quinta-feira, 2 de agosto de 2012

ALDO SANTOS PROMETE PASSE LIVRE ESTUDANTIL E PASSAGEM A R$ 2


ALDO SANTOS PROMETE PASSE LIVRE ESTUDANTIL E PASSAGEM A R$ 2




ELEIÇÕES 2012. REPORTER DIÁRIO



Quarta-feira, 1 de agosto de 2012





Marcelo Melo











O candidato do PSOL a prefeito de São Bernardo, Aldo santos, afirmou nesta segunda-feira (30/07), em entrevista concedida ao RDtv, que se for eleito promoverá mudanças radicais no transporte público do município, ao implantar o passe livre para estudantes e diminuir o valor da condução de R$ 2,90 para R$ 2.


“A passagem na cidade é uma das mais caras do Brasil, não dá para aceitar isso e já prever que no começo do ano que vem teremos novo aumento, pois as empresas de ônibus são as que financiam as campanhas dos candidatos a prefeito”, afirmou. “O primeiro ato será diminuir a passagem para R$ 2 e também implantar o passe livre infantil. Quando fui vereador, apresentei esta proposta, que foi aprovada pela Câmara Municipal, mas barrada pelo ex-prefeito Mauricio Soares”, completou.


Além das promessas no transporte público, Santos ainda falou sobre temas importantes para a administração municipal, como habitação e saúde; áreas que também foram criticadas pelo prefeiturável. “Na habitação, o empenho do atual prefeito ficou muito aquém daquilo que a população esperava. Os movimentos populares, como o Movimento dos Sem Teto Urbano (MSTU), dialogaram por quatro anos e não obtiveram resultado concreto”, avaliou. “Já as UPAs se transformaram em elefantes brancos. Prédios bonitos, mas sem médicos”, pontuou.

Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

RD: O senhor é professor e obviamente ligado à área da educação. Caso o senhor seja eleito quais são seus principais planos?
Aldo Santos:
 Temos preocupação muito grande com processo educacional, quem não investir na educação não tem como prosperar de fato. Defendemos que 10% do PIB nacional devam ser direcionados para a Educação e não apenas 4,5%. Se isso acontecer podemos elevar a porcentagem do orçamento municipal destinada a esta área de 25% a 30%.

RD: Quais são as principais demandas?
Aldo Santos:
 Valorização e respeito ao magistério e redução da carga horária do funcionalismo público para 36 horas semanais, sem alterações salariais. Também não penso em municipalizar o ensino, pois entendo que isso não agrega melhorias pedagógicas e dificulta relações entre professores da rede pública estadual. Melhoras só virão com investimentos.

RD: Em relação à habitação, o que pode ser feito?
Aldo Santos:
 O empenho da atual gestão foi muito aquém daquilo que a população esperava. Os movimentos populares, como o Movimento dos Sem Teto Urbano (MSTU), dialogaram por quatro anos e não obtiveram resultado concreto. É preciso eliminar o déficit habitacional que gira em torno de 50 mil moradias e para isso a Prefeitura deve criar um banco de terra, que auxilie na política de construção popular por meio de mutirão e concluir a regulamentação fundiária sem custos para os munícipes.

RD: Como o senhor enxerga o atual cenário da segurança em São Bernardo.
Aldo Santos:
 Uma parte é atribuição do Governo Estadual, através da Polícia Militas e demais órgãos repressores. A GCM (Guarda Civil Municipal) tem de zelar pelo patrimônio e assegurar tranquilidade nas escolas. É possível estabelecer parceria com Governo para reproduzir esta forma de atenção primária nas escolas estaduais, onde o índice de violência é muito alto. Mas, o conceito de segurança é mais amplo que a visibilidade de uma viatura e só se dará a partir de um país que ofereça acesso ao emprego, educação, moradia e saúde. A raiz do problema está vinculada a questões sociais.

