sábado, 17 de novembro de 2012

Consciência Negra: um debate necessário .

Consciência Negra: um debate necessário .
 
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Sáb, 17 de Novembro de 2012 10:11
 
* Aldo Santos - O mês da consciência negra anunciado anualmente pela subsede da APEOESPSBC em comum acordo com o espaço cultural Luiza Mahin, tem dado importante contribuição, pois são inúmeras as unidades escolares que estão fazendo trabalhos, exposições sobre a temática, com disposição, alegria e muita pesquisa por parte dos alunos e professores.
A temática desenvolvida esse ano trata do importante significado sobre os ”Quilombos e as Revoltas dos negros no Brasil”, discorre sobre os fatos cruéis da abjeta escravidão desde o período da invasão do país em 1500,aprofunda na colonização, encontra resistência de setores organizados no império e ainda perdura o trabalho escravo no período republicano.

São inúmeras as formas de organização e as revoltas organizadas em busca da liberdade individual, coletiva e de classe. Existiram dezenas de quilombos no Brasil e inúmeras revoltas, como a heroica luta dos guerreiros de Palmares na capitania de Pernambuco, a revolta dos malês na Bahia, o “massacre de porongos” no Rio Grande do sul, a revolta da Chibata liderada por João Cândido no Rio de Janeiro, a revolta de Shapeville na província de Gauteng, na África do Sul, a revolta dos Panteras Negras, na cidade de Oakland, estado da Califórnia, Estados Unidos e tantas outras registradas oficialmente ou não.

Infelizmente os prefeitos, governos estaduais e o governo Federal ao não assegurar o pleno feriado no dia 20 de novembro, data em que assassinaram o herói do povo negro Zumbi dos Palmares, tomam partido ao lado do comercio e da indústria e se igualam aos senhores do engenho que em nome do lucro, do consumo e do acúmulo do capital, desrespeitam e esvaziam o significado histórico dessa nossa luta que registra avanços, porém, do ponto de vista programático está ameaçada por parte dos governantes neoliberais do PT.

Existe um caminho longo a ser percorrido pelos educadores e pela sociedade como um todo,haja vista que são cotidianas as práticas de preconceito, racismo e morte precoce do povo negro em nossa sociedade.

“Em 2010, morreram no Brasil 49.932 pessoas vítimas de homicídio, ou seja, 26,2 a cada 100 mil habitantes. 70,6% das vítimas eram negras. Em 2010, 26.854 jovens entre 15 e 29 foram vítimas de homicídio, ou seja, 53,5% do total; 74,6% dos jovens assassinados eram negros e 91,3% das vítimas de homicídio eram do sexo masculino. Já as vítimas jovens (ente 15 e 29 anos) correspondem a 53% do total e a diferença entre jovens brancos e negros salta de 4.807 para 12.190 homicídios, entre 2000 e 2009” (dados recolhidos do DataSUS/Ministério da Saúde e do Mapa da Violência-2011, publicado no correio do Brasil).

As políticas públicas adotadas pelos governantes, na sua maioria incriminam a pobreza, a exemplo das ações repressoras denominadas de pacificadoras que vem ocorrendo no Rio de janeiro, a captura dos drogaditos e moradores de rua nas cracolândias e os assassinatos da população pobre e negra como vem ocorrendo nas matanças permanentes no Brasil e no momento na cidade e Estado de São Paulo.

A política de higienização, internação e ou encarceramento busca eliminar ou mitigar a estética da pobreza que na ótica dos governantes significa o enfeiamento do produto Brasil na ciranda do mercado internacional e da promoção imagética de um pais “prospero em ascensão”.Essa imagem contrasta com o Brasil real, com os índices de pobreza, exclusão e falta de oportunidades imposta pelo modo de produção capitalista .

A população negra hoje é majoritária e deve exercer seu poder de luta e exigência de mudanças sociais com inclusão pra valer, com rebeldia na ação, rumo à revolução e a construção do poder socialista da nossa classe.

Erguer as bandeiras históricas do movimento negro é preciso!

Aldo Santos é ex-vereador em São Bernardo, Coordenador do Espaço Cultural Luiza Mahin, Coordenador da Apeoesp/SBC, presidente da Aproffesp e militante do P-Sol. Aldo foi o autor da lei que criou a Semana da Consciência Negra na cidade; e apresentou projetos de lei para instituir a capoeira nas escolas e o feriado no dia 20 de novembro em São Bernardo (publicado no site Cliqueabc.com ,17/11/2012)

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