De forma descarada a direção majoritária da APEOESP não reconheceu o resultado da votação na assembleia de ontem, proclamando como resultado a sua própria decisão remetendo para uma próxima assembleia em novembro. Assim, os professores presentes, percebendo esse total desrespeito, permaneceram na praça, indignados com arrogância absolutista da direção a que estavam presenciando, vaiando a todo instante os oradores governistas que usavam a palavra em cima do carro de som. A certa altura, de forma desesperada e sem nenhuma votação previa, os presentes foram convocados a sair em passeata, e, em coro a maioria esmagadora da plenária gritava “vá sozinha”.
Os professores na tarde de ontem deram uma demonstração de que não vão mais tolerar o imobilismo frente aos ataques a que estamos sendo submetidos, nem tampouco a destruição da democracia nas instâncias do sindicato, politicas da direção majoritária que visam poupar os governos estadual e federal para que eles possam, num cenário de crise mundial retirar os nossos direitos e implementar politicas impopulares sem resistência, como é caso da divisão das férias e a privatização da aposentadoria limitando o teto dos rendimentos.
Na manhã que antecedeu a assembleia foi instalado um CER (Conselho Estadual de Representantes), neste, a mesa diretora (ARTSIND-ARTNOVA-CSC) apresentou uma proposta de regimento interno denominado “PROCEDIMENTOS PARA MELHOR ORGANIZAÇAO DOS TRABALHOS DO CONSELHO ESTADUAL DE REPRESENTANTES”, que na prática acabava com todas as possibilidades de manifestação, como por exemplo, a critério da mesa diretora, definir o numero total de oradores; divisão do tempo restante após uma fala aos demais oradores; cortar o som quando um orador ultrapassar o seu tempo; recolher as inscrições previamente e dividir o tempo entre eles; permitir falas somente por forças politicas, retirando o direito de conselheiros independentes de fazer uso da palavra. Frente a muita intransigência e arrogância por parte da mesa diretora, os setores combativos se retiraram do fórum para não legitimar tal absurdo e buscar formas de manter a APEOESP como um sindicato combativo. Na tarde, ao não acatar a decisão da imensa maioria de uma nova assembleia no começo de outubro antecedida de assembleias regionais, ficou claro então a política de impedir a mobilização e a luta da categoria para não perder os seus direitos.
Por fim, a assembleia não foi declarada encerrada oficialmente, pois a direção majoritária sumiu da praça, o que não aconteceu com a grande maioria dos professores presentes.
Façamos os ventos da África soprar também sobre a direção majoritária da APEOESP.
Diógenes
03 de fevereiro 2011
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