Desempenho em filosofia
pode fazer diferença para candidatos de cursos mais concorridos na Unesp
Segundo
professores, provas deste domingo tiveram nível de dificuldade entre fácil e
médio
16 de
dezembro de 2012 | 21h 03
Com provas
de Ciências Humanas e de Ciências da Natureza e Matemática, a Universidade
Estadual Paulista (Unesp) deu início neste domingo, 16, à segunda fase de seu
vestibular. A organização registrou taxa de abstenção de 9,4%, a maior entre os
exames de fim de ano desde que a seleção assumiu o formato atual, em 2009.
Esta
também foi a edição com o maior número de convocados para a etapa discursiva.
Descontando os faltosos, permanecem na disputa 41.369 estudantes. Eles
concorrem a 7.014 vagas em 165 cursos.
Segundo
professores de cursinhos, as 24 questões dissertativas das provas deste domingo
tiveram nível de dificuldade entre fácil e médio. Isso pode complicar a seleção
de alunos para os cursos mais concorridos, sobretudo Medicina, que teve relação
de 185,3 candidatos por vaga na primeira fase.
Os
especialistas acreditam que farão diferença a habilidade de redação dos
estudantes e como eles se saíram nas quatro questões de filosofia. “A matéria
ainda está se consolidando no ensino médio. O candidato precisava dominar os
tópicos da disciplina, não bastava só interpretar os textos”, diz o
coordenador-geral do Etapa, Edmilson Motta. A prova perguntou sobre a teoria do
bom selvagem, de Rousseau, e a alegoria da caverna, de Platão, entre outros
assuntos.
Motta
parte do pressuposto de que os candidatos de Medicina são bons alunos e
resolveram sem dificuldade as questões de geografia, química e biologia.
Matemática e física, segundo ele, motivaram poucas questões complicadas, para
esses estudantes. Já história, assim como filosofia, teve maior complexidade.
"Eram questões sobre temas usuais, mas que exigiam bom conhecimento."
Para o
coordenador do Anglo Tamandaré Thales Trigo, a seleção talvez fique por conta
de detalhes ou da redação, que será aplicada na tarde desta segunda, 17, junto
com a prova de Linguagens e Códigos. “A gente não acha que essa seja uma
postura muito apropriada para a Unesp”, afirma.
O diretor pedagógico
do Oficina do Estudante, Célio Tasinafo, também acha que filosofia
"descolou" da prova, por seu grau de complexidade. Para ele, o exame
foi trabalhoso, mas não difícil. "Como os temas abordados eram muito
batidos, os candidatos que fizeram um bom ensino médio sabiam resolver as
questões. A dificuldade ficou em achar o fio condutor para responder ao que foi
solicitado, sem despejar todo o conhecimento sobre os assuntos cobrados."
Na opinião
de Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo, alunos bem preparados
não tiveram dificuldade na prova de Ciências Humanas. Ela elogiou o fato de o
exame ser colorido. "Rapidamente o aluno consegue entender as figuras.
Ajuda muito", afirma. Sobre a avaliação de Ciências da Natureza e Matemática,
a professora diz que ela trouxe questões bem elaboradas e uma abordagem
criativa de conteúdos trabalhados no ensino médio. "Com poucas questões
conseguem avaliar bem os estudantes."
O
resultado final do vestibular deve ser divulgado em 28 de janeiro.
Falha
O site da
Fundação Vunesp, responsável pelo vestibular, ficou fora do ar desde a noite de
sábado até as 11h52 deste domingo. A entidade disse que houve uma falha no
servidor externo e precisou divulgar números de telefone e uma listagem para os
candidatos verificarem os locais de prova. Também enviou a informação por
e-mail. Ainda assim, muitos alunos tiveram medo de perder o exame.
* Atualizada às 23h20
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