quinta-feira, 30 de julho de 2020

Denúncia contra a ação dos Fascistas!

Vimos através desta denunciar a ameaça que o nosso  companheiro da Subsede da Lapa, Chico Gretter sofreu no início da Carreata da APEOESP, da qual participava, rumo ao Palácio dos Bandeirantes, cuja concentração se deu em frente ao Estádio do Morumbi no dia 29/07/2020. 
A carreata, que por acaso foi impedida pela PM, assim como também a passeata posterior, tinha como objetivo chamar a atenção do governador do Estado, João Dória - PSDB, bem como a população para a gravidade do retorno às aulas no início de setembro, como querem os governos municipal de Bruno Covas - PSDB e estadual, dado que ainda estamos em plena pandemia com números altíssimos de casos e mortes pelo coronavírus que ocorrem todos os dias. Somos contra esse retorno precipitado! Reivindicamos também que o governo aprove um auxílio emergencial para os professores Categoria “O” e outros que ficaram sem salário com a pandemia. Da mesma forma repudiamos veementemente a taxação absurda de 12, 14 de 16% sobre os salários dos aposentados/as que o mesmo governo João Dória decretou com base na sua “reforma da Previdência” aprovada em março passado.
Mas, sobre a denúncia, vamos ao relato do professor Chico Gretter, que é Conselheiro Estadual da APEOESP pela Subsede Oeste-Lapa:
“Quando nos preparávamos para a carreata da APEOESP rumo ao Palácio dos Bandeirantes, dois homens mal encarados passaram num Gol, Av. Jorge João Saad, em frente ao Estádio do Morumbi, no qual estava escrito EMBRAVI, e um deles gritou "vagabundos"! O trânsito parou próximo e quando tentei explicar os motivos do movimento, o homem que estava ao lado do motorista mostrou uma pistola tipo 380 que empunhava e me ameaçou; depois disse: ‘Faz o que Bolsonaro diz, vai trabalhar....quer falar? Então fala – mostrando a pistola - professor de merda’! Bem, depois desse ‘argumento’, me afastei assustado, mas calmo, sem dar as costas e voltei para o carro; o homem continuou a me encarar com ar ameaçador até seguir no trânsito. Foi um clima de terror, mas conseguiu manter a calma, evitando o pior; por um momento temi que seria alvejado com um tiro, pois o olhar do sujeito era de ódio!”.
Registramos aqui o nosso repúdio a essa atitude violenta contra alguém que se manifestava democraticamente e chamamos a atenção de todos os militantes que, com o incentivo ao porte de armas pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, com as polícias matando cada vez mais e o surgimento de milícias armadas, devemos tomar muito cuidado durante as nossas manifestações, evitando enfrentamentos isolados. O fascismo aumenta e nossa ação deve ser conjunta, coletiva e organizada! 

São Paulo, 30 de julho de 2020.

E N F R E N T E!

Redes dos sentimentos


Lamento informar que um dirigente do partido acabou de morrer....
Meus sentimentos!
Que triste, mais um sindicalista  que se foi...
Meus sentimentos!
Dezenas de indígenas contaminados estão morrendo...
Meus sentimentos!
É com tristeza que...
Meus sentimentos!
Não esperava que ele/a morresse...
Meus sentimentos!
Milhares de mortes e...
Meus sentimentos!
Meu avô não resistiu...
Meus sentimentos!
Minha avó acabou de morrer...
Meus sentimentos!
Meu pai acabou morrendo sem ar...
Meus sentimentos!
Minha mãe acabou de morrer...
Meus sentimentos!
Meu filho, tão jovem...
Meus sentimentos!
Minha filha, tão bonita...
Meus sentimentos!
Não conseguimos fazer um enterro digno...
Meus sentimentos!
Não choramos o morto...
Meus sentimentos!
Nem se despediu de mim...
Meus sentimentos!
Milhares de idosos já morreram...
Meus sentimentos!
Enterraram na vala comum, pretos, presos, moradores de rua e periféricos...
Meus sentimentos!
Os presidentes, governadores e prefeitos necropolitiqueiros não morreram...
Eu sinto
Tu sentes
 Ele sente
 Nós sentimos
 Vós sentis
Eles não sentem.
Aldo Santos -militante sindical, popular e partidário.

domingo, 26 de julho de 2020

Da época do descaso ao FUNDEB como Política Pública Permanente de Estado




Dona Maria, minha mãe, nasceu em 1938, e começou a estudar em Garanhuns-PE, na década de 1940. Cursou os anos iniciais do Ensino Fundamental, naqueles tempos chamado de Primário, em  Colégio Público. Da série de admissão até a 6a. série estudou em Colégio Particular.

Isso tá registrado em sua memória e no seu Histórico Escolar...

Ela lembra que as crianças eram, em quase sua totalidade brancas. Só havia duas "negrinhas".

Filha do que hoje chamamos de Classe Média Baixa (a tal da "C"), teve que parar os estudos pra casar, entre os 15 pra 16 anos, o que era, na época,  praticamente um "Contrato Social":  A mulher, ao casar, tinha a função de cuidar da casa, ter e criar filhos (ele teve 15)  e obedecer ao marido.

A escola dos tempos de Dona Maria era pública, mas não universal. Deixava de fora um número imenso de pobres e negros. 

Em 1960, mais de 3/4 da população brasileira tinham até três anos de estudo; só 20% dos jovens dos 12 aos 15 concluíam o quarto ano. Foi nisso que deu o duradouro descaso das elites pela educação do povo.

O ensino fundamental se universalizou somente na última década do século passado- anos 90-  E, embora tivessem diminuído muito, em 2010 ainda persistiam no ensino médio diferenças importantes entre as taxas de escolarização de brancos, de um lado, e de pretos e pardos, de outro. Na Educação indígena, o poço era e é ainda muito profundo.

Fatores estruturais —como a intensa urbanização de fins dos anos 70 em diante- influíram naquele resultado positivo. 

Mas não teriam bastado sem o empenho das forças que lutaram pela democracia e, no governo, adotaram políticas ativas de reforma da educação. Das muitas, três merecem destaque;

A primeira, aprovada pelos constituintes em 1988,  foi a vinculação de receitas - entre 25% a 30% - que varia,   conforme luta, força e pressão dos Sindicatos de Professores e demais setores organizados  em defesa da aplicação de, no mínimo 30% da arrecadação da Federação, Estados e Municípios, os três níveis de governo com gastos em educação. 

A segunda teve dois momentos:

Um, a criação do Fundef (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental), tendo o Sociólogo e Deputado Federal Florestan Fernandes à  frente e defesa, na gestão do Ministro do MEC, Paulo Renato Souza, no governo Fernando Henrique Cardoso - 1995 a 2002.

O outro momento, a  transformação do FUNDEF  no FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) por iniciativa de Fernando Haddad, Ministro da Educação de Lula. Que a Câmara dos Deputados transformou, na última terça- feira - 21/07/2020 em Política de Estado, passando a integrar a Constituição Federal e, praticamente dobrou o seu. Percentual, que  nesse ano será de 12%, mas, em 2023 será de 23% da arrecadação federal, sendo que, no mínimo 70% do valor, deve ser para pagamento de salários de Professores e Professoras, o que, se aplicado corretamente, deverá haver uma boa  valorização do "Ofício de Educar".

A terceira política, momento, foi a da criação de um sistema de avaliação dos diferentes níveis de ensino por meio de provas aplicadas aos estudantes.

A vinculação constitucional reservou recursos que permitiram a expansão e manutenção dos sistemas públicos de ensino, hoje atendendo a oito em dez estudantes.

O Fundef/Fundeb procurou diminuir as desigualdades regionais, garantindo um gasto mínimo por aluno e reservando uma parte substancial (70%, no mínimo) para remunerar professores.

Esses momentos/políticas públicas da Educação, não se explicam por algum viés estatista de seus idealizadores, mas pelo realismo de quem conhecia bem nossa experiência de descompromisso com a educação pública. O Brasil paga por ele até hoje, na qualidade —baixíssima— do ensino oferecido a milhões de jovens. 

A vinculação de receitas e o FUNDEF e FUNDEB e o sistema de avaliação não são, nem de longe, responsáveis por essa tragédia.

A Dona Maria, nos fins dos anos 70, concluiu o Ensino Fundamental e o Ensino Médio através do Ensino Supletivo, o que permitiu ser concursada como Técnica de Enfermagem e assim se aposentou aos 60 anos. Na condição de aposentada, voltou à sala de aula, agora na faculdade, onde se formou Pedagoga, Psico-Pedagogia e Especiação em "Psico-Pedagogia e  Dependência Química". Foi membro do Conselho Tutelar por três mandatos -,9 anos-. Hoje, aos 81 anos está no segundo mandato do Conselho Municipal de Hortolândia-SP, tendo ingressado nesses Conselhos pelo voto popular e universal. 

Ruilan dos Santos, Professor Aposentado, Cientista Social, Historiador, Pedagogo com Administração  e Supervisão Escolar.
23/07/2020

ABRINDO O DEBATE:ADIAMENTO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS?

AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DEVEM SER ADIADAS?
Aos companheiros/as do Partido e eleitores.
Queremos expor nossa posição quanto à realização das eleições municipais nas atuais condições que o país se encontra. Acreditamos que a realização das eleições municipais este ano pode ser um tremendo erro político; primeiro, porque reforçará a contrapropaganda dos governos de Bolsonaro e Dória que buscam minimizar os efeitos humanitários da pandemia e inviabilizar qualquer medida de combate real ao problema. Em segundo, porque em nossa leitura constitui um grave erro tático e objetivo, e que pode vir a aprofundar a atual e perversa conjuntura política, reforçando as dificuldades na luta contra o conjunto das direitas. 
Acreditamos ser prudente salientar que, a nós que integramos o chamado campo progressista, em especial àqueles que pertencem a partidos genuinamente socialistas, que rejeitam alianças nefastas com setores golpistas e reacionários em troca de favores parlamentares, as dificuldades que se colocam para realizarmos uma campanha digna do nome, com condições concretas de se fazer ouvir nosso programa e de dar visibilidade a nossos candidatos, está absolutamente comprometida com a situação presente. 
A conjuntura política a nível nacional é extremamente desfavorável às esquerdas em geral, e para piorar, no Estado de São Paulo, na capital e em toda a região do grande ABC estamos sob as asas dos tucanos. Fora isso, a crise geral que se alastrou pelo país reforçou a utilização dos velhos instrumentos de coerção pelas forças reacionárias, com destaque para o aparato judicial e a polícia militar, que sob a sombra do fascismo, se aproveitam do agravante da pandemia para cercearem cada vez mais a mobilização popular.
Não compactuamos em nenhuma hipótese com isto a que chama de “retorno à normalidade”, a abertura dos comércios, praças e de estabelecimentos em geral é um tremendo absurdo; será ainda mais se a decisão de Dória de reabrir as escolas a partir de setembro for vitoriosa. É de responsabilidade de toda a esquerda lutar para que as medidas de isolamento voltem a ser colocadas na ordem do dia, que as escolas continuem fechadas enquanto for necessário evitar aglomerações, e que o Estado forneça condições materiais para que a população possa respeitar as medidas de isolamento durante, reforçando mais uma vez a necessidade do retorno da quarentena. 
É também necessário que essas considerações sejam estendidas à disputa eleitoral! A não ser que se negligencie por completo a gravidade da situação, não há condições para se fazer uma campanha digna do nome, sem recursos, sem segurança, e ainda por cima com toda a máquina pública aparelhada pela direita, fazendo disso instrumento político para impor a hegemonia política do capital à nação.
Entendemos, portanto, que o adiamento das eleições aprovado pela Câmara dos Deputados, com o 1º e 2º turno vindo a ser realizados respectivamente em 15 e 29 de novembro, e podendo ser adiados em municípios com muitos casos de Covid-19 até no máximo 27 de dezembro é insuficiente. As eleições municipais deste ano devem ser realizadas apenas quando a pandemia deixar de ser um risco à vida de nossa população, que só no Estado de São Paulo já vitimou aproximadamente 20 mil pessoas, e em todo o Brasil avança para mais de 100 mil mortes. Devem, sobretudo ocorrer somente quando condições justas estiverem ao alcance de toda oposição, para que a população trabalhadora, empobrecida e violentada pelo atual estado das coisas, tenha condições de se mobilizar devidamente e ocupar as ruas, podendo combater devidamente a tragédia que é o neoliberalismo fascista que comanda nosso país.
Se somos contra a volta às aulas, falamos em suspender as festas de final de ano e até mesmo o carnaval, nada justifica manter uma campanha em que os candidatos e eleitores, no afã de ganhar as eleições possam vir a contaminar ou se contaminarem, ficando expostos em filas e aglomerações antes, durante e no dia das eleições.
Nenhum projeto ou conteúdo educacional é mais importante do que a vida. Eleições ou qualquer outra atividade somente em condições sanitárias confiáveis!

