Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
segunda-feira, 12 de março de 2012 7:53
O ex-vereador de São Bernardo Aldo Santos chama a atenção de seu partido, o Psl, em relação ao seu problema com a Lei da Ficha Limpa. Em artigo aberto à militância, o socialista exige um grupo partidário para elaborar emendas à legislação.
Em 2010, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) cassou os diretos políticos do ex-parlamentar por cinco anos. No mesmo ano, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) o enquadrou na Lei da Ficha Limpa. Santos era vice do candidato ao governo estadual, Paulo Búfalo, mas foi retirado da chapa. Até hoje o partido não teve seus votos computados pela presença de Santos na eleição.
Todas as punições são provenientes de uma ação do Ministério Público, que aponta suposto uso de carro oficial do Legislativo durante a invasão do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ao terreno em frente à Volkswagen, em julho de 2003. O ex-vereador alegou que utilizou o veículo para socorrer idosos, crianças e mulheres que estavam no terreno sem condições de higiene.
No texto, o socialista não poupa críticas à postura do seu partido na campanha de 2010. "Erros da coordenação da campanha que, ao invés de politizar o processo contra a criminalização dos movimentos e lutadores sociais, enveredou pelo anonimato do candidato a vice-governador e por tomar decisões que reforçava a criminalização e condenação de nossa legítima e defensável ação parlamentar."
Aldo Santos deve se reunir nos próximos dias com os advogados do Psol em Brasília para tentar encontrar saída para seu processo. A deliberação saiu após o ex-vereador conversar, por telefone, com o presidente nacional do Psol, deputado federal Ivan Valente (Psol). "Ele ficou de agendar no sentido de dar um parecer para ver que pé está nossa situação", reiterou.
Atualmente, o processo aguarda análise do STF (Supremo Tribunal Federal). O ex-parlamentar ganhou a ação em primeira instância. A promotoria recorreu ao TJ, que discordou do juiz de São Bernardo e condenou o ex-vereador em segunda instância. "Já fui condenado na eleição passada e o Supremo depois disse que não valia para a eleição. Já fui injustiçado uma vez", acusou.
A deliberação rápida é necessária porque o ex-vereador é pré-candidato ao Paço de São Bernardo. "Entendo que o partido não vê suspeita ética e moral. O que tem, neste caso, é solidariedade ao MTST. Até porque está no plano do partido a defesa pelos movimentos sociais", considerou.
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