quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

CARTA CONTRA A CONDENAÇÃO PELA JUSTIÇA BURGUESA DO PROFESSOR ALDO SANTOS E DA ADVOGADA CAMILA ALVES



Nós, delegadas e delegados presentes à VII Conferência e ao XXVI Congresso, manifestamos nosso repúdio à condenação pelo STF de Aldo Santos e Camila Alves, responsabilizados de forma injusta e arbitrária pela atuação em defesa dos direitos das famílias sem teto que em 2003 ocupavam um terreno ocioso da Volkswagen do Brasil Ltda, na cidade de São Bernardo do Campo. Aldo Santos, na ocasião vereador, colocou-se ao lado do MTST, que instalou no local o Acampamento Santo Dias onde Camila Alves juntamente com outras lideranças atuava na organização das mais de sete mil pessoas que buscavam negociar com o poder público o direito básico a uma moradia digna.
Em uma ação claramente política de perseguição aos Movimentos Sociais e aos Lutadores que defendem os direitos humanos na sua integralidade, o STF cassou por cinco anos os direitos políticos de Aldo Santos e sentenciou os condenados com o “bloqueio de valores: Aldo Josias dos Santos, R$ 658.360,86;  e, Camila Alves Cândido, R$ 37.227,06”.
Foram bloqueadas em maio de 2019, as contas salários de Aldo Santos e Camila Alves o que configura uma violação do direito à subsistência previsto na Constituição Federal, Art. 5º. Neste artigo é assegurado o atendimento às necessidades vitais e sociais básicas para a proteção da vida e da dignidade da pessoa humana.
 Não aceitamos a perseguição política aos movimentos sociais, bem como, aos lutadores e lideranças da classe trabalhadora e manifestamos veemente repúdio a esta condenação parcial que tenta silenciar os que lutam contra a opressão, a desigualdade social e as injustiças.

Serra Negra, 09 de fevereiro de 2020.

DELEGADAS E DELEGADOS À XVII CONFERÊNCIA E AO XXVI CONGRESSO ESTADUAL DA APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Um pouco sobre um lutador chamado Aldo Santos




Conheci o Professor Aldo Santos pouco antes de 2007, num evento na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo. Foram apenas um cumprimento, um sorriso e um aperto de mão.

Pouco mais tarde, o reencontrei na primeira Reunião de Representantes de Escola da Subsede da Apeoesp de São Bernardo do Campo, no ano de 2007. Estávamos, naquele momento, em organizações políticas diferentes. Mas foi impossível não reparar  na capacidade de liderança, na fala cheia de coragem, na firmeza daquele que viria a ser um forte adversário político no sindicato durante tantos anos.

O tempo passou e a vida nos colocou frente a frente de um outro modo. Fui atacada covardemente por forças que operam contra aqueles que lutam com a sinceridade que qualquer um que se pretende minimamente revolucionário deve ter.

E quem estava lá para defender a justiça? Aldo Santos. A seu modo impassível, mais uma vez pude ver o Professor Aldo abrir a boca para proferir palavras em nome de quem entrega a vida para a luta. Este episódio foi um divisor de águas.

Não que eu não o respeitasse antes disso. Não que eu já não conhecesse a sua tão corajosa história de luta. Não que eu já não reconhecesse a sua liderança. Mas os "mares revoltos da História" nos colocaram, a partir dali, do mesmo lado organizativo.

Talvez poucos reparem, mas por detrás de suas falas firmes e uma coragem que poucos carregam, existe um fotógrafo, um escritor, um cultivador de flores, um pai, um avô, um grande amigo.

Hoje posso dizer com muito orgulho, que estou na luta da classe trabalhadora ombro a ombro com ele. Afinal, ele não soltou a minha mão num momento muito complicado. Agora, sou eu que não solto a mão dele.  

Professora Alessandra Fahl Cordeiro Gurgel