domingo, 28 de março de 2010

DEZENAS DE PROFESSORES AGREDIDOS PELA PM DE SERRA

PROFESSOR THIAGO DE SBC: EE´s METALÚRGICO, BRAZILIA TONDI E L. NEGRINI


OUTRO PROFESSOR ATINGIDO PELAS BALAS DA PM

sábado, 27 de março de 2010

POLÍCIA DE SERRA AGRIDE PROFESSORES EM GREVE


Durante a manifestação dos professores, do último dia 26 de Março, próximo ao palácio dos Bandeirantes em São Paulo, dezenas de colegas educadores ficaram feridos pela ação truculenta da polícia de Serra.

A cada dia que passa o movimento grevista dos professores da rede pública do Estado de São Paulo fica mais forte, exige negociação já e enfrenta os brucutus do governo fascista de José Serra.
Desde a primeira assembleia na paulista, a polícia vem enfrentando e agredindo professores em luta, mas covardemente neste dia a polícia jogou spray de pimenta, atirou bomba de gás lacrimogêneo e bala de borrachas, sobre educadoras e educadores indefesos que se dirigiam ao palácio dos Bandeirantes, a fim de acompanhar as negociações que estava sendo realizada com representantes do sindicato e do governo.

Milhares de professores foram desrespeitados no seu direito de ir e vir, foram cassados como presas para serem abatidas, mas de cabeça erguida aprovam a continuidade do movimento e “ apesar de você, amanha há de ser um novo dia”.
Cercados por policiais em todas as ruas, os educadores não se intimidaram e deram uma brilhante aula de resistência e verdadeira cidadania ao ar livre, tristemente poluído pela emissão de gás intoxicante.
Na primeira assembleia fui vítima de uma prisão temporária, que graças ao movimento fui resgatado dos braços dos algozes.
Nessa assembleia presenciei dezenas de professores e professoras feridos gravemente, além de ferimentos por cassetete como ocorreu com a professora Dagmar de Diadema, o professor Thiago de São Bernardo foi acertado por dois tiros de bala de borracha a queima roupa, de maneira covarde, pois o mesmo foi ajudar um outro colega que tinha desmaiado por conta de um tiro no rosto.
Mestres e mestres da luta e da boa educação demonstraram que a paciência tem limite, que a nossa causa é justa e defensável, e que mais dia ou menos dia vamos ganhar mais essa batalha, dentre outras que vencemos ao longo da história do movimento grevista no Estado de são Paulo.
Mais do que nunca é fundamental nossa unidade na luta, nossa solidariedade propositiva para que possamos fazer do nosso cotidiano educacional uma aula sem fim, um conteúdo sem ponto e um aprendizado sem barreira.
Conclamamos aos demais educadores para que possamos engrossar as fileiras do movimento, participando do bota fora a José Serra na próxima assembleia na avenida paulista dia 31 de março, às 14 horas.
Vamos fazer um cercamento ao governo Serra, malhar o Judas dos tucanos, ganhando as ruas, caminhando, cantando e enfrentando os permanentes opressores na busca de conquistas e melhorias salariais, emprego e condições de trabalho, bem como, a reposição de conteúdo e negociação dos dias parados.
Essa categoria é forte e lutadora e não serão bombas e repressões que irão impedir a nossa tarefa de casa e de luta por um mundo novo e livre das injustiças e da violência abjeta dos governantes capitalistas.

Lutar sempre é preciso!!!

Aldo Santos: (27/02/2010)

quinta-feira, 25 de março de 2010

FOTOS DA ASSEMBLEIA REGIONAL EM SBC


domingo, 21 de março de 2010

Uma prisão temporária.



Ontem eu estava muito cansado pela semana estafante de comando de greve, de enfrentamento com o governo tucano e com históricos pelegos da nossa categoria. É claro que esses pelegos e o desgoverno não tiram o brilho dessa magnífica categoria que ousadamente enfrenta e se expressa nas ruas da capital e no centro financeiro da Avenida Paulista, parando a capital.


Ao chegar à Paulista, juntamente, com outros companheiros (as) nos mobilizamos para o fechamento da segunda pista da mesma, pois o espaço de uma pista não comportava o grande número de grevistas que estavam presentes.



