sábado, 5 de janeiro de 2019

Avança a Organização dos Professores/as de Filosofia no Brasil


ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS DO BRASIL-APROFFIB

Organize uma coordenação local da APROFFIB em seu Estado, Município ou Região.
Instruções:
Parágrafo único do artigo 1º.

 Parágrafo único: A APROFFIB contará com coordenações locais que terão por finalidade congregar os associados de um mesmo Estado, município ou conjunto de municípios.

Art. 2. Constituem finalidades de Associação:
a)Promover atividade de formação, educação, palestras, seminários, encontros e Congressos, de promoção geral, de caráter filosófico, onde e quando se fizer necessário;
b)Promover, apoiar e incentivar todas as formas de manifestação cultural, social, política, econômica, educativa, formativa e associativa;
c)Incentivar comportamentos de participação, organização e solidariedade, criando ou estimulando, para esse fim, atividade sistemáticas e assistemáticas no campo formativo, educacional, político, econômico, filosófico, social, promocional e cultural;
d)Criar, aperfeiçoar e transmitir uma metodologia que viabilize os seus objetivos, assim como divulgar pesquisas, estudos, cursos, seminários, debates, experiências educativas e de avaliação;
e)Representar os educadores e profissionais da educação da rede pública e privada do ensino fundamental, médio e superior, com finalidade formativa e informativa, bem pleitear junto aos órgãos governamentais e privados os interesses materiais e imateriais dos professores e filosofia, e filósofos do BRASIL.
Parágrafo único. Para a consecução dos seus objetivos e finalidades, a Associação poderá: Desenvolver atividades, onde e quando julgar necessário; manter convênio e/ou associar-se a entidades similares ou da mesma natureza, a entidades de apoio ajuda e solidariedade; divulgar e promover suas atividades e finalidades, através da constituição de um órgão de imprensa ou de outras formas que julgar conveniente; e prestar auxílio material a entidade ou associações, bem como ceder dependência para suas ATIVIDADES;

Art. 9. São os órgãos constituídos da Associação:

a) Assembleia Geral;

b) Diretoria Executiva Nacional;

c) Coordenações locais

CAPITULO lV-

DAS COORDENAÇÕES LOCAIS

Art.24. Compete a Diretoria da Coordenação local:

a) Reunir-se pelo menos uma vez ao mês;
b) Encaminhar as resoluções de congressos, encontros  e diretrizes  das instâncias superiores da nossa entidade;
c) Não poderá existir  em um município mais que uma coordenação  local e o reconhecimento da mesma deve ser solicitado junto a Diretoria Executiva Nacional que pode opinar  pelo deferimento ou não da existência da mesma.
d) As finanças serão centralizadas, porém, as filiações  realizadas  junto as coordenação local, a mesma deve encaminhar 50% do valor total, acompanhado de um demonstrativo sumário.
e) São membros da diretoria da Coordenação local: Pode ser os mesmos cargos atribuições  da executiva nacional, com a denominação de diretor, secretário, tesoureiro e outros previstos
f) O mandato será de dois anos e poderá ocorrer a eleição de acordo com a organização e funcionalidade das respectivas coordenações.

 Obs. Abaixo encaminhamos o estatuto para dirimir eventuais dúvidas. O formato organizativo deve ter como referência o que consta no estatuto da entidade.

A reunião da Diretoria da APROFFIB acontece todo segundo sábado de cada mês, das 8 às 10 horas, Rua Gravi, 60, na Casa da Solidariedade, Praça da Árvore, Capital.

São Paulo, Janeiro de 2019.

Diretoria da Aproffib:

Aldo Santos - Presidente

Marcos da Silva e Silva-Vice - Presidente

Cristiano Leme - Secretário

Alan Aparecido Gonçalves-Tesoureiro

Tiago Rosa de Jesus Silva - Diretor de Comunicação

Valmir João Schmitt - Diretor articulador das Coordenações de base

Gentil Martins dos Santos - Diretor de Relações Sociais, sindicais e  institucional

Suplentes:

José Mário de Freitas Medina Leal

Lúcia Aparecida Denardi

José Carlos Costa Hashimoto

Eulisses Gomes Bueno

Jerry Adriano Villanova Chacon

Contatos:
https://www.facebook.com/aproffib/
https://www.facebook.com/groups/aproffib/?source_id=1465042987147779
http://aproffib.org/
whatsapp:11.982505385- Aldo Santos


quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

A extrema direita governa o Brasil

  O livro de Leandro Konder, “Introdução ao Fascismo”, publicado pela editora Expressão Popular, segunda edição de 2009, é um importante referencial para caracterizar o momento político em que estamos vivendo, com a eleição de um presidente defensor de “bravatas infindáveis”. O livro estabelece uma diferença entre momentos históricos e busca precisar ao termo fascismo e seu conteúdo programático e pragmático. Além de fazer importantes observações sobre o rigor cientifico necessário às caracterizações múltiplas, o autor afirma que “Nem todo movimento reacionário é fascista”. (p.15).
          Afirmar ainda que “A história da humanidade registra episódios de extrema crueldade em momentos de tirania, nem por isso tem sentido sustentar que na antiga Esparta havia um estado fascista; nem classifica Nero, em Roma, de Fascista”. (p.15).  Além de outros exemplos citados pelo autor, ele reconhece que Mussolini e Hitler marcaram o século XX com uma nova concepção de direita no cenário Internacional da política. Define ainda que “direita é um gênero e o fascismo uma espécie” (p. 28).

