sexta-feira, 27 de julho de 2018

FILOSOFIA QUE TE QUERO VIVA!




A editora Expressão Popular publicou em junho de 2016 importante livro contendo reflexões filosóficas das seguintes personalidades: Pepe Mujica, Papa Francisco, Hugo Chávez e Angela Davis. A apresentação, subscrita por Miguel Enrique Stédile, se inicia com a definição da palavra Utopia, fazendo referência ao livro de Thomas More (1478 -1535), onde expõe relatos de uma suposta ilha denominada Utopia. O autor recorre ao grego para definir a palavra que significa “não lugar”, algo imaginário que não existe.
O escritor uruguaio, Eduardo Galeano, afirma que “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos e ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso para que eu não deixe de caminhar.” Ou seja, algo dinâmico que motiva a caminhar sempre à procura de algo novo ou diferente.
Contraditoriamente, os testemunhos reunidos nesta coletânea da Expressão Popular não enxergam a Utopia como “algo distante ou inalcançável.” Neste sentido, estes personagens são portadores de ações práticas que buscam colocar na ordem do dia a sociedade almejada, pois a mesma representa anseios concretos e urgentes de mudanças efetivas em curto, médio e longo prazos.
Estamos falando de lideranças Americanas que enxergam e fazem leituras a partir dos espoliados do sistema capitalista, no combate efetivo ao histórico colonizador, e de uma personagem afro-americana que enfrentou todo tipo de opressão e vem vencendo de cabeça erguida.
Mujica nasceu em Montevidéu, em 1935, começando sua militância na juventude, participou da luta armada sendo preso várias vezes e chegou à presidência do Uruguai para um mandato de 2010 a 2015, marcado de importantes conquistas. Durante este período manteve sua vida simples desapegada do capital, recebendo apenas 10% do salário, doando o restante às entidades sociais. No mandato, desenvolveu ainda mais sua preocupação latino-americana e pelo direito da pessoa humana.
Hugo Chávez, nascido em 1954, tem uma vida toda devotada à militância política e a carreira militar, faz forte chamado aos jovens, dizendo que para transformar o mundo a juventude precisa, dentre outras coisas, estudar muito e sempre. Em 1998, foi eleito presidente da Venezuela criando as missões de caráter social, bem como a integração latino-americana. Dedicou-se à criação da Alternativa Bolivariana das Américas, forte combate ao imperialismo americano, vindo a falecer em 5 de março de 2013, vítima de um câncer.
Em 1936, nasce, na Argentina, Mario Bergoglio que na adolescência faz opção pela vida religiosa. Foi Arcebispo de Buenos Aires e, em 2013, é escolhido Papa, adotando o nome Francisco em homenagem a Francisco de Assis. Tem feito de certa forma, o contraponto à tradição do Vaticano e tem forte compromisso com as causas sociais e suas transformações.
Angela Davis nasceu em 1955, no Alabama, participou do partido comunista dos Estados Unidos e foi dirigente dos Panteras Negras. Sua luta contra o racismo levou-a à prisão em 1971, além de ser crítica contundente do sistema penitenciário, tem se notabilizado pela defesa dos direitos humanos e civis. Brilhante intelectual e autora de vários livros, dentre eles, “Mulheres, raça e classe”.
Podemos concluir que estes personagens são testemunhas de uma nova utopia com dedicação e compromisso efetivo com as transformações sociais na luta incessante por um mundo com homens e mulheres novos e humanizados (as).
Os textos escolhidos pela editora são riquíssimos em reflexões consistentes na urgência da construção de novos paradigmas socialistas, revolucionários e libertários.
Além de citar vários tópicos em sua palestra realizada na Universidade Estadual do Rio de janeiro, em 26 de agosto de 2015, Mujica vai afirmar que “Não há nada mais lindo do que a vida, mas é preciso defendê-la pela liberdade. E não deixe que te roubem a liberdade. A liberdade não se vende: a liberdade se ganha, e se ganha fazendo algo pelos demais, sem mandar a conta. Isso se chama solidariedade.” E conclui este pensamento afirmando que “sem solidariedade, não há civilização” (p.13-14).
Em discurso durante o II Encontro dos Movimentos Populares na Bolívia, em 9 de junho de 2015, com o tema: queremos uma mudança real das estruturas, num tom de reconhecimento dos erros da igreja ao longo dos séculos e de autocrítica efetiva, o papa Francisco afirmou que: “Qualquer ato de envergadura realizado numa parte do planeta repercute-se no todo em termos econômico, ecológicos, sociais e culturais. Até o crime e a violência se globalizaram. Por isso, nenhum governo pode atuar à margem de uma responsabilidade comum. Se queremos realmente uma mudança positiva, temos de assumir humildemente a nossa interdependência. Mas interação não é sinônimo de imposição, não é subordinação de uns em função dos interesses dos outros. O colonialismo, novo e velho, que se reduz os países pobres a meros fornecedores de matérias-primas e mão de obra barata, gera violência, miséria, emigrações forçadas e todos os tipos de males que veem juntos...precisamente porque, ao pôr a periferia em função do centro, nega-lhes o direito a um desenvolvimento integral. E isso, irmãos e irmãs, é desigualdade, e a desigualdade gera violência que nenhum recurso policial, militar ou dos serviços secretos será capar de deter. Digamos, assim, NÃO às e novas formas de colonialismo. Digamos SIM ao encontro entre povos e culturas. Bem- aventurados os que trabalham pela Paz” (p.46).
Já, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, no programa número 268, Alô Presidente, de 26 de fevereiro de 2007, discorre com entusiasmo sobre vários temas como a importância da integração através da ALBA e outras importantes iniciativas. Fala de seu contato com Mario Moronta e da importância da carta pastoral, objeto de sua reflexão no referido programa, onde, segundo Cháves, todos venezuelanos deveriam ler.
Nas páginas 65 e 66 do referido livro ( testemunhos da utopia da expressão popular) está descrito “Quer dizer, há um conjunto de estudiosos, acadêmicos, escritores que agora se tem dado a tarefa de escrever sobre o socialismo, e isso é parte da construção do socialismo. Deve-se escrever, deve-se pensar, deve-se analisar, deve-se ler. Bolívar disse, lá em Angostura, nascemos desiguais, mas logo deve vir o Estado, através das leis, através da educação, das artes e da indústria para gerar uma igualdade, chamada de igualdade social, a igualdade política: somente assim podemos viver e alcançar a maior soma de felicidade possível. Este livro é interessantíssimo, O caminho do socialismo quântico.
Hugo Chávez inicia o texto, publicado no livro testemunhos da utopia da expressão popular com o sugestivo título: O HOMEM NOVO SE CONSTÓI PELA PRÁXIS, e termina o mesmo citando a belíssima canção de Violeta Parra, Gracias a la vida.