A polícia como sempre, "delicadamente" investia contra manifestantes tentando impedir tal ato de liberdade e de descompressão político-social. Subitamente um policial me empurrou e ao tentar dialogar com o mesmo sobre tal ato, ele me agarrou e chamou os demais policiais dando ordem de prisão e mandou me levar para ao chiqueirinho da viatura junto à logística sempre presente nesses atos. Tentei resistir, mas foi em vão. Felizmente inúmeros companheiros, entraram no conflito e saíram na minha defesa tentando me proteger; segurando-me.



Depois da demonstrada solidariedade e resistência de classe, os professores em movimento saíram vitoriosos. Com o resgate do movimento, continuei a passeata junto aos professores (as) indignados com a opressão cotidiana expressa sobre os movimentos organizados.



Quero agradecer aos inúmeros professores que tiveram a coragem de impedir um ato de efetiva prisão, em nome da mais legitima liberdade de expressão e manifestação. Testemunhei a valentia dos mesmos e isso aumentou ainda mais a minha convicção de que nossos grevistas estão preparados para os enfrentamentos necessários rumo à vitória.



Um filme sempre toma conta do nosso imaginário. Mesmo emcontexto diferente, refletir sobre o passado, ler o mundo opressor do presente é entender que passado e presente caminham juntos na tessitura de um futuro de justiça social e de liberdade política.



Pra não dizer que não falei das flores:






"Caminhando e cantando e seguindo a canção, Somos todos iguais braços dados ou não, Nas escolas nas ruas, campos, construções; Caminhando e cantando e seguindo a canção; Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer; Pelos campos há fome em grandes plantações; Pelas ruas marchando indecisos cordões; Ainda fazem da flor seu mais forte refrãoE acreditam nas flores vencendo o canhãoHá soldados armados, amados ou não; Quase todos perdidos de armas na mão; Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição; De morrer pela pátria e viver sem razão; Nas escolas, nas ruas, campos, construções; Somos todos soldados, armados ou não; Caminhando e cantando e seguindo a canção; Somos todos iguais braços dados ou não; Os amores na mente, as flores no chão; A certeza na frente, a história na mão; Caminhando e cantando e seguindo a canção; Aprendendo e ensinando uma nova lição" (Geraldo Vandré)

Nossa greve é pra valer.!!!Saudações revolucionárias,







Aldo Santos: Sindicalista, Presidente da Associação dos Professores deFilosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Coordenador da CorrentePolítica TLS, Membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual doPSOL-SP.(13/03/2010)

Começa a greve das professoras e professores no dia internacional da mulher.


Em assembléia realizada no dia 5 de março de 2010, com mais de dez mil professoras e professores do Estado de São Paulo, em frente à Secretaria Estadual de Educação, foi aprovado por unanimidade o início da greve da Educação, que terá inicio no emblemático dia internacional da mulher, realizado anualmente em 08 de março de cada ano.

Independentemente da polêmica sobre a origem do dia internacional das Mulheres, nas datas apontadas, o corte de classe está sempre presente nas referências apontadas.

Hoje, essas datas fazem parte integrante das grandes mobilizações no mundo inteiro, apesar de novos estudos e releituras sobre os fatos históricos e sua contextualização histórica.

A data de 1857, faz menção clara ao “embate da luta de classe, ao massacre contra as mulheres e a opressão patronal”, que independe de referência histórica para que seja efetivamente uma verdade inconteste.

A outra data faz alusão a uma greve geral que teria começado em 20 de novembro de 1909.
Como observamos, as duas datas tem os reais componentes da luta de classe e fictícia ou não a luta por mudança e transformação é uma constante no cotidiano das mulheres em nível mundial.

Neste dia 8 de março de 2010, vários movimentos destacam os 100 anos de luta e resistência das mulheres no mundo inteiro:

“Há exatos 100 anos, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, durante a 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhagen, na Dinamarca, a criação de um Dia Internacional da Mulher. Havia alguns anos, diferentes datas eram marcadas por jornadas de luta feminista, organizadas sobretudo em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres. A partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional. Um século se passou e hoje, em todo o mundo, o dia 8 de março é uma data de celebração e afirmação da luta das mulheres por igualdade, autonomia e liberdade”. (Movimento feminista celebra 100 anos do Dia Internacional da Mulher; parte do texto publicado no site do Psol-sp).

