segunda-feira, 10 de março de 2014

Psol tem 0,1% de filiados no eleitorado local

Psol tem 0,1% de filiados no eleitorado local
Júnior Carvalho, Diário do grande abc
Publicado em segunda-feira, 10 de março de 2014 às 07:45


Levantamento feito pelo Diário mostra que o quadro de filiados ao Psol representa 0,1% dos mais de dois milhões de eleitores cadastrados no Grande ABC. Na região, o partido possui 2.413 militantes credenciados.
Para a cientista política e professora da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Jacqueline Quaresemin, esse quadro deve atrapalhar a candidatura do senador Randolfe Rodrigues (AP) à Presidência, oficializada no fim de fevereiro. Segundo a especialista, a parca adesão à legenda, se comparada com as demais siglas que provavelmente lançarão postulantes ao Palácio do Planalto, deve comprometer o bom desempenho do senador na disputa majoritária de outubro.
“Os filiados são os responsáveis pela organização de uma campanha. Não se ganha eleição sem estrutura partidária. Você pode até ter as redes sociais e o candidato ser uma figura conhecida, mas é necessária uma série de arranjos numa campanha eleitoral”, avaliou.
Enquanto a lista de adesões ao Psol é pífia na região, o PT, que buscará a reeleição da presidente Dilma Rousseff, tem 52.852 filiados nas sete cidades do Grande ABC (2,63% do eleitorado das sete cidades). Já o PSB, que deve lançar o atual governador de Pernambuco, Eduardo Campos, como candidato ao Palácio do Planalto, conta com 8.500 militantes no berço do petismo, enquanto o PSDB, que tentará retomar o posto político mais importante de Brasília com o senador Aécio Neves, 15.068.
E não é apenas na região que o Psol sai perdendo em termos de representatividade. Em âmbitos estadual e nacional, a proporção de filiados ao número de eleitores é menor que no quintal do ex-presidente Lula: são 17.988 filiados em São Paulo, o que equivale a 0,05% dos 31.253.313 eleitores paulistas. Na esfera federal, são 89.222 filiados – 0,06% dos 140 milhões de eleitores do País.
Jacqueline Quaresemin lembra também que a Copa do Mundo aperta ainda mais o tempo que o Psol tem para pregar seu plano de governo. “O debate político não será aprofundado. Os holofotes estão todos virados para o Mundial até meados de julho. E, se o Brasil ganhar, a mídia tem assunto por pelo menos mais três meses”, analisa a cientista política.
MUDANÇA
Segundo os principais nomes do partido no Grande ABC, o Psol quer apelar para o “sentimento de mudança”, ao invés de levar em consideração a estrutura do partido. “A população quer mesmo uma mudança. As manifestações de junho (2013) sinalizaram que o povo quer avançar para conquistar direitos. Mesmo com essa diferença de estrutura partidária, o Grande ABC também tem essa sensibilidade para as questões políticas”, analisou o ex-vereador de São Caetano Horácio Neto (Psol).
Candidato do Psol à Prefeitura de São Bernardo em 2012, Aldo Santos reconheceu que a discrepância entre o quadro do partido e as demais legendas pode interferir no resultado da corrida presidencial. “Sabemos que tem de percorrer o Brasil inteiro, mas entendemos que o Grande ABC é privilegiado”, pontuou, ao completar que Randolfe já garantiu agenda na região.


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