domingo, 2 de março de 2014

Tempo integral na Robert Kennedy expõe alunos à violência e estressa professores


Tempo integral na Robert Kennedy expõe
alunos à violência e estressa professores

A prática está mostrando a inviabilidade do Programa Escola de Tempo Integral do governo do Estado de São Paulo, principalmente nas condições em que se encontram as escolas atualmente. É o caso da E. E. Senador Robert Kennedy, no Bairro Assunção. Lá, o programa teve início neste ano, sem a devida discussão com a comunidade escolar, a diretora simplesmente jogou “goela abaixo”, como afirmam professores. A falta de estrutura para o funcionamento do programa, além da baixa qualidade da alimentação oferecida, foram motivos que levaram estudantes e pais a realizarem recentemente uma manifestação em frente à escola.

Para o Conselho de Escola, a diretora mostrou somente as maravilhas do programa, como a permanência do aluno o dia todo na escola, com muitas atividades extras, que todos receberiam tabletes do governo, conseguindo assim aprovar a vinda do mesmo, sem um debate mais aprofundado entre alunos, pais, professores e funcionários. Mas a realidade está sendo bem outra, já que não há sala de informática, nem de leitura, a biblioteca está fechada, as oficinas não acontecem e na sala de vídeo há apenas um aparelho de tevê ultrapassado. Sem falar na qualidade da comida disponibilizada, em sua maioria enlatada, desde feijão, legumes e carne, há casos de alunos e professores que já apresentaram problemas gástricos.

A falta de estrutura promove o ócio entre os alunos, obrigados a permanecer no local, das 7h30 às 16h30, sem ter o que fazer, sobretudo na parte da tarde, e com isso aumenta a violência. Inclusive, há denúncias de toda ordem, abafadas pela diretoria, “que sabe de tudo, mas não toma providências”.

Golpe
Se os estudantes sofrem, há professores que decidiram largar o barco logo no início da viagem. A proposta tentadora de uma gratificação de 75% sobre o salário base, oferecida pelo programa aos profissionais que aderem, não está conseguindo segurá-los, dadas as precárias condições de trabalho a que são submetidos. “Isso aqui é lugar de doido”, desabafou uma professora que pediu afastamento por conta do estresse. “Ela chorava o tempo todo”.

Pelo programa, os professores assinam um contrato com o Estado. Enquanto efetivos, permanecem na escola de tempo integral e transferem o cargo para outra unidade escolar, onde as aulas de sua competência serão assumidas por professores substitutos da categoria F e O. Trata-se de um golpe do governo que explora os dois profissionais, ao mesmo tempo.

Segundo informações, a diretora da Robert Kennedy “é uma eterna ausente e é chamada de rainha do assédio, grita frente a qualquer questionamento, não atende aluno, ameaça e coage professores e funcionários”.

 Solicitamos que a diretoria de ensino marque uma reunião com essa diretora juntamente com o sindicato, professores e comunidade  para que possamos debater  os devidos encaminhamentos  e essa prática autoritária que vem acontecendo há vários anos.


Comunicação da apeoesp-sbc

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