Ao longo da história da humanidade, as mulheres passaram por várias experiências históricas, no matriarcado, na submissão “aos seus maridos na Grécia antiga”, na submissão religiosa no período medieval, na ação libertária em várias partes do mundo e mais recentemente, nos últimos 100 anos, conquistaram várias reivindicações, como o direito ao voto, liberdade e igualdade parcial na sexualidade, melhores condições sociais no trabalho, no direto de decidir sobre seu corpo, na ampliação da participação política mundial, dentre outras.

Entretanto, o assédio, a diferença salarial, a dupla e tripla jornada de trabalho, o machismo, o preconceito com a mulher negra, a agressão física e a morte precoce ainda é uma constante realidade.

Em março de 2008 o boletim da secretaria de Mulheres do PSOL publicou os seguintes dados:

“-As mulheres recebem em média 31% menos que os homens na mesma função;
-O Salário Médio das mulheres negras é de R$533,58, contra R$ 827,89 recebido pelas brancas;
-Em 2005, 33% da força de trabalho feminina concentrava-se em trabalhos precários, sendo que mais da metade delas eram empregadas domesticas;
-No setor de serviços, 54% das mulheres não têm carteira assinada”.

Ainda segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil.

Simbolicamente a data de 8 de março de 2010, será marcada por uma potente greve cuja maioria dos profissionais é de mulheres. A greve do magistério do estado de São Paulo, onde o percentual é de aproximadamente 85%. Nesse dia 8 de março, inicia-se essa grande greve como resposta sobre as precárias condições de trabalho das mulheres no mundo inteiro, particularmente das educadoras do Estado de São Paulo, maior estado brasileiro.

Essa greve das professoras e professores é por aumento salarial, emprego, melhoria das condições de trabalho, valorização profissional e defesa da escola pública, hoje, sucateada pelo governo do PSDB.

Nesse contexto, fazemos um chamado às mulheres do mundo inteiro para que possamos enquanto gênero e classe lutarmos contra todas as formas de preconceito, exclusão, violência e submissão, sempre presente e inerente ao sistema capitalista e juntos (as) construirmos uma nova sociedade onde homens e mulheres possam viver a igualdade e a liberdade em sua plenitude.

“Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?”
Rosa Luxemburgo

A União das Mulheres do mundo inteiro é imprescindível!!!


Aldo Santos: Sindicalista, Membro da corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Membro do Diretório Nacional e Executiva do PSOL-SP.(05/03/2010)

DEFENDER AS COTAS É PRECISO.


DEFENDER AS COTAS É PRECISO.

Durante a última semana, o tema das cotas raciais tomou conta do noticiário nacional a partir da audiência e dos debates promovidos pelo Supremo Tribunal Federal.

Mais uma vez os escravagistas de ontem estavam representados pelos neo-escravagistas de plantão. Os opressores de ontem estavam em base a uma oratória articulada defendendo e destilando ódio de classe e, conseqüentemente, ódio racial.

O expoente da elite brasileira, o senador do DEM, Demóstenes Torres (diga-se de passagem, do mesmo partido do chefe da quadrilha de Brasília, o governador José Arruda e “companhia ilimitada”) liderou a bancada anti-cotista.

O referido senador, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ao usar a palavra fez várias considerações sobre a escravidão e os escravos, afirmando: “Que os africanos eram os principais responsáveis pelo tráfico transatlântico de escravos. Que escravas negras não foram violentadas pelos patrões brancos, afinal de contas “isso se deu de forma muito mais consensual” e “levou o Brasil a ter hoje essa magnífica configuração social” de hoje. Que no dia seguinte à sua libertação, os escravos “eram cidadão como outro qualquer, com todos os direitos políticos e o mesmo grau de elegibilidade” (publicado no blog do Sakamoto e no site do Psol,06/03/2010).

Posicionou-se contra as cotas raciais com a clássica manobra e a falsa polêmica entre a defesa das cotas sociais/cotas raciais.

Na prática, mesmo o reconhecimento e o avanço do debate sobre as cotas sociais, forçou grande parte da elite brasileira a apoiar-se nos “alunos da Escola Pública” para de conjunto justificar e negar a cota racial defendida pelo movimento e implementada em grande parte nas universidades públicas Brasileira.