Direção da Enfrente
Julho de 2020

A professora Lais está filiada ao Psol.


Recebemos com muito alegria a ficha de filiação ao Psol  desta  histórica lutadora, professora Lais, coordenadora do CPP no  Grande ABCD.
Por muitos anos ela coordena as ações desta representativa  entidade,   estabelecendo o diálogo e contatos permanentes junto as demais entidades no âmbito da educação Estadual. O partido  acolhe esta importante lutadora que engradecerá ainda mais  a nossa sigla e fazemos votos de  que com sua presença,  possamos avançar ainda mais nossa luta por democracia, direitos sociais, justiça e busca permanente do Socialismo com liberdade.

Bem vinda professora Lais!

Executiva do Psol de SBcampo.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

30 anos do ECA devem servir de inspiração na luta pelos Direitos Humanos...

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30 anos do ECA devem servir de inspiração na luta pelos Direitos Humanos que garantam à maioria de nosso povo, crianças, adolescentes, homens e mulheres, idosos e excluídos, o direito à uma vida com dignidade e felicidade.

No dia 13 de julho o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) completou 30 anos. Ele é resultado da mobilização social que superou a antiga visão, presente na velha república e nas ditaduras, de tratar a juventude, as crianças e a adolescência, com olhar repressor e sem considerar suas vozes, suas vidas, suas necessidades.

Hoje, 30 anos depois da criação do ECA, os seus 267 artigos os Conselhos Tutelares e os Conselhos Municipais de Direito são as ferramentas que podem consolidar a formatação de políticas públicas que garantam à juventude, e às crianças e adolescentes , a ampliação de seus direitos.

O atual desgoverno no país tem uma concepção atrasada  com relação a criação de politicas públicas nesta área  e o atual Ministro da Educação nomeado  esse mês tem em seu passado falas bastante comprometedoras  e em uma delas ,defende que as mães eduquem seus filhos através da dor física e em outra declaração diz que o pai deve “impor” a direção que a família deve tomar .
Em uma das gravações ,feita durante pregação em um templo presbiteriano , abril de 2016,com o titulo “A Vara da Disciplina “ o senhor Milton Ribeiro ensina as mães  a manter seus filhos em bom caminho .’’ Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa “ disse o Ministro em uma de suas pregações .
Durante a pandemia o que temos visto é que adolescentes e crianças não são ouvidas com relação a Educação e o momento em que estão vivendo ,não existe a construção de um processo de protagonismo, o medo e a incerteza em relação a Educação retorno ou não, crise sanitária, isolamento social  podem  levar uma incidência maior de ansiedade e estresse em nossas crianças e adolescentes sem contar o contexto econômico das famílias de desemprego e diminuição da renda que diminui a qualidade na alimentação das famílias . 
Em São Bernardo do Campo uma das prefeituras mais ricas do Estado de São Paulo  fornece um mísero cartão merenda  que não dá conta de suprir uma alimentação adequada para crianças o mesmo que faz o Estado de São Paulo.
Na Educação o Estado fala em retorno com escolas que na sua maioria tem prédios com péssimas estrutura e tenta junto com a prefeitura fechar salas da Educação de Jovens e Adultos negando o direito de estudar dos adolescentes que estão a espera de vagas .  

Nesses 30 anos de Estatuto da Criança e do Adolescente , poderíamos elencar uma série de avanços conceituais e práticos: combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, a diminuição da mortalidade infantil, ofensiva contra toda forma de tráfico nacional e internacional de crianças, negligência e violência,criação de programas na área da saúde com o fornecimento de leites especiais para crianças com intolerância a lactose etc...

Temos um longo caminho a percorrer para que seja feita a implantação do ECA Estatuto da Criança e Adolescente no Brasil que propõe uma mudança cultural na sociedade.

Estes 30 anos do ECA devem ser comemorados. Mas devem, mais do que isto, servir de inspiração na luta pelos Direitos Humanos que garantam à maioria de nosso povo, crianças, adolescentes, homens e mulheres, idosos e excluídos, o direito à uma vida com dignidade e felicidade.

Sergio Linhares Hora ,Professor da Rede Municipal e Estadual em São Bernardo do Campo e filiado a Apeoesp.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Carta aberta contra desocupação do espaço comunitário do Projeto Meninos e Meninas de Rua-PMMR

