Tempo
integral na Robert Kennedy expõe
alunos à violência e estressa professores
alunos à violência e estressa professores
A prática está
mostrando a inviabilidade do Programa Escola de Tempo Integral do governo do
Estado de São Paulo, principalmente nas condições em que se encontram as escolas
atualmente. É o caso da E. E. Senador Robert Kennedy, no Bairro Assunção. Lá, o
programa teve início neste ano, sem a devida discussão com a comunidade
escolar, a diretora simplesmente jogou “goela abaixo”, como afirmam
professores. A falta de estrutura para o funcionamento do programa, além da
baixa qualidade da alimentação oferecida, foram motivos que levaram estudantes
e pais a realizarem recentemente uma manifestação em frente à escola.
Para o
Conselho de Escola, a diretora mostrou somente as maravilhas do programa, como
a permanência do aluno o dia todo na escola, com muitas atividades extras, que
todos receberiam tabletes do governo, conseguindo assim aprovar a vinda do
mesmo, sem um debate mais aprofundado entre alunos, pais, professores e
funcionários. Mas a realidade está sendo bem outra, já que não há sala de
informática, nem de leitura, a biblioteca está fechada, as oficinas não
acontecem e na sala de vídeo há apenas um aparelho de tevê ultrapassado. Sem
falar na qualidade da comida disponibilizada, em sua maioria enlatada, desde
feijão, legumes e carne, há casos de alunos e professores que já apresentaram
problemas gástricos.
A falta de
estrutura promove o ócio entre os alunos, obrigados a permanecer no local, das
7h30 às 16h30, sem ter o que fazer, sobretudo na parte da tarde, e com isso
aumenta a violência. Inclusive, há denúncias de toda ordem, abafadas pela
diretoria, “que sabe de tudo, mas não toma providências”.
Golpe
Se os
estudantes sofrem, há professores que decidiram largar o barco logo no início
da viagem. A proposta tentadora de uma gratificação de 75% sobre o salário
base, oferecida pelo programa aos profissionais que aderem, não está
conseguindo segurá-los, dadas as precárias condições de trabalho a que são
submetidos. “Isso aqui é lugar de doido”, desabafou uma professora que pediu
afastamento por conta do estresse. “Ela chorava o tempo todo”.
Pelo programa,
os professores assinam um contrato com o Estado. Enquanto efetivos, permanecem
na escola de tempo integral e transferem o cargo para outra unidade escolar,
onde as aulas de sua competência serão assumidas por professores substitutos da
categoria F e O. Trata-se de um golpe do governo que explora os dois profissionais,
ao mesmo tempo.
Segundo
informações, a diretora da Robert Kennedy “é uma eterna ausente e é chamada de
rainha do assédio, grita frente a qualquer questionamento, não atende aluno,
ameaça e coage professores e funcionários”.
Solicitamos que a diretoria de ensino marque uma
reunião com essa diretora juntamente com o sindicato, professores e
comunidade para que possamos debater os devidos
encaminhamentos e essa prática autoritária que vem acontecendo há vários
anos.
Comunicação
da apeoesp-sbc
muito interessante esse artigo sobre período integral SP
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