O ar, o cheiro e o visual está forte.
Por todo canto e lugar
tem-se a sensação do próximo recorte.
O calar triste, frio e vazio
estatístico funeral de mais morte.
Morrer, nada tem de novo
É o ritual do existir
No finito do infinito
Do bando a caminho do fim.
Mas ser atacado sem ver
desrespeitando o viver
do tudo ao nada saber
Que lamentando ou não
é a dialética do ser.
Sem naturalizar a matança
Em massa ou individual
A morte será vencida
No plano material.
A vida que tudo agrega
Os átomos que se desintegram
No reino humano-animal.
Anuncia-se todos os dias
Mais centenas pra vala comum
Milhares de sonhos interrompidos
O Soluço contido de dor
Mortos e vivos corroídos
Na celebração do desamor.
Não foi esse o combinado
Antes do tempo acertado
essas mortes, esse horror.
Da tragédia cotidiana
Que arranca de forma insana
Velhos, manos e manas.
Já escutamos o estampido
Do fascista empedernido
Comematando em dor
Até o sólido no ar desmancha
Em nada parece humano.
É escuridão, mas eu canto
mesmo pra uma estrela escondida
Que o sol há de brilhar
E novas vidas alimentar
Neste plano ou em outras vidas.
Reaja sem esperar.
Aldo Santos - Militante sindical e do Psol
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