Convocamos os movimentos e organizações sociais, sindical e a sociedade, a combater e resistir a ação de desocupação do espaço comunitário do Projeto Meninos e Menin
as de Rua – PMMR,  localizado na Rua Jurubatuba nº 610, na cidade de São Bernardo do Campo
Estamos vivendo um momento de ataques, destruição de direitos sociais e trabalhistas, com crescimento do desemprego, precarização do trabalho e genocídio das populações negra, índia, pobre e periférica. Os mais pobres já sofrem muito com a crescente desigualdades social, racial e com a violência policial nas ruas e na periferia. Não somos o único alvo dessa onda de retirada de direitos, por isso sempre estivemos juntos nas lutas dos movimentos popular, sindical, cultural e estudantil. Basta de retirada de direitos! O PMMR, sempre foi solidário a qualquer luta por justiça social, no Brasil, na América Latina ou em qualquer parte do mundo.
No dia 10 de julho de 2020, o Projeto Meninos e Meninas de Rua - PMMR, localizado há 31 anos na Rua Jurubatuba 1610, no centro de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, recebeu com surpresa uma ordem de desocupação judicial provocada pela prefeitura da cidade, dando um prazo de 15 dias para saída do imóvel.
Esta ação chega na semana de aniversário do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completar 30 anos. O PMMR participou ativamente nas articulações, mobilizações da Constituição Federal, Estatuto da Criança e Adolescente, Constituição Estadual de São Paulo, Lei Orgânica de São Bernardo do Campo, bem como na implementação dos conselhos de direitos de criança, adolescente e tutelares na região do ABC. Estamos desde 1983 lutando em defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil. 
No ano 2018, recebemos uma notificação da prefeitura comunicando que havia retirado a nossa concessão de uso precário do imóvel. Assim que soubemos, fomos procurar a prefeitura e ressaltamos o quanto era importante para nós permanecermos no imóvel, no qual já estávamos há décadas. Em outubro de 2019, foi o último contato com a prefeitura, onde nos informou que acompanharia o processo de perto e que teríamos acesso ao processo administrativo. Isso não aconteceu! Nos meses seguintes, tentamos contato com autoridade da prefeitura cerca de cinco vezes, sem sucesso.
Agora (10/07), recebemos oficial de justiça dando 15 dias para sairmos do imóvel, em meio à pandemia do coronavírus. Durante a pandemia, continuamos em atividade, apoiando nosso povo de rua e as comunidades que trabalhamos, em maio atendemos 48 comunidades, 215 famílias, sendo 349 crianças, 105 adolescentes e 430 adultos, totalizando 884 pessoas, através de cestas básicas, materiais de limpeza e higiene que arrecadamos. Muitas dessas pessoas estão tendo condições de se alimentar nessa crise pela atuação solidariedade e humanitária do Projeto Meninos e Meninas de Rua. Todos os anos, desde 1992, fazemos a maior mobilização com crianças e adolescentes do Brasil com o Bloco EURECA tendo apoio da sociedade e dos movimentos e organizações sociais e sindicais da região. Acompanhamos e atendemos crianças e adolescentes em situação de rua, suas famílias e comunidade. Organizar, formar crianças e adolescentes e, exercer solidariedade aos movimentos/organizações sociais e sindicais é princípio da nossa pratica educativa e política. Atuamos em políticas públicas, com destaques para conselhos de participação e controle social de crianças e adolescentes e direitos humanos. 
Exigimos:
- Imediata suspensão e arquivamento da desocupação do imóvel da Rua Jurubatuba 1610, Centro, São Bernardo do Campo;
- Reunião urgente com o prefeito Orlando Morando;e
- Decreto de manutenção do Projeto Meninos e Meninas de Rua PMMR no endereço atual.
Durante a pandemia, fechar e promover desocupação de serviços que atende e apoia famílias e suas crianças e adolescentes, tem caráter de perseguição, desumanização, racismos, bem como, ódios aos pobres e criminalização dos movimentos e organizações sociais combativas e independentes. 
Convidamos nossos amigos, manas, companheiros e camaradas de tantas caminhadas e lutas, para divulgar essa situação e se somar à nossa mobilização em defesa da Democracia, dos Direitos da criança e do adolescente, permanência do nosso espaço comunitário e construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Gratos,
Projeto Meninos e Meninas de Rua - PMMR

Julho 22 de 2020
São Bernardo do Campo, SP

terça-feira, 21 de julho de 2020

E N F R E N T E apoia o movimento “Vota FUNDEB” e repudia o texto governamental




        Há mais de três anos estava em discussão na Câmara o Projeto de Lei que torna o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – permanente a partir de 2021, já que o Projeto aprovado em 2007 caduca em 31/12/2020, pois era provisório. O governo Bolsonaro esteve todo esse tempo fora do debate, mas na última sexta-feira apresentou a sua proposta de última hora o qual piora e muito o Projeto da deputada  professora Dorinha Seabra (DEM-TO).
        O texto da relatora prevê um aumento escalonado que começaria em 12,5% em 2021 e chegaria a 20% em 2026, enquanto a proposta do governo prevê que o fundo seria retomado somente em 2022 com 12,5%, alcançando 20% somente em 2027. O texto do governo prevê ainda que, dos dez pontos percentuais de aumento na participação da União, metade vá para “transferência direta de renda para as famílias com crianças em idade escolar que se encontrarem em situação de pobreza ou extrema pobreza”; isto mostra a clara intenção governo Bolsonaro em criar o “Renda Brasil” que iria substituir o “Bolsa Família” criado no governo Lula. É uma clara manobra político-eleitoral.
        Na avaliação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a destinação de recursos para programas de transferência de renda "representa um claro desvirtuamento do propósito do Fundeb, além de uma perda de 50% dos recursos novos a serem complementados pela União no novo Fundeb". Em nota, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) afirmou que a proposta do governo cria um “apagão” para o financiamento e um colapso para a educação básica no Brasil em 2021.
        Outro retrocesso do texto do texto do governo em relação ao projeto original é que a exigência mantida de se aplicar no mínimo 70% no pagamento de salário dos profissionais da educação básica é limitada em até 70%, o que abre um perigoso precedente, pois os Estados e Municípios ficaram liberados para utilizarem a porcentagem que quisessem no pagamento dos profissionais da educação. Mais um golpe deslavado e um ataque imoral contra os educadores.
        Não será preciso citar mais evidências de que este governo, ao atropelar a votação do novo FUNDEB que vinha sendo construído há tempo na Câmara dos Deputados, não está preocupado em melhorar a educação neste país, ao contrário, revela claramente a sua intenção de sucatear ainda mais os recursos destinados ao desenvolvimento e manutenção da educação básica, aprofundando seu projeto ultraliberal-privatista de destruição da educação pública, de qualidade, laica e comprometida com o desenvolvimento autônomo do país, com a formação de cidadãos críticos, participativos e comprometida de fato com a liberdade e a democracia.
        Nisto se revela a farsa patriótica do governo Bolsonaro, seu conservadorismo fundamentalista, sua moral hipócrita e seu fascismo tosco, miliciano e negacionista!  É a mesma prática genocida no combate à pandemia que se repete na educação, no meio ambiente, na economia, etc. Por isso que nós, da corrente ENFRENTE, repudiamos a proposta de última hora deste governo no tocante ao FUNDEB, e exigimos dos deputados federais a votação do texto original para que a melhoria da educação no Brasil seja de fato a melhora no ensino/aprendizado de nossos jovens, o que supõe, como condição sine qua non, a valorização dos profissionais da educação de nosso país!


E N F R E N T E !
       