          Diferentemente de algo sem consistência, os defensores do fascismo vão estudar o comportamento da direita e da esquerda e vão beber na fonte do marxismo para tentar entender o comportamento do operariado e o que defendiam os socialistas. Procuram compreender o conceito da luta de classe e se apropriam de conceitos   a serviço dos propósitos dos mentores do fascismo e do nazismo. Literalmente o autor afirma que foram buscar no campo do inimigo a fundamentação necessária para a elaboração do corpo teórico e pragmático do fascismo, com a ajuda inclusive de “alguns desertores do movimento socialista” (p. 31).

          “Mussolini, entretanto, transformou a teoria marxista da unidade da teoria e da prática numa identidade de teoria e prática. A teoria perdeu a capacidade de ‘criticar’ a prática: cortaram-lhe as asas”. “Assim como Mussolini utilizou a concepção de Itália proletária de Corradini, Hitler se apoiou nos escritos de um nacionalista de direita, Arthur Moeller van den Bruk, que, num livro publicado em 1923, O Terceiro Reich, que mais tarde viria a dar seu nome ao regime hitleriano” (p. 36).

          "O tema das origens do fascismo é excepcionalmente amplo.Alguns autores vão buscar precursores do movimento fascista e da sua ideologia no Renascimento (em Maquiavel!), outros  na Idade Média e outros até na antiguidade (Karl Popper chega a incriminar Platão!)" (p.59).
“Não é casual, aliás que o primeiro movimento político fascista significativo, que não surgiu na Itália nem na Alemanha, e sim na França”, que enfrentando contradições internas e na prática acabou não prosperando como aconteceu em outros países.
        
          Mussolini lança o termo fascismo, que vem de fáscio, etimologicamente possui o significado de “feixe”, que representava o poder do imperador romano sobre todas as regiões e povos sob o seu domínio. No tocante a caracterização da composição do fascismo a polêmica é grande e vários teóricos vão se manifestar sobre esta temática. Gramsci vai afirmar que “O fato característico do fascismo consiste em ter constituído uma organização de massa da pequeno-burguesa; é a primeira vez na história que isso se verifica”.

          Após avaliar sob vários ângulos as produções teóricas acerca do conteúdo e conceito de fascismo, o Escritor vai defini-lo como: “O fascismo é uma tendência que surge na fase imperialista do capitalismo, que procura se fortalecer nas condições de implantação do capitalismo monopolista de Estado, exprimindo-se através de uma política favorável à crescente concentração do capital: é um movimento político de conteúdo social conservador, que se disfarça sob uma máscara  “modernizadora”, guiado pela ideologia de um pragmatismo radical, servindo-se de mitos irracionalistas e conciliando-os com procedimentos racionalistas-formais de tipo manipulatório. O fascismo é um movimento chauvinista, antiliberal, antidemocrático, antissocialista, antioperário. Seu crescimento num país pressupõe condições históricas especiais, pressupõe uma preparação reacionária que tenha sido capaz de minar as bases das forças potencialmente antifascista, enfraquecendo-lhes a influência junto às massas; e pressupõe também as condições da chamada sociedade de massas de consumo dirigido, bem como a existência nele de um certo nível de fusão do capital bancário com o capital industrial, isto é, a existência do capital financeiro” (p. 53).

   Segundo notas do autor, em 1930 existia apenas um país socialista no mundo e muitos imaginavam que o mesmo em pouco tempo seria banido do planeta. Hoje a influência socialista é ampla, ainda que conviva com inúmeras contradições internas. Ao final, o autor conclui o livro afirmando que:   ”As circunstâncias exigem dos fascistas que eles sejam mais prudentes e mais discretos do que desejariam. Pragmaticamente, adaptam-se às exigências dos novos tempos. Mas continuam a trabalhar, infatigavelmente, preparando-se para os tempos melhores, que lhes permitam maior desenvoltura”.
        
