quinta-feira, 20 de agosto de 2020

A luta pela vida é permanente!

Para maiores esclarecimentos acerca deste problema relacionado à crise das pandemias e à saúde pública, passamos a descrição etimológica sobre essas manifestações no cenário local, nacional e mundial. A tipificação é muito importante para fins didáticos e assertivas acadêmica e populacional.
O SURTO de uma enfermidade é considerado a partir de certo aumento de casos de doenças em uma determinada região, como por exemplo, a dengue.
A EPIDEMIA se caracteriza quando um surto aparece em várias regiões de uma cidade, ou de um estado. Exemplo, a dengue teve destaque em 20 cidades.
A PANDEMIA é quando aparece em várias regiões do planeta, como a gripe suína, a AIDS, Coronavírus19, dente outras.
A ENDEMIA significa um acometimento típico de uma região, podendo ser sazonais, como a febre amarela.
Na história, vamos ter vários registros de grandes manifestações infecciosas e seu estudo significa importantes caminhos para a compreensão da realidade atual.
Como exemplo, podemos reproduzir historicamente aqui várias manifestações efetivas de doenças que acometeram a humanidade, destroçando vidas e colocando a economia em frangalhos.
A Febre Tifoide, em 430 d.C., no Egito, foi devastadora, matando grande parte das tropas atenienses e cerca de um quarto da população, durante a guerra do Peloponeso.
Ocorreram ainda: “Peste Antonina (165–180) - possivelmente causada pela varíola trazida próximo ao Leste; matou um quarto dos infectados. Cinco milhões no total”.
Peste de Cipriano (250–271) - possivelmente causada por varíola ou sarampo, iniciou-se nas províncias orientais e espalhou-se pelo Império Romano inteiro. Segundo relatado, em seu auge, chegou a matar 5 000 pessoas, por dia, em Roma.
Peste de Justiniano (541-x). A primeira contaminação registrada de Peste Bubônica. Começou no Egito e chegou à Constantinopla na primavera seguinte, enquanto matava (de acordo com o cronista bizantino, Procópio de Cesareia) 10 000 pessoas por dia, atingindo 40% dos habitantes da cidade. Foi eliminada até um quarto da população do oriente médio.
Peste Negra (1300) - oitocentos anos depois do último aparecimento, a peste bubônica tinha voltado à Europa. Começando a contaminação na Ásia, a doença chegou à Europa mediterrânea e ocidental em 1348 (possivelmente de comerciantes fugindo de italianos lutando na Crimeia), e matou vinte milhões de europeus em seis anos, um quarto da população total e até metade nas áreas urbanas mais afetadas.” ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Pandemia)
Principais pandemias
Em 1850 na Ásia, o vírus da gripe se espalhou pela Europa, África, América da Norte, Reino Unido, eliminando cerca de 10% da população infectada pelo vírus. Veio atacar novamente em 1732, matando em torno de 500 mil pessoas.
Outras pandemias acorreram na China, em 1781, infectando cerca de 25% da população.
Em 1889, a Gripe Russa ataca a Europa e chega até o Rio de janeiro.
Em 1918, aparece a Gripe Espanhola, se espalhando por todo planeta, contaminado cerca de 50% da população mundial, matando cerca de 40 milhões de pessoas.
A Gripe Asiática surgiu na china em 1957 e, em torno de 10 meses, atingiu praticamente o mundo todo.
Em 1968, a Gripe de Hon Kong infectou em torno de 500 mil pessoas, vindo a se espalhar por grande parte do mundo.
 Em 2019, na cidade de Wuhan, na China, o coronavírus se espalhou pelo mundo e estamos em plena pandemia, com um vírus letal deixando um rastro de milhares de mortos e possíveis sequelas comprometedoras.
“Além da gripe, outras doenças originaram grandes pandemias como a Cólera, que acarretou em oito grandes pandemias que tomaram o mundo inteiro.
Teve início na Índia, em 1816, onde se alastrou para China e chegaram à República do Azerbaijão, Cazaquistão, Turcomenistão e Rússia, através do Mar Cáspio.
De início na Europa, a Cólera infectou os Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, em 1832.
Afetou gravemente a Rússia, a partir de 1852, causando mais de um milhão de óbitos.
Alastrou-se, rapidamente, entre a população Europeia e Africana entre 1863 e 1875.
Grande contaminação da América do Norte no ano de 1866.
Infectou principalmente a Alemanha, causando mais de 8 mil mortes no país em 1892.
Atingiu a Rússia em 1899, mas com o avanço da Saúde pública, a Europa foi pouco afetada.
Iniciou-se na Indonésia em 1961 se alastrou para Bangladesh, Índia, e chegou à União Soviética em 1966.
No século XVIII, na baixa idade média, por falta de saneamento, a Peste Negra assolou a Europa, dizimando entre um terço (25 milhões) a metade da população (75 milhões).
Em decorrência da colonização, doenças novas foram introduzidas em certas áreas, onde evoluíram para grandes pandemias como a da Varíola e o Sarampo, que ocorreu entre 1500 a 1530, no México e Peru, causando mais de 2 milhões de mortes.
Atualmente, o vírus HIV causa uma grande pandemia global de AIDS, desde seu descobrimento em 1982, o vírus já infectou mais de 60 milhões de pessoas, resultando em 20 milhões de óbitos. Hoje, mais de 34 milhões de pessoas estão infectadas. Outras doenças como o Ebola, Zika, Dengue e Chikungunya estão sendo estudadas profundamente pela comunidade científica, pela facilidade de contaminação mundial, podendo resultar em grandes pandemias. (https://www.infoescola.com/doencas/principais-pandemias/)

