Com o descolamento do PT da base social e eleitoral, Lula sinaliza e
busca alinhar o partido no campo da oposição como condição básica para a
sobrevivência do partido pelo menos no campo eleitoral. Na prática, “lula mais
uma vez pisca para a esquerda e entra para a direita”. Entendo que é urgente a
construção de uma frente de esquerda com os movimentos sociais, sindicais,
estudantis e populares, porém, sem o viés eleitoral embutido na proposta de
lula e setores que ainda nutrem esperança estratégica com o próprio PT.
Precisamos trilhar um caminho próprio contra os golpistas e
reacionários de plantão, bem como devemos ser oposição ao governo Dilma que a
cada dia aprofunda sua aliança com a clássica direita, através dos partidos da
base de sustentação.
A composição do congresso e dos ministros do governo da petista Dilma
Rousseff indica que não devemos ter nem dar qualquer voto de confiança a
esse governo. Ao estender a mão para essa representação, corre-se o risco
de ser arrastado também para a sustentação dessa governabilidade que a cada dia
se afoga na lama da corrupção. Essa frente deve ter por base programática com
as bandeiras históricas da classe trabalhadora com autonomia e independência em
relação aos patrões e governos. Um bom começo deve ser nossa unidade e luta
contra o aumento abusivo das passagens no inicio do ano de 2015, contra a
privatização da Petrobras, bem como a intensificação da luta pela reforma
agrária e urbana sob controle dos trabalhadores. Enfim, até mesmo a reforma
política instrumentalizada pelo PT deve ser vista com reservas, pois eles querem
uma reforma dentro da ordem burguesa, que certamente legitimará as propostas da
forma petista e burguesas de governar. A reforma deve ser impulsionada pela
frente de esquerda em bases programáticas de ruptura com o atual modelo de
representação da política institucional. Nesse contexto, se faz necessário
construir uma frente de esquerda à esquerda e não com o cento/direta que o
PT majoritariamente representa.
Lutar e vencer é preciso!
Aldo Santos. Membro do comitê contra o aumento da passagem e presidente
da associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo.
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