Ato em solidariedade aos moradores do Pinheirinho
Aldo Santos no ato de solidariedade do Pinheirinho 2/2/2012. |
No dia 02 de fevereiro de 2012, participamos da atividade promovida por dezenas de entidades sindicais, populares, estudantis e partidária na Cidade de São José dos campos.
Por volta das 10h30min, teve início em frente à Câmara municipal da cidade importante manifestação, que contou com aproximadamente cinco mil ativista do movimento, com representações de várias partes do Brasil, além de delegações internacionais.
As atividades foram coordenadas por dirigentes sindicais e partidários, ligados aos partidos de esquerda, numa verdadeira frente de unidade que deve se expressar, inclusive no próximo pleito eleitoral pelo Brasil afora.
Antes da caminhada pela cidade, o ato teve inicio com várias falas de representantes dos movimentos que lutam pela reforma agrária e urbana, assim como de outras manifestações de caráter partidário e de representação parlamentar.
Para o representante do MTST, “Essa ação da polícia e do governo do Estado deve ser condenada por todos, pois o ataque do PSDB representa o ataque ao conjunto da classe trabalhadora. Para ele, os governantes nas suas esferas de poder abandonaram os moradores do Pinheirinho. Afirmou que as ocupações vão continuar, assim como as obstruções as rodovias, até a vitória definitiva da classe trabalhadora”.
Para o representante do MST, Gilmar Mauro, “esse episódio nesse momento não é isolado, pois os vários governos têm promovido despejos violentos, como o que está acontecendo nesse momento no centro da cidade. Entende que a unidade é fundamental para fazer frente a esse estado. Propôs ainda fazer uma campanha de denúncia contra o judiciário que recebem propinas de R$ 600,00 reais e ainda promovem ações como a que aconteceu no Pinheirinho. O poder judiciário é uma merda. Entende que o governo federal e demais instâncias devem desapropriar a área do Pinheiro e devolver a terra aos moradores. Do ponto de vista solidário, nesse momento estamos entregando 4 caminhões com alimentos para aliviar a fome e o sofrimento desse povo. A solidariedade deve ser concreta e não só de palavras.”
O representante da Central dos Movimentos Populares-CMP, concordou com as falas anteriores.
Para o deputado Federal do Psol Chico Alencar da comissão de direitos humanos da câmara federal, “fiz questão de estar presente a essa atividade. Disse que no dia 22 de janeiro estabeleceu-se o dia dos podres poderes e que o pinheirinho vai ser reerguido. A justiça tem que reconhecer a realidade social que envolve as questões judiciais.”
Para o presidente Nacional do Psol, deputado Ivan Valente, “o que aconteceu no Pinheirinho foi a justiça de classe, onde a classe dominante defende sem titubear os ricos e poderosos. O prefeito e o governo são os responsáveis pelo ocorrido e pelo desaparecimento inclusive de Pessoas. A luta deve continuar e a área deve ser desapropriada para os proprietários que são os moradores do Pinheirinho. Disse ainda que juntamente com o Senador Suplicy vão realizar audiência pública para denunciar o massacre do Pinheirinho. A luta vai continuar e será vitoriosa. Somos todos Pinheirinhos, finalizou.”
Usando a palavra, o representante da ocupação, o companheiro Serginho, “agradeceu o apoio e a solidariedade, a exemplo da atitude do MST. Reconheceu o quanto é importante a unidade da esquerda revolucionária que um dia vai dirigir esse país. Só unidos é que vamos transformar esse país.”
Após essas manifestações iniciais, saímos pelas ruas da cidade, onde era perceptível o apoio dos comerciantes e comerciários a infindável caminhada, com bandeiras e bandeirolas, além das tradicionais palavras de ordens que animavam os presentes e chamava atenção dos transeuntes. Nessa luta, a solidariedade é fundamental, pois há nove anos enfrentamos o mesmo governo, a mesma polícia, a mesma justiça, o poder municipal absolutamente omisso, além da ineficiente participação do governo federal que, se de fato tivesse vontade política, teria evitado aquela desocupação, assim como a atual. Estou me referindo ao acampamento Santo Dias que aconteceu em 2003 na Cidade de São Bernardo do campo, que chegou a contar com sete mil acampados.
Além de criminalizar o movimento social, a justiça burguesa através de seus representantes vem criminalizando também os lutadores sociais . Até hoje venho enfrentado essa situação, pois além da condenação pública por ter socorrido crianças, mulheres e idosos que estavam confinados e doentes no interior do acampamento, estou impedido de concorrer as eleições mesmo sem ter transitado em julgado o processo.
Certamente após essas desocupações vários lutadores sociais serão criminalizados, fundamentalmente em relação à atual lei da ficha limpa, que nas palavras de Luis Nassif, “limpa os sujos e suja os limpos”.
Entendemos ainda, que a melhor forma de ser solidário é organizarmos os sem teto e sem terra, para lutar contra a propriedade privada e garantir que o direto a vida e a moradia estejam acima do direto a propriedade privada e da especulação imobiliária.
Ousar vencer é preciso!!!
Aldo Santos. Ex-vereador em SBC, Coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Militante do Psol.
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