Além das pandemias acima citadas, temos outras tragédias que devastaram parte significativa da humanidade e ainda hoje acometem milhares de pessoas pelo mundo.
A Tuberculose é uma delas com uma grande duração, e ainda faz vítimas pelo mundo afora, embora tenha cura, mas, no período de 1850 a 1950, acredita-se que tenha matado mais de 1 bilhão de pessoas pelo mundo.
Foi graças a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928, que o bacilo de Koch passou a ser tratado.
Outra grande tragédia sanitária foi a Lepra, com a construção de grandes leprosários, o confinamento dessas pessoas que eram esquecidos pelos parentes, uma vez que a tuberculose e a lepra eram muito estigmatizadas pela sociedade. Mesmo trocando o nome de lepra para hanseníase, com a descoberta de medicamentos, hoje os pacientes vivem no meio social, porém ainda vítimas do ataque dessas bactérias.
A Gripe Suína (H1N1), que hoje já dispõe de vacina, ainda é muito presente pelo seu vírus influenza.
Também registro neste levantamento de dados a epidemia de Meningite. Faço este registro por conta dos acontecimentos e da ingerência política da ditadura militar que tentava esconder os dados para evitar desgastes político, pois a mesma teve esta marcada aberta da ação dos militares no poder.
Conheci de perto esta epidemia, pois, por necessidade de trabalho, iniciei na enfermagem em 1974, com a publicação no Estado da lei 500/74, um grande contingente de funcionários foi contratado para trabalhar nessa crise sanitária. Como atendente de enfermagem e depois como auxiliar de enfermagem, vivi de perto as amarguras dos seres humanos que morriam rapidamente, uma vez contaminados. Com o surgimento de medicação e vacina o quadro foi controlado, embora ainda ocorram casos isolados.
A relação das pandemias, e em particular a que estamos vivenciando, com a epidemia de meningite existe alguma semelhança, uma vez que os casos, mesmo com uma vasta rede social existente hoje, estima–se que os dados estão subnotificados. Foi preciso que os órgãos da imprensa criassem seu próprio canal de aferimento dos casos infectados e de mortes para a devida transparência dos acontecimentos. Já que o governo colocou no ministério da saúde um ministro estranho à área e cargos de mando militar e tentou manipular os dados para distorcer os números, a partir dos posicionamentos negacionistas da gravidade e letalidade, levando à matança generalizada em massa que significou e significa os mais de  100 mil mortos no Brasil pelo COVID 19.
Na década de 70, presenciamos este momento histórico e de segregação dos dados da meningite e, sem coincidência, estes fatos tentam se repetir, uma vez que com a tragédia existente, sequer temos um ministro da saúde e sim um militar despreparado, interinamente respondendo pelo ministério, desgaste este que vem recaindo inclusive ao conjunto das forças armadas que, em grande número, estão lotados na máquina administrativa federal.
É relevante, neste como em outros momentos, a existência do sistema Único de Saúde, que de forma capilarizada e mesmo com boicote dos órgãos governamentais ainda socorre a grande maioria da população brasileira que não tem emprego e sequer um plano de saúde.
Isso posto, estamos diante de governantes genocidas, que levarão a uma hecatombe e uma “faxina sanitária” de milhares de idosos/as, negros, indígenas, prisioneiros de um sistema falido, moradores de rua e, assim como em outras grandes pandemias e epidemias, como a tuberculose e meningite, a periferia e a pobreza são empurrados ao matadouro do capital.
Dentro do capitalismo não há esperança nem saída para a classe trabalhadora.

Resistir e revolucionar é preciso!

Aldo Santo -Militante do movimento sindical, popular e do Psol.

3 comentários:

  1. Uma excelente e profunda pesquisa. Um histórico que nos chega de pedagógica, a ser aplicada em todos os níveis do ensino básico as universidades. Obrigada por tão rica contribuição social.

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  2. Sim a eterna luta para sobreviver.Dificil é conseguir vacinas para as misérias humanas do poder.

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