segunda-feira, 11 de abril de 2011

VIDA,PRINCIPAIS IDÉIAS E ESCRITOS DO PROFESSOR ALDO SANTOS

VIDA

Aldo Josias dos Santos, professor, casado, filho de Josias Raimundo dos Santos e de Maria Bevenuta de Jesus. Cearense de Brejo do Santo, logo cedo migrou com os pais para o interior de São Paulo (morou nas cidades de Rancharia, Morutinga do Sul e Mesópolis). Na década de 70, forçado pelas condições sociais, mudou-se para São Bernardo do Campo, onde reside até hoje

Trabalhou como bóia fria, auxiliar de protético, atendente e auxiliar de enfermagem. Iniciou sua atuação sindical no Complexo Hospitalar do Mandaqui (Zona Norte da Capital), contribuindo com a formação sindical na área da Saúde, fundando a Associação dos funcionários do complexo Hospitalar do Mandaqui e juntamente com outros sindicalistas, fundam a Associação dos Servidores da Saúde do Estado de São Paulo (ASSES), precursora da organização sindical no Estado de São Paulo.

Participou ativamente das Comunidades Eclesiais de Base no final da década de 70 e início da década de 80.

Por conta de sua ação sindical, em férias, é transferido pelo Diário Oficial para um pequeno centro de Saúde no Sacomã em 1985. Neste ano, inicia sua atuação na Educação Estadual na cidade de Diadema e, até hoje leciona.

Há mais de trinta e cinco anos vem militando na esquerda brasileira, cuja trajetória é pautada pela luta, coerência e ousadia na defesa intransigente dos menos favorecidos.

É graduado em Filosofia e Estudos Sociais, Bacharel em Teologia, tem especialização em Filosofia da Educação e Sociologia do Mundo do Trabalho e é mestre em História e Cultura.

Tem vasta experiência Política: foi vereador por quatro mandatos em São Bernardo do Campo (1989-2004), foi vice-presidente e secretário da Câmara Municipal com ampla folha de serviços ao lado dos trabalhadores dessa Cidade.

Como reconhecimento de seu trabalho, recebeu da Câmara Municipal o título de cidadão são-bernardense, proposto pelo ex-vereador Melão Monteiro.

Como sindicalista tem atuado junto a APEOESP - Sindicato dos Professores da Rede Pública do Estado de São Paulo. Coordena o Coletivo Nacional de Filosofia e é presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo - APROFFESP. Atualmente é membro da Executiva Nacional do PSOL - Partido Socialismo e Liberdade.

Apresentou vários projetos relevantes para São Bernardo do Campo, tais como: Passe Livre Estudantil, aprovado pela câmara e vetado pelo prefeito do PT Mauricio Soares; Semana da Consciência Negra e o projeto do Feriado no dia 20 de Novembro. Apresentou projeto de Conselho de Escola e a vinculação das creches à rede Municipal de Educação, bem como, propôs ainda a criação da Secretaria Municipal de Habitação e a obrigatoriedade do Ensino da Capoeira nas Escolas do Município, dentre outros.

Apresentou também o projeto contra o rodeio na cidade, além de ter apoiado inúmeras ocupações no município - Vila LULALDO, Vila Natanael, Vila Zilda, Acampamento Santo Dias e outras. Teve atuação marcada, na luta pela educação, saúde, habitação, transporte, defesa dos animais, presidindo e relatando importantes comissões parlamentares de inquérito na câmara municipal da cidade.

Em 2008, por unanimidade, foi indicado na convenção Municipal do Partido como candidato a Prefeito pela frente de Esquerda, composta pelo Psol, PSTU e PCB.

Por várias vezes concorreu a deputado estadual e federal onde obteve expressiva votação. Por deliberação do Diretório Estadual foi indicado como candidato a vice-governador na chapa com Paulo Búfalo e mais de uma centena de candidatos proporcionais.

Coerência, honestidade e competência têm sido a sua marca ao longo de sua trajetória política e como candidato a vice Governador pelo Estado de São Paulo cumpriu importante papel, ao denunciar os limites e caráter de classe do projeto da ficha limpa, como uma contenda que visava dentre outros propósitos, criminalizar os movimentos e os lutadores sociais.

Como professor da rede pública atua ao lado dos professores no âmbito sindical e incentiva os alunos na sua organização estudantil, rumo à destruição do atual modelo econômico que penaliza e escraviza os pobres, ao mesmo tempo em que propicia o acumulo de riqueza, terra e requisitos valorativos ao capital.

Atualmente leciona filosofia, nas escolas estaduais: Pedra de Carvalho, Maria Auxiliadora e Jacob Casseb.


