MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA EDUCAÇÃO E NOS MOVIMENTOS
SOCIAIS
A COORDENAÇÃO E MEMBROS DA COMISSÃO DE ETNIA DA
APEOESP DEFINIU O CALENDÀRIO DAS ATIVIDADES PARA O MÊS DE NOVEMBRO DE 2012.
Estamos sugerindo que durante durante o
mês de novembro façamos o debate sobre o significado dos Quilombos no Brasil, das revoltas
dos negros e negras escravizados nesse País e qual a lição que podemos tirar
dessas lutas de resistências ao longo da História. Desses Quilombos o mais
conhecido é o Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares,
assassinado em 20 de novembro de 1695. As revoltas foram várias, porém, as mais
importantes foram a revolta dos Malês e da Chibata.
Revolta dos Malês
“No ano de 1835, ocorreu em Salvador,
Bahia, a Revolta dos Malês. Mas quem são os malês? A vocábulo “male”
deriva da palavra da língua ioruba “imale”. Eram considerados malês os negros
mulçumanos que resistiram e reagiram à imposição do catolicismo, mantendo sua
crença e cultura. Bastante instruídos, por vezes, até mais do que seus
senhores, os malês organizaram inúmeros levantes, o mais conhecido é a Revolta
dos Malês.
Na
noite de 24 de janeiro de 1835, alguns malês foram cercados pela polícia na
Casa de Manuel Calafate, local onde muitos rebeldes foram mortos e presos. As
autoridades agiram com rapidez, conseguiram combater ataques aos quartéis de
Salvador, expulsando os revoltosos. Ao tentar fugir da cidade, um grupo de mais
de quinhentos malês foi barrado na vizinhança do Quartel de Cavalaria em Água
de Meninos, onde ocorreram os combates decisivos, todos vencidos pelas forças
policiais.
Neste
confronto morreram sete integrantes da polícia e setenta malês. Aproximadamente
duzentos escravos foram detidos no Forte do Mar e julgados nos tribunais. As
condenações foram a pena de morte para os principais líderes, trabalhos
forçados, fuzilamentos e açoites.
De
acordo com o historiador João José Reis:
“durante
o levante, seus seguidores ocuparam as ruas usando roupas islâmicas e amuletos
contendo passagens do Alcorão, sob cuja proteção acreditavam estar de corpo
fechado contra as balas e as espadas dos soldados”.
A Revolta dos Malês foi controlada com
rapidez, mas acabou aumentando o medo de rebeliões de escravos em todas as
províncias. O receio era de que os africanos conseguissem sua independência,
como acontecera no Haiti naquela mesma época. Isso fez com que os senhores
passassem a agir de forma mais rigorosa com os escravos e, em Salvador, os
africanos foram proibidos de circular à noite pelas ruas e de praticar as suas
cerimônias religiosas.” (Por Felipe Araújo,publicado no
ehttp://www.historiabrasileira.com/periodo-regencial/revolta-dos-males/)
A
Revolta da Chibata
Essa revolta aconteceu no dia 22 de novembro
de 1910, no Rio de janeiro. Depois que o marinheiro Marcelino Rodrigues foi
açoitado com 250 chibatadas e mesmo desmaiado continuou sendo açoitado, a
revolta eclodiu. A revolta foi liderada pelo Almirante negro João Cândido que
junto aos Marinheiros organizou a revolta contra o castigo da chibata,
além de apresentar uma pauta de reivindicação.
O presidente Hermes da Fonseca decretou o fim
dos castigos, porém traiu o acordo com os marinheiros, levando-os a
prisão, a segregação e a morte por parte da repressão dos governantes.
O
nosso sindicato luta, conquista e organiza.
São inúmeras as possibilidades de estudo em relação a luta contra a
escravidão.Podemos avaliar os aspectos geográficos, sociológicos, filosóficos,
históricos e antropológicos sobre esse vasto tema.
É nesse contexto que a subsede anualmente
debate e organiza os professores, alunos e militantes interessados nessa
polêmica e na luta contra a tragédia da escravidão em nosso país.
Há vários anos nossa subsede organiza e
resite contra todas as formas de preconceito racial ainda existente
em nossa sociedade.Nossa subsede também fez parte da luta e da conquista
desde a primeira propositura sobre a semana da consciência negra em
1989,apoiando também o projeto de lei do ex-vereador professor Aldo
Santos que estabelecia o feriado no dia 20 de novembro em
memória a luta histórica de Zumbi dos Palmares, que hoje é uma realidade.
O “nosso Quilombo” está sempre presente nas
atividades do cotidiano, atento a qualquer forma de racismo ou preconceito
racial, incentivando a história e a memória da luta e dos lutadores ainda
marginalizados em nosso País.
Participe das atividades nas escolas,
compareça a nossa tradicional feijoada e venha ouvir historiadores e militantes
das nossas causas. Entre em contato com a comissão de etnia da subsede para
organizar as atividades em sua escola, bem como, para ter acesso ao acervo de
filmes e textos sobre o tema.
Organize grupos de trabalho,
confeccione cartazes sobre o tema e compareça em nossa subsede no dia 24 de novembro a partir das 12
horas para saborear a tradicional feijoada feita pelo professor Cido, ao preço
de R$ 5,00 reais, acompanhada da tradicional Congada do Parque São
Bernardo, debates e atividades culturais/musicais.
Coordenação
da subsede da APEOESP–SBC
Comissão
de Etnia da subsede da APEOESP-SBC
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