50 ANOS DEPOIS
No meu diário
de 25 de janeiro de 1984 está escrito: “comício na praça da Sé às 16 horas.
compareceram 300 mil pessoas, segundo a folha de São Paulo. O orador mais
aplaudido foi o Lula que quase nada falou. É uma liderança que aponta para o
descaminho da classe trabalhadora. Trabalhei no Hospital do Mandaqui até às 13
horas e compareci a praça da sé no período da tarde. Estava um visual bonito
com faixas do PT, PCB, PC do B, PMDB e outras fazendo referência a classe
trabalhadora”.
A ditadura
militar estava agonizando e a participação popular foi determinante no
sepultamento da mesma. A grande luta era pela eleição direta. Aconteceram
aproximadamente 17 comícios e caravanas pelo Brasil tendo como figuras de destaque
Ulisses Guimarães, Luiz Inácio Lula da Silva e outros e outras. Desde 1983 tramitava
a emenda Dante de Oliveira que propunha eleições diretas para presidência da
república em 1984. Essa emenda foi fundamental no processo de mobilização por
todo país. Na prática, essa emenda colocava em cheque a ditadura que teve inicio
com o golpe militar em 1964. Portanto, 50 anos depois o movimento enfrentou e
derrubou a ditadura militar, restabeleceu o pluripartidarismo, porém a ditadura
do capital continua intacta, apesar das lutas travadas nesses anos de lutas e resistências.
A lição que devemos tirar desses anos de chumbo e de resistência é que a vida é
uma permanente luta pela destruição do
sistema capitalista que pode até
conviver e flexibilizar em relação as liberdades vigiadas, porém, não altera o confronto de interesses das
classes antagônicas entre o capital e o trabalho.
VIVER É
NECESSÁRIO, MAS LUTAR É PRECISO!!!
ALDO SANTOS-
COORDENADOR DA APEOESP-SBC, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE
FILOSOFIA E FILÓSOFOS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO BRASIL, PRESIDENTE DO PSOL EM
SBCAMPO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário