Falta de moradia, uma questão
política.
Na introdução do livro “Vila Lulaldo, da lei do barbante à regularização
fundiária”,constata que, segundo IBGE-2010, o déficit habitacional hoje no
Brasil está em torno de 8,3 milhões de moradias , fundamentalmente, nas
grandes regiões metropolitanas.
Por volta da
década de 50 e 60 a base da economia era a agricultura e grande parte da
população estava no campo, que aos poucos migram para os grandes centros
urbanos invertendo essa lógica e provocando o crescimento desordenado, com o
crescente êxodo rural.
Em 1950, 36,2% da
população brasileira viviam em área urbana, esse índice sobe para 67,6% em
1980; e passa para 75,5% em 1991, chegando a 81% em 2000. Segundo senso do
IBGE-2010, o percentual está em torno de 84% de brasileiros vivendo nas
cidades.Segundo estudos, em 2050, o Brasil chegará a um déficit de 30 milhões
de moradias.
Com o crescimento
e consolidação da região do ABC a partir das grandes indústrias automobilista
na década de 50, o desenvolvimento urbano vai produzir uma grande concentração
humana desordenada em grandes aglomerados de favelas. Em meados da década de
80, explodem inúmeras ocupações de áreas, impulsionadas pelo movimento
habitacional organizado.
O movimento agora
se apresenta de forma e na forma organizacional diferente das grandes
aglomerações em favelas, criando logística urbana com a
divisão de lotes e ocupações ordenadas com melhor qualidade de vida.
Em 1985 Acontece
a grande ocupação de área no Jardim Alzira Franco, em Santo André. Em 1989,
entre outras, ocorrem ocupações da área do Buraco do Cazuza em Diadema, Vila
Lulaldo em Sbcampo, numa verdadeira onda de lutas, resistências e conquistas
pelos moradores organizados.
Em 1990, são
ocupadas as áreas do Morro do Samba e Vila Socialista, na cidade de Diadema. O
PT, que antes de chegar às prefeituras municipais na região do grande ABC era
um dos organizadores do movimento de luta por moradia, agora, as administrações
e o partido agem como freio na luta do povo pobre sem casa.
É nesse contexto
que a ocupação da Vila Lulaldo passa a ser um laboratório a confrontar o
discurso da organização popular, em contradição com o novo modelo de “gestão
popular dos trabalhadores”. Em nome da defesa da governabilidade
administrativa, o movimento organizado e os moradores são tratados
com descaso, como caso policial e não mais como demanda social.
Sobreviver a essa
ofensiva foi o grande desafio que o livro expressa com detalhes, numa
ótica e perspectiva dos trabalhadores organizados e comprometidos com uma
nova sociedade , rumo ao socialismo.
Várias lideranças
populares são mencionadas no livro, relatos
de passeatas e enfrentamentos, perseguição político ao subprefeito do Riacho
Grande (Francisco Raimundo dos Santos) que foi exonerado por ter apoiado a
ocupação, juntamente com o companheiro Geraldo Romualdo da promoção
Social, a indiferença e perseguição ao
mandato de vereador Aldo Santos, sendo acusado de
desestabilizar a administração, chegando ao ponto de pedirem a cassação do
mandato popular e socialista, foram algumas das dificuldades enfrentadas por
todos,sempre destemidos e de cabeça erguida.
Embora a cidade
de São Bernardo do Campo seja uma das mais ricas do país, o déficit
habitacional está em torno de 50 mil moradias, conforme dados do movimento
habitacional organizado .
As políticas
nessa área são insuficientes e a participação popular organizada é o
grande diferencial na resolutividade dessa demanda da classe
trabalhadora.
Venha
debater esses e outros temas, tendo como ponto de partida a luta
vitoriosa que está registrada no livro “Da lei do barbante à
regularização fundiária”, de autoria do professor Aldo Santos e da
jornalista Ana Valim.
LANÇAMENTO DO
LIVRO: VILA LULALDO, “DA LEI DO BARBANTE À REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA” DA EDITORA
DIALÓGICA.
Dia 12 de Abril
de 2014, a partir das 17 horas, na Avenida Prestes Maia, 233, Centro de
SBCampo.
Compareçam.
Comissão organizadora do Evento
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