Com o tema “AS MULHERES NEGRAS NA CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA UTOPIA”, Angela Davis participa da conferência realizada em 13/12/1997, em São Luiz (MA), conforme inteiro teor do texto publicado no livro testemunhos da utopia da expressão popular. Ela inicia sua fala agradecendo a Fundação Cultural Palmares pelo convite e trata de vários temas relacionados à sua militância de vida. Na página 79, destacamos os seguintes argumentos “As organizações de esquerda têm argumentado dentro de uma visão marxista e ortodoxa que a classe é a coisa mais importante. Claro que classe é importante. É preciso compreender que classe informa a raça. Mas raça, também, informa a classe. E gênero informa a classe. Raça é a maneira como a classe é vivida. Da mesma forma que gênero é a maneira como a raça é vivida. A gente precisa refletir bastante para perceber as intersecções entre raça, classe e gênero, de forma a perceber que entre essas categorias existem relações que são mútuas e outras que são cruzadas. Ninguém pode assumir a primazia de uma categoria sobre as outras.”
Finalmente, cada um dos autores conclui definindo o que consideram efetivamente a Utopia:
“(...) lutem, lutem pelo melhor, mas entendam qual é a realidade e não se desmoralizem, não abaixem as bandeiras. Os únicos derrotados que há no mundo são os que pararam de lutar” afirma Pepe Mujica.
“Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas vossas mãos, na vossa capacidade de vos organizar e promover alternativas criativas na busca dos ‘3T’ (trabalho, teto e terra), e também na vossa participação como protagonistas nos grandes processos de mudanças nacionais, regionais e mundiais”, descreve Papa Francisco.
“(...) isso agora é práxis revolucionária; não é apenas com uma mente esclarecida, com uma boa teoria, mas sim na práxis é que se constrói o socialismo, o socialismo do século XXI”, afirma Hugo Chávez.
“Eu realmente penso que utopia é quando a gente se move em direções e visões. Utopia no sentido de que necessitamos de visões para nos inspirar e ir para frente, (...) como desenvolver novos valores revolucionários e, principalmente, como desatrelar valores capitalistas de valores democráticos”, define Angela Davis.
Importante leitura e novas definições sobre o mundo que pretendemos construir e transformar a partir do recorte classista dos escravizados, dos nativos colonizados e dos operários e trabalhadores da economia formal e informal explorados pela força do capital.
A cada dia tenho mais convicção da necessidade da construção de um partido internacional da classe trabalhadora para romper com as desigualdades sociais, contra a segregação racial e a práticas xenofóbicas e contra todo tipo de opressão de gênero, raça e classe, em bases programáticas, tendo como direção, por exemplo, pessoas da envergadura dos autores deste livro, dentre outros e outras.
Lutar, unificar e vencer é preciso!