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Carlos Giannazi do Psol é pré-candidato a prefeito na Capital




Com a definição do calendário eleitoral de 2020, os partidos políticos começam a definir as candidaturas nos campos majoritários/as e proporcionais. Na capital de São Paulo, a disputa dentro do PSOL será acirrada nas prévias marcadas para esta definição, tendo como pré-candidatos/as o deputado estadual Carlos Giannazi, o coordenador do MTST Guilherme Boulos, e a deputada federal Sâmia Bonfim disputando a vaga  para concorrer à prefeitura da cidade pelo partido.
Entendemos que esta salutar e ética disputa fortalecerá o partido, e ao final todos e todas apoiarão ao nome que for aprovado pelos filiados, bem como o seu programa partidário que irá apontar o rumo à vitória em São Paulo.
Neste contexto de disputas, escolhemos apoiar o pré-candidato Carlos Giannazi, por sua coerência e compromisso junto a educação no estado e na capital, e também por seu mandato ser um porto seguro na luta por direitos, justiça e enfrentamentos ao Bolsocovasdória. Neste momento de singular conjuntura política mundial e brasileira, precisamos reforçar as pontes constituídas em defesa das lutas e do diálogo permanente junto aos seguimentos explorados por governantes fascistas e cultivadores da necropolítica. A educação e a ação política precisam resistir, com Giannazi para prefeito na capital e elegendo ainda uma grande bancada de vereadores/as, otimizando as campanhas no entorno da cidade de São Paulo e potencializando as centenas de  candidaturas do PSOL por todo Brasil.
Lutar, Resistir e Vencer é preciso!
Enfrente!

PAULO GUEDES QUER UM BRASIL COLÔNIA E DE NOVA ESCRAVIDÃO



Paulo Guedes, substituto de fato de Bolsonaro, que, na verdade, não governa nem seu próprio cérebro, defende que o Brasil se torne uma colônia, com seus patrimônios estratégicos, como Petrobras, bancos públicos, energia elétrica, territórios e outros, sendo privatizados, entregues a grupos econômicos, principalmente estrangeiros. 
Defende também que se imponha uma nova escravização dos trabalhadores e trabalhadoras no país, acabando com a aposentadoria,  como se deu com o Chile de Pinochet, onde se privatizou  a Previdência, com o trabalhador  tendo de, sozinho,  pagar um valor para poder aposentar-se, sem qualquer participação do empregador e do Estado na contribuição previdenciária.
 Fato que levou a maioria dos chilenos a receber apenas a metade de um salário ao deixar de trabalhar. Situação causadora de uma tragédia antes jamais ocorrida naquele pais:   muitos aposentados partindo para o suicídio.
Ainda no projeto do pinochtista do Palácio do Planalto está incluída a defesa de remuneração do trabalho por horas trabalhadas dias sim, dias não. 
O objetivo é atender a um constante demanda dos capitalistas de mais escravidão para que cresçam seus lucros e lhes garanta o máximo de concentração de capital, de produtos do trabalho.
Segundo o desejo do ex-agente da ditadura chilena , todas as pessoas poderão estar ocupadas, desde que aceitem qualquer dinheiro por algumas horas de trabalho, ou mesmo, para ganhar um prato de comida. 
Está explicado por que  ele chegou a defender o AI-5. É que seu projeto é tão contra   o Brasil e a classe trabalhadora que, ao seu ver, a garantia de seu sucesso depende de um estado ditatorial, como se deu no Chile, em que, graças ao terrorismo de Estado implantado naquele país, foi possível vingar  a política neoliberal de Pinochet de destruição dos direitos das massas trabalhadores e a privatização das  riquezas fundamentais chilenas.
O neofascismo governamental em andamento no Palácio do Planalto é para que  se possa realizar  um projeto contra o povo,   que,  com um mínimo de normalidade democrática , tenderia  a se tornar inviável. 

Assim, ao lado da luta contra a Pandemia, o momento aponta para grandes lutas  populares  contra um governo lesa-país, lesa-povo e genocida.

Alberto Souza. Ex-vereador em sbcampo.

O PODER ECONÔMICO E SEU DESEQUILIBRADO



Não conseguindo eleger Alkmin, o poder econômico,
no segundo turno das eleições de 2018, elegeu  um desequilibrado mental. E não se arrependeu nem se arrependeria jamais. Afinal,  o seu maluco lhe é  condição de serviçal dos donos do capital, ele faz, a começar  por não se meter a governar, passando esta atribuição para Paulo Guedes, presidente de fato,  comprometido em destruir todos os direitos da classe trabalhadora e  privatizar até a luz solar do Brasil.

O poder econômico não derrubou   o seu endoidecido porque este não governa; ficando apenas com o papel de bufão fascista, tratando tragédias como comédias.  Um bufão com  risos de robô frente a milhares de mortes causadas pelo Covid-19 e por seus atos de genocida.

Assim, contra  as palhaçadas fascistas, deve-se atacar  Bolsonaro e seu festival de idiotices que assola o país.

Contra a entrega das riquezas do Brasil ao capital privado nacional e estrangeiro e o  desmantelamento dos direitos  dos trabalhadores e trabalhadoras, deve-se atacar, de forma direta e objetiva, Paulo Guedes, ex-agente da ditadura de Pinochet, a serviço, inclusive, do Império do Norte.

Alberto Souza-Ex-vereador em sbcampo.

É POSSÍVEL TRATAR DE LÓGICA COM OS BRASILEIROS?

 Vejamos a Falácia de Conclusão Irrelevante ou "desvio da questão": um bolsonarista ao ser questionado sobre a corrupção das "rachadinhas" na ALERJ e no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro - em que o Queiroz foi o operador, responde, geralmente, de forma agressiva: "Tá bom, seus esquerdopatas, mas o PT e o Lula também roubaram o Brasil, olha só a Lava-Jato! Bolsonaro nunca se corrompeu!" Há duas afirmações gratuitas nesta frase, mas vamos ficar somente na falácia de "desvio da questão". 
Estamos tratando da corrupção na ALERJ, o caso da rachadinha em que mais de 20 deputados estão envolvidos, inclusive o então deputado e agora senador, Flávio Bolsonaro, PSL, com fortes evidências! Quando o bolsonarista cita o caso da Lava-Jato, em que houve o envolvimento de centenas de empresários, executivos, parlamentares de vários partidos, donos de grandes empresas, mas que no imaginários da população, devido à cobertura da grande mídia e principalmente da Rede Globo, só lembram do PT e do Lula, também envolvidos, o bolsonarista comete a "Falácia de CONCLUSÃO IRRELEVANTE, ou DESVIO DA QUESTÃO.

