do Diário do Grande ABC
sábado, 9 de junho de 2012 7:00
Os partidos entram no prazo final para a consolidação de candidaturas e formação do arco de alianças para a corrida eleitoral. Pela legislação, amanhã será dado pontapé ao período de 21 dias para a realização das convenções partidárias destinadas a deliberar sobre coligações e escolher, oficialmente, os nomes a serem lançados a prefeito, vice e a vereador. Em comum, os três prefeitos do Grande ABC que disputarão a reeleição têm problemas para sacramentar o parceiro na chapa.
Dentro do trio, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), enfrenta dificuldade em manter a vice Dinah Zekcer (PTB). O PSDB municipal faz forte pressão para que o petebista abra a chapa, disponibilizando o posto para o próprio presidente do diretório, Ricardo Torres, ou à ex-secretária de Educação Cleide Bochixio. Presidente do PTB, Dinah não abre mão de permanecer no cargo e prevê que não há necessidade de ceder à reivindicação do ninho tucano para ter o apoio.
Visando evitar maior desgaste na escalação do número dois da chapa, Aidan argumenta que, quando finalizar o prazo legal para as negociações, os partidos que compõem o arco de alianças é quem irão deliberar sobre o quadro que daria condições de agregar eleitoralmente.
O mandatário do Paço de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), também está entre a cruz e a espada. Após anunciar a saída do posto, o vice Frank Aguiar (PTB) recuou e depois recuperou o desejo em continuar ao lado do petista. Só que a retomada do projeto não o deixou automaticamente como detentor do posto. O PMDB briga para alcançar a parceria na chapa, condicionando a indicação do vereador Tunico Vieira como número dois para viabilizar a união na coligação. Caso contrário, os peemedebistas ameaçam voo solo.
Em Diadema, Mário Reali (PT) sofre com o impasse jurídico em torno de seu vice Gilson Menezes (PSB). O socialista foi referendado pelo arco de alianças para a reeleição, mas recorre no STJ (Superior Tribunal de Justiça) pela condenação por não cumprir com a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) em 2000, último ano de sua segunda gestão à frente da Prefeitura. Se não conseguir o recurso até poucos dias antes da convenção (estrategicamente empurrada para o dia 30, o último), o PT irá reabrir a discussão com os aliados.
Apesar de a maioria dos partidos estar avançada nas articulações políticas para fechar o bloco que concorrerá no páreo, para a Justiça Eleitoral quaisquer candidaturas somente são consideradas válidas se referendadas no prazo estipulado (veja datas na arte acima). Mesmo assim, ainda há siglas que sequer decidiram a postura a ser tomada durante a campanha, de julho a outubro. Por conta disso, grande parte tem marcado a agenda interna para o fim do mês para dar tempo suficiente de entrincheirar o caminho.
O presidente do PT de Santo André, Luiz Turco, admitiu, por exemplo, que "algumas pendências" forçam empurrar a convenção para próximo do limite. "Está tudo se afunilando agora. Estamos em busca de fechar as últimas parcerias e falta amarrar o vice direitinho", considerou.
Evitando falar em chapa pura, o PT busca formar a dobrada majoritária com representante do setor empresarial para agregar ao perfil do deputado estadual e pré-candidato Carlos Grana. O nome mais cotado é da vice-presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Oswana Famelli (PRP).
Sem apoios, postulantes tendem a ficar pelo caminho
Diante da proximidade do processo eleitoral, pré-candidaturas sem apoios ou com imbróglio judicial tendem a ficar pelo caminho até as convenções partidárias. Na região, ao menos oito postulantes aos Executivos estão sob essa condição. Mesmo sem indícios de balão de ensaio, há ainda pleiteantes que negociam a permanência no páreo.
A maioria dos quadros encontra-se em partidos de pouca expressão no respectivo município e podem acabar na barreira de bancar toda infraestrutura da candidatura majoritária. Em Santo André, Alexandre Fláquer (PRTB) descarta desistir da disputa. Entretanto, até agora, não angariou parceiros que acreditassem no poder de seu voo solo.
Silvana Guarnieri (PTB) e Edvan Rodrigues de Souza, o Buiú (PMN) não conseguem alavancar eleitoralmente a candidatura própria em Diadema. Por falta de adesão, existem rumores de que é possível ambos abandonarem o pleito para embarcar em outras empreitadas: tanto PV, com Lauro Michels, quanto PSDB, de José Augusto da Silva Ramos, buscam composição.
A situação do ex-vereador de São Bernardo Aldo Santos (Psol) com a Justiça Eleitoral pode ser o aspecto da inviabilidade. O socialista aguarda decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) para ter condições de encarar novamente as urnas, sem tropeçar na Lei da Ficha Limpa. Caso contrário deve declinar da candidatura.
Em Mauá, Paulo Bio (PV) e Edimar da Reciclagem (PSDB) são consideradas peças com baixo poder de fogo pelo esvaziamento de parceiros na empreitada. O verde pleiteava formar grupo da terceira via junto com Chiquinho do Zaíra (PTdoB) e Irmão Ozelito (PTB), mas, sem consenso, ficou sozinho.
Antônio de Pádua Tortorello (PSC), em São Caetano, e Cézar de Carvalho (PSDB), em Ribeirão Pires, também têm problemas na consolidação da candidatura própria. O pleito do social-cristão deve ser decidido apenas na convenção, enquanto o tucano tende a acertar apoio ao candidato governista Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). A aliança de Cézar com o PSC em Ribeirão foi encarada como passo de aproximação ao candidato governista
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