MINHA CASA MINHA DÍVIDA.
Com
o programa da presidenta Dilma minha casa minha vida, esperava-se que grande
parte da população pobre do campo e da cidade conseguissem de uma vez por todas
resolver esse grave problema que é a falta de habitação popular. A falta de
moradia é a face cruel do capitalismo que desagrega famílias, desestrutura a
sociedade e estimula os moradores sem teto buscar novas formas de luta
para consegui-las.
O
déficit de casas no Brasil ainda é muito alto, em torno de 8 milhões de moradias,
segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A maior
parte dos trabalhadores sem casa própria, cerca de 90% recebem renda mensal de
zero a três salários mínimos.O programa minha casa minha vida, considerado
pelos movimentos em luta por moradia a principal política do governo ainda é
deficitário. Os recursos disponibilizados são baixos (cerca de R$ 65 mil), os
preços dos terrenos são altos e a relação com o banco é difícil. (publicado no
Brasil de fato 17/01/2013,Aline Scarso)
As
bravatas eleitorais sobre o fim da miséria, das políticas de bolsas e políticas
compensatórias pouco tem avançado na solução do problema habitacional.
Este
segmento da sociedade está condenado a barbárie, pois quando se organizam em
busca de uma alternativa são esmagados pelo governantes a serviço
da especulação imobiliária.
O
acampamento Santo Dias em 2003 na cidade de SBC chegou a ter 7 mil moradores
embaixo de uma lona ao lado da Anchieta, em frente a proprietária do terreno
a Wolksvagem do Brasil, foi duramente reprimido pelo governo municipal,
estadual e federal. O massacre do Pinheirinho, a possível desocupação do
assentamento Milton Santos e tantos outros casos sociais são exemplos da
falta de programa habitacional, transformados em pauta
da repressão policial.
As
políticas dos governantes são excludentes e o percentual é bem maior do que
este apresentado pelo governo federal, basta ver a cidade de São Bernardo do
Campo, uma das mais ricas desse país ainda convive com um déficit habitacional
de 50 mil moradias.
Na
verdade os trabalhadores com carência social estão mergulhados no processo de
luta de classe, vítimas do extermínio deliberado dos detentores do capital.
Este
programa mesmo construindo parte da demanda necessária, fomentou a especulação
imobiliária elevando os preços dos terrenos e inviabilizando grande parte das
ocupações por conta do interesse imobiliário nas áreas ocupadas.Os inúmeros
incêndios às favelas brasileiras compõe esse trágico quadro do avanço da
especulação, combinado com o interesse da classe política em busca de
nova estética urbana para atrair novos consumidores nos eventos de natureza
internacional.
É
urgente que os excluídos façam sua própria rebelião antes que morram de
inanição, exclusão habitacional e outras mazelas do capitalismo.
Mesmo
diante das dificuldades organizativas a ação direta dos moradores em busca de
soluções efetivas é fundamental na superação desse grave problema que aflige
milhões de sem-terra e sem-teto pelo país afora.
Apesar
das dificuldades, várias ocupações foram vitoriosas e ainda é a melhor forma de
questionar a propriedade privada, combater a especulação imobiliária e
conquistar efetivamente a mordia popular.
Lutar
por moradia popular e pala reforma agrária é avançar a luta na
defesa de um o direito básico que é o direito a moradia acima do direto à
propriedade.
Lutar, resistir, morar e
construir é preciso!
Aldo Santos-ex-vereador em
sbc, coordenador da apeoesp-sbc, presidente da aproffesp, militante do Psol.
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