Aldo Santos - Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil; vice-presidente da APROFFESP; membro da executiva e coordenador da Comissão de Direitos Humanos do PSOL-SP, coordenador da subsede da APEOESP-SBC.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Concurso Público SEE/SP - PEB II

Concurso Público SEE/SP - PEB II
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Geral para todos os Cargos
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Língua Portuguesa
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Contra toda e qualquer forma de tortura.


Terça feira da semana passada. Um dia muito cinzento. Saía do cemitério da Vila Euclides, onde o valoroso companheiro Wagner Lino havia sido sepultado. Por volta das 14hs. Wagner LIno que foi uma das lideranças daqueles jovens metalúrgicos que iniciaram o processo de derrubada da ditadura militar. E que considerava o maior quadro político do PT de SBC. Um devorador de livros. Um socialista coerente. Um humanista como poucos. 
Estava indo fazer algo que feria os meus princípios.... Levando um amigo que foi BARBARAMENTE TORTURADO pelo seu amigo com quem dividia um ano um apartamento para fazer um BO. E só o estava fazendo pela gravidade da situação. Do contrário: O QUE FAZER COM UM SUJEITO DESSES? Um cara que tortura com ferro de passar roupa ligado, peso de academia e cigarro aceso o seu amigo de trabalho e de apartamento? O que fazer? Foi o que pensei. Então me dirigi a delegacia do bairro onde se deu as sessões de torturas com ferro de passar roupa ligado na barriga, costas, coxa, braços, pernas..... Queimadura de cigarro atrás da orelha, nas mãos e na testa..... Espancamento com peso de muscalação na cabeça, nos olhos, nos joelhos e na canela..... DErretimento de uma garrafa pet com fogo em cima do pescoço da vitima mantida sob coaçãofísica e psicológica em cárcere privado enquanto era torturado. 
O mais assustador dessa história: o torturador ser um homem de 37 anos, criado em favela, que trabalha há 15 anos em BIBLIOTECAS PÚBLICAS DE SBC.... e portador de uma corporal. 
Outra coisa bizarra: A DIFICULDADE JUNTO A UM JOVEM DELEGADO QUE ATENDEU A OCORRÊNCIA PRA CLASSIFICAR CORRETAMENTE A BARBÁRIE OCORRIDA. 
O jovem cidadão queria classificar uma barbárie dessa como " LESÃO CORPORAL " ( ?! ). Um sujeito que trabalha há 15 anos dentro das bibliotecas públicas de SBC queima a barriga inteira e grande parte das costas de seu amigo de apartamento com ferro quente de passar roupa ( + braços e pernas, coxas, virilhas ) e um jovem delegado quer colocar " lesão corporal " no Boletim de ocorrência! O sujeito apaga cigarro no amigo de apartamento e de trabalho e o jovem delegado quer colocar lesão corporal! O sujeito que trabalha há 15 anos dentro de bibliotecas públicas de SBC pega um peso de academia e golpeia com força diversas vezes o amigo de apartamento e de trabalho na cabeça, nos joelhos, nos olhos e canelas e o jovem delegado de plantão queria que fosse " lesão corporal "! 
Tortura vira " lesão corporal " ( E " leve " ). 
Mas não demos sossego! Enchemos o saco pra tortura ser tratada em um BO como tortura. 
O torturado, ao entrar na quarta feira em um hospital de SBC, foi imediatamente internado. Ele que foi esfolado vivo pelo seu amigo de trabalho e de apartamento ( que trabalha há 15 anos dentro de bibliotecas públicas de SBC ). Só iria receber alta, por volta das 12 horas da segunda feira. Os médicos ao verem o corpo muito mutilado pelas queimaduras imediatamente recomendaram intervenção cirurgica plástica. 
De fato, na terça feira passada.... dia do enterro do valoroso companheiro Wagner Lino ( um grande defensor dos Direitos e Integridade da pessoa humana ), foi um dia CINZENTO. 
Mas a LUTA CONTINUA!
Texto publicado por Carlos Wellington, Educador Popular.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Aldo Santos Pré-candidato a deputado federal pelo Psol.

Aldo Santos, natural de Brejo do Santo Ceará, ex-vereador em São Bernardo do Campo, Professor, Filósofo, Sindicalista, Escritor e toda uma vida dedicada e comprometida com os reais interessas da classe trabalhadora rumo ao socialismo cientifico.

Conhecemos as árvores pelos frutos, segundo adágio antigo, da mesma forma que conhecemos os lutadores pelas lutas, coerência, honestidade e compromisso com um mundo novo e livre da opressão do capital, a transbordar a verdadeira felicidade humana.
Conhecemos a política e os políticos pela sua trajetória e compromisso programático com os excluídos. Conhecemos Aldo Santos por estes conjuntos de predicados e pela incansável dedicação na construção da plenitude dos coletivos humano, portador da boa nova e novo esperançar.

Neste período das eleições, só se engana quem quer enganar alguém ou a si mesmo, pois é fundamental buscar conhecer a vida, a história e o compromisso ao lado dos despossuídos e empobrecidos. Embora não tenhamos ilusão com o parlamento burguês, precisamos impulsionar a dialética da vida até as condições revolucionárias amadurecerem para o triunfo da nossa classe.

Nada de promessas eleitoreiras, mas total seriedade quando assumimos compromissos em defesa de uma nova e evolutiva educação com verbas públicas para escolas públicas,. dentre outras propostas .

