Aldo acredita em conluio entre adversários
Candidato a prefeito pelo PSOL afirma que partido possui a única candidatura que de fato faz oposição.
Jornal Bom dia:
O professor Aldo Santos, candidato a prefeito de São Bernardo pelo PSOL, acredita que os adversários de Luiz Marinho (PT) não são tão adversários assim.
Em entrevista concedida ontem à Rádio ABC e ao BOM DIA ABCD, o prefeiturável disse acreditar que está em curso um acordo entre os candidatos ao Paço Municipal, em “apoio branco” ao atual prefeito.
Aldo Santos leciona filosofia em escolas estaduais da cidade. Foi vereador em São Bernardo por quatro mandatos, é vegetariano, fã de Lênin e atua no Sindicato dos Professores da Rede Pública de São Paulo.
BOM DIA_ Por que ser candidato a prefeito de São Bernardo?
Aldo Santos_ O partido me deu essa tarefa porque nós temos dois objetivos claros. Primeiro, fortalecer ainda mais o partido na região, por se tratar de um partido novo. É um partido que vem tendo uma importância muito significativa no cenário político nacional. Segundo, porque quero fazer aquilo que não consegui fazer quando fui vereador por 16 anos na Câmara. Grande parte das demandas que como vereador você até propõe mas não consegue fazer, como prefeito você então teria e terá e teremos essa oportunidade em fazer aquilo que não foi possível realizar quando vereador.
A sua campanha tem priorizado quais temas?
Temos focado em quatro grandes eixos. Primeiro, a educação. Entendemos que em qualquer país a educação é imprescindível para o processo de formação. Estamos propondo investimento na educação de 25% para 30% [do orçamento]. Pra nós a educação é fundamental. Além disso, vamos respeitar o movimento sindical, coisa que o atual prefeito Marinho não faz.
O outro [eixo] é sobre a problemática da saúde. Temos percorrido a cidade e é comum as pessoas até reconhecer que construíram algo novo, mas falta médico, faltam as condições objetivas de um atendimento adequado. Nós pretendemos romper o convênio com a Fundação do ABC porque nós vamos fazer a gestão direta.
Outro eixo é a mobilidade. A cidade hoje padece com essa problemática da mobilidade urbana. Nós entendemos que isso deve ser absolutamente enfrentado, o que significa melhorar o transporte público. Nesse sentido pretendemos municipalizar o transporte e reduzir a passagem, que é uma das mais caras do Brasil.
Há um deficit de vagas em creches na cidade. O que você pensa a respeito?
Entendemos que a creche é um direito, e como direito o prefeito precisa assegurar as condições para que as mães, ao trabalhar, tenham com quem deixar os filhos, numa creche. Inclusive precisamos redimensionar. Quando fui eleito vereador as creches em São Bernardo eram vinculadas à secretaria de Saúde, tal era a compreensão de depósito humano que se tinha. Em relação à municipalização do ensino, temos uma posição clara. Somos contra porque entendemos que não agrega valores do ponto de vista pedagógico.
Os candidatos que polarizam esta eleição avaliam que a disputa inevitavelmente vai acabar no dia 7 de outubro.
Como o PSOL avalia esse cenário e tenta reverter a diferença estrutural em relação às outras campanhas?
Na verdade nós achamos que o debate está em aberto. Mas já está consumado, vai acabar no primeiro turno, até porque nós estamos estranhando que não tem saído pesquisas. Certamente é porque não tem notícias boas para serem divulgadas. Desde o começo observamos que as forças políticas procuram facilitar a vida do Marinho. O prefeito tem a candidatura com apoio da máquina federal, o Alex conta com o apoio da máquina estadual, mas politicamente os opositores ao campo do Marinho estão se omitindo na campanha. O deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que em tese é do campo do Alex Manente, você não vê fazendo campanha. O deputado [William] Dib você não vê fazendo campanha na cidade. A pergunta que se tem é: teria um grande acordo pró-Marinho em São Bernardo? O Ademir Silvestre (PSC), pelos comentários, seria uma quinta coluna da própria administração, porque tiraria voto do Alex para possibilitar que Marinho pudesse ser eleito no primeiro turno.
A única oposição que está sendo construída na cidade é a oposição do PSOL. Um partido que em nível nacional tem demonstrado o seu lado no Congresso Nacional. Com apenas um senador conseguimos expulsar aquele povo envolvido com os “Cachoeiras” da vida.
Existem três projetos em São Bernardo: Do mensalão, representado na figura do Marinho, no outro lado tem o projeto do Cachoeira, onde o ponto do debate central é o governador do PSDB e o projeto do PSOL que é novo para a cidade. Contra a bandalheira política.
Se eleito, qual será a sua primeira ação como prefeito?
Pretendemos abaixar o preço da passagem. Achamos que simbolicamente é um processo de mudança, pretendemos diminuir para R$ 2. É um absurdo o que acontece hoje. Gradativamente vamos trabalhar nesse processo de municipalização [do transporte]. Vamos desenvolver também uma política de profunda democracia. Vamos reunir trabalhadores da educação, saúde, pessoas das mais variadas representações da cidade, e a partir daí vamos instituir os congressos das cidades para prestar conta daquilo que precisa ser feito no município.
São Bernardo já teve um transporte municipalizado, durante a gestão Maurício Soares. Esse sistema não funcionou por qual motivo? Essa foi uma experiência positiva?
O perfil do Maurício é privatista, não é perfil de quem entende de saúde, educação, transporte... Essas áreas são obrigações do Estado. O direito de ir e vir em condições objetivas, assegurar um transporte de qualidade, concorrer com o transporte individual. Ou o Estado assume esse debate da mobilidade urbana ou concretamente o gargalo da mobilidade está posto e vai parar a cidade. É o que já acontece em alguns momentos em que fica inviável ir para o Centro.
RAIO-X DO CANDIDATO
Nome: Aldo Josias dos Santos
Partido: PSOL
Profissão: Professor
Hobby: Escrever
Comida predileta: Vegeteariana
Time de futebol: Santos
Ídolo na política: Lênin
FATO
APOIO BRANCO
“As forças políticas procuram facilitar a vida do [Luiz] Marinho”
Aldo Santos
Candidato a prefeito de São Bernardo pelo PSOL
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