Felizmente, o resultado e o debate consistente em defesa das cotas raciais tem demonstrado na prática que a capacidade dos pobres e negros do nosso país não é uma quimera, pois o aproveitamento pedagógico dos cotistas é igual ou superior aos não cotistas.

Só a possibilidade de se incluir em pé de igualdade os que foram excluídos economicamente há séculos nesse país, traz em seu bojo o ódio racial e de classe e todas as formas e justificativas para perpetuar a exclusão e o racismo institucional.

As cotas já existem, basta verificar nas universidades públicas e privadas o conjunto dos alunos, seu extrato social, para se constatar o óbvio:A esmagadora maioria dos alunos (as) são brancos e os negros sempre estão ausentes no chão da sala de aula.

Só o fato de existir vestibular, disputa de vagas e exclusão universitária, já merece por parte de todos nós veemente repúdio ao modelo educacional brasileiro.

No Brasil, além do salário estudantil defendido pela juventude da corrente política do Psol,Trabalhadores na Luta Socialista - TLS, as escolas públicas deveriam dar continuidade ao ensino médio, transformando várias unidades escolares em extensão e faculdades populares, onde o acesso seja assegurado a todos , acabando com o funil que hoje existe em relação aos pobres e filhos da classe trabalhadora. “A série sobre o vestibular mostra como funciona o funil da educação brasileira. Para cada aluno que se forma no curso superior, nove pararam de estudar no meio do caminho”.(jornal hoje.13/12/2004)

A defesa das cotas é a defesa da luta de classe, uma vez que os negros estão dentro de um contexto social de permanente exclusão política e econômica. O sistema educacional é perverso, pois a exemplo dos embates da luta de classe, via de regra o funil do ensino médio para o ensino superior é alarmante e afeta o conjunto dos filhos da classe trabalhadora e, em especial, a exclusão racial é evidente e deplorável.

Nesse sentido, a defesa das cotas é uma defesa política inclusiva e de justiça e reparo social para com uma população que historicamente foi espoliada e ainda hoje é vítima do preconceito deliberadamente existente na sociedade brasileira. Resguardada a devida proporção, ser contra as cotas é tomar partido ao lado da elite dominante e dos neo-escravagistas atuais.

A introdução do modelo escravagista foi a partir de uma decisão e orientação econômica, onde para a classe dominante tudo e todos foram transformados em mercadoria e lucro.

O “fim da escravidão” também foi uma saída de mercado, já que a Inglaterra não tinha mais interesse na mão de obra escrava, visto que buscavam e visavam outras formas de trabalho e consumo.

Antes da escravidão formal a luta de classe já existia e com o fim do tráfico negreiro a luta de classe continua existindo.

O debate da defesa das cotas, assim como outros direitos elementares faz parte da estratégia de luta para por fim ao sistema que continua transformando tudo e todos em mercadoria, no qual a exclusão dos negros da sala de aula, também faz parte desse modelo e “produto mercadológico educacional”.

Não podemos ficar com “meias verdades” ou inibido na defesa das cotas com argumentos fomentados pela multimídia e pela indústria educacional, uma vez que podemos e devemos aprofundar o debate étnico no contexto da luta de classe,para questionarmos e destruirmos a escravidão do Capital e os estereótipos escravagistas ainda existentes na sociedade “moderna e pós-moderna”.

"Muitos negros da chamada classe superior estão tão convencidos em impressionar os brancos, mostrando que são "diferentes" dos outros, que não percebem que estão ajudando o homem branco a manter sua opinião desdenhosa a respeito de todos os negros." Malcon X

DEFENDER AS COTAS E UMA EDUCAÇÃO CLASSISTA E REVOLUCIONÁRIA É PRECISO.!!!

Aldo Santos: Sindicalista, Ex-vereador -SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Coordenador da corrente política TLS, Membro do Diretório Nacional e da Executiva do Psol-SP e de SBC.(06/03/2010