 Esta falácia ou raciocínio incorreto, falso (sofisma) é muito comum em discussões de todos os tipos, especialmente dos políticos-politiqueiros e nos programas diários da TV aberta, como "Brasil Urgente" (Datena), "Cidade Alerta", programas das "celebridades", sermões de pastores e padres midiáticos de todas as denominações religiosas, um verdadeiro desfile de falácias, bobagens e superficialidades! Sem desviar a atenção e cometer uma falácia aqui também, vemos que não são apenas os "políticos" que cometem falácias e enganam a população diuturnamente. Depois dessa exposição lógica sobre uma das falácias mais comuns, vocês acham que os "brasileiros" (Falácia de generalização apressada) poderão entender uma argumentação lógica em suas conversas do cotidiano? Difícil, né! E concluo com duas falácias: "Falácia do argumento contra o homem - ad hominem" e "Fala´cia de generalização apressada ou de acidente": "Brasileiro não nasceu para a Lógica, é burro mesmo"! 

 São Paulo, 12/07/2020 -

Prof. Ms. Chico Gretter - filósofo

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Uma rosa na pandemia


Poetas, músicos, romancistas e embrutecidos refletem diante do fascínio  da natureza e da beleza simbólica  de uma flor.
"... Queixo-me às rosas
Que bobagem as rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti..." Cantado por Cartola

Ou na rosa de Hiroshima
“...Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada...”
Gerson Conradi / Vinicius De Moraes

As rosas na pandemia
registram num dado dia
Milhares de feridas sangrando
Que não vão cicatrizar
Sob nenhum argumento
Como que caminhando
 Sozinho, plurais ou em bando.
Atravessaram o cemitério oceânico
O mesmo que sepultou
A noite ou durante o dia
Milhares de vidas arrancadas
Em nome do comércio
E a  morte na economia.
Uma ferida do mal
Da escravidão estrutural
Que a memória ainda acusa
Os Senhores na atual.
Pois a Casa Grande assassina
Começa a ser demolida
Pelo canto e ardor da senzala
Que nunca será vencida,
São milhares de vidas
Precocemente abatidas.
Pelos senhores de outrora
Juntando-se ao clamor dos presentes
Uma legião de ausentes
A tormentar os facínoras da história.
Cada temor na solidão
Cada medo ou choro engolido ou contido
Serão cobrados dos “vivos”.
Assassinos incontidos
Pela história sem fim.
Não e nunca serão esquecidos
O número são vidas ceifadas
Que na reta ou encruzilhada da vida
Passaram vidas aladas.
Uma flor na pandemia
Aos idosos  e a pobreza  na periferia
Ontem no navio negreiro
Hoje nos ônibus, trens e metrôs,
Nas cadeias são enterrados
Nos corredores dos hospitais,  silenciados.
Morrem sem respirar, sem remédios  e entubados
O educador, poeta, militante organiza a  falAção,
Denuncia a morte à bala que acham que calam,
Os anônimos da nação.
Uma flor na pandemia
Aos milhares que, infelizmente, ainda morrerão.
Jogados na cova fria
Sem despedida do pequeno
irmão,
Na grande cova sem fim.
No acalanto e no pranto
No céu dos crentes e ateus
Receba dos filhos seus
Esta simples rosa de mim!

Aldo Santos - Militante sindical e do Psol.

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Reforma da Praça Douglas Galvão, Jardim Independência


Lula participa de Comício na Praça Douglas Galvão.
 Acompanhamos várias manifestações de moradores(as) pelas redes sociais, sobre a importância simbólica desta Praça na vida da população de uma maneira geral.
 Recordo-me que o nome da Praça "Douglas Galvão”, foi denominada pelo Vereador do Bairro, professor  Aldo Santos, acolhendo manifestações de moradores em homenagem para com os familiares do garoto Douglas Galvão.
 Foi também construída a pista de skate, o Ralf, que está na memória de algumas gerações que por lá passaram. 
 Cabe registrar também que nesta praça  aconteceram inúmeras manifestações de moradores como apresentações artísticas de dança, de música,  de escolas de samba, de campeonatos de futebol, festividades típicas, bem como atos políticos como comícios com a presença de importantes personalidades.
 Muitas atividades foram realizadas nesta praça que sempre foi ponto de encontro e referência para os moradores no que diz respeito a acolhida sobre  o interesse popular, cultural e esportivo do nosso povo. 
 Foi nesta praça que a entidade em luta pela habitação como: Unidos Pelo Mesmo Ideal – UPMI, fez inúmeras  quermesses, para angariar fundos para a construção de suas casas no Bairro Terra Nova III,  bingos promocionais, para ajudar na moradia popular e era um ponto de encontro aos sábados a noite e aos domingos a tarde. 
Nesta Praça estiveram o Presidente Lula, o Prefeito Mauricio Soares, o candidato a prefeito Wagner lino, o candidato a prefeito Vicentinho, o candidato a prefeito, vereador  Aldo Santos, além de ser um ponto de encontro para realização de manifestações de interesse da comunidade e de inúmeras carretas.  
 Como diz o poeta, “A praça é do povo como o céu é do condor”. 
Muitas lideranças tiveram participação ativa nestas atividades,  como  a finada Zilda,  Jurandir da Galileia, Wanda, Gonçalo, Anésio, Chiquinho, a Vanda do Samba, o Sérgio,  Andreia, bem como diretorias das entidades e dezenas de lideranças populares e moradores
.
 Toda mudança, a rigor, deveria ser antes discutida com a comunidade e não apenas informada sobre o que vai ser feito ou não. 
 Esperamos que preservem a memória, as lembranças boas e até marcantes que aconteceram neste espaço da comunidade. 
 Saudação a todos e todas que tem parte de sua história construída  neste importante espaço físico que é e sempre será a Praça Douglas Galvão.
 Preservar a memória é fazer história viva!
Maria Irene Palermo dos Santos- Advogada

Odeio povos indígenas...


