A
greve é o mais eficaz instrumento de luta da classe trabalhadora.
A
história da educação ao longo dos últimos anos foi marcada por grandes greves,
que além de conquistas parciais, chamou atenção para o sucateamento da educação
em nosso país e desempenhou importante papel do ponto de vista eleitoral
derrotando governantes que subestimaram a capacidade política das categorias em
luta.
Esperamos
que não seja mais uma bravata da atual presidenta da apeoesp e da direção da
CNTE ao marcarem para o mês de abril mais uma importante greve de caráter
reivindicatório e de natureza política, ao colocar como eixo mais verbas para a
educação.
Na V
Conferência Estadual de educação da apeoesp realizada nos dias 28/29/30 de
novembro de 2012, aprovou um calendário de luta rumo a organização da
greve no mês de abril de 2013.Foi aprovado que a categoria irá
deflagrar mais uma greve pelo cumprimento da lei do piso, no que se
refere ao cumprimento da jornada que foi manipulado pelo governador Geraldo Alckmin do PSDB e
por outros governadores, inclusive do PT que tinha obrigação da dar o exemplo
no cumprimento da lei federal emanada do seu próprio Partido. Além desse
eixo, é preciso avançar nas condições de trabalho precarizados pela falta de
efetivo investimento governamental, reposição das perdas salariais, por um novo
estatuto do magistério capaz de assegurar direitos e plano de
carreira, hoje fatiados por leis anacrônicas.
Concomitantemente
a CNTE que agrega 44 entidades em todo País deliberou que na semana da
educação, nos dias 23 e 25 de abril vai realizar importante greve nacional em
defesa dos 10% do PIB para a educação, além da incorporação do que trata a
medida provisória (592), sobre os royalties do Petróleo para que seja
vinculado a educação brasileira.
Por
ocasião de inúmeros movimentos e pressão popular a comissão de constituição e
justiça da câmara aprovou em 16 de outubro de 2012 o referido percentual do
piso. Espera-se agora que o senado aprove sem modificações para imediata sansão
da presidenta Dilma.
A
mais eficaz forma de viabilizar essa importante reivindicação do movimento
educacional brasileiro é a deflagração de uma potente greve para avançar nas
conquistas que os benefícios dessa lei trará para o nossos educadores/educandos
e a sociedade brasileira em geral.
Nesse
sentido, é fundamental que a apeoesp de forma unânime encaminhe as
resoluções aprovadas na Conferência estadual de educação, organizando
desde já a metodologia e a implementação pra
valer da referida greve em 2013.
A
defesa de uma greve cumpre dois princípios básicos da classe trabalhadora: é um
momento de luta por conquistas e melhorias das condições salariais e de trabalho, além da politização, união e
organização conforme expressa o enunciado do texto a seguir: “Um dos mais
importantes textos políticos do século XIX inicia com a frase “um espectro ronda
a Europa: o espectro do comunismo”. Trata-se do Manifesto Comunista, de Marx e
Engels, e seu famoso chamado para a união de todos os trabalhadores do mundo.
Outro texto, já não tão famoso, mas escrito por um dos grandes líderes
revolucionários do século XX diz: “as greves ensinam os operários a se unirem”.
Aqui, a frase é de Lênin, em sua análise “Sobre as greves”. (Publicado no
Brasil de fato em 13/6/2012, Ricardo
Prestes Pazello)
Nesse
contexto, é fundamental a greve proposta pela CNTE, pois o eixo da mesma deve ser sobre o
efetivo investimento na educação, bem como deve incluir também na pauta a
exigência do cumprimento da lei federal n° 11.738/2008
que estabelece o piso e a jornada que não esta sendo
implementada pelos governantes em nosso país.
Vamos
à luta com união, organização e convicção de que a greve, historicamente, é um
poderoso instrumento em defesa dos reais interesses da classe trabalhadora.
Lutar
e vencer sempre é preciso!
Aldo
Santos-ex-vereador em SBC, Coordenador da subsede da apeoesp-sbc, presidente da
Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo-aproffesp,
militante do Psol.
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