RD: Um dos projetos mais discutidos nesta área é a implantação da Atividade Delegada, que permite aos policias trabalharem pela própria corporação em seus horários de folga. O senhor é favorável a este incremento?
Aldo Santos:
 Sou contra, pois isso não melhora nada. O policial precisa ganhar salário digno para não ter que pensar em uma dupla jornada.

RD: Um dos trunfos do atual prefeito Luiz Marinho em sua busca pela reeleição são as realizações na saúde, com a entrega de diversas UPAs e reforma de outras instalações. O que mais pode ser feito pelo próximo gestor?
Aldo Santos:
 Precisamos de uma revolução. É inconcebível pessoas demorarem um ano entre o exame e o retorno ao medico. Falo isso baseado nas denúncias que ouvi durante minhas caminhadas. As UPAS se transformaram em elefantes brancos, prédios bonitos, mas sem médicos. É necessário valorizar e investir.

RD: E quanto às medidas pontuais. Quais seriam essenciais?
Aldo Santos:
 Acabar com terceirizações e romper o contrato com a Fundação Abc. Nós não podemos pegar dinheiro público e deixar que seja administrado por terceiros, ele deve ser gerenciado diretamente pela Administração e não como é feito hoje. Em sua campanha passada, o próprio Marinho admitia romper o contrato, com esta medida já teríamos muita economia no município. Também devemos investir mais no programa médico de família e na internação domiciliar.Queremos os prédios, mas também o atendimento correto aos munícipes.

RD: O número de equipamentos entregues não reflete uma melhora na saúde?
Aldo Santos:
 Não. No diálogo com os eleitores, a saúde é a área mais criticada.

RD: Apesar de se tratar de uma questão regional, o trânsito na cidade está cada vez mais caótico. Como equalizar este problema?
Aldo Santos:
 Atualmente, o trânsito é um dos gargalos de qualquer administração. O crescimento não foi planejado, e a malha viária não comporta mais os carros.
Se o transporte público tivesse um preço justo e boa qualidade, grande parte desse problema seria resolvida. A passagem na cidade é uma das mais caras do Brasil, não dá para aceitar isso e já prever que no começo do ano que vem teremos novo aumento, pois as empresas de ônibus são quem mais financiam as campanhas dos candidatos a prefeito.
Nosso primeiro ato será diminuir a passagem para R$ 2, ninguém irá lucrar com a miséria humana e com o suor dos trabalhadores. Também vamos garantir o passe livre infantil. Apresentei esta proposta quando fui vereador, ela foi aprovada pela Câmara Municipal, mas barrada pelo ex-prefeito Mauricio Soares.
Entendemos que investimento na educação é possibilitar o livre acesso do estudante para que possa de fato estudar. Esta região comporta a construção de um aeroporto, que proporcionaria um fluxo maior de capital e ampliaria novas formas de mercado, achamos que é possível viabilizar esta questão. Assim como a rodoviária, que está em uma condição vergonhosa, podemos ter um centro que venda passagens para o Brasil inteiro, mas nada de novo é feito neste sentido.

RD: O passe livre e a diminuição da passagem são propostas que agradam a população, mas o senhor crê que seja possível vencer o próprio jogo de influências citados pelo senhor para concluir estas intenções?
Aldo Santos: 
Entendo que três questões dependem do poder público. Não precisamos ter lucro na saúde, na educação e no transporte publico.
Além de diminuir a passagem gradativamente, precisamos municipalizar o transporte. Não podemos ficar reféns de quem usa a dificuldade do trabalhador para enriquecer.

RD: E como fazer isso na prática?
Aldo Santos:
 Como disse, é preciso gerenciar e viabilizar estas condições de maneira gradativa. Em 1989, São Bernardo municipalizou o transporte, que depois retornou para a iniciativa privada.

RD: A construção de um aeroporto também é assunto abordado por outros candidatos. Existe alguma área onde ele possa ser construído?
Aldo Santos: 
Este é um debate que não depende apenas do poder publico municipal, existem outras relações que devem ser conciliadas. Sabemos que já existem intenções públicas neste sentido. O prefeito tem condições de buscar essa relação com o os órgãos federais e com o apoio estadual, mas não é um instrumento que precise ser erguido necessariamente em São Bernardo, isso precisaria ser discutido com os prefeitos da região, para a definição do espaço mais adequado.

RD: Muito se fala da criação da Usina de Lixo, que criaria energia a partir da incineração do lixo. Esta é a alternativa mais válida?
Aldo Santos:
 A saída não é retornar trazer para o Grande Alvarenga um novo lixão em novas modalidades, isso é um erro. Tenho conversado com moradores da região, que alegam que o processo tem sido conduzido contra a vontade da comunidade. Por mais que digam que não terá comprometimento, para nós esta iniciativa jogará toneladas de contaminação e sacrificará população que convivia com esta realidade, com uma série de problemas como desvalorização de imóveis.
Pretendemos abrir amplo debate, principalmente com militantes e moradores da região, para buscar alternativas de como compatibilizar a vida urbana com o tratamento deste lixo.

RD: Como o senhor vê o incentivo a prática dos esportes?
Aldo: 
Precisamos viabilizar o esporte popular em detrimento do esporte profissional. Investir mais nos campinhos da periferia, para que a juventude tenha a prática de esportes no local em que vive.

RD: Faltam opções nas comunidades?
Aldo Santos:
 Precisamos aperfeiçoar os equipamentos existentes. As escolas precisam ser abertas no final de semana para que população possa utilizar as quadras. Defendo que precisamos ter academias abertas, com professores de educação física como orientadores, para dar segurança aos interessados em sair do sedentarismo.

RD: E quanto aos históricos problemas das enchentes nas áreas centrais. O que pode ser feito para contornar este problema?
Aldo Santos:
 A ocupação desordenada é que tem levado a essas enchentes. A forma que foi buscada para solucionar este problema foi a construção dos piscinões, que acabaram virando grandes lixões. Estes espaços não são sequer limpos e quando chegam as chuvas eles não estão preparados para cumprir sua função. Este é um tema de natureza que precisa ser discutido com as demais Prefeituras do ABC. As barreiras existem para nós, mas não para as chuvas.

RD: A exploração da camada pré-sal representa uma grande oportunidade para o empresariado do município, que fica localizado próximo à Bacia de Santos e que pode servir como importante rede fornecedora para a Petrobrás. Qual o melhor caminho para aproveitar este cenário positivo?
Aldo Santos:
 É um debate bastante recente. Vejo que essa riqueza deve apontar para onde queremos que seja destinada, à educação, por exemplo.
Claro que a Prefeitura tem que se antecipar e criar mecanismos que assegurem que este debate não seja deixado em segundo plano.

RD: Para finalizar, quais as estratégias serão adotadas para trazer maior visibilidade a sua campanha. Como o senhor se prepara para chegar ao eleitor e representar uma terceira via na cidade?
Aldo Santos:
 Queremos ser a primeira via e ganhar as eleições, mas não temos ilusões com o processo eleitoral. Infelizmente, as eleições se transformaram em balcões de negócios, muitas vezes não vencem as melhores ideias ou os compromissos sérios. Quem tem dinheiro compra o resultado e infelizmente é o que acontece no capitalismo. 
É fundamental que haja uma mudança e haja financiamento publico nas campanhas, com condições de igualdade para que possamos disputar de maneira igual e privilegiar o debate público no marco das ideologias e não pela força e pela opressão do capital. A situação das eleições em São Bernardo é vergonhosa. O prefeito sequer deixou o cargo para continuar prefeito. Na prática, está usando sua posição de forma absurda para influenciar o resultado eleitoral. As eleições aqui estão comprometidas, assim como estão nos locais em que os prefeitos não se licenciam. Nossa dificuldade em fazer eleição é grande, mas somos um partido de cabeça erguida e mãos limpas.








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