Principais idéias:

Com base nas elaborações no campo do Marxismo/Leninismo, contribui com o avanço na consciência de classe, pois segundo o próprio Lênin “sem teoria revolucionária não é possível fazer a revolução”. Defende uma escola pública de qualidade e de caráter laico, voltada para a formação, promoção e libertação dos filhos da classe trabalhadora. Tem se destacado na defesa da reforma agrária e urbana, como condição indispensável no processo revolucionário, em real sintonia, partilha e viabilidade efetiva da reforma agrária no brasil. Tem atuação no campo da defesa de gênero etnia e todas as formas de liberdade da pessoa humana.

Defende a proporcionalidade direta e qualificada no legislativo, executivo, movimento popular, sindical e partidário e uma profunda reformulação de democratização do judiciário, até que possamos atingir uma sociedade socialista.

Apóia as lutas antiimperialistas, e defende que a ação direta é um passo significativo na resolutividade dos problemas e transformação da nossa sociedade.

Do ponto de vista sindical, defendeu a ruptura com a Central Única dos Trabalhadores - CUT, pois a mesma se transformou numa correia de transmissão das políticas e interesses governamentais. Defendeu a criação de uma central sindical livre dos patrões e do governo com independência de classe voltada para os reais interesses da classe trabalhadora.

Do ponto de vista partidário, milita e participa da direção nacional do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), representando a corrente política trabalhadora na luta socialista - TLS. Sobre o combate ao preconceito racial e ao xenofobismo, defende a criação de movimentos organizados em Quilombos socialistas, além da perspectiva internacionalista da luta da classe trabalhadora.

Desde a década de 80, Foi um dos articuladores na implementação do Movimento Estudantil Livre - MEL - em Diadema e com a divisão da atual direção do movimento estudantil conclama os estudantes para se organizarem nos grêmios livres nas escolas, na União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES - e entende que a busca da unidade é sempre o caminho certeiro no processo de acumulação de forças concretas para derrotar o capitalismo em que vivemos.

Outras idéias constam da vasta contribuição com centenas de artigos escritos e publicados nos mais variados veículos de comunicação.



Principais escritos.

No Blog, http://professoraldosantos.blogspot.com está postado centenas de artigos sobre os mais variados temas relacionados à conjuntura internacional Nacional e Municipal. Todos esses escritos estão contextualizados sempre na defesa intransigente da classe trabalhadora em busca da ruptura revolucionária com ao atual modo de produção capitalista.

Está em fase de publicação:



• Memórias da infância;

• Sobre a luta do povo negro;

• Os filhos da Rua;

• E coletânea de artigos dos últimos dois anos.
Assessoria

Texto recente:



Com essa decisão fica a pergunta no ar, quem vai reparar ou ressarcir os danos causados a mim, ao partido e à sociedade por esse erro da própria Justiça do País?



Quando Cazuza cantou aos quatro cantos que “... a burguesia fede...”, certamente falava do sistema e da representação de classe que se mantém a custa dos pobres e oprimidos com todo aparato de controle, dominação e “perpetuação” do poder ao longo dos séculos.

No âmbito da representação legislativa, do executivo e do judiciáriario não é diferente essa representatividade de classe.

Na última eleição fui vítima de um linchamento político de toda natureza, veiculado e alimentado pelos meios de comunicação de massa, colocando-me na mesma vala de políticos corruptos e, lamentavelmente até alguns companheiros do dito campo da esquerda expressaram um comportamento e perfil político/ideológico incompativel com os princípios ideológicos orientadores do processo revolucionário.

Fui arbitrariamente “condenado” por ousar tomar partido em 2003 ao lado dos sem-teto, que numa tentativa desesperada na busca por uma moradia, fizeram uma das maiores e mais bela ocupação da história desse país. Ela tocou no cerne da luta de classe que é o questionamento direto da propriedade privada e até dos meios de produção, pois tratava-se de um terreno da Volkswagem do Brasil.

Ao posicionar-me ao lado dos ocupantes, e na condição de vereador da cidade fui publicamente alvejado pelas forças reacionarias do poder executivo, do poder legislativo e judiciário.

A Câmara tentou incriminar-me, mas não logrou êxito, diante da falta de dados que comprovasse tal feito, haja vista que a utilização formal e legal do carro que estava sob a minha responsabilidade estava amparado pelas normas estabelecidas pela instituição.

O Poder Executivo através do Prefeito William Dib – representante das elites e dos especuladores – acionou-me na justiça e também não conseguiu seu intento de condenar-me.

