Morre o autor marxista Marshall
Berman, aos 72 anos.
DA ASSOCIATED PRESS
O autor,
filósofo e educador Marshall Berman, cujos escritos humanistas e otimistas
sobre economia, arte e cultura foram moldados pela influência de Karl Marx,
morreu na quarta-feira (11) aos 72 anos.
De acordo com
seu colega, o autor Todd Gitlin, Berman morreu em Nova York devido a um ataque
cardíaco.
"Um
mestre na análise de Marx, sábio, ativista, cronista desafiador de cidades, querido
amigo" foi como Gitlin se referiu a Berman no Facebook, ao dar a notícia
de sua morte.
Dono de uma
grande barba e de um porte largo, Berman, que poderia ser confundido com um
descendente de Marx, teve uma longa e prolífica vida. Ele escreveu diversos
livros, entre eles "Tudo que é
Sólido Desmancha no Ar", de 1982, além de ter escrito ensaios para o
"New York Times", "Nation" e outras publicações e de ter
sido professor de política na City University of New York e na City College of
New York.
Sua vida de
acadêmico ficou marcada pela descoberta, no final dos anos 1950, da obra de
Karl Marx. Muito após o final da Guerra Fria, ele continuou sendo abertamente
influenciado por Marx e interpretou os escritos de seu herói de maneiras que
deliciava os críticos e, ao mesmo tempo, os enfurecia.
O estilo de
sua prosa era reconhecido como exuberante e lírico, e seus temas iam de
"Fausto", de Goethe, à arquitetura brasileira.
Seu principal
assunto era a vida no mundo moderno, definida por Berman como um confronto e
uma tentativa de superação das "imensas organizações burocráticas que têm
o poder para controlar e, frequentemente, para destruir todas as comunidades,
valores e vidas".
Os detratores
de Marshall Berman também o definiam como original e estimulante, embora
considerassem equivocadas suas visões de história e de Marx.
O autor lutava
por uma nova maneira de interpretar a obra de Marx --não como uma escritura
para burocratas soviéticos, mas como algo dinâmico e disruptor, um guia para os
pensadores livres, escritos que eram "tão resistentes e longevos quanto o
próprio sistema capitalista".
Berman deixa a
mulher, Shellie, e dois filhos.
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