Ruas do Jd.Santo Inácio sofrem com falta d'água
terça-feira, 19 de julho de 2011 7:00
Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
Há 50 anos, os moradores do Jardim Santo Inácio sofrem com a intermitência do abastecimento de água. No dia-a-dia, a água chega por volta das 23h, e preenche o que dá dos reservatórios residenciais até as 9h da manhã. O problema é que a água não vem com pressão suficiente para encher todas as caixas-d'água da região e, durante o dia, sempre falta água.
O trecho com situação mais crítica é na Avenida Edilu, no quarteirão entre as ruas Bolívia e Noruega. A justificativa da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo é que a região é alta e, por isso, a água não chega com a pressão adequada.
"Engraçado é que na Vila São Pedro, mais alta do que aqui, chega. Talvez seja porque lá o pessoal queima pneu, fecha rua", ironizou a aposentada Inês Frutuoso de Souza, 60 anos.
Os moradores do bairro já se acostumaram a levantar de madrugada para encher os baldes ou sair de casa sem o banho matutino. A maioria deles, inclusive, arcou com os custos de bombas que pudessem impulsionar a água para as caixas, o que os aparelhos da Sabesp não conseguem. O preço médio de uma bomba como essas é R$ 180.
Desde o fim da semana passada, eles estão especialmente revoltados, porque a água não enche as caixas nem mesmo à noite. Esse problema atinge a maioria dos moradores do Jardim Santo Inácio.
Há cerca de duas semanas, a Sabesp abriu um buraco na rua, na frente do imóvel da dona de casa Suzana de Cesare, 58. "Disseram que iam arrumar o que estava entupido e a água ia voltar." Durante dois dias, o abastecimento foi normalizado. Depois disso, tudo voltou ao normal - ou seja, torneiras secas.
No pet shop da esquina da Avenida Edilu com a Rua Bolívia, o proprietário Roberto Bueno de Moraes, 49, começa a contabilizar os prejuízos. "O banho e tosa está parado desde sexta-feira. Por dia, nós faturávamos uma média de R$ 400 só com esse serviço", lamentou. "Quem vem trazer o bicho para tomar banho, sempre leva uma roupinha, uma ração." Moraes calcula que já tenha tido prejuízo de cerca de R$ 2 mil nesses dias. Além da Avenida Edilu, a falta de água se alastra a outras ruas do bairro, como a México, Cuba e Egito. As contas, no entanto, continuam chegando e com valores altos.
OUTROS LOCAIS
Bairros como a Vila Kiko, em São Bernardo, também sofrem com a falta d'água crônica. Na Vila Gonçalves, no Centro da cidade, os moradores ficaram cinco dias com as torneiras secas, em maio. A reclamação é sempre a mesma: a Sabesp não cumpre o prazo para o retorno do fornecimento
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