Vamos a luta sempre: a greve dos professores continua

No dia 05 de março de 2010 a categoria deflagrou a grande greve do magistério público de São Paulo, levando milhares de educadores (as) a realizarem atos, assembléias, passeatas, carreatas e comando de greve, além do maciço comparecimento ao Centro Financeiro do País na Avenida Paulista, Capital de São Paulo.
O Secretário de Educação Paulo Renato e o Governador José Serra usam de artifícios para não reconherecerem a greve dos professores, tentando descaracterizá-la, aprofundando a invisibilidade da educação e dos educadores ao longo de seus governos. Reconhecer a força e a visibilidade do movimento é reconhecer o seu próprio limite e o reflexo da incompetência e inabilidade das sucessivas gestões tucanos frente ao governo do Estado.
Na primeira assembléia, participaram aproximadamente 10 mil professores e nas duas assembléias subseqüentes o número chegou a 40 e 60 mil professores em greve protestando.
Na assembléia de 19 de março de 2010, foi aprovada a continuidade da greve por tempo indeterminado e a próxima manifestação será no dia 26 de março no Palácio dos Bandeirantes.
Milhares de pessoas tomaram as ruas da cidade e a recepção era visível, com papel picado lançado dos prédios, além da plasticidade do movimento que sempre se transforma em uma grande e verdadeira aula pública e espetáculo que causa inveja às aulas da Grécia Antiga, realizadas sempre nas Ágoras.
O período da grave é um período de estabelecimento implantação de conflitos e interesses vivos da luta de classe.
Vários argumentos tentam desconstruir a greve e o mais freqüente é o de que a greve não arranca conquistas.
De acordo com o Diretor de Comunicação da APEOESP, Paulo Neves em artigo publicado no seu Blog, enumera as conquistas que tivemos a partir da luta de enfrentamento ao longo dos 15 anos de governo do PSDB:

“CRONOLOGIA DOS 15 ANOS DE DESMONTE DA EDUCAÇÃO PAULISTA!
1995 – Governo Mário Covas, a Secretária Rose Neubauer, impõe a divisão entre alunos dentro da mesma escola;
1997 – Rose Neubauer impõe a aprovação automática chamada por ela de “progressão continuada”
1997 – Rose Neubauer amplia o tempo da hora aula para 60 minutos reduzindo mais de 30 mil aulas da rede e excluindo as disciplinas de filosofia, sociologia e psicologia do currículo escolar paulista, provocando milhares de demissões;
1998 – No mês de novembro o governo Covas mandou um projeto de Lei para a ALESP, no qual pretendia fazer a reforma da previdência. Como reação os professores entraram em greve, durante uma Assembléia no Palácio, Covas em pessoa subiu no carro de som pegou o microfone e anunciou que estava retirando o projeto;
2000 – Mês de abril Rose Neubauer chama uma reunião com técnicos da Secretaria onde entrega uma cartilha com o projeto de reforma do ensino médio, propondo o agrupamento das disciplinas em três áreas, o que levaria a demissão de milhares de docentes. Como resposta a categoria deflagrou uma greve que durou 42 dias. Além de barrar a reforma a greve conquistou uma gratificação (GTE) e o reajuste no valor do ticket de 2,00 para 4,00 valor que está congelado até hoje, fazendo com que o ticket não dê nem para comer um salgado, quando mais uma refeição;
2005 – O Governo Alckmin envia o PLC 26 para a ALESP no mês de outubro, na ocasião mais de 50 mil professores pararam São Paulo, obrigando o governo a retirar o projeto no mesmo dia do protesto;
2007 – Serra manda para a ALESP o projeto de reforma da previdência, pelo qual pretendia mandar cerca de 110 mil OFAs para o INSS. Após uma greve de 2 dias esses docentes foram incorporados ao SPPREV, sendo aprovado que: “ Fica suprimida a possibilidade de dispensa imotivada, pelo Estado, dos docentes do magistério público estadual, admitidos até a publicação desta lei, com fundamento na Lei nº 500, de 13 de novembro de 1974”; 2008 – Serra publica um Decreto 53.037, pelo qual determinava a implantação de uma provinha para os OFAs poderem entrar em sala de aula, também proibia os efetivos em estágio probatório de se removerem das escolas. Após uma greve que durou 21 dias, os professores conseguiram incorporar a GTE que havia sido conquistada na greve de 2000, um reajuste que variou de 5% a 11% e uma mesa de negociação sobre a prova, que durou o semestre inteiro. Após impor a realização da prova cometendo milhares de irregularidades, a justiça determinou que nota da mesma deveria ser desconsiderada para fins de atribuição em fevereiro de 2009.
2009 – A Secretaria Maria Helena Guimarães é exonerada e no seu lugar entre Paulo Renato. Após dezenas de assembléias, atos e passeatas, o governo aprova na ALESP os PLCs 19 e 20, convertidos em Leis Complementares 1093 e 1094/09, no segundo semestre aprovou a Lei Complementar 1097, impondo uma prova de “mérito”, pela qual impõe o congelamento salarial para mais de 90% da categoria. 2010 – O governo se nega a abrir um processo de negociação com a categoria que deflagra greve a partir do dia 05 de março.”

