SOLIDARIEDADE AO COMPANHEIRO ALDO SANTOS
“Ficha limpa”: uma faca de dois gumes!
O nosso companheiro de tantas lutas, Aldo Santos, ao que tudo indica encontra-se impedido de candidatar-se a qualquer cargo eletivo pelo fato de ter sido condenado, de forma injusta, por ter prestado socorro aos moradores do acampamento Santo Dias em julho de 2003 na Cidade de São Bernardo do Campo.
Na ocasião, participou da referida ocupação, além de colocar os equipamentos de seu mandato de vereador a serviço das crianças, velhos e mulheres que se encontravam doentes no interior do acampamento da cidade. Por ser solidário, sofreu três representações, sendo duas arquivadas e ainda resta uma definição final em última instância. Após ser absolvido em primeira instância e ser condenado em segunda instância pelo TJ-SP, o mesmo foi condenado pela lei da “ficha limpa”, mesmo sem o julgamento definitivo que se encontra no Supremo Tribunal Federal.
Nos últimos anos estamos vendo uma crescente criminalização dos movimentos populares através da perseguição de seus líderes. Só que hoje em dia, sofisticando procedimentos dos tempos da ditadura militar, a justiça abre processos “legais” e através de mecanismos da burocracia judicial, vão enquadrando de forma “politicamente correta” todos aqueles que lutam contra o sistema injusto e seus mantenedores, no caso os políticos ligados aos grupos dominantes, às elites econômicas e políticas, às máfias.
Desta forma o legalismo moralista, apoiado por uma mídia hipócrita e politiqueira, se utiliza de uma lei à primeira vista avançada, no sentido de combater a corrupção e os vícios históricos do sistema eleitoral, para punir as lideranças que se encontram do lado do povo: movimentos populares, sem-terras, sindicatos (veja caso do ex-presidente da APEOESP, condenado por usar carro de som...), associações, parlamentares, etc. Em nome do combate à corrupção, panacéia encampada pela mídia burguesa, colocam no mesmo saco criminosos, políticos corruptos e lideranças da população no campo e na cidade.
Precisamos abrir nossos olhos para não servirmos de “laranjas” nessa história!
Protestamos, pois, contra esta grande injustiça para com o nosso companheiro de luta, Aldo Santos, liderança reconhecida entre os professores e os movimentos populares, político íntegro, militante incansável como ex-vereador, Conselheiro da APEOESP, presidente da APROFFESP, entre outras atribuições públicas.
Pela não criminalização dos movimentos sociais; pela absolvição das lideranças injustamente punidas, contra o moralismo e a hipocrisia da grande mídia, lanço este protesto!
A Aldo Santos e a todos os companheiros de luta, o apoio, o apelo e o abraço fraterno de
CHICO GRETTER. Vice-presidente da APROFFESP (Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo), mestre em Filosofia e História da Educação, professor há mais de 28 anos.
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