O MOVIMENTO CONTRA O AUMENTO DA
PASSAGEM E O PRESIDENTE DO PSOL DE SANTO ANDRÉ SÃO
AGREDