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Por:
Gislayne Jacinto
16/07/2012 - ELEIÇÕES 2012
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Em Santo André e em São Caetano, metade dos candidatos
sofre pedidos de impugnação feitos pelos adversários
Metade dos candidatos a prefeito de Santo André e São Caetano sofre pedidos de impugnação. Em Diadema e Rio Grande da Serra não há problemas neste sentido para os prefeituáveis. Mauá tem uma solicitação e São Bernardo e Ribeirão Pires têm um pedido cada (Leia reportagem nesta página). Em Santo André, dos seis candidatos, 50% enfrentam pedidos de impugnação. O prefeito Aidan Ravin (PTB), Nilson Bonome (PMDB) e Raimundo Salles (PDT) estão na lista.
O
pedido do pedetista envolve a lei da Ficha Limpa, mas Salles disse não estar
preocupado, porque o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já julgou ação de
abuso de poder econômico e uso indevido de meio de comunicação nas eleições
de 2006, ano em que foi secretário de Comunicação em São Bernardo. A ação
tramitou e pesou contra Salles nas eleições para deputado estadual, em 2008.
“Estou tranquilo, pois a ministra Carmen Lúcia foi a relatora e os demais
ministros do TSE votaram a favor de meu recurso em sessão realizada em 16 de
novembro de 2010”, afirmou Salles.
No
caso de Aidan, são três solicitações que se referem à convenção partidária
realizada em 30 de junho. Opositores ao prefeito, que busca a reeleição,
pediram a anulação do evento sob o argumento de que o estatuto do PTB prevê
que a publicação da convenção seja feita com oito dias de antecedência. A
primeira convenção foi marcada para 24 de junho, mas cancelada em 22 de
junho.
De
acordo com a coordenação jurídica da campanha de Aidan, o edital foi
publicado na Câmara e na sede dos partidos em 22 de junho. A publicação em
jornal aconteceu no dia seguinte e, portanto, teria obedecido às regras
eleitorais. “Estão procurando pelo em ovo. Existe só o dissabor de ter de
responder aos questionamentos. Mas estamos em um processo democrático e tudo
será respondido”, afirmou a coordenação.
O
Ministério Público também entrou com pedido de impugnação contra Nilson
Bonome dizendo que o candidato não apresentou certidão referente a uma ação
criminal em andamento. A assessoria de imprensa do candidato disse que a
situação do peemedebista é regular e apresentou certidão datada de 11 de
julho em que nada consta contra o peemedebista no Fórum de Santo André.
São Caetano – A candidata a prefeita pelo PTB
de São Caetano é a que mais sofre pedidos de impugnação. São três contra seu
registro de candidatura e uma solicitação de investigação judicial eleitoral.
Todos movidos pelo escritório do advogado Éder Xavier.
Daniel
Marcos Pastorin, advogado desse escritório, disse que a impugnação de
registro foi com base na Lei da Ficha Limpa. “Quando Regina Maura foi
secretária da Saúde e presidente da Fumusa (Fundação Municipal da Saúde)
firmou contratos considerados irregulares pelo TCE (Tribunal de Contas do
Estado). Os processos estão tramitados e julgados, portanto, entendemos que a
candidata está inelegível”, disse Pastorin, ao acrescentar que também é
solicitada investigação porque propagandas do Orçamento Participativo da
Prefeitura, realizado em 23 de junho, tinham símbolo semelhante ao utilizado
por Regina Maura na campanha. “Isso é abuso do poder”, afirmou o advogado.
O
advogado da petebista, Leandro Petrin, disse que a candidata está tranquila.
“A Lei da Ficha Limpa não atinge contratos isoladamente e sim contas anuais e
essas foram todas aprovadas pelo TCE. A irregularidade formal em um contato
não contamina a gestão dela”, explicou Petrin.
O
candidato a prefeito pelo PMDB, Paulo Pinheiro, também sofre investigação.
Grupo ligado ao prefeito José Auricchio Júnior (PTB) questiona a filiação do
peemedebista, envolvida em um imbróglio judicial desde o ano passado. O
coordenador jurídico da campanha de Pinheiro, jurista Roberto Martins, disse
que o candidato tem certidão do próprio TSE (Tribunal Superior de Eleitoral)
em que comprova a filiação. “Além disso, temos ficha assinada pelo
vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), e ainda há duas sentenças
na Justiça favoráveis à filiação”, disse o jurista.
Apesar
de todos os pedidos, não significa que os candidatos serão impugnados. Os
documentos serão analisados pela Justiça Eleitoral. Os juízes eleitorais têm
de julgar e publicar as sentenças até 5 de agosto.
Ficha Limpa não assusta candidatos de Mauá,
Ribeirão e S.Bernardo
Apesar
da Lei da Ficha Limpa rondar alguns candidatos a prefeito na Região, o fato
não assusta. Aldo dos Santos (PSOL), de São Bernado, por exemplo, disse ter
sido notificado nesta segunda-feira (16/07) sobre o pedido de impugnação.
“Nesta terça (17/07) meus advogados vão se informar qual é a alegação, mas
vou levar chumbo de todo lado. Já tenho as costas calejadas”, disse Aldo.
O
candidato do PSOL já sofreu impugnação de sua candidatura a vice-governador
nas eleições de 2010. Pesou conta Aldo dos Santos uma ação na Justiça em que
responde por improbidade administrativa, porque cedeu um veículo da Câmara,
em 2003, quando era vereador na cidade, para transportar doentes e crianças
de um terreno ocupado na ocasião pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem
Teto). “Só quis ser solidário”, afirmou.
Em
razão da ação, em 2010, Aldo foi condenado pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de
São Paulo) a suspensão de cinco anos dos direitos políticos e pagamento de
uma multa.
O candidato a prefeito pelo PR, de Mauá, também sofre pedido de impugnação por conta da Ficha Limpa, mas deve se livrar da dor de cabeça, porque o TJ concedeu liminar que suspendeu a reprovação pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) das contas da Câmara referentes aos anos de 2003 e 2004, quando Lopes era presidente da Casa.
Diniz
Lopes teve as contas julgadas irregulares pelo TCE devido aos pagamentos aos
vereadores de auxílio-moradia, 13º salário, além de hora extra para
comissionados. Por isso, Diniz teve seu registro de candidatura a deputado
estadual impugnado, em 2010. Parte desses recursos pagos indevidamente de
acordo com o TCE virou dívida ativa, cujo débito tem sido pago de forma
parcelada pela maioria dos parlamentares beneficiados por meio de
parcelamentos.
Donisete
Braga, candidato a prefeito pelo PT de Mauá, também sofre impugnação pela
ausência de certidões e, portando, seu caso deverá ser resolvido com
tranquilidade, de acordo com sua assessoria de imprensa.
Em
Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé, candidato a prefeito pelo PPS, é
o único que sobre pedido de impugnação feito pelo adversário Saulo Benevides,
prefeiturável pelo PMDB.
O
peemedebista alega problemas nas contas da Câmara de 2007 e 2008, quando Dedé
era presidente da Casa. Houve rejeição pelo TCE-SP.
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