domingo, 8 de julho de 2018

Saudades de Plínio de Arruda Sampaio




Plinio continua fazendo falta com suas observações esclarecedoras, com seu posicionamento tenaz e com sua coerência de vida e de luta política ao lado dos empobrecidos pelo capitalismo.
Recordo-me do Plinio em vários momentos de minha vida, mas no episódio em que fui criminalizado em 2010 por ter apoiado a ocupação Santo Dias, a maior ocupação urbana que conheci, ele foi um dos poucos que saiu em nossa defesa sem a preocupação de ser questionado na condição de candidato a presidência da República pelo Psol.
Nesses momentos os verdadeiros revolucionários se revelam e fazem a diferença do ponto de vista ético e da tomada de partido diante dos desafios  e encruzilhadas da vida.
Abaixo, podemos verificar os acontecimentos e seu límpido posicionamento.
“Plínio Sampaio diz que Aldo Santos é Ficha Ouro
Fonte: site CliqueABC
Da Redação – Os candidatos do PSOL Plínio de Arruda Sampaio presidente, Paulo Búfalo governador, Aldo Santos vice, os candidatos a Deputado Federal Ivan Valente, Professora Maria de Lourdes, Eric, Neide, Raimundo Fé, além de outros deputados estaduais como Dr. Horácio Neto, Alberto Ticianelli e Raniel prestigiaram o lançamento da candidatura de Leandro Recife a deputado federal.
O Dr. Horácio Neto, advogado de Aldo Santos, explicou a linha de defesa jurídica, além de informar aos presentes que já entrou com recurso e as candidaturas Paulo Búfalo e Aldo Santos estão reabilitadas política e juridicamente.  Enfatizou que é uma injustiça o que vem ocorrendo com o companheiro Aldo Santos e a opinião pública já tomou partido nesse episódio optando ao lado do PSOL.
O Candidato a Presidente da República, Plínio de Arruda Sampaio, fez uma longa exposição sobre o processo político ideológico eleitoral e convidou a todos à utilizar a ferramenta  do twitter como mais uma ferramenta de disputa eleitoral. Ao Falar da condenação, Plínio disse  metaforicamente que tem três modelos  de fichas: o ficha limpa,  o ficha suja e o ficha ouro. “Aldo Santos é o nosso ficha ouro, um orgulho para o nosso partido e um patrimônio da luta de classe”, declarou o candidato à presidente.
O Candidato a Vice Governador Aldo Santos, afirmou que em relação ao socorro às crianças, mulheres e idosos do acampamento Santo Dias, faria tudo novamente. Contou ainda, duas histórias sobre a vida e a luta de Leandro Recife e retomou  a reflexão do Professor Aparecido que  em reunião em sua casa minutos antes disse: resguardada a devida proporção, se Zumbi vivesse nos dias de hoje, certamente seria um ficha suja do ponto de vista da classe dominante.
Em clima de festa e de entusiasmo o Candidato Leandro Recife fez o encerramento, agradecendo a presença de todos e todas e convocou a todos nesses últimos dias de campanha a ampliar ainda mais nossa militância para realizarmos o grande sonho de transformação social rumo a uma sociedade socialista.” http://psol50sp.org.br/paulobufalo/2010/08/31/plinio-sampaio-diz-que-aldo-santos-e-ficha-ouro/
Serei eternamente grato por este gesto de coerência e firmeza ideológica do sempre presente Plinio de Arruda Sampaio.
Aldo Santos- ex-vereador, Professor, Escritor e militante do PSOL e dos Direitos Humanos.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

UMA BANCADA COMUNISTA PRA NINGUÉM BOTAR DEFEITO!



