ONDE ESTÁ A POLÍTICA DE
REFORMA AGRARIA E URBANA DA PRESIDENTA DILMA?
No dia 17 de abril de
cada ano realça em nossa memória a histórica luta e resistência dos
trabalhadores sem terra que foram espancados e mortos pela tropa da policia
militar que até hoje continua impunes e de braços dados com os latifundiários.
Em
1996, a tragédia se traduziu no saldo de 19 mortos, 65 feridos sem condições
para o trabalho e mais dois mortos dias depois do conflito pelas forças
repressoras policia do Pará a serviço do latifúndio e do agronegócio.
A luta
pela reforma agrária em nosso país já percorreu vários caminhos de
enfrentamentos e o número de processos judiciais dá uma ideia da partidarização
do poder judiciário ao lado dos fazendeiros.
Segundo
publicação no jornal Brasil de Fato do dia 17/04/2013, “Há 523 processos
judiciais envolvendo a Reforma Agrária no Brasil, dos quais 234 estão parados
na Justiça Federal”. A concentração de riqueza e terras no nosso país é um dado
sintomático da exclusão existente em nossa sociedade e das políticas
governamentais que subsidiam o viciam os famélicos, mantendo o abismo entre os
que tudo tem e os que estão à margem da sociedade, desde o período de
colonização e invasão do Brasil em 1500 pelos europeus.
Segundo
SENSO/IBGE
de
2010, existem 69.233 grandes propriedades improdutivas, controlando 228 milhões
de hectares de terra. Essa terra deveria ser destinada a reforma agrária. Na
gestão da atual presidenta Dilma o interesse pela reforma agrária é ridículo,
em se tratando de uma presidenta que teve uma trajetória de resistência à
ditadura militar, esperava-se, portanto, renovado compromisso em
construir um novo país.
Segundo
publicação na grande mídia, “O programa de reforma agrária do governo da
presidente Dilma Rousseff (PT) assentou no ano passado 22.021 famílias, de
acordo com números divulgados pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária).Trata-se do mais baixo índice registrado nos últimos 16 anos,
que englobam também os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). O melhor índice foi registrado em 2006, último ano
do primeiro mandato de Lula, quando 136.358 famílias tiveram acesso à terra.
Em Pernambuco, onde o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) contabiliza quase 15 mil famílias acampadas à espera de um lote de terra, o governo assentou apenas 102 famílias no ano passado. Foi o número mais baixo entre todas as unidades da federação”. Para José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST, as cifras são “vergonhosas”. (Matéria publicada pela agência estadão em 06/03/2013)
Em Pernambuco, onde o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) contabiliza quase 15 mil famílias acampadas à espera de um lote de terra, o governo assentou apenas 102 famílias no ano passado. Foi o número mais baixo entre todas as unidades da federação”. Para José Batista de Oliveira, integrante da coordenação nacional do MST, as cifras são “vergonhosas”. (Matéria publicada pela agência estadão em 06/03/2013)
A
reforma agrária e urbana é uma pauta urgente dos movimentos sociais,
independente de governos e de eventuais compromissos com
governabilidades, dado que ela se reveste de grande significado tático em
relação a moradia efetiva dos sem tetos e os assentamentos necessários no campo, da mesma forma que
ela é uma luta estratégica, de confronto com a propriedade privada que
apontará para a socialização das terras entre os sem terra, e, no
meio urbano deve assegurar que todos tenham acesso a moradia popular,
diferentemente do atual projeto minha casa minha divida que
longe de acabar com a exclusão, beneficiou a
especulação imobiliária, dificultando o acesso a terra pelos trabalhadores
empobrecidos pelo sistema.
Que a
morte dos trabalhadores sem terra fortaleça e alimente a nossa utopia de
luta por um novo mundo, livre da opressão e da exclusão, incompatível com o
modo de produção capitalista.
Simbolicamente,
nesse dia, o movimento tomaram as ruas, bloquearam estradas, demonstrando sua força e
vitalidade que deve avançar ainda mais para exigir a parte que lhes cabe deste
latifúndio. É preciso avançar a luta socialista no campo e na cidade, para
romper com o imobilismo e conformismo que o atual governo tem levado grande
contingente populacional a viverem com parcos salários, sem perspectivas de
romper com as amarras do capitalismo. Nesse contexto pergunta-se onde
estão os políticos do PT, o ex-presidente Lula, a Dilma que nada fazem ou falam
em defesa da reforma agrária?
Lutar e vencer é preciso!
Aldo Santos- Coordenador da apeoessbc,
Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de
São Paulo, membro da Coordenação da APROFFIB e militante do Psol.
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