Carta aberta ao povo do Grande ABC
“Por uma regionalidade de fato”
O tema da regionalidade embala sonhos e expressa uma necessidade.
É evidente, até aos olhos menos sensíveis, que problemas comuns exigem soluções
comuns e, o caminho mais curto para a busca de saídas, é a integração regional
na ação dos poderes executivos do Grande ABC. Mas a realidade dos organismos
criados para este fim peca pelo esgotamento de suas forças por estar apoiado
num modelo que privilegia, mesmo que num órgão extra-municipal, as disputa
políticas por poder e a falta de participação popular na sua gestão. E isto
precisa ser mudado.
O Grande ABC tem um peso bastante significativo no
cenário político e econômico nacional. Palco de intensas manifestações
operárias nos anos 80 e 90, que renderam aos trabalhadores a condição de
protagonistas da história e provocou um ganho no poder aquisitivo local, a região
se caracterizou pela intensa atividade industrial e por forte participação no
PIB estadual e nacional.
De acordo com o IBGE e a Fundação SEADE, São Bernardo
do Campo é o 5º maior município no estado de São Paulo na geração de riquezas,
com quase R$ 20 bilhões anuais (2005) e Santo André o 8º com R$ 8,5 bilhões.
São Caetano tem forte PIB per capita e Diadema e Mauá também se destacam pela
força da produção industrial no conjunto de suas economias. Ribeirão Pires e
Rio Grande da Serra completam este quadro com segmentos industriais próprios,
em decorrência das limitações legais impostas pela lei de preservação dos
mananciais.
Apesar das conquistas trabalhistas e os avanços na
organização de seus sindicatos, o quadro social para boa parte da população é marcado
por grandes desigualdades e dificuldades de sobrevivência. Problemas estes que
se avolumaram com o passar do tempo, exigindo uma ação articulada dos governos
municipais.
Muito se fala em regionalidade no Grande ABC, órgãos foram
criados com a finalidade de integrar ações dos municípios através de uma pauta
comum, como a Agência Regional e o Consórcio de Prefeitos, mas na prática o que
se observa são iniciativas muito tímidas diante dos desafios e problemas
existentes. O fato é que a busca de ações políticas integradas, para os
problemas comuns que afligem os moradores do Grande ABC, esbarra nas relações
de dependência que os mandatários estabeleceram com seus alinhados políticos
nas esferas estadual e federal.
Do lado dos prefeitos fazer o jogo da pressão política
sobre o governador do Estado ou o Presidente da República pode expor ao
desgaste diante da reivindicação não atendida. Ao mesmo tempo em que estes,
quando decididos pela liberação de alguma verba, pela realização de uma obra ou
prestação de um serviço cujo destino é o Grande ABC o faz pensando em não
dividir os bônus do investimento.
Outra questão que julgamos central na efetivação de
uma proposta de ação regional de gestão é participação popular nas discussões e
decisões. Hoje seminários e encontros dispersos e sem solução de continuidade
se limitam a ouvir representantes de segmentos. É preciso mais. É preciso criar
mecanismos permanentes de participação da sociedade, cujo funcionamento seja
marcado pela discussão de propostas e debate profundo de ideias dos atores
regionais.
A luta regional nos mostra avanços e já trouxe ganhos,
como a instalação da UFABC, contra o bombeamento de esgotos para a Billings,
combate às enchentes, dentre outros. Na outra ponta da linha se observa que o
que não deveria ser decidido regionalmente o é, como o reajuste das tarifas e
ônibus, cuja definição de valor passa pela análise das características próprias
de cada município, com seus itinerários, geografia, número de passageiros,
dentre outros.
A implantação do Rodoanel, trecho Sul, por exemplo, é
uma obra de valor questionável e decidida no gabinete do Governador do Estado.
Apoiada na lógica da expansão do transporte rodoviário deixa para segundo plano
de investimentos em outros meios de transportes, mais baratos e menos
poluentes. Além disso, o Rodoanel implicou em profundo impacto ambiental ao
longo de seu trajeto nas cabeceiras dos mananciais da margem esquerda do Tietê.
