar as relações de poder entre os sexos, como situação de aprendizagem “os limites da democracia grega: mulheres, escravos e estrangeiros os excluídos do regime democrático” (Caderno do professor, 2013, P-26). Esta tem como objetivo, trabalhar com as formas de exclusão social da democracia ateniense, permitindo que os alunos tenham a oportunidade de estabelecer um análogo com o mundo contemporâneo, numa rica experiência comparativa. Destacamos que muitas habilidades com o comprometimento de discutir a questão de gênero são propostas dentro do currículo, são elas: Reconhecer que as relações de dominação, subordinação e resistência fazem parte da construção das instituições políticas, sociais e econômicas; Caracterizar as lutas sociais em defesa da cidadania e democracia, em diferentes momentos históricos; Identificar os significados das relações de poder na sociedade. A partir do estudo sobre o trabalho infantil e o da mulher, as permanências na dinâmica do processo histórico.
Entretanto, é preciso entender que a Proposta Curricular de História visa abranger o papel da mulher na sociedade dentro do processo histórico e que o professor deve ter a percepção de que as questões estão dentro de um contexto histórico e não fora deles.
Por fim, lembremos também da existência dos Temas Transversais propostos pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que tem por objetivo trazer a tona demandas sociais que permitam a construção de uma cidadania plena. Eles são “questões sociais consideradas relevantes”, “problemáticas sociais atuais e urgentes, consideradas de abrangência nacional e até mesmo de caráter universal” (1997, p-64). Sendo assim, é totalmente possível, que a valorização dos bens públicos seja debatida no cerne das disciplinas, garantindo também, que o tema não tenha sua apreciação por apenas uma área do conhecimento.
As questões de sexualidade, incluindo as de gênero, integram o tema Saúde que, por sua vez, constitui um dos eixos temáticos do Currículo Oficial do Estado de São Paulo. Dessa forma, referenciados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, os currículos de Ciências e de Biologia orientam os professores para a abordagem dessas questões no ensino fundamental e médio de modo a considerar aspectos que vão além dos fisiológicos e de mera informação. Além disso, dada a natureza transversal, outras disciplinas e áreas do conhecimento abordam o assunto, conferindo uma visão abrangente em relação à saúde humana que se reflete no cuidado individual, na saúde coletiva e ambiental.
No que se refere especificamente à Ciências e Biologia, os educadores de todas as Diretorias de Ensino são orientados a abordar as questões de gênero sob a perspectiva dos direitos humanos e da diminuição da vulnerabilidade de nosso alunado. Assim, considera-se o indivíduo, no seu percurso da adolescência, tendo em vista a formação integral cidadã de alunos e de alunas da rede estadual de ensino.
Dentre as principais questões de saúde, que envolvem sobretudo o gênero feminino, a saúde sexual e reprodutiva, é assunto presente na sala de aula, abordado em oficinas para alunas e alunos, considerando os aspectos característicos da adolescência e a diminuição da vulnerabilidade. Trabalhando no âmbito da prevenção, a escola volta-se para a qualificação da informação e para o desenvolvimento e fortalecimento de valores e atitudes voltadas para o auto-cuidado e auto estima, o respeito mútuo e valorização das diferenças.
Nesse sentido, os educadores são orientados para o uso de materiais diversificados, como jogos, livros paradidáticos e vídeos, que integram o acervo das escolas. Do mesmo modo e de forma articulada à programação curricular, as escolas desenvolvem ações como o Projeto Prevenção também se Ensina, que também apresenta aos educadores Kit de materiais didáticos e pedagógicos que contemplam dentre outras, as questões de gênero.
Com a finalidade de contribuir para o trabalho pedagógico que o professor vem realizando na escola, dentre as orientações técnicas aos educadores em geral, destacamos a realização da videoconferência Diversidade: Uma Perspectiva da Interdisciplinaridade, realizada em 14 de junho de 2011. Com o objetivo de ampliar o debate sobre a diversidade por meio de um olhar interdisciplinar e promovera reflexão sobre a temática na escola, esta videoconferência está disponível na Rede do Saber http:www.rededosaber.sp.gov.br/portais/ . Nessa oportunidade a construção de gênero foi abordada, incentivando uma reflexão junto a professores de diferentes disciplinas que participaram em momento de interação.
Chamamos a atenção para o fato de que esta videoconferência reuniu profissionais de diferentes disciplinas, voltada para Supervisores, Professores Coordenadores de Ciências, Biologia, Filosofia, Gestores Regionais do Sistema de Proteção Escolar, Coordenadores Regionais do Programa de “Prevenção também se Ensina” e “Comunidade Presente”.
Considerando-se que o espaço escolar reflete, direta ou indiretamente, situações que emergem dos diferentes contextos, destacamos a importância da escola como ambiente privilegiado de formação integral e de desenvolvimento de atitudes e valores junto a crianças e adolescentes.
Deste modo, incorporamos ao acima exposto as ações desenvolvidas pelo Sistema de Proteção Escolar, que por meio dos Gestores Regionais da Supervisão de Proteção Escolar e Cidadania, e pela presença de Professores Mediadores, podem contribuir para os encaminhamentos adequados nas situações que envolvam discriminação sexual ou identidade de gênero nas unidades escolares.
A presente indicação não deve prosperar.
G.S., em 24 de setembro de 2013

Assinado no original
HERMAN JACOBUS CORNELIS VOORWALD
Secretário da Educação


3-NOSSA LUTA VAI  CONTINUAR!

