Baixos salários provoca falta de 700 mil
professores no País
Governos distribuem escassos recursos
da Educação com tubarões do ensino pago e monopólios capitalistas e condenam
professores a situação miserável que afugenta profissionais, desestimula jovens
de abraçarem a profissão e impulsiona a destruição do ensino público
4 de janeiro de 2013
4 de janeiro de 2013
Dados
oficiais do Ministério da Educação apontam a falta de mais de 700 mil
professores no ensino básico em todo o País.
Segundo
estes e diversos outros estudos, há carência de cerca de 250 mil professores no
ensino médio e de cerca de 500 mil no ensino fundamental, de quinta à oitava
séries.
Entre
todas as disciplinas, os professores que mais fazem falta são os de matemática,
química, física e biologia, mas há falta de docentes em praticamente todas as
áreas.
Em
um país com um desemprego crônico – com milhões de trabalhadores “empregados”
em serviços temporários e submetidos a regimes precários –, essa ampla
disponibilidade de vagas poderia fazer do magistério um setor atrativo, ainda
mais se fosse verdadeira a importância ou até mesmo “prioridade” que todos os
governos alegam dar à Educação.
A
realidade, no entanto, é bem diferente da propaganda enganosa feita pelos
governos e partidos em suas campanhas eleitorais e campanhas
governamentais.
Baixos salários nas escolas públicas e
privadas
Nas
escolas públicas – que respondem por mais de 85% das matrículas do País – além
de enfrentar longas jornadas de trabalho (trabalhando
em várias escolas e mais de uma rede pública para complementar seus baixos
salários), os docentes estão submetidos a salas superlotadas, más condições de
trabalho e, principalmente baixíssimos salários.
Embora
haja exceções, a situação na rede privada não é diferente. O arrocho salarial
nas redes publicas impulsionou um achatamento dos salários nas escolas privadas,
mesmo com os altíssimos lucros acumulados pelas grandes redes dos tubarões do
ensino pago.
É
claro que esta situação é um dos principais motivos dos resultados colhidos
pelo País, nas avaliações nacionais e internacionais, como o Pisa (sigla
em inglês do Program
for International Student Assessment),
realizado pela ONU, com 65 países avaliados no qual o Brasil ocupa o 53º lugar.
Uma política consciente de destruição do
ensino público
O
salário médio inicial de um professor nos países que ocupam as primeiras
colocações no ranking internacional (como Coréia do Sul e Canadá) ultrapassa os
R$ 10 mil, até 10 vezes maior do que o do professor brasileiro.
A
média salarial dos docentes brasileiros não só fica longe dos países mais
ricos, como os Estados Unidos - onde alcança a marca de R$ 17,6 mil, valor
cerca de 20% superior à renda per capita americana e corresponde a 64% do
salário de um engenheiro norte-americano - como também, situa-se atrás de
países mais pobres, como México, Argentina e Chile. (Veja dados na tabela no
final)
No
Brasil, a legislação estabelece um piso salarial de R$ 1.451 (em 2012) para os
professores – o que não é cumprido por milhares de municípios e por vários
Estados. Esse valor é 20% inferior à renda per capita brasileira e corresponde
a apenas 35% do salário médio de um engenheiro brasileiro.
A
legislação determina ainda que pelo menos 60% dos recursos recebidos por
Estados e Municípios do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) deve
ser aplicado na remuneração dos profissionais da educação, no entanto, isso
também está longe de ser realidade. Além de distribuir os recursos dos
orçamentos púbicos da Educação com os tubarões do ensino privado, os governos
burgueses também desviam as verbas da Educação para outros setores, a fim de
atender os interesses de grupos capitalistas que controlam as administrações. (Publicado
no site do pco 04/01/2013)
País
|
Posição no ranking PISA
|
Salário Médio Mensal do Professor Ensino Básico
|
Alunos com Baixa Frequência, fora da escola e com
muito atraso
|
Gastos da Educação em relação ao PIB
|
R$ Gastos por Pessoa em idade escolar
|
Coréia do Sul
|
1º em leitura
2º. em Matemática
|
R$
8,5 mil
|
8,1%
|
10%
|
R$
10,8
|
Canadá
|
4º em leitura
8º. em Matemática
|
R$
8 mil
|
11,2%
|
6%
|
R$
15 mil
|
Estados Unidos
|
15º em leitura
28º. em Matemática
|
R$
7,5 mil
|
15%
|
6,5%
|
R$
17,6 mil
|
Alemanha
|
18º em leitura
28º em Matemática
|
R$
9,5 mil
|
13%
|
7,5%
|
R$
14,3 mil
|
Chile
|
40º em leitura
45º. em Matemática
|
R$
1,8 mil
|
11%
|
3,2%
|
R$
2,8 mil
|
Brasil
|
49º em leitura
53º. em Matemática
|
R$
1,2 mil
|
59,4%
|
5,1%
|
R$
2 mil
|
Argentina
|
54º. em leitura
51º. em Matemática
|
R$
1,5 mil
|
55,2%
|
3,8%
|
R$
3, 1 mil
|
Fonte: Estudos da
ONU, OCDE e OIT
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