OS TRABALHADORES DA
SAÚDE PRECISAM DE APOIO DA SOCIEDADE.
A greve na saúde é
sempre marcada por grandes momentos e tencionamentos para quem a faz e para
quem recorre e precisa do atendimento público estadual..
No final da década de
70, fundamos Associação dos funcionários do Hospital Mandaqui, na zona norte na
capital. Na ocasião realizamos a primeira greve naquele nosocômio.
Juntamente com Jurandir, Enéias, Anacleto, Duarte, Dejair, Eunice e Dr Washington, ousamos enfrentar a
ditadura militar, que, embora um pouco combalida, ainda estava em plena
vigência.
Naquela época, o
funcionário público não podia ser sindicalizado, e, a única maneira que
encontramos foi fundar a nossa Associação dos Funcionários, onde fui o primeiro
presidente, e, em nível estadual, fundamos a ASSES - Associação dos Servidores
da Saúde do Estado de São Paulo.
Por conta de nosso
enfrentamento fomos perseguidos, porém, de cabeça erguida enfrentamos os
opressores da instituição e os ditadores de plantão. Lembro-me de uma
ofensiva da ditadura, quando numa tarde em que estávamos trabalhando, uma
veraneio estacionou no pátio do hospital. Pouco depois, Eu e o companheiro
Anacleto Vieira da Cruz fomos notificados pela direção do Hospital que
deveríamos comparecer no dia seguinte ao Departamento Estadual
de Ordem Política e Social- DEOPS.
Enfrentamos os
Governos de Paulo Egídio Martins, Paulo Maluf, José Maria Martins e Franco
Montoro, sempre unidos e organizados.
É inegável que ao
deixar de atender um paciente era algo muito doído, porém, acuados pelas
condições de precariedade trabalhista e salarial, não tinha outra saída a não
ser a greve por tempo indeterminado
Fui punido
administrativamente várias vezes e finalmente em 1984 me transferiram
para um pequeno centro de saúde no Heliópolis, e, em 1985, ingressei na
Secretaria Estadual de Educação, com aulas atribuídas no município de
Diadema. Naquela ocasião, Diadema era um município em péssimas condições
estruturais, e, as escolas estaduais também expressavam essa cruel
realidade.
Trabalhei vários anos
como atendente e auxiliar de enfermagem no até então complexo Hospitalar do
Mandaqui.
Toda vez que tem
greve da saúde, fico sensibilizado com o sofrimento dos colegas, com a aflição
dos pacientes e triste com a ausência frequente de apoio estrutural e
solidariedade de classe.
Bravamente os atuais
servidores da saúde do Estado de São Paulo, representados pelo SINDSAÚDE-SP
resistem
contra a tentativa de estrangulamento da greve pelo governo do Estado de São
Paulo.
A pauta de
reivindicação apresentada é:
Reposição de perdas
salariais de 32,2%;
Vale refeição de R$
26,22;
Prêmio de Incentivo
igual para todos e transparência no uso da verba FUNDES.
Recordo-me da greve
da educação em que ocupamos o plenário da assembleia legislativa , e, depois de
nove dias fomos sumariamente expulsos pela tropa de choque que invadiu o prédio
da assembleia legislativa do Estado de São Paulo. Esta foi a greve mais
contundente em que já participei.
A saúde e a
educação deveriam receber por parte dos governantes total atenção pelo trabalho
desenvolvido junto a população pobre e carente. Infelizmente os Tucanos
continuam sucateando esses setores humanamente estratégicos, focando na
privatização uma permanente tentativa de destruição ao atendimento
público e gratuito a população do nosso País. Coragem companheiros (as) a
luta sempre vale a pena.
A LUTA MUDA A LEI!
Aldo Santos- ex-vereador em sbc,
Coordenador da apeoesp-sbc, Presidente da Associação dos Professores de
Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro da APROFFIB e
militante do Psol.
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