É hora de alterar este padrão de comportamento
político que tem caracterizado o funcionamento do Consórcio de Prefeitos e
colocar acima das vaidades pessoais um debate franco e aberto que priorize as
demandas sociais populares, a defesa do meio-ambiente, o desenvolvimento
econômico sustentável e a distribuição de renda. É preciso ainda incluir a
Prefeitura Municipal de São Paulo e o Governo do Estado na discussão de ações
coordenadas e integradas sobre o Grande ABC no contexto da Grande São Paulo.
Pontos
de ação comuns:
- Redução significativa da
carência de habitações populares, de qualidade e salubres;
- Soluções conjuntas para o trânsito, apoiadas na valorização do transporte coletivo e na criação de corredores exclusivos;
- Desenvolver estudos com vistas a utilização dos meios de transporte ferroviário e hidroviário;
- Política de valorização do ensino, de qualidade na educação e eliminação do analfabetismo;
- Implantação do Programa de Saúde da Família regional e descentralizado;
- Programa de geração de emprego e renda focado nas áreas de maior carência e que minimize o deslocamento intra-regional;
- Solução conjunta para a coleta de lixo reciclável e depósito qualificado de resíduos;
- Adoção de medidas educativas e de integração social aos adolescente infratores em liberdade assistida;
- Implantação de estações de tratamento de água que ampliem o serviço;
- Bilhete único e integração nos transportes;
- Aplicar medidas no combate a poluição atmosférica;
- Defesa dos mananciais, da Mata Atlântica e dos aquíferos;
- Resgate do patrimônio histórico e arquitetônico criando um circuito de cultura;
- Criar mecanismos de participação popular nas decisões do Consórcio de Prefeitos, que passaria a ser Conselho de Prefeitos e Agência Regional;
- Incentivo à Assistência Social através da destinação substantiva de recursos públicos;
- Implantação de ciclovias;
- Implantação de acesso à internet livre e gratuita;
- Criação do Museu do Trabalhador;
- Provocar a chegada e expansão das linhas de metrô ao grande ABC;
- Discussão da participação do Grande ABC nos recursos provenientes do Pré-Sal;
- Ampliar a intervenção pública nas linhas divisórias entre os municípios da região;
- Exercício da gestão pública pautada pela ética na política;
- Atenção à saúde da mulher e ampliação do atendimento;
- Soluções conjuntas para o trânsito, apoiadas na valorização do transporte coletivo e na criação de corredores exclusivos;
- Desenvolver estudos com vistas a utilização dos meios de transporte ferroviário e hidroviário;
- Política de valorização do ensino, de qualidade na educação e eliminação do analfabetismo;
- Implantação do Programa de Saúde da Família regional e descentralizado;
- Programa de geração de emprego e renda focado nas áreas de maior carência e que minimize o deslocamento intra-regional;
- Solução conjunta para a coleta de lixo reciclável e depósito qualificado de resíduos;
- Adoção de medidas educativas e de integração social aos adolescente infratores em liberdade assistida;
- Implantação de estações de tratamento de água que ampliem o serviço;
- Bilhete único e integração nos transportes;
- Aplicar medidas no combate a poluição atmosférica;
- Defesa dos mananciais, da Mata Atlântica e dos aquíferos;
- Resgate do patrimônio histórico e arquitetônico criando um circuito de cultura;
- Criar mecanismos de participação popular nas decisões do Consórcio de Prefeitos, que passaria a ser Conselho de Prefeitos e Agência Regional;
- Incentivo à Assistência Social através da destinação substantiva de recursos públicos;
- Implantação de ciclovias;
- Implantação de acesso à internet livre e gratuita;
- Criação do Museu do Trabalhador;
- Provocar a chegada e expansão das linhas de metrô ao grande ABC;
- Discussão da participação do Grande ABC nos recursos provenientes do Pré-Sal;
- Ampliar a intervenção pública nas linhas divisórias entre os municípios da região;
- Exercício da gestão pública pautada pela ética na política;
- Atenção à saúde da mulher e ampliação do atendimento;
Manifesto sobre a questão
da regionalidade dos candidatos a prefeito
Arnold Toynbee,
historiador inglês (1889/1975)
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