quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

IDOLATRIA DE ASSASSINOS


O Livro “Dança de Aruanã”, de autoria do professor Gilmar Soares Karai Mamby faz parte das publicações “Educar para não discriminar“ uma coletânea de publicações que visa colaborar com a erradicação de todo e qualquer tipo de preconceito. O livro é uma contribuição pedagógica ao debate com o corpo docente, com a juventude e com a sociedade, discutindo e denunciando a história de massacres e crimes contra os povos indígenas e de todas as formas de opressão, estabelecendo um diálogo sócio-pedagógico a partir da técnica da arte cênica, tendo como base a poesia de Thiago de Melo e músicas de renomados compositores como Milton Nascimento, Raimundo Fagner e Caetano Veloso.

Nas páginas 19, 20 e 21, os argumentos usados são importantes e contundentes em relação á construção das referências históricas, onde o autor objetiva discorrer sobre os personagens. “Aos diabos com esses livros dissimulados cheios de textos mentirosos em que o Pe. José de Anchieta diz que os índios são obedientes, passivos e aptos á aceitar o Deus católico. Pero Vaz de Caminha afirma em sua carta ao rei de Portugal: Em se plantando tudo dá. Mas quem plantou senão o índio e o negro africano através dos açoites e de uma guerra que ressoa em nossa consciência e até hoje seus efeitos permanecem nos índios e nos negros que sobreviveram?” (pág.20) e diz ainda “João Ramalho, Braz Cubas, Antônio Raposo Tavares, Salvador Correia de Sá, Fernão Dias Paes, Nicolau Barreto, Ascêncio Ribeiro, Luiz de Lima Domingos Jorge Velho, Borba Gato, Duarte da Costa, Mendes Sá, Estácio de Sá e muitos outros se transformaram em monumentos históricos de um país construído com um dos maiores derramamentos de sangue da história da humanidade” (pag20), acrescentando ao rol de críticas a conclusão “Infeliz é o povo que idolatra assassinos” (pag21).

Esse livro de 62 páginas dialoga com e sobre os “índios” , condena os falsos mitos e propõe um novo pensar rumo á um mundo livre dos males causados pelo capitalismo. È necessário revermos a verdade histórica numa perspectiva de classe, á partir da trajetória dos povos indígenas, dos negros e trabalhadores, colocando no devido lugar os nossos heróis enquanto expressão da vida real de nosso povo e não os algozes e carrascos que perpetuam a matança do nosso povo, pois como afirmou o Educador Paulo Freire: “Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem, e assim descobrindo-se com eles sofrem, mas sobretudo com eles lutam”.



Bibliografia

Título “Dança de Aruanã”

Autor: Mamby, Gilmar Soares Karai

Publicação: Editora Forma Certa – 2002

Apoio: APEOESP







ALDO SANTOS

Professor / Vereador

Sempre na Luta

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