quarta-feira, 23 de março de 2011

21 de março, dia pela eliminação do preconceito racial.

21 de março, dia pela eliminação do preconceito racial.




A atividade contou com um número pequeno de pessoas, porém, discutimos e avaliamos o processo conjuntural e detectamos que devemos dar continuidade ao processo de organização e ação do movimento negro na cidade e no estado.

Nesse sentido, estamos encaminhando o texto enviado pela professora Fátima, sobre Anastácia e no dia 02 de abril vamos realizar outra reunião a partir das 9 horas na Subsede da APEOESP –SBC, para dar continuidade às reflexões .

Pauta: Organização dos negros na busca de solução de suas demandas e uma panfletagem na faculdade de direito sbc exigindo a implantação das cotas na faculdade.

Participe.

Aldo Santos

Carlos Wellington



Anastácia

Escrava e figura mítica (espiritualidade, busca de um estado perfeito de união com sua divindade com a contemplação...) viveu no século XVIII, sua existência real é bastante controvertida. Alguns crêem que sua imagem se baseia num retrato desenhado pelo pintor francês Jacques Étienne Victor Arago (1790-1855), representando escravos mineiros e garimpeiros que eram obrigados a usar máscaras de ferro para não engolirem as pepitas. Outros afirmam, contudo, que sua história teve inicio em 9 de abril de 1740, quando o navio negreiro Madalena aportou no Rio de Janeiro com um carregamento de 1120 escravos bantos, do Congo. Entre os escravos estariam a família real de Galanda. A mãe de Anastácia, Delminda, seria uma princesa, filha da irmã do rei; muito jovem, ainda no cais, foi arrematada pelos feitores de Antonio Rodrigues Velho por mil réis. Antonio Rodrigues Velho era um bandeirante que minerava na região centro-oeste de Minas Gerais. Chegando lá, Delminda foi vendida, já grávida para a mulher do neto do bandeirante, Joaquina Bernarda de Abreu e Silva Castelo Branco, conhecida como Joaquina do Pompeu.

Joaquina possuía muitas terras, que hoje abrange as cidades de Pompeu, Cedro do Pompeu, Abaeté, Pitangui, Dores de Indaiá e Martinho Campos. Essa região faz fronteira com o atual estado da Bahia , daí várias pessoas afirmarem que Anastácia teria nascido naquele estado, embora para outros tenha nascido em Pompeu. Como era muito bonita, um dos filhos de Joaquina, Joaquim Antonio, se apaixonou por ela e ofereceu-lhe dinheiro para deita-se com ele. Anastácia teria recusado, sendo por isso perseguida, torturada e obrigada a usar uma máscara de flandres, morrendo na senzala como mártir. Segundo reportagem da revista Manchete, num manuscrito pertencente ao Arquivo Público de Pitangui encontra-se o registro de uma negra escrava, de 34 anos, de nome Anastácia, sob o número 284. Estaria registrada como de propriedade de Ana Palmério da Silva, amiga íntima de Joaquina do Pompeu, porque esta não gostava de comprar diretamente escravos, pedindo a amigos que o fizessem por ela.

Anastácia foi descoberta pela fé em 1968, quando a igreja do Rosário, no Rio de Janeiro, fez uma exposição comemorando os 90 anos da Abolição, e nela se encontrava o retrato pintado por Arago. A partir daí, passou a ser considerada como milagreira. Apesar dos 28 milhões de fies que Anastácia tem hoje no Brasil, o cônego Guilherme Schubert, historiador e membro do Instituto Brasileiro, nega sua existência.

Existe um Santuário Escrava Anastácia, localizado na avenida Vicente de Carvalho, 33, em Vaz Lobo, bairro do Rio de Janeiro. Nos santinhos distribuídos com a famosa imagem coma máscara de metal, ela é apresentada como princesa originária banto-angola, que teria crescido livre em Abaeté, na Bahia. Foi supliciada pela fazendeira por dizer que na era escrava, e o ferro em seu pescoço gangrenou. Em seguida, teria sido trazida para o Rio de Janeiro, onde faleceu, sendo enterrada na igreja dos negros forros.



Fontes: Jacob Gorender, A escravidão reabilitada, Trabalhadores, 1990; Manchete, número 1883.

Dicionário Mulheres do Brasil – de 1500 até a atualidade biográfico e ilustrado

Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro – 2000.

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