Quando o ministro da deseducação, Abraham Weintraub, disse que "odeia" a expressão "povos indígenas", fiquei estarrecido diante de tamanha incapacidade e limitação intelectual deste energúmeno.
Fiquei pensando e acabei por reler mais uma vez um livro que gosto muito, pelo conteúdo e pelo autor do mesmo que é: Depois de 500 anos QUE BRASIL QUEREMOS?, do grande teólogo e filósofo brasileiro, Leonardo Boff, publicado pela Editora Vozes, no ano 2000, justamente 500 anos depois da invasão do Brasil pelos portugueses, em 1500.
Um livro muito didático que nas suas 127 páginas apresenta, de forma cativante, inúmeras reflexões que estão na ordem do dia.
Na introdução, o autor traça, em rápidas palavras, o objetivo do livro: “A celebração dos 500 anos de Brasil, visão imposta pelos que nos colonizaram e assumida pela oficialidade pública, propicia balanços de distinta natureza, dentre as quais sobressaem os de natureza histórica. O nosso ensaio, tomando em conta a perspectiva do passado, se concentra, fundamentalmente, na visão de futuro”, e destaca a ideia de que “O presente texto, escrito na perspectiva de uma anticelebração dos quinhentos anos, procura reforçar os companheiros e companheiras de sonho, de luta e de caminhada” (páginas 11/12).
O Manifesto da Comissão Indígena 500 anos (1999) afirma que “Os conquistadores chegaram com fome de ouro e sangue, empunhando em uma das suas mãos armas e na outra a cruz, para abençoar e recomendar as almas de nossos antepassados, o que daria lugar ao desenvolvimento, ao cristianismo, à civilização e à exploração das riquezas naturais” (página 16).
Leonardo Boff denuncia toda forma de dominação, matança e destruição da natureza, nada tendo a comemorar nestes 500 anos.
O que mais me chamou atenção foi a grande sacada ao propor a reflexão sobre o Brasil em 1500, visto a partir da praia, das caravelas, ou seja, a invasão pelos portugueses, dito descobrimento, um novo mercado a ser explorado e os obstáculos destruídos, e o Brasil visto a partir do Brasil, a invenção.
Eu acrescentaria uma reflexão e balanço a partir dos três elementos apresentados pelo autor.
Então, você imagina num determinado dia, a população originária tranquila na praia, de repente avista as caravelas se aproximando e delas descendo seres estr
anhos ao convívio dos moradores, um verdadeiro espanto e a certeza que algo de pior estaria por acontecer.
Para o autor, “a chegada dos portugueses significou uma invasão. Eles ocuparam as terras, submeteram os indígenas e construíram não uma nação autônoma, mas um entreposto comercial e depois uma colônia para enriquecer a metrópoles”. A invasão foi uma verdadeira catástrofe, escravizando e infectando a população nativa, beirando a dizimação em escala crescente da população indígena.
Boff define que o dito descobrimento “equivaleu a um encobrimento e a um apagamento do outro, da história dos povos originários do Brasil e da África” (página 15).
Alguns autores afirmam que em 1500 existiam, no que hoje denominamos Brasil, cerca de 5 milhões de nativos e hoje temos em torno de 800 mil, portanto, além da escravidão e destruição ideológica, deflagraram uma guerra e apagamento e morte de centenas de troncos linguísticos.
Na perspectiva de Boff, o nosso país é um país de contrastes e de grandes injustiças sociais. Ou seja, mesmo considerado uma das sete economias mundiais, no tocante à distribuição e renda, o mesmo se compara com países como a Guatemala, Honduras ou Serra Leoa. “Segundo relatório do Banco Mundial, o Brasil é o país com maior concentração de renda do mundo. Os 10% mais ricos têm quase a metade da renda (48%) e os 20% mais pobres detêm apenas 2%. O 1% dos mais ricos é mais aquinhoado, proporcionalmente, que o 1% mais rico dos USA e da Inglaterra. Esses índices se deterioram nos anos 90 com a crise da economia brasileira, articulada com a crise do sistema financeiro mundial” (página 20).
O autor aprofunda o debate e o conceito de invasão ao citar o teólogo José Comblim, que afirma que o Brasil foi vítima de quatro invasões, inviabilizando na prática a criação de um projeto nacional com a devida autonomia e protagonismo do nosso povo.
A primeira invasão aconteceu no século XVI, cuja história de subordinação e matança generalizada aconteceu com os nativos no denominado período da colonização.
A segunda invasão se deu no século XIX. “Milhares de emigrantes europeus (italianos, alemães, espanhóis, poloneses, suíços e outros), sobrantes do processo de industrialização de seus países de origem, para cá foram extrojetados, aliviando a pressão revolucionária que pesava sobre as classes industriais exploradoras. Foram vistos pelos índios, negros e pobres que aqui já estavam como os novos invasores” (página 32).
A terceira invasão foi por volta dos anos 30 do século XX, vindo a se consolidar no período da ditadura militar. Tentou-se neste período de cerca de 50 anos (1930-1980), “quando criou-se um dinâmico mercado interno, a base mais sólida do desenvolvimento sustentado brasileiro” (página 33).
A quarta invasão ocorre em plena globalização e consolidação do neoliberalismo nos anos 70. “Tornamo-nos o quinto maior hospedeiro de empresas multinacionais do mundo, fazendo com que 35% de nossa indústria seja construída por filiais de empresas estrangeiras. Fomos invadidos pela racionalidade da globalização econômica e pela política do neoliberalismo, chamada de modernização, elaborada nos interesses da nova fase de acumulação do capital agora a nível mundial, pela política gerenciada pelo FMI, pelo Banco Mundial, pelos megaconglomerados e pelo grupo dos 7 países mais ricos do mundo” (página 34).
As categorias apresentadas pelo autor sedimentam importante arcabouço de crítica desde o período colonial até a nossa contemporaneidade. 
“Foi a política colonial que lançou as bases estruturais da exclusão no Brasil como foram mostradas classicamente por Sérgio Buarque de Holanda com o seu A visão do paraíso, por Caio Prado Jr. com seu História da formação econômica do Brasil, por Simon Schwartzman com seu Bases do autoritarismo brasileiro e por Darcy ribeiro com o seu O povo brasileiro” (página 40).
O autor cita ainda a grande filósofa brasileira, Marilena Chauí, ”A sociedade brasileira é uma sociedade autoritária, sociedade violenta, possui uma  economia  predatória de recursos humanos naturais, convivendo com naturalidade com a injustiça, a desigualdade, a ausência de liberdade e com os espantosos índices de várias formas institucionalizadas-formais e informais - de extermínio físico e psíquico e de exclusão social política e cultural”, em “500 anos  Cultura e política no Brasil”, na Revista Crítica de Ciências sociais, 38, 1993, 51-52, página 40.
São inúmeras citações que ajudam compreender o comportamento individual de extensão coletiva naquele espaço onde o dito ministro proferiu sua tese que não é nova na história dos dominantes e assassinos do nosso povo.
Ao citar o Manifesto Antropofágico de 1928, Boff reconhece que” O estomago brasileiro digere todas as influências externas, gestando uma cultura singular e bem nossa. A referência não é o europeu nas pessoas emblemáticas do capitão-mor Cabral e do cronista Caminha, mas os tupinambás que numa antropofagia ritual deglutiram nosso primeiro bispo Sardinha” (página 116).
A simbologia pertinente e contextualizada na permanente capacidade de resistência do nossos povos indígenas persiste e avança no processo de resistência.
Portanto, a fala do ministro, um ser abjeto e de profunda incompetência intelectual, sequer conhece a legislação brasileira e o que a constituição de 1988 expressa sobre esta temática.  Assim como outras importantes publicações a saber: "A Declaração Internacional dos Direitos dos Povos Indígenas”, de 2007, é um exemplo disso. Como atesta a Constituição Federal, as sociedades indígenas se enquadram perfeitamente na primeira definição que o dicionário Houaiss dá do que é 'povo', a saber: “Conjunto de pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis".
De acordo com a antropóloga, "os povos indígenas no Brasil são também parte do povo brasileiro, pois nada impede que se seja membro de mais de um povo. O Brasil tem portanto o privilégio, como certa vez salientou [o líder sul-africano Nelson] Mandela, de contar com mais de 300 povos em seu território".
Eloy Terena, assessor jurídico da APIB, disse que declarações como a de Weintraub traduzem "um discurso dito nacionalista que é uma conduta extremamente autoritária e tende a tornar invisíveis as realidades étnicas que existem no Brasil".
O advogado lembrou que a Constituição de 1988 já reconheceu "a pluralidade étnica do país". Antes da Carta, disse Terena, "a ordem era integrar e transformar todos em um único povo, em um processo de branqueamento, e a Constituição vem e dá um outro comando, o comando de respeitar essa diversidade de povos".
"Nós, enquanto movimento indígena, usamos muito essa expressão justamente para retratar a diversidade étnica que existe no país. Nós temos 305 povos falantes de 274 línguas e ainda o registro de 114 grupos de povos isolados. Ou seja, é uma diversidade inigualável que existe no Brasil", disse Terena (https://noticias.uol.com.br/colunas/rubens-valente).
Milhares de anos os povos nativos vêm resistindo e, seguramente, vão continuar a despeito dos ditadores e milicos de plantão. Poderíamos afirmar que a figura caricata do ministro da educação, além de desastrosa atuação junto a esta pasta, se traduz num ser acuado, talvez pela própria simbologia dos tupinambás, sai fugido do país e volta ao ventre dos dominantes e malfeitores que é o imperialismo americano.
Boff conclui este livro fazendo importante registro de profunda identidade com o cantador: “Só é cantador quem traz no peito o cheiro e a cor de sua terra/ a marca de sangue de seus mortos/e a certeza de luta de seus vivos” (página 144).
A letra da música de Vital Faria ainda expressa: Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro / Disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro / Roubou seu lugar.
Pela beleza da expressão cultural, concluo estas observações e me rendo ao inteiro teor da música para uma total e profunda reflexão.

