Ministério Público de São Paulo capacita
professores como
mediadores de conflito
O Ministério
Público de São Paulo, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado,
iniciou em agosto deste ano um programa para capacitar professores da rede
estadual que exercem a função de mediador escolar e comunitário. O objetivo é
difundir entre os educadores conhecimentos específicos sobre Justiça
Restaurativa e, assim, capacitá-los a prevenir e resolver conflitos no ambiente
escolar. A primeira etapa do projeto terá duração de um ano e meio, com término
previsto para dezembro de 2013. Neste período, 1.500 professores estaduais
serão capacitados em três encontros presenciais mensais, que totalizarão 30
horas de treinamento. Foram formadas 12 turmas com cerca de 90 professores cada
uma. O programa tem como base os princípios da Justiça Restaurativa: diálogo,
reflexão e responsabilização. Durante os encontros, são expostos conceitos de
prevenção e reparação de conflitos, ensinadas técnicas de mediação e realizadas
simulações que recriam momentos de embates, para que os professores encontrem
soluções para resolvê-los. “Para evitar conflitos no ambiente escolar há dois
fatores essenciais: integração entre escola, família e comunidade; e vínculos
internos entre alunos, professores e funcionários fortalecidos”, afirma o
promotor Antônio Carlos Ozório Nunes, criador do conteúdo e do formato do
programa de treinamento. Com o curso, os professores são orientados a construir
coletivamente as regras de convivência na escola por meio de atividades
contínuas que possam tornar o ambiente mais pacífico e participativo.
Diferentemente da cultura punitiva, que busca um culpado para o conflito, a
atuação restaurativa identifica as necessidades não atendidas que geraram o
problema. "Deste modo, passamos a encarar os conflitos como oportunidades
de mudanças e de aprendizagem. Isso nos permite uma melhoria nos
relacionamentos e contribui para a construção de uma cultura inclusiva e
colaborativa", explica o promotor Ozório Nunes. Além do programa de 30
horas, o Ministério Público também deve lançar em breve um projeto de treinamento
por meio de teleconferências, de cursos online e em formato de seminários.(publicado
no Cliqueabc.03/01/2013)
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