sábado, 18 de maio de 2019

ALDO SANTOS ESCLARECE OS MOTIVOS DA CONDENAÇÃO!


“Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?”― Rosa Luxemburgo
Em 2003, havia um clima de esperança no ar, com a eleição de Lula a Presidência da República, apesar de Geraldo Alckmin governar o Estado de São Paulo e Willian Dib, prefeito da Cidade de São Bernardo do Campo.
Segundo os autos do processo, na madrugada do dia 20 de julho de 2003, importante área foi invadida por cerca de 400 pessoas, reunidas pelo movimento dos trabalhadores Sem Teto - MTST.
A gleba ocupada media aproximadamente 275.000 metros quadrados, e segundo documentos a mesma pertencia a Volkswagen do Brasil Ltda.
Esta área ocupada foi denominada de “acampamento Santo Dias”, uma homenagem ao líder sindical dos metalúrgicos, membro da Pastoral Operária de São Paulo. Santo Dias Foi morto pela Polícia Militar quando comandava um piquete de greve, no dia 30 de outubro de 1979.
Os promotores de justiça (ROSANGELA STAURENGHI, FERNANDO ALVAREZ BELAZ E A ESTAGIÁRIA DO MINISTÉRIO, VANESSA VELLOSO SILVA SAAD) afirmaram na ação que a invasão foi de responsabilidade do MTST, “Mas o vereador Aldo dos Santos teve papel de destaque nos fatos supra mencionados.
Cerca de 30 dias antes do inicio da invasão, no dia 18 de junho de 2003, durante a 20ª Sessão Ordinária da Câmara municipal de Vereadores de São Bernardo do Campo, onde se discutia a atuação dos Municípios com os moradores de rua, o réu estimulou expressamente a invasão de áreas livres do município como solução para o problema habitacional. Essas foram suas palavras: “Por último, quero dizer para vocês que moram nas ruas. Não adianta somente reclamar. Ora, vocês conhecem muitas áreas em São Bernardo. Não conhecem? Vocês têm que mapear essas áreas e ocupá-las também para terem casa. Temos que organizar tudo isso. Temos tantas áreas boas em São Bernardo. Vamos organizar. Faz um grupo de sem-teto que não tem para onde ir e vamos levantar uma dessas áreas legais que tem por aí e entrar. Ou vocês vão esperar que alguém leve vocês para lá, achando que vocês merecem?
Então gente, se organizem também, criem um grupo de sem teto, assim como os Sem-terra estão fazendo no interior, levando os trabalhadores, se organizem, porque tem muita área boa em São Bernardo se vocês forem para lá, porque vai ser melhor servir a vocês do que servir para exploração imobiliária.”(pag 12/13).
Com o acontecimento da ocupação em 20 de julho/2003, que fiquei sabendo no dia seguinte pela manhã, e, por expressar minha irrestrita solidariedade aos movimentos sociais, e após percorrer todos os labirintos perversos das instâncias do judiciário, nos termos dos acórdãos, a sentença exarada foi: à suspensão dos direitos políticos por cinco anos, ao pagamento de multa civil na quantia de dez vezes o valor da remuneração por ele percebida como agente político na época dos fatos e à proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Em 2010, quando fui candidato a vice - governador pelo Psol, este problema político veio a tona e toda mídia brasileira me condenava previamente. Deste período guardo com saudosa lembrança a defesa do candidato a presidência da República pelo Psol, o grande Plínio de Arruda Sampaio, que, enquanto todos me condenavam ele me defendia dizendo que eu não era ficha suja, era ficha ouro, pois apoiar os pobres, sem terra e sem teto era dever de todos e todas.
Em 2018, em plena campanha a deputado federal fui surpreendido com a aplicação da pena da suspensão dos direitos políticos por cinco anos, conforme condenação supracitada.
No dia do pagamento do corrente mês fui mais uma vez surpreendido com o bloqueio total do pagamento via medida judicial, e ao tomar contato do inteiro teor, na página 72 da referida ação penal, onde estava expressamente escrito: “defiro o bloqueio de valores do(s) executado(s) Aldo Josias dos Santos, no valor de R$ 658.360,86”.
Diante do exposto os advogados estão fazendo as devidas manifestações jurídicas para o devido desbloqueio, e do ponto de vista político, lideranças reunidas apontaram para a realização de ato de desagravo contra mais esta efetiva ação de criminalização dos movimentos e lutadores sociais do povo.
Quando falam que o processo foi pelo uso indevido do carro oficial para socorrer crianças idosos doentes, diante da omissão do prefeito Dib e demais autoridades, este argumento foi apenas um pretexto. O ódio de classe é quando se questiona a propriedade privada, principalmente de uma empresa que lucrou e lucra sem nenhuma contrapartida social com os trabalhadores, drenando volumosa quantia de dinheiro do Brasil para sua matriz na Alemanha.
Quando você questiona a propriedade privada, prepare-se para a guerra dos senhores do poder que quer manter o povo amordaçado, excluído e escravizado.
Centenas de manifestações tem circulado pelas redes sociais em solidariedade e em nossa defesa, ocasião em que tenho reiterado a mais profunda convicção na luta, na utopia de um dia construirmos uma nova sociedade socialista, livre os opressores e da opressão do capital.
“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” ― Rosa Luxemburgo
Lutar, resistir e vencer é preciso!
Aldo Santos- Ex-vereador, Membro da diretoria da APROFFESP, Presidente da APROFFIB, militante da apeoesp e do Psol.

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