A SIMBOLOGIA DO MÊS DE JANEIRO.
Como sabemos, Janeiro
inicia o calendário de 12 meses do ano, tanto no calendário Juliano e
Gregoriano.
O nome Janeiro vem
do Latim Ianuarius, e era em
homenagem a Jano, deus da mitologia romana, que tinha duas faces, uma olhando
para trás, o passado, e a outra olhando para a frente, o futuro. Mesmo sem
conhecer esse fato e a rica mitologia romana,
o início do ano é um pouco esse balanço do que se fez durante o ano que passou, e de certa forma, um novo planejamento
pessoal ou coletivo para o ano que se
inicia.
Por isso, é
comum na virada de ano um balanço humano do que passou, como passou, e até com eventuais ressentimentos
ou euforias, e a busca de novas possibilidades frente ao novo calendário.
Muitas vezes a
nossa face fica presa ao passado, nos esquecendo do presente e sem projeção para o futuro.
A figura mitológica é bastante clara: um deus que
tem duas faces efetivamente, e deve ser para grande parte da humanidade esse
aspecto preponderante e dialético, pois, o passado também já foi presente e o
futuro nada será sem o existir presencial. Nesse sentido, filosoficamente e
antropologicamente é fundamental ter conhecimento da história da evolução e da
existência humana, da nossa ancestralidade, seus legados, seus anseios, as pontes construídas, para que nos dias atuais possamos dar continuidade
com o olhar e a práxis crítica, e dar seguimento naquilo que depende do indivíduo
e da coletividade a qual fazemos parte.
O respeito a
vida, o respeito a história e a memória é fundamental e se impõe na continuidade desse
processo humano.
A face do ano de
2013 foi marcada por ampla manifestação e revoltas populares que teve início com
a luta pelo passe livre, alavancando outras lutas pelo país, pautando a política,
a mídia e fortalecendo ainda mais a consciência da classe estudantil e
operária. A outra e mesma face voltada para 2014, onde o ano já se inicia com o comportamento reacionário dos comerciantes e
da divindade do mercado: “A burguesia se indigna, acabou o sossego. Até no Center
Shopping? Mas o capitalismo não é a supremacia da paz, da democracia e da
justiça social? O capitalismo não é o Fim da História? Luta de classes não é
devaneio de marxistas caquéticos? Parece que os jovens filhos da classe
trabalhadora não estão concordando muito com essas teses capitalistas. Os
jovens filhos da classe trabalhadora aprenderam na Sociologia da Vida que os
SANTUÁRIOS chamados de Center Shoppings não são para todos. Há um apartheid
social nesses “santuários”. Os atrevidos jovens da periferia, com seus “rolês”
improvisados, põem o dedo na ferida”. http://socialistalivre.wordpress.com/2014/01/15/role-nos-vamos-invadir-sua-praia/
Na prática, os
donos dos Shoppings expressam o mais cruel sentimento de dominação da burguesia, com práticas
excludente, racista e xenofóbicas, estimulando
a luta de classe, como temos presenciado com a perseguição dos rolês da
rapaziada da periferia.
A perseguição
policial revela a face opressora do Estado
burguês, que a mando de governantes transformam o anseio social em repressão
policial.
Nesse contexto devemos dar continuidade a nossa face de luta e combatividade
de 2013, incluindo os enfrentamentos das lutas por moradia, pelo
direito a cidade, pela desmilitarização da policia militar, por educação, saúde,
transporte e emprego, padrão FIFA e
questionar os gastos volumosos na construção de
estádios de futebol, em detrimento das prioridades sociais. Além da repressão
a garotada da periferia o ano inicia com
o escandaloso governo de Roseane Sarney no Maranhão onde o estado de selvageria com que os presos
são tratados expõe uma face já conhecida
da degradação do sistema prisional brasileiro e mundial.
Prisões são transformado pela indústria da violência em escolas de maldades
que assombram a tudo e a todos como a
degola de pessoas presas, revelando na prática a própria degola do sistema prisional
e do próprio governo. Fora Roseana Sarney e sua corja.
Com a face da experiência vivida no passado,
com a práxis revolucionária do cotidiano, alimentando sonhos e utopias e, olhando para o futuro, podemos afirmar que
nossa libertação pertence e será edificada
pela juventude e pela
Classe Trabalhadora.
Aldo Santos - COORDENADOR DA SUBSEDE DA APEOESP SBC, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS
PROFESSORES DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS DO
ESTADO DE SÃO PAULO, MILITANTE DO PSOL.
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