Nós do Espaço Coletivo Luiza Mahin, repudiamos o preconceito racial propugnado pelo colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin, zona sul de São Paulo.
Infelizmente, ainda nos dias atuais somos tratadados dessa forma pela elite que sempre teve na escravidão uma fonte de lucro, a degradação e a tortura humana, levando a morte precoce aos nossos irmãos capturados na África.
Entendemos que a sociedade e o movimento negro deveriam dar um basta a esta situação, repudiando essa atitude e que as autoridades cumpram exemplarmente a lei que está em vigor.
Vejam o caso:
“Ator diz estar 'enojado' com chefe que mandou negra alisar o cabelo
Quando o primeiro cabelo "black power" chegou por aqui, na cabeça de Tony Tornado, 81, logo foi evidente que era parte do movimento de afirmação racial dos negros. Nesta semana, 41 anos depois, o ator ficou "enjoado" ao saber que o penteado ainda causa preconceito.
Tony não queria acreditar quando leu, no Facebook, o caso da estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, 19.
Ela afirma ter sido alvo de racismo no colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin, zona sul de São Paulo, onde é estagiária.
Assim como Tony, Ester é negra. Seu cabelo é crespo, bate nos ombros. Ela preserva o volume natural dos cachos.
Segundo Ester, em seu primeiro dia de trabalho como assistente de marketing, no dia 1º de novembro, a diretora do colégio reclamou de uma flor presa em seu cabelo e pediu para deixá-los presos.
Dias depois, a diretora a teria chamado novamente para reclamar do cabelo.
Dessa vez, conta Ester, a mulher foi além: disse que compraria camisas mais longas para que a funcionária escondesse seus quadris.
"Como você pode representar nosso colégio com esse cabelo crespo?", indagou a diretora, segundo a jovem.
Ainda de acordo com a estagiária, a diretora contou que já teve cabelos crespos, mas os alisou para se adequar ao padrão de beleza exigido.
Foi a gota d'água para a estagiária procurar a polícia. Ester registrou um boletim de ocorrência na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).
"A discriminação me afetou de tal forma que eu não consigo mais me olhar no espelho e mexer no meu cabelo. Ela [a diretora] mexeu com meu emocional. Estou triste e choro a todo instante", diz.
Para o professor de direito constitucional da Fundação Getulio Vargas (FGV), Oscar Vilhena Vieira, casos como o de Ester são flagrantes desrespeitos à Constituição.
Segundo ele, o caso pode gerar uma ação cível ou criminal. "Para isso, é preciso que fique demonstrada a intencionalidade da discriminação", explica.
Para Tony, os 41 anos que se passaram desde que se tornou o primeiro a usar um "black power" não foram suficientes para acabar com o preconceito no país.
"Depois que vi a história, fiquei enjoado, pensando como pode acontecer uma coisa dessas em 2011."
OUTRO LADO
O colégio Internacional Anhembi Morumbi afirma, em nota, que a direção da escola e o restante da equipe de funcionários com a qual Ester trabalha nunca teve a intenção de causar qualquer constrangimento.
De acordo com a nota, o colégio possui um modelo de aprendizagem inclusivo, que abriga professores, estudantes e funcionários de várias origens e tradições religiosas.
O uso de uniformes por alunos e funcionários é exigido para que o foco da atenção saia da aparência. A instituição afirma que ainda não foi notificada oficialmente sobre o boletim de ocorrência registrado pela estagiária.
O colégio também afirma que entende que o respeito às diferenças é um assunto sério e, por isso, colocou formalmente esse tema em seu estatuto e na grade curricular.”
(TATIANA SANTIAGO DO "AGORA”. EMILIO SANT'ANNA DE SÃO PAULO. 08/12/2011 -)
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