No Poder Judiciário, fui acionado por dois promotores alegando que eu estaria ameaçando a ordem pública dentre outros argumentos levantados. Felizmente, um juiz sensato me absolveu numa sentença e manifestação louvavel.

Incorformados, os referidos promotores recorreram da decisão e em segunda instância fui condenado por improbidade administrativa. A sentença foi reformada tendo por base o fato de ter cedido o carro oficial da Câmara para socorrer crianças, velhos e senhoras que estavam doentes na enfermaria do acampamento Santo Dias e sem condições de locomoção, uma vez que o poder público da cidade impediu que houvesse qualquer tipo de socorro aos sete mil manifestantes da ocupação. Na ocasião ajudei e ajudaria novamente, pois a solidariedade não tem preço e “desse legado não abro mão”.

Recorremos ao STJ e ao STF da referida decisão por não concordarmos com essa sentença, uma vez que é direito de qualquer cidadão o esgotamento das instâncias, ou seja a ampla defesa e o devido proceso legal.

Nesse interim, teve início o processo eleitoral e sem o menor critério fui arrolado na relação de criminosos e saqueadores do erário público, através da lei da ficha limpa.

Fui vítima do tribunal do poder midiático e com isso causou-me enorme desconforto moral diante do julgamento precipitado, severo e impiedoso baseado numa lei totalmente inconstitucional.

Foram inúmeros os prejuízos causados, na seara pessoal, emocional, psico-social, profissional, eleitoral e partidária, haja vista que com os votos de uma campanha normal, isenta e imparcial impediria, por exemplo, a vitória apertadissima de Geraldo Alckimim em primeiro turno das eleições..

Cinco meses depois desse linchamento público, os mandatários do Supremo Tribunal Federal, ao desempatar a matéria reformaram a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não aplicando a lei às eleições de 2010, pois por óbvio não se altera as regras das eleição no interrégno de um ano antes do pleito. Com essa decisão fica a pergunta no ar, quem vai reparar ou ressarcir os danos causados a mim, ao partido e à sociedade por esse erro da própria Justiça do País?

Mesmo sem confiar na Justiça burguesa, vou acioná-la, para demostrar que a pseuda justiça estava errada e não é tão justa e imparcial assim como querem fazer-nos crer .

Concomitantemente, é preciso repensar esse conceito universal de eleição limpa no campo da burguesia, pois o que observamos é que as eleições sempre foram e são o maior espetáculo da hipocrisia política que corrompe os pobres eleitores, com troca e compra de votos, direta ou indiretamente, ao longo da existencia do processo eleitoral brasileiro. Essa é a oficialização do maior balcão de negocio da história do nosso pais.

Nesse sentido,a ficha limpa para a burguesia é um escarnio, pois enquanto não hover financiamento público de campanha e a tomada do poder pela classe trabalhadora, a burguesia segue seu ritual e sua natureza de ser uma classe que como afirmou cazuza, é fétida.

Ao disputarmos as eleições, buscamos conquistar e convencer corações e mentes sobre a necessidade do novo, do contra-ponto capaz de sepultar esses falsos valores inerentes ao capitalismo no seu processo de desenvolvimento histórico.

Nesse sentido, apostar na “lei da ficha limpa” é vender ilusão para a classe trabalhadora que é possivel algo de limpo no processo eleitoral nos moldes do capitalismo predatório ora existente. Só tem sentido participarmos das eleições se for para transformarmos esse espaços num processo de politização e acumulação de forças de carater revolucionário , tomando partido contra os abutres que tentam se alimentar da pouca legitimação dos processos eleitorais e dos votos populares.

Eleição e mandato popular deve expressar o grande palco da luta de classe existente, voltado para a organização e os enfrentamentos necessários e cumulativos no cotidiano.

Diante dos ataques a que fui submetido e do contexto histórico do processo eleitoral, devemos imediatamente realizar debates, atos contra a criminalização dos movimentos e dos lutadores sociais. Uma vez que a se manter essa lei, a sua aplicação se fará com o claro objetivo de impedir que os pobres, socialistas e revolucionários façam a disputa mesmo no campo da “legalidade burguesa”. O silêncio diante dessa imperdoavel manifestação da justiça eleitoral, corrobora para execrar e amordaçar os movimentos e os lutadores do povo. Na prática, a aplicação dessa lei, poderá corresponder ao enunciado publicado no site Luiz Nassif, quando afirma que estão “Punindo o limpo e livrando o sujo?”

“ A burguesia fede

A burguesia quer ficar rica

Enquanto houver burguesia

Não vai haver poesia”

(música de Cazuza)



Aldo Santos - Ex-vereador em SBC, Sindicalista, Coordenador da corrente politica TLS, Presidente da associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (07/04/2011).

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