Saga da Amazônia
“Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
Mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
No fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
E os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
Os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
Sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
Era: Fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
Veio caipora de fora para a mata definhar
E trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
E trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
Prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar
Se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
Eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
E o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
Depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
Igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
E quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
Corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
Tartaruga: Pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
Grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
Castanheiro, seringueiro já viraram até peão
Afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nana tá de prova, naquele lugar tem cova
Gente enterrada no chão

Pois mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
Disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
Roubou seu lugar
Foi então que um violeiro chegando na região
Ficou tão penalizado que escreveu essa canção
E talvez, desesperado com tanta devastação
Pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
Com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
Dentro do seu coração
Aqui termina essa história para gente de valor
Prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
Prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
Era uma vez uma floresta na Linha do Equador”
(Composição: Vital Farias)

Lutar Resistir e Vencer é Preciso!

Aldo Santos - Ex-vereador/sbc, militante sindical, popular e presidente do Psol SBcampo.

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Todo apoio a GREVE dos entregadores

Todo apoio a GREVE dos entregadores, TRABALHADORES ASSALARIADOS (salário por entrega) das empresas de transporte ifood, Uber eats, rappi, etc. Trabalhadores sem direitos trabalhistas.

Sim, entregadores vinculados aos aplicativos de transporte e entrega de comida são trabalhadores assalariados, sob a forma de salário por (entrega) de peça. Está forma não é nova, já sendo trabalhada por Karl Marx no Capital:
"A diversidade de forma no pagamento de salário não altera em nada a sua essência...
Dado o salário à peça, é naturalmente do interesse pessoal do operário empregar a sua força de trabalho tão intensamente quanto possível, o que facilita ao capitalista uma elevação do grau normal de intensidade. É igualmente do interesse pessoal do operário prolongar o dia de trabalho, porque assim o seu salário diário ou semanal sobe..." ( Marx - Capital - Décimo nono capítulo. O salário à peça).
Dado a forma de salário pago pelos aplicativos, salário por entrega de peça, a intensidade do trabalho do entregador tende ser maior, pedalando mais sua bicicleta ou acelerando mais sua moto, aumentando riscos a sua vida, porém sem ter seus direitos garantidos pelas empresas, tais quais seguro de vida ou acidente, convênio médico, aposentadoria, entre outros.
A concorrência entre os entregadores também é incentivada pelas empresas, através de sistemas de pontuação, além de ser uma tendência da própria forma de pagamento do salário:
"o espaço de manobra maior que o salário à peça proporciona à individualidade tende, por um lado, a desenvolver a individualidade ( do trabalhador)...e por outro lado, a concorrência entre eles ( trabalhadores)" ( Marx).
Tal concorrência pode até vir aumentar o salário de alguns trabalhadores individuais, porém abaixa o nível média dos salários do conjunto dos trabalhadores.
Carregando a comida nas costas ( "peças"), entregadores viram durante a pandêmia seu trabalho aumentar, os lucros de capitalistas crescerem com o aumento do serviço, porém sem que com isso melhorasse seus salários, lhes fossem concedidos direitos trabalhistas ou mesmo máscaras e álcool gel pra trabalhar.
A greve do dia primeiro de julho de 2020 é histórica pelo reconhecimento dos entregadores enquanto categoria e sua organização e luta contra os capitalistas das empresas de aplicativo pra entrega.