sábado, 21 de maio de 2016

NÃO RECONHECEMOS O GOVERNO POSITIVISTA DE MICHEL TEMER

NÃO RECONHECEMOS O GOVERNO POSITIVISTA DE MICHEL TEMER

Da mesma forma que não apoiamos Lula com seu vice, José Alencar e Dilma numa dobradinha com Temer nessas últimas eleições, mesmo assim, temos motivos de sobra para não reconhecer o “Governo Temer”, Cunha, Renan e essa quadrilha palaciana.
Uma aliança espúria dessa natureza não se poderia esperar outro resultado diferente do atual. É claro que mesmo não reconhecendo essa afrontosa política governante, estes não tem o direito de desconstruir uma série de avanços que conquistamos nos últimos anos, não como uma dádiva dos governos, mas como conquista do povo organizado e muitas vezes à custa da própria vida de militantes nesse embate de classe “quase sem fim”.
Quando nos posicionamos contra o golpe, em nada isenta a irresponsabilidade do PT que foi incapaz de assegurar sua governabilidade, tendo a disposição uma máquina poderosa e todo aparato de Estado que poderia ter usado. Não entendo a lógica da Presidenta ao convier com naturalidade com um vice-presidente em seu terreiro, conspirando contra ela e contra o povo e  ela apenas limitava-se a denunciar que estava sendo vítima de um golpe, e nada foi feito institucionalmente para evitar  a consumação dos fatos.
Parece mais um acordo palaciano ou até mesmo uma saída honrosa diante de uma crise econômica, política e ética, somando-se ainda a baixíssima popularidade da presidenta e do seu vice. Conviver com sabotagem institucional sem reação institucional parece mais um acordo das elites, do que uma efetiva defesa dos votos obtidos numa democracia representativa, num regime presidencialista.
Os ataques são profundos e mais uma vez a nossa classe terá a árdua e necessária tarefa de desmontar este circo palaciano comandado pelos históricos abutres do poder.
Além da imposição de conteúdos filosóficos de meados do século XIX, o positivismo de Augusto Comte e John Stuart Mill que influenciou os militares e intelectuais na passagem da monarquia para a República em 1889 e até nos dias atuais, Temer retrocede na história e na política. O eixo desse pensamento além de comportar inúmeras interpretações e aplicabilidade, de certa forma continua consolidado nas expressões “Ordem e Progresso”, que estão consignadas no centro da bandeira brasileira. Resta esclarecer, a ordem para quem e o progresso para quantos?
O Positivismo surge num momento de emergência das lutas e a partir da incipiente organização de resistência da nossa classe contra a exploração capitalista, que se organizava contra a exploração dos patrões. Em resposta ao avanço da nossa classe, o pensamento positivista caiu feito uma luva para salvar a revolução industrial burguesa.
A reação da nossa classe foi o avanço do socialismo no século XX, o século das revoluções de caráter socializante. A filosofia positivista mesmo contestada em grande parte, a mesma está em todos os espaços da sociedade, como nas escolas, nas casas, nas fábricas, na doutrina militar, nas igrejas etc, uma vez que a mesma continua sendo um dos principais pilares da sociedade capitalista.
Dialeticamente, a tese do impedimento palaciano, midiático e do judiciário está sendo fortemente contestada pela antítese da luta  contra o  golpe em curso, e, a síntese, certamente vai produzir um resultado superior ao contexto da implantação da filosofia francesa positivista em vários países.
 Evidentemente que  esse processo  golpista em curso no Brasil  está dentro de um contexto maior da geopolítica mundial e a resposta da classe deve ser também de caráter internacional, preferencialmente a partir de um partido internacional da classe trabalhadora.
Da mesma forma que no primeiro embate da imposição positivista foi contestada com o contra ponto das grandes revoluções socialistas durante o século XX, vamos militar para que mais uma vez saiamos depurados dessa nova imposição clássica e reacionária do positivismo de Temer.  A perspectiva pujante  é que o Socialismo Científico responda  de forma contundente, superior,   renovado e em plenas  condições    de liberdade.

Lutar, Vencer e prosperar é Preciso!


Aldo Santos - Ex-vereador em SBCAMPO, Presidente da APROFFIB, Membro da Executiva e da Comissão de direitos Humanos do Psol-SP. 

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