A APLICAÇÃO DO PROJETO
NEOLIBERAL EM SÃO PAULO
O Estado
de São Paulo com seus mais de 42 milhões de habitantes representa aproximadamente 36% do PIB
brasileiro e exerce o papel de centro político e financeiro do país, ao longo
dos últimos anos foi laboratório privilegiado para a aplicação do
receituário neoliberal sob a batuta dos tucanos. Em 1995 teve início o processo
de privatização, quando o então governo Covas
instituiu o Programa Estadual de Desestatização, coordenado pelo
vice-governador Geraldo Alckmin, que se transformou na principal ferramenta de
reforma do estado.
Em dez anos (1996-2006), entregaram à iniciativa privada serviços fundamentais
e estratégicos, patrimônios do povo paulista, como o de energia (Elektro,
Eletropaulo, CPFL, CESP, COMGÁS); abastecimento de água (Sabesp); e rodovias,
com a correspondente cobrança de pedágios, além do Banespa, num bem
bolado plano entre os
governos estadual e federal para entregá-lo a preço de banana ao Grupo
Santander.
Em junho de 2004, foi lançado pelo governo do
estado o programa de Parcerias Públicas e Privadas (PPP), atualizando o
conjunto de medidas de ajuste institucional que começou em 1995, na direção da
privatização do patrimônio público. As parcerias Públicas e Privadas (PPP)
seriam mais tarde adotadas pelo governo Lula,
como modelo de investimento. Com tudo isso a dívida do estado de São
Paulo passou de R$ 47 bilhões em 1997 para R$ 181 bilhões no início de 2008,
mesmo após o governo ter
arrecadado R$ 77 bilhões com as privatizações. De 1997 a 2006 os gastos com
juros, amortizações e encargos da dívida pública foram de aproximadamente R$ 55
bilhões.
A situação dos serviços públicos no estado de São Paulo é um importante
indicador das intervenções neoliberais: a redução dos gastos com os
funcionários públicos via arrocho salarial, contratações precarizadas e
terceirizações, a substituição da presença do governo em serviços essenciais como a Saúde via
transferência da gestão de hospitais para organizações sociais e a demissão
direta de servidores públicos.
O próprio governo declarou
que o Estado possuía 101 mil servidores a menos em 2003 em relação a 1995.
(mais de 40 mil são professores que foram demitidos da educação básica).
Essa política recebeu apoio na sua aplicação em São Bernardo do Campo, onde as
sucessivas administrações afinadas com o projeto político do PSDB e seus
aliados, não apenas deu apoio a mesma como aplicou seu receituário a exemplo da
municipalização do ensino fundamental e das terceirizações, da privatização dos
transportes, da repressão aos movimentos sociais (sem teto); além do arrocho
salarial sobre os servidores públicos.
Diante deste cenário, o PSOL de São Bernardo do Campo assume nestas eleições
municipais importante papel, tal como: denunciar os interesses particulares e a
falsa polarização expressa nas candidaturas conservadoras, manter erguida a
bandeira da transformação social, da ética e da democracia na gestão pública,
enquanto valores fundamentais que irão orientar nosso governo; reafirmando o socialismo como única
saída possível à barbárie instalada na sociedade para que o capital continue
sendo acumulado.
Nesse sentido, é preciso romper com a concepção financista que impera nas
administrações públicas vinculadas ao capital financeiro. Muitas vezes o
mascaramento de despesas executadas mostra um valor que na prática não foi
viabilizado. O exemplo gasto é o investimento em educação, cujos gastos
geralmente são inflados com rubricas que nada têm a ver com o setor como alerta
o Professor Otaviano Helene da USP. Assim, previsão com aposentadoria futura,
recursos para bolsas de estudo, transferências para o capital privado,
pavimentação e obras em unidades escolares, etc. Não é por acaso que quando
olhamos a execução do orçamento da cidade vemos que nos dois primeiros
trimestres desse ano o município investiu mais de 31% em educação, porém nesse
relatório não há a discriminação detalhada, mostrando a possibilidade de
mascaramento desse jogo contábil, entre gastos totais em educação e gastos
correntes. O mesmo pode ocorrer em áreas como saúde por exemplo.
(Texto do programa de governo, elições 2012, Psol-sbc.
Aldo Santos Prefeito50/Prof. Diógenes de Freitasz, vice)
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