 Conheci o companheiro Wagner Lino numa atividade festiva do núcleo do PT do Bairro Alves Dias em 1982, atividade esta em apoio a campanha de Donaldo Araújo (Doca) a vereador pelo PT. Na ocasião eu era candidato a Deputado Estadual pelo recém-criado Partido dos Trabalhadores onde  obtive 13070 votos.
 O candidato a prefeito foi Mauricio Soares/Terezinha Gomes vice. Nesta eleição Lula foi candidato ao Governo do Estado de São Paulo e o norte politico da campanha dele era Terra, Trabalho e liberdade, uma vez que estávamos em plena ditadura Militar.
 Nesta atividade politica chegou um grupo de militantes  juntamente com um camarada alto, com uma mecha branca no bigode ( Wagner Lino) e uma jovem companheira(Cleusa) sua futura  esposa. Nesta eleição de 1982 o Wagner foi eleito vereador com dois votos à frente de outro candidato da Vila Rosa, Antonio Manzato.
 Em 1988 após uma intensa campanha o Partido dos trabalhadores ganha a Prefeitura com o Prefeito Mauricio Soares/ Djalma bom vice.
 O vereador Wagner  Lino foi  reeleito, e nesta eleição também consegui ser eleito vereador de forma surpreendente e contrariando todas as expectativas pessoais e partidárias.
Tomamos  Posse no dia 1° de janeiro de 1989 e passei a conviver com este valoroso camarada que tinha inquestionável liderança junto ao conjunto dos vereadores da bancada, bem como, junto ao executivo municipal, embora sempre em permanente  conflito com o setor majoritário que dava as cartas  no interior do partido.
 Com sua experiência parlamentar, socializava com o conjunto dos vereadores/as  sua leitura de mundo e apontava pautas novas  no plenário da Câmara Municipal ao mesmo tempo em que mediava junto ao prefeito as demandas e os clamores do povo que esperavam muito da gestão do PT.
 Ao colocar em prática o que aprendi com as lutas  do cotidiano, comecei a ser colocado à margem  pelas proposituras que apresentávamos e pela continuidade da organização da classe, através dos núcleos de base do Partido.   Quando eu era questionado por discordar com as práticas diferentes das que motivaram a eleição do executivo,  sempre contava com o apoio e defesa de "Corisco", apelido alcunhado pelo vereador Alberto Souza, outro declarado e brilhante comunista.
 Não foram poucas as vezes  que  o Wagner me chamava, conversava e ao mesmo tempo tentava politizar as ações do executivo, que em varias ocasiões fazia chantagem politica, querendo ter o poder absoluto no executivo, junto a bancada de vereadores/as  e junto às decisões partidárias.
O primeiro conflito que foi notório, foi na eleição direta para o cargo de subprefeito do Riacho Grande, defesa do Movimento Negro com  a aprovação do dia da consciência negra em 1989, ao mesmo tempo em que Wagner liderava o movimento ambiental, defesa dos animais, a luta sindical e outras.    Um  momento marcante foi  a grande ocupação da Vila Lulaldo em dezembro  1989, um divisor de águas dentro do partido, na administração e na sociedade.
 Mais uma vez, e enfrentando a lógica da gestão de Mauricio Soares, ele sai em defesa dos moradores, uma vez que a ausência de politicas habitacionais tinha levado a saída  dos moradores do Jurubeba para o terreno ocupado, que depois foi denominado em assembleia, por sugestão da Dona Emília, como "Vila Lulaldo", juntando as iniciais do nome do Lula e do vereador Aldo Santos.
Foram inúmeras passeatas, enfrentamentos com o prefeito, mas finalmente o povo venceu aquela que foi uma das maiores polêmicas que de certa forma desestabilizou  a lógica  conservadora da gestão de Mauricio Soares.
Outra polêmica que sacudiu a cidade foi o projeto de lei que apresentamos pelo passe livre estudantil, não faltando mais uma vez o  apoio e esforço do Wagner na defesa dos estudantes, além de nossa defesa da municipalização do transporte na cidade. Ele foi eleito Deputado Estadual, mas sempre estava presente e à disposição do conjunto da bancada de vereadores e dos movimentos sociais.