A estratégia do governo tem sido a nossa fragmentação em várias categorias, com Efetivo, OFAs e Subcategorias: Efetivo aprovado, efetivo reprovados, OFAs aprovados e reprovados além de outras.
Até pouco tempo o ataque era sobre os OFAs, mas com a prova de mérito, os efetivos possivelmente serão reclassificados para fim de atribuição de aulas através da nota obtida nas respectivas prova, uma vez que para o governo a “carreira inexiste”.
Como podemos observar, quem luta sempre conquista, impõe respeito e pauta o governo no âmbito da educação do Estadual.
A experiência demonstra que nos anos em que ficamos inertes, sofremos derrotas, perdemos conquistas, acarretando prejuízo na qualidade de ensino, condições de trabalho e na valorização profissional. A nossa pauta de reivindicação expressa a nossa repulsa ao conjunto dos ataques que o governo vem desferindo sobre a nossa categoria no estado de São Paulo, após um ano sem grandes enfrentamentos ou greve.
Convém ainda registrar que a uma greve contêm pelo menos dois objetivos fundamentais, quais sejam:
1- Garantir as conquistas que levou ou motivou os educadores a deflagração do movimento grevista. Num processo de negociação nem sempre a pauta é atendida por inteiro, uma vez que o percentual das conquistas refletem o grau de mobilização e o impacto decorrente do movimento em si.
2- Para além das conquistas constantes da nossa pauta, o caráter político/ideológico de uma greve também é fundamental, pois no confronto capital/trabalho,patrão/empregado, “opressor/oprimidos”, a construção tática do movimento deve ter por objetivo politizar, questionar, quebrar e criar novos paradigmas educacionais e estruturais, ligando as lutas imediatas da categoria, às lutas estratégicas de ruptura com o Capitalismo, rumo a construção de uma sociedade Socialista Libertária.Uma greve, resguardada as devidas proporções é o preâmbulo de uma guerra.
Dialeticamente, uma greve é um momento privilegiado de profundas mudanças e transformações nos corações e mentes dos lutadores e lutadoras, que ousadamente desafiam, enfrentam as estruturas opressoras do capitalismo, indicando seu limite e esgotamento do ponto de vista da classe trabalhadora, apontando ainda os rumo e urgência da construção de uma nova sociedade Socialista.
Por esses e outros motivos, a greve continua firme, unida e organizada, provocando questionamentos éticos, políticos/eleitorais e revolucionários.
A nossa pauta de reivindicação é: reposição de 34,3%, pois de 100 reais que os professores ganhavam em 1998, hoje só valem 65,7 reais; revogação das Leis 1093/09, 1094/09 e 1097/09 (causadoras da demissão e precarização do trabalho de milhares de professores e congelamento salarial de 95% da categoria).
Melhoria das condições de trabalho: redução do número de alunos para no máximo 25 em sala de aula; instalação e funcionamento imediato de bibliotecas, salas de informática e aumento no número de funcionários e reais condições de trabalho, tais como: café, água, estacionamento gratuito, alimentação e creche para os filhos das trabalhadoras e trabalhadores, entre outros.
Na terceira semana de greve não há espaço para vacilações, retrocessos, “pelegagem” ou traição de classe. Sua dúvida deve se transformar em certeza, seu medo deve se transformar em coragem, seus questionamentos em verdades e a nossa escravidão em liberdade sem fim. A luta sempre.
“Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho. A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.” (Paulo Freire)
Em Tempo: A “velha guarda” da categoria se recorda e carrega na memória e na carne as marcas da grande e inesquecível greve de 1993, a mais radicalizada e politizada da história do magistério do Estado de São Paulo.

Quem luta conquista. Junte-se a nós!!!

Aldo Santos: Sindicalista, Coordenador da Corrente Política TLS, Presidente da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro do Diretório Nacional e da Executiva Estadual do PSOL-SP e SBC.(20/03,/2010)