          Tal como no conto “A colônia penal”, de Franz Kafka, O comandante da colônia, que tinha instalado nela um regime de tipo fascista, morrera e fora enterrado nos fundos de uma taverna, embaixo de uma mesa. Com sua morte, o fascismo tinha sofrido uma grave derrota, na penitenciária. Mas sobre o túmulo foi colocada uma lápide com a seguinte inscrição: “Aqui jaz o antigo comandante. Seus adeptos, cujos nomes por ora devem permanecer secretos, dedicaram-lhe esta pedra tumular. Dentro de alguns anos, quando seus adeptos forem mais numerosos, ele voltará a se erguer e reconquistará a colônia. Tende fé e esperai”. (p.178-179).

          Mesmo diante de inúmeras caracterizações pelos mais variados teóricos sobre o tema, somos muitas vezes levados a firmar posição, mesmo diante de contradições expressas nos conteúdos e nas afirmativas. Via de regra, os posicionamentos do governo que ora se forma nesse período de transição fazem menção a inúmeras variantes que se identificam como possibilidades, porém, no conjunto da obra, estamos diante da atuação da extrema direita no poder, com viés fascista, sem que isso caracterize fidedignamente uma postura  nazista ou fascista propriamente.

          Na prática existe um movimento mundial de caráter conservador, a combinação do esgotamento de um modelo idealizado do esperançar petista, um sentimento de banir a corrupção da vida política mesmo frente às contradições internas com a anúncio dos novos ministros do candidato eleito e a necessidade  da burguesia a da classe média ampliar seu poder de acúmulo de capital e consumo, hipocritamente exigindo uma nova base moral diferente da que hoje existe. A somatória do conjunto dos elementos que oxigenaram e sedimentaram o golpe político num espectro amplo da extrema direita, com o impedimento de Dilma e Lula, viabilizou, portanto, a candidatura de Bolsonaro/Mourão, mesmo diante de amplos setores da sociedade que não votaram, anularam o voto ou votaram no candidato da centro-esquerda. Pode-se avançar para um governo fascista, mas dificilmente conseguirá esta façanha e o papel dos contribuintes e militantes conscientes é começar já campanha pelo “fora governo Bolsonaro”, até por que o mesmo foi eleito tendo como impulsionador as ferramentas de perfis falsos e investimentos duvidosos, além da base programática reacionária e  antipopular por excelência.

Aldo Santos – Ex-vereador em SBCampo, membro da diretoria da aproffesp e presidente da aproffib. 29/11/18

Hospício é Deus

HOSPÍCIO É DEUS

 Aldo  Mundo  02/01/2019 

Por ocasião do meu aniversário, ganhei  da professora  e escritora Elaine Rhiannon e das educadoras (Soninha, Abigail, Maria Irene e Verinha) os livros HOSPÍCIO É DEUS   e  O sofredor do ver, da escritora Maura Lopes Cançado,  da Autentica  editora, de 2016.
O livro HOSPÍCIO É DEUS - (Diário I) é um diário com narrativas fortes de um mundo emblemático com as contradições inerentes à vida humana, nas suas grandezas e fragilidades.
Reynaldo Jardim escreve na contracapa: ”Este é um livro perigoso, feito para comprometer irremediavelmente sua consciência. A tranquilidade dos que se julgam impunes e lúcidos, dos que ainda não sabem, porque ainda não olharam para dentro de si mesmos, que Deus também pode ser o inferno, ou o Hospício.”
Segundo a própria autora: “...Eu ousaria afirmar, para  não desapontar os neuróticos e psiquiatras, que adquiri uma nova neurose: a neurose  da neurose. Não suporto a fraqueza, não tenho tempo a perder. Busco fortalecer a cada instante minha vontade e não estou atrás de onde repousar a cabeça. Descobri também que, apesar da aparência contrária, fui sempre forte.”
Está polêmica autora, Maura Lopes Cançado, nasceu em 27 de janeiro de 1929, em Abaeté, cidade do interior de Minas Gerais. Reconhecida como uma grande  revelação na literatura brasileira com mais  capilaridade nos dias atuais, dada a importância do conteúdo filosófico, psicológico e literário  dos seus relatos vividos. O Hospício é Deus foi escrito em  1965 e   O sofredor do ver em 1968.
Em 1974 foi interditada pela justiça, após cometer crime numa clinica psiquiátrica, vindo a morrer  em 19 de dezembro de 1993 no Rio de Janeiro.
Uma leitura que denuncia a situação  do cotidiano dos hospitais psiquiátricos a partir de uma paciente que retrata a realidade observada e vivida nestes hospícios em meados do século passado.
Agradeço os presentes  que  certamente serão úteis nas minhas reflexões sobre a vida e a não vida vivida em muitos nosocômios por este mundo afora.
Não tire conclusão precipitada sem antes ler o inteiro teor do livro.
Aldo Santos- Professor de Filosofia no Cursinho Passo a Frente, membro da diretoria da  APROFFESP, presidente da APROFFIB, militante sindical e partidário.