45 anos de Filosofia da Libertação na América Latina .
Teve início
ontem, em São Paulo, o I Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação e I
Simpósio de Professores de Filosofia do Estado de São Paulo, que se estenderá
até o dia 6/9, sexta-feira. O encontro que está sendo realizado no
anfiteatro da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, contou com a
participação do filósofo argentino, radicado no México, Enrique Dussel, um dos
maiores expoentes da Filosofia da Libertação na América Latina, que fez a
conferência de abertura. Crítico do pensamento eurocêntrico contemporâneo,
Dussel alertou para a necessidade de se romper com o colonialismo
eurocentrista. “Temos que respeitar a nós mesmos”, disse, lembrando que a
filosofia na América Latina tem sua origem nos povos que aqui viviam antes da
colonização, e que se efetivou enquanto “da libertação”, a partir de 1968.|
Pela manhã, o professor Euclides Mence ministrou a primeira parte
do minicurso “Breve histórico da Filosofia da Libertação: uma abordagem
introdutória”, lembrando os 45 anos do seu surgimento, que se dá em um contexto
de negação dos direitos humanos e democráticos, de violência e marginalização,
bem como de lutas sociais por libertação, em toda a América Latina.
Temática que perpassa por várias disciplinas como a pedagogia, com a
contribuição de Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido); a sociologia, a
antropologia; a teologia. Na América Latina, amplia-se o pensamento de
libertação entre os filósofos, que passam a elaborar uma filosofia própria, o
que também acontece na África, a partir das lutas pela descolonização.
A mesa de debates reuniu os professores Antônio Joaquim Severiano,
Alípio Casali e o deputado estadual e professor, Carlos Giannazi, em torno do
tema Ensino de Filosofia e Filosofia da Libertação. Para Severiano, a
filosofia deve levar em conta as experiências de vida das comunidades e suas
culturas, “para libertar os povos precisa-se libertá-los das malhas do
pensamento dos dominadores”, assegurou.
“ Hoje há não só a possibilidade, mas a obrigação do ensino de
filosofia”, disse Alípio Casali, lembrando que não é possível pensar a
filosofia senão uma atividade crítica, num processo de libertação.”
Carlos Giannazi destacou a importância do debate neste momento em
que a juventude está se manifestando nas ruas e colocou para a plenária a
discussão de qual seria o papel da filosofia da libertação no atual cenário
político do país.
A segunda mesa de debates contou com participação dos professores
Júlio Cabrera, da Universidade Federal de Brasília, Eduardo de Oliveira, da
Universidade Federal da Bahia e Enrique Dussel, em Interfaces Filosóficas.
anotações do congresso
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