Pelo caráter conservador dos governantes do Estado de São Paulo, muitas iniciativas ficam engavetadas, mesmo diante de iniciativas em outras regiões do país, a exemplo do que foi aprovado no Distrito Federal em 2013.
Na revista Mátria, da confederação Nacional dos trabalhadores em Educação – CNTE, de 8 de março de 2013, foi publicada importante matéria com a seguinte manchete :“Igualdade de gênero agora é matéria oficial” .Os alunos do Distrito federal terão mais uma disciplina no currículo, uma vez que  todas as manifestações ligadas a  vida da mulher como a violência, o preconceito  e a discriminação serão estudados  durante o ano letivo. É uma decisão fundamental e certamente vai influenciar nos demais estados que relutam na inclusão desta temática no currículo escolar brasileiro.
No distrito federal o índice de violência é altíssimo em relação a mulher e essa aprovação será um marco definitivo  nessas relações violentas, que vitimizam as mulheres pelo nosso país.
Iniciativas pioneiras  como a apresentada  pela professora Nayara Navarro  no Estado de São  Paulo vai levar obrigatoriamente  a discussão no interior do movimento organizado, nas salas de aula e em todos os espaços, de caráter específico ou interdisciplinar rumo ao processo de igualdade das mulheres  na construção de um mundo novo e libertário. Nesse contexto da luta pela  implementação da temática de gênero, transcrevo a nota da Sociedade Brasileira de Sociologia   que  de forma concisa  fundamenta a necessidade deste debate: “NOTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE SOCIOLOGIA SOBRE A SUPRESSÃO DO ENSINO DE QUESTÕES DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS
A Sociedade Brasileira de Sociologia considera preocupante a supressão dos temas das relações de gênero e orientação sexual dos planos de educação nacional, estaduais e municipais. Sem formação sobre eles, os estudantes não terão acesso a conceitos e vocabulário fundamentais para a vida na sociedade contemporânea, marcada pela luta por igualdade entre homens e mulheres e o enriquecedor contato com as diferenças sexuais e de gênero. As discussões sobre gênero e orientação sexual favorecem a compreensão de direitos fundamentais e oferecem embasamento para que pessoas recusem e se protejam do preconceito e da discriminação, contribuindo assim para a construção de uma sociedade mais justa. A exclusão de conteúdos educacionais sobre gênero e sexualidade fere valores republicanos como direito à informação e livre expressão do pensamento, impedindo que que os jovens reflitam sobre desigualdades históricas e possam participar de modo qualificado do aprimoramento da democracia brasileira.
A oposição sistemática e autoritária de alguns ao que chamam de “ideologia de gênero” revela desconhecimento da consolidada produção científica nacional e internacional na área dos estudos de gênero e sexualidade. Gênero é uma categoria analítica que permite compreender e criticar desigualdades históricas entre homens e mulheres, assim como os processos discriminatórios que impedem a livre transitividade de gênero levando pessoas ‘trans’ a uma injusta e inaceitável subcidadania. As investigações sociológicas sobre sexualidade permitiram a compreensão de formas institucionais e cotidianas de discriminação e violência contra homossexuais, o que tem contribuído para a formulação de políticas públicas que visem garantir a esses sujeitos seus direitos humanos.
Impedir o acesso de alunas e alunos às teorias e pesquisas contemporâneas sobre gênero e orientação sexual e a propalada defesa da família proposta por segmentos de grupos de religiosos constitui indisfarçável ato obscurantista de censura ao acesso a informações de indiscutível validade científica. Cabe ressaltar que religiosos, das mais variadas crenças, tem se revoltado contra discriminações e desigualdades baseadas no gênero e na orientação sexual e não apoiam a restrição à propagação de conhecimentos sobre a temática.
Vedar a possibilidade de aprendizado sobre conhecimentos largamente comprovados na ciência contemporânea é uma medida obscurantista, incompatível com objetivos educacionais do país estabelecidos no próprio Plano Nacional de Educação (PNE), projeto de lei que define diretrizes e metas para a educação até 2020, dentre os quais destacamos: superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação; promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país; promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental. Por essas razões, a Sociedade Brasileira de Sociologia vem a público expressar seu repúdio à supressão da menção às questões de gênero e orientação sexual no referido Plano, bem como a outras iniciativas similares que vem sendo tomadas em unidades da federação brasileira”.  (Sociedade Brasileira de Sociologia.Porto Alegre, 19 de junho de 2015)

Não podemos desistir de perseguir nossos sonhos e de ver no currículo brasileiro a temática dos direitos da mulher e de gênero, assim como outras temáticas que são condutoras de  violência e morte precoce da  humanidade.
Esperamos que os sindicatos e entidades de classe apoiem essa iniciativa e que a decisão de Brasília impulsionem novas possibilidades animadoras de nossas lutas cotidianas.
Entendemos que devemos pautar esse debate em encontros estaduais, através dos setores organizados e comprometidos com as causas de libertação da nossa classe, e que procuremos os secretários estaduais de educação, os Conselhos estaduais de educação para esclarecer sobre  a intencionalidade  de tal propósito e da necessidade concreta de uma implementação educacional, como única forma de superação das mazelas culturais e econômicas que escravizam  e  condenam historicamente as mulheres a uma matança sem fim.

O desafio está lançado e é papel de mulheres e homens comprometidos com essas causas, muito cara ao processo de libertação de gênero e de classe.

Aldo Santos- Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil, membro da executiva nacional da intersindical.