Apoiamos o Wagner a candidato a prefeito, embora muitos setores internos ficaram com o freio de mão puxado, para que o mesmo não avançasse ainda mais, pois quase conseguimos dirigir o partido na cidade, dentro de uma perspectiva  de conteúdo socialista com nova prática transformadora.
Atuamos juntos  nas lutas de moradia em Diadema, fortalecendo o movimento organizado na luta por suas conquistas. Outro momento  de enfrentamento foi a luta ao lado dos moradores do Jardim Falcão, que foram vitimas de uma truculenta reintegração de posse, e mais uma vez, fizemos de tudo para evitar a citada tragédia das demolições.
O prefeito Mauricio mais uma vez foi implacável e de forma vingativa acompanhou a derrubada de dezenas de casas sem se manifestar em apoio aos moradores.
 Outra grande atuação foi em relação à Ocupação  Santo Dias,  no terreno em frente e de  propriedade da Volkswagen do Brasil. Mais uma vez a atuação do Wagner foi fundamental na ação direta e na solidariedade de classe, mais uma vez.
 Nossas trajetórias  de vida e militância foram diferentes, pois ele era do meio urbano e teve contato com os segmentos mais avançados ideologicamente da luta de classe, enquanto eu era um trabalhador campesino e distante dos centros urbanos e das decisões políticas, vindo tomar consciência de classe  tardiamente.
 Em diálogo, ele me dizia que a única forma de sair do isolamento que os outros tentam  nos impor, era cumprir as agendas da participação direta junto às fábricas, aos movimento sociais, estudantis, partidário e institucional.
Com minha saída do PT em 2005 e com o ingresso no Psol, mesmo em partidos diferentes mantivemos um bom relacionamento e respeito ao campo da esquerda e acompanhei de perto sua brilhante atuação à frente da Subprefeitura do Riacho Grande, na gestão do Prefeito Luiz Marinho.
 Ao tomar conhecimento da doença que o acometeu impiedosamente, nos aproximamos ainda mais, e mesmo nas adversidades da vida, ele  sempre contava suas histórias que acabávamos por sorrir coletivamente.
Confesso que sua morte foi impactante para mim e certamente para o conjunto de militantes que compareceram maciçamente ao seu enterro, no cemitério da Vila Euclides, SBCampo.
 Quando o Serginho me comunicou a morte do Wagner eu escrevi sinteticamente: Convivi por vários anos com um dos melhores companheiros de jornada de vida, que foi o nosso amigo e Irmão Wagner Lino.
Foram inúmeras lutas, enfrentamentos, compartilhamentos e respeito revolucionário. Perdemos um dos mais destemido, competente e representante dos ideias de liberdade, de justiça e de luta por uma sociedade comunista. Que sua luta e exemplo sirvam de alento e rumo certo para as novas e futuras gerações. Meus sentimentos a família enlutada. Wagner Lino presente sempre!
Durante o velório reencontramos os antigos combatentes que escrevemos uma orgulhosa história,  que certamente vai ter importante contribuição a memória  e a história continuada dos novos militantes. Dentre estes, conversei bastante com outro brilhante comunista Alberto Souza, que sentia  orgulho de sua capacidade parlamentar em plenário e de seu compromisso ético em defesa da política e da classe trabalhadora.
Como dois garotos  órfãos, o lamento era grande pela perda do combativo "Corisco" e,  dentre inúmeras narrativas, acertamos  que vamos escrever  e manter viva a história de um singular momento da luta de classe  vivenciadas por três comunistas  que orgulhava a Câmara Municipal de São Bernardo do Campo e que ainda hoje continuam sendo referências de luta  de um momento histórico  sem fim.
 Quando nos referimos aos vereadores, leia-se também a contribuição do conjunto das assessorias que também desempenharam imprescindível  papel teórico e operativo.
 Tempos depois, juntou-se ao trio  dos comunistas, o companheiro Melão Monteiro, que teve  destacada atuação de esquerda na Câmara e na cidade.
Companheiro Wagner Lino, sempre presente!
Aldo Santos- Ex-vereador, Presidente da Associação de Professores/as de Filosofia e filósofos/as  do Brasil, militante do Psol.

