NÃO
RECONHECEMOS O GOVERNO POSITIVISTA DE MICHEL TEMER
Da mesma
forma que não apoiamos Lula com seu vice, José Alencar e Dilma numa dobradinha com
Temer nessas últimas eleições, mesmo assim, temos motivos de sobra para não
reconhecer o “Governo Temer”, Cunha, Renan e essa quadrilha palaciana.
Uma
aliança espúria dessa natureza não se poderia esperar outro resultado diferente
do atual. É claro que mesmo não reconhecendo essa afrontosa política
governante, estes não tem o direito de desconstruir uma série de avanços que
conquistamos nos últimos anos, não como uma dádiva dos governos, mas como
conquista do povo organizado e muitas vezes à custa da própria vida de
militantes nesse embate de classe “quase sem fim”.
Quando
nos posicionamos contra o golpe, em nada isenta a irresponsabilidade do PT que
foi incapaz de assegurar sua governabilidade, tendo a disposição uma máquina
poderosa e todo aparato de Estado que poderia ter usado. Não entendo a lógica
da Presidenta ao convier com naturalidade com um vice-presidente em seu
terreiro, conspirando contra ela e contra o povo e ela apenas limitava-se a denunciar que estava
sendo vítima de um golpe, e nada foi feito institucionalmente para evitar a consumação dos fatos.
Parece
mais um acordo palaciano ou até mesmo uma saída honrosa diante de uma crise
econômica, política e ética, somando-se ainda a baixíssima popularidade da
presidenta e do seu vice. Conviver com sabotagem institucional sem reação
institucional parece mais um acordo das elites, do que uma efetiva defesa dos
votos obtidos numa democracia representativa, num regime presidencialista.
Os
ataques são profundos e mais uma vez a nossa classe terá a árdua e necessária
tarefa de desmontar este circo palaciano comandado pelos históricos abutres do
poder.
Além da
imposição de conteúdos filosóficos de meados do século XIX, o positivismo de
Augusto Comte e John Stuart Mill que influenciou os militares e intelectuais na
passagem da monarquia para a República em 1889 e até nos dias atuais, Temer
retrocede na história e na política. O eixo desse pensamento além de comportar inúmeras
interpretações e aplicabilidade, de certa forma continua consolidado nas
expressões “Ordem e Progresso”, que estão consignadas no centro da bandeira
brasileira. Resta esclarecer, a ordem para quem e o progresso para quantos?
O
Positivismo surge num momento de emergência das lutas e a partir da incipiente
organização de resistência da nossa classe contra a exploração capitalista, que
se organizava contra a exploração dos patrões. Em resposta ao avanço da nossa classe,
o pensamento positivista caiu feito uma luva para salvar a revolução industrial
burguesa.
A reação
da nossa classe foi o avanço do socialismo no século XX, o século das
revoluções de caráter socializante. A filosofia positivista mesmo contestada em
grande parte, a mesma está em todos os espaços da sociedade, como nas escolas,
nas casas, nas fábricas, na doutrina militar, nas igrejas etc, uma vez que a
mesma continua sendo um dos principais pilares da sociedade capitalista.
Dialeticamente,
a tese do impedimento palaciano, midiático e do judiciário está sendo
fortemente contestada pela antítese da luta
contra o golpe em curso, e, a
síntese, certamente vai produzir um resultado superior ao contexto da
implantação da filosofia francesa positivista em vários países.
Evidentemente que esse processo
golpista em curso no Brasil está
dentro de um contexto maior da geopolítica mundial e a resposta da classe deve
ser também de caráter internacional, preferencialmente a partir de um partido
internacional da classe trabalhadora.
Da mesma
forma que no primeiro embate da imposição positivista foi contestada com o contra
ponto das grandes revoluções socialistas durante o século XX, vamos militar
para que mais uma vez saiamos depurados dessa nova imposição clássica e
reacionária do positivismo de Temer. A
perspectiva pujante é que o Socialismo Científico
responda de forma contundente, superior,
renovado e em plenas condições de liberdade.
Lutar, Vencer e prosperar é
Preciso!
Aldo Santos - Ex-vereador em
SBCAMPO, Presidente da APROFFIB,
Membro da Executiva e da Comissão de direitos Humanos do Psol-SP.
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