Relato
sobre o “Debate contra a violência nas escolas”
A Subsede de São
Bernardo do Campo realizou no dia 16 de Junho de 2012 o Debate contra a
violência nas escolas onde contou com a presença de vários professores (as) e
alunos (as), em especial dos palestrantes professor Rildo G. de Oliveira,
diretor da E.E. Prof.ª Luiza Collaço que abordou sobre o cotidiano da vida
escolar e professor Paulo Neves, diretor estadual da APEOESP que tratou sobre o
papel da violência na história.
Pontos da palestra e do debate:
1 – Atos indisciplinares – do ponto
de vista legal, podemos tomar apenas os procedimentos (punição) que constam no
regimento escolar;
2 – As escolas que foram propostas
ao longo da história, por exemplo, Durkeim participou do processo da
reconstrução de uma nova sociedade da França tentando reduzir o poder da
igreja, onde propôs uma escola pautada na disciplina;
3 – Segundo estudo feito no início
do século passado o tempo máximo de concentração dos alunos era cerca de 50
minutos, mas as pesquisas mais recentes apontam que, atualmente, os alunos conseguem
se concentrar em torno de 5 a 7 minutos;
4 – Observamos claramente que o
modelo educacional é fordista, ou seja, fragmentado, o aluno entra em uma sala
para aprender matemática, após 50 minutos passa a aprender geografia e assim
consecutivamente;
5 – Precisamos fazer uma reflexão
profunda e questionar sobre para que estamos preparando os alunos e qual escola
queremos;
6 – A experiência implantada na E.E.
Prof.ª Luiza Collaço que chegou a ter 120 candidatos da comunidade participando
da eleição do conselho de escola;
7 – Existe a ausência da família, as
pessoas estão sem referência familiar;
8 – O ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente) tipifica agressão física como ato infracional;
9 – A educação para poucos se
confronta com a educação para todos, nesse contexto surgiu Paulo Freire para
fazer o contraponto e insistir que a educação tem que ser para todos;
10 – Em 1991 o Brasil insere a
progressão continuada que na visão do governo é a aprovação automática;
11 – Temos claramente um problema de
estrutura nas escolas: não temos infraestrutura, não temos quantidade
suficiente de professores;
12 – Somos o elo direto com o poder
público na região (entre comunidade x estado ou prefeitura); precisamos
municiar a comunidade sobre a omissão e os problemas da escola de
responsabilidade do poder público;
13 – Em 2010 investiram apenas 4% do
PIB em educação e, atualmente, no PNE estão discutindo em torno de 8% apontando
para 10% com os recursos do Pré-Sal, porém esse investimento está previsto para
2022. Não podemos concordar que isso seja uma vitória, pelo contrário, será uma
grande derrota para o projeto social. Defendemos 10% do PIB imediatamente para
a educação pública.
14 – Via de regra grande parte dos
problemas da sociedade refletem dentro das paredes das escolas. Não podemos nos
isolar e aceitar o que a política neoliberal insere nas escolas. CONTRA A
VIOLÊNCIA NA ESCOLA É A DENÚNCIA E A UNIFICAÇÃO.
15 – Temos no sindicato mais ou
menos umas 10 escolas com problemas de violência como Pedra de Carvalho, Kennedy,
Palmira, João Batista Bernardes, Clarice, entre outras. O problema é que uma
parte deixou de fazer a luta política, vivenciamos um momento em que a maioria
da militância foi absorvida pela máquina. Precisamos urgentemente nos
organizarmos para a luta política.
16 – A escola é o local onde os
alunos são os atores políticos e precisam reivindicar melhorias para uma
classe, ou seja, atuar politicamente para transformar uma realidade.
Deliberação da plenária:
1 – Campanha “em busca de melhorias
para a educação pública”, estaremos juntos com os estudantes e com os pais;
Fazer adesivos: “O professor é meu amigo, mexeu com ele mexeu comigo!”;
2 – Convite aos professores Rildo e
Paulo Neves para fazerem esse debate no próximo RE do dia 16 de Agosto;
3 – Convidar a Dirigente de ensino
de SBC para participar do RE e apresentar as propostas da DE e do estado para
erradicar a violência nas escolas;
4-Concurso público
pelo para contratação de funcionários de apoio educacional;
5 – Solicitar aos parlamentares que
façam um Projeto de Lei para implementar o “Dia da família na escola”,como já
acontece em outros países;
6 – Impulsionar os debates com os
candidatos a prefeito e vereadores nas escolas;
7 – Estabelecer fóruns de debates no
sindicato e nas escolas .
8--Retomar projetos
a partir das experiências demonstradas pelo diretor expositor;
9-Democratizar as
relações nas escolas apoiando e incentivando a organização dos grêmios
livres estudantis, bem como os conselhos de escolas;
10-Tratar a questão
da violência como desafio educacional e não policial, implantando nas escolas
as comissões de convivência e normas;
Todos esses pontos são indicativos
para serem apresentados e aprovados na próxima reunião da executiva do sindicato.
Secretaria dos trabalhos.
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