quinta-feira, 5 de julho de 2018

SÍNTESE DAS PUBLICAÇÕES DE LIVROS ENCAMINHADAS AOS ORGANIZADORES DO COLETIVO DE ESCRITORES DA APEOESP.



1-A LUTA FAZ A HISTÓRIA - Prof. Aldo Santos: Organizador
Com esta publicação queremos também contribuir para a sistematização da história e memória do movimento sindical, particularmente dos/as educadores/as de São Bernardo do Campo, que compõem o maior sindicato da América Latina da rede pública do Estado de São Paulo. Além da defesa dos direitos, estes educadores/as ainda fomentaram políticas sociais e culturais para a juventude, de Gênero, Etnia e liberdades individuais. Publicação: Dialógica Editora, dezembro de 2016.

2- MOVIMENTO NEGRO: EMBATE POLÍTICO E JURÍDICO - Autor: Aldo Santos
Diante dos inúmeros ataques de preconceito racial que permeiam o nosso cotidiano, venho atuando coletivamente no sentido de educar, reagir e denunciar todas as formas de discriminação muito frequentes e presentes em nossa sociedade. Nesta coleção Memória & Ação, juntamente com o movimento negro, reescrevemos uma nova página na história de luta, resistência e enfrentamento a todas as formas veladas ou explícitas de racismo que ainda existem em nosso meio. Dialógica, 2016.

3- VILA LULALDO: da Lei do barbante à Regularização fundiária - Autores: Aldo Santos e Ana Valim
É uma obra eletrizante que permeia as bases do real socialismo, destacando a luta dos sem teto que ocuparam uma área no Riacho Grande, em 1989, e que posteriormente denominou-se Vila Lulaldo. São depoimentos dos envolvidos, seleção de artigos de jornais da época, boletins elaborados pelos próprios participantes. Trata-se de uma leitura convidativa àqueles que apreciam as vitórias marcadas pela luta, suor e, sobretudo pelo enfrentamento em prol do direito civil e humano que constituem a história da classe trabalhadora. Dialógica, 2013.

4-MEMÓRAS DE INFÂNCIA - Autor: Aldo Josias dos Santos
Leitura indispensável para um debate sobre a transformação das estruturas familiares e a composição das relações sociais. A vida difícil no campo, o trabalho infantil, as crendices, a religião, as festas, a relação com a família e a natureza, a gravidez, o parto, o êxodo rural forçado. Estas e outras questões são tratadas, através de fragmentos da história do autor. Publicação independente, 2011.

Sobre o autor: Aldo Josias dos Santos nasceu em Brejo Santo, Ceará. Trabalhou no campo até 15 anos de idade, migrou para São Bernardo do Campo, onde mora até hoje. Graduado em Filosofia e Estudos Sociais, Bacharel em Teologia, Pós-graduação em Filosofia da Educação e Sociologia do mundo do trabalho, Mestre em História e Cultura. Foi vereador por quatro mandatos em São Bernardo do Campo e atualmente está filiado ao Partido Socialismo e Liberdade-Psol. Milita há muitos anos na APEOESP, é vice-presidente da Aproffesp e presidente da Associação dos Professores/as de Filosofia e Filósofos/as do Brasil - Aproffib. Atualmente coordena e leciona no Curso popular Passo a Frente.

Dados encaminhados pelo autor/a
Ana Valim: Jornalista, mestra em Comunicação Social. Sua atividade profissional é pautada na comunicação popular dos movimentos sociais, sindicais, pastorais (Operária e dos Migrantes) e organizações do terceiro setor.
Autora de “Migrações: da perda da terra à exclusão social”, Ed. Atual/Saraiva, 11ª edição; Coautora, com Roberto Baraldi, de “50 Anos de Luta” – Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Mauá e Ribeirão Pires, 1984; “Virgílio Gomes da Silva – Direito à Memória e à Verdade” – Sindicato dos Químicos de São Paulo, 2009. Com Aldo Santos: “Vila Lulaldo: Da Lei do barbante à Regularização Fundiária”, Dialógica, 2013 e “A Luta faz a história” – Subsede da APEOESP – São Bernardo do Campo, 2016.

SÍNTESE ENCAMINHADA POR ALDO SANTOS

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Moção de repúdio ao projeto Escola sem Partido.

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