segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

VILA LULALDO, 23 ANOS DE LUTA, RESISTÊNCIA E CONQUISTA


VILA LULALDO, 23 ANOS DE LUTA, RESISTÊNCIA E CONQUISTA.

Nessa manha (08/12/2012) quando estava me preparando para cumprir uma agenda partidária, recebi o telefonema do companheiro José Arimatéia da Vila Lulaldo, Riacho Grande, convidando-me para o aniversário de 23 anos da Vila, na sede social,  a partir das 12 horas.

Ao chegar ao local, fui recebido por antigos e recentes moradores, com muita alegria e acolhimento por parte dos diretores da SAB da Vila.

Tinha vários grupos de Forro tocando: (Gabriel do Acordeom, Nego do Acordeom, Miro do Bandolim, Dedé Acordeom, e Lagoa do Acordeom), tinha churrasco, arroz doce, melancia, pirão acompanhado de  bebidas e refrigerantes. Conversei bastante com os moradores e numa mesa tinha várias brochuras preparadas pelo companheiro José Arimatéia sobre o histórico de toda caminhada realizada nesses 23 anos de ocupação, resistência e moradia definitiva no local. Dentre as lideranças, destaco o Zé Arimatéia, o IVO e atual Presidente, a professora Mariazinha.

Conversei com os diretores da entidade  sobre as melhorias na  Vila  e fui informado que está em processo de regularização fundiária e está previsto a colocação de iluminação pública, guias, sarjetas e pavimentação asfáltica.

Tiramos bastantes fotos e por um bom tempo fiquei refletindo e olhando as fotos e os documentos disponibilizados para a consulta pública. Fiquei pensando sobre os inúmeros fatos ocorridos durante todo esse tempo, o enfrentamento, as reuniões, as passeatas, a organização da resistência, o recuo do aparato policial, e das inúmeras lideranças que já morreram como a Emilia, Agenor, Dilma, Taná, João do DAE, Barba. O que é confortante é que a luta continua, assim como a preservação da memória e da história de um movimento que balançou a estrutura de poder da administração do PT na ocasião.

Recebi das mãos da Mariazinha duas brochuras com o resumo da história e DVDs com depoimentos das lideranças contando a história por quem de fato participou e ousou enfrentar e contestar a ordem estabelecida.

 Conversamos sobre a possibilidade de transformarmos esse material num livro por ocasião da comemoração dos 25 anos de existência  em 2014. Todos gostaram da ideia e vamos trabalhar essa possibilidade concreta de registro da história e preservação da memória dos moradores que desafiaram as leis e  garantiram na prática o direito a moradia  acima do interesse do capital.Todos os anos tenho acompanhado e participado do aniversário da Vila Lulaldo, pois significou um marco de luta e resistência contra a especulação imobiliária e a propriedade privada.

A Lulaldo é um bom exemplo que deve ser seguido como forma de resolver o grave problema humano que é o direito a moradia, uma vez que com o aluguel de aproximadamente 300 reais oferecido pelo poder público como complemento a situação de risco, não dá para pagar aluguel, e os programas dos governos não resolvem definitivamente a falta de moradia dos empobrecidos do Capitalismo. A ocupação ainda é uma importante ferramenta de luta na solução de problemas habitacionais, visto que o Estado em tese não dá atenção nem tem preocupação com as agonias sociais.

Relembrar a História e viver novamente.

Aldo Santos. Ex-vereador em SBC, coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo-aproffesp, Militante do Psol.

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