sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O RACISMO DENTRO DA SOCIEDADE

O racismo na sociedade brasileira tem causado sérios transtornos aos negros porque impede que eles participem da integração social. Há exclusão, descaso e desvalorização desta parcela do povo brasileiro. A hipocrisia não permite que o preconceito seja admitido como prática comum.
Em pleno o início do terceiro milênio, ainda não se conseguiu superar o terrível mal da segregação racial.
Já na Roma antiga, os Romanos chamavam bárbaros aos que não falavam a mesma língua e tinham costumes diferentes.
Nos dias de hoje já não existe Império Romano mas o racismo continua.
Para dar um exemplo vou relatar a história de uma menina mal tratada pela sociedade.
Ela chamava-se Helena e era filha de pais negros e muito ricos.
Na escola, Helena não tinha grandes razões de queixa. Mas não tinha tantos amigos como às outras pessoas, porque era de uma cor diferente.
Helena sentia-se mal com alguns comentários que lhe “lançavam” mas, como tinha os seus amigos de escola, não se importava nada com a opinião das outras pessoas.
Todos os dias, quando chegava à escola, ouvia comentários desagradáveis. Contudo, não se preocupava muito com a situação, pois, as amigas diziam que ela era rica e as pessoas que inicialmente tinham insultado Helena passavam a querer ser suas amigas. Em quase todos os intervalos a cena repetia-se: sempre que surgiam comentários desagradáveis, a atitude das amigas resolvia a questão. A única amiga que não tinha esta atitude era Beatriz.
Quando Helena lhe perguntava por que é que ela não agia como as outras, Beatriz respondia que não achava correta a sua atitude e dizia que as amigas só estavam junto dela por causa do dinheiro que ela possuía. Helena ao ouvir tais palavras zangava-se com Beatriz e jurava que nunca mais lhe voltava a falar.
Passados uns meses o pai de Helena teve um grande problema econômico e toda a fortuna que possuíam foi por água abaixo. Acabaram-se as empresas, os carros, a maravilhosa casa. Helena era agora negra e pobre.
Estava de rastos com toda a situação e queria desabafar com as amigas. Com todas ,menos com Beatriz. Elas ao ouvirem o que tinha acontecido deram-lhe umas palmadinhas nas costas e rapidamente a deixaram só.
Antes de perder a fortuna e as “amigas”, ninguém repetia um comentário racista, nem voltava a tocar nela. Mas a situação mudou e a vida de Helena passou a ser diferente.
Algumas semanas depois, quando ia a entrar numa aula, um colega disse-lhe:
- Aqui não te sentas.
-Porquê?
- Ainda perguntas, sua preta que não tem onde cair morta...
Este foi só o primeiro de muitos comentários que teve de agüentar todos os dias, até por parte das que diziam ser suas amigas.
Num dia em que tinha ouvido mais comentários do que era costume, Beatriz chegou ao pé dela:
-Afinal eu tinha razão, não era?
- Razão sobre o quê? Oh! Vai embora... Também vens gozar comigo é?
-Já devias saber que eu fui a única pessoa que sempre fui tua amiga de verdade, nunca alinhei em esquemas para me aproveitar do fato de tu teres sido rica e também nunca me aproximei de ti por causa do teu dinheiro, a pensar que podia ganhar algo em troca ou com esperança de um dia me dares um belo presente como recompensa da minha amizade. Eu aproximei-me de ti porque acho que tens valor pela pessoa que és e nunca por causa daquilo que tens ou que um dia tiveste.
Helena, ao ouvir estas palavras, não precisou que ninguém lhe dissesse o que fazer. Ela percebeu que tudo o que Beatriz dissera e fizera antes tinha sido para seu bem, porque se preocupava realmente com ela.
Apesar das duas já terem feito as pazes, os comentários desagradáveis continuavam.
Beatriz achou que algo tinha de ser feito e decidiu arranjar uma maneira de provar que todas as pessoas são iguais, apesar das suas diferenças.
Beatriz teve uma ótima idéia: fazer uma campanha contra o racismo. Para isso, convenceu todas as pessoas que eram ou já tinham sido vítimas de racismo a dar o seu testemunho.
Quando a campanha começou, Beatriz e Helena tinham medo de que ninguém prestasse atenção, tinham medo de ninguém se importar com um problema que estava a crescer na sociedade.
No princípio quase ninguém aderiu à campanha.
Já elas, estavam prontinhas para desistir, quando aparece um mar de gente que adorou a campanha, principalmente os testemunhos das pessoas vítimas de racismo.
No final, não havia pessoa alguma que não tenha participado e, todas elas, estavam sensibilizadas para um problema que estava a crescer assustadoramente.
Na nossa sociedade o problema do racismo também está a crescer assustadoramente e, às vezes, por muitas campanhas que se façam o problema não se resolve ou, então, as pessoas lembram-se durante dois dias, mas ao terceiro já toda a gente se esqueceu.
Não devemos desvalorizar as pessoas que são diferentes de nós.
Muitas das vezes as pessoas que são vítimas de Racismo valem muito mais do que aquelas que são racistas. Mas podemos constatar que os negros conseguem recuperar seus direitos e buscam através do exercício da cidadania, a liberdade, a igualdade, a fraternidade e a dignidade plena.
Hoje em dia, vemos diversos negros influentes na política, no meio acadêmico, na literatura e na vida social. Não é o suficiente, mais é o começo do resgate da autonomia desses nossos irmãos, que durante sua historia, têm sido injustiçados sistematicamente.
O que é que importa se somos brancos ou negros, se somos ricos ou pobres, se temos roupa de marca ou não? Todas as pessoas têm diferentes personalidades, mas no fundo todos nós somos iguais.


Escrito por Larissa Cajano
Nº 24 – 2º A
E.E. Pedra de Carvalho

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