domingo, 12 de maio de 2013

A LUTA DOS EDUCADORES VAI CONTINUAR.


A LUTA DOS EDUCADORES VAI CONTINUAR.

O descaso do governo com a educação pública no Estado de São Paulo levou os professores a deflagrarem uma poderosa greve que colocou mais uma vez o governo na defensiva eleitoral. Além da aprovação na Conferência estadual da APEOESP em 2012, na assembleia do dia 15 de março foi marcado o início da greve para o dia 19 de abril de 2013. Tivemos problemas divergentes desde o inicio do movimento, tanto na situação, quanto  em parte da oposição.
Nós sabemos que toda greve um dia vai acabar, com vitória ou não, vai depender do grau de convencimento dos dirigentes e da capacidade de construção e organização do movimento nas regiões. Em várias escolas a desconfiança com a atual direção sempre estava presente por parte dos professores que justificavam sua não adesão ao movimento, pois, segundo eles, “no final da greve a atual Presidenta iria trair os professores”.
Enfrentamos todas as hostilidades possíveis, porém a greve em São Bernardo do Campo seguiu coerentemente as deliberações das assembleias, com boa dinâmica no comando de greve, não faltando qualquer apoio material aos professores grevistas.
Embora a plenária realizada na subsede no dia 9 de maio de 2013 tenha apontado pela continuidade da greve, também era notório o refluxo do movimento no Estado, na região e até mesmo em nossa Cidade.
Na assembleia do dia 10 no vão livre do MASP, as contradições  estavam  nítidas, pois, significativa parte dos presentes defendiam a continuidade da  greve, mesmo diante das dificuldades e da insuficiente negociação promovida pelo sindicato com o Secretário Estadual de Educação. Outros setores defendiam o encerramento da greve afirmando que o movimento estava esgotado e não tinha como continuar.
Ao colocar em votação as duas propostas, a proposta vencedora foi pela continuidade da greve, e, numa manobra clássica a presidenta Maria Izabel anunciou o fim do movimento, desligou o microfone e se enclausurou dento do poderoso caminhão de som.
Descontentes com a manobra da presidenta, os professores  exigiam a reinstalação da assembleia e  os protestos generalizaram-se por contra desse ato vil da presidenta do sindicato. As cenas foram as mais deploráveis possíveis com o espancamento de professores (as) pela violenta policia do governador Geraldo Alckmin.  Após a dispersão da praça da guerra (na Avenida Paulista), uma parte do movimento  dirigiu-se até a Praça da República e outros foram até a sede do sindicato na mesma praça, e, mais uma vez se depararam com a policia em frente ao prédio dos professores.
Já participei de dezenas de greves, porém, manobra dessa natureza nunca tinha presenciado. A presidenta desmontou sumariamente o movimento grevista e mais uma vez se confirma os discursos proferidos pelos professores que afirmavam “no final da greve a presidenta vai trair  os professores”.
O calendário agora além da nossa luta cotidiana por melhores condições salariais, contra a violência nas escolas e por efetivas condições de trabalho, deve responder a antecipação da disputa eleitoral do sindicato, pautado com o posicionamento da atual diretoria nessa greve. Devemos buscar pontos de unidade programática para derrotar essa diretoria que há anos vem dirigindo e desconstruindo nossa entidade de classe.
As condições objetivas existiam, as condições subjetivas também, pelo visto, o que está em debate é a falta de dirigentes militantes e coerentes, comprometidos pra valer com as reivindicações da categoria; diferentemente desses que estão mais preocupados com  os aparelhos sindicais,governabilidades e acordos questionáveis.
Numa semana em que o sindicato denunciou a crescente violência nas escolas, reproduz, com esse feito, uma ação sindical incompatível com qualquer processo civilizatório, instigando o desrespeito aos educadores, dando mau exemplo pedagógico, além de expor os professores e alunos em praça pública  à agressão  violenta da policia militar do governo do Estado.


Aldo Santos-Coordenador da subsede da apeoespsbc, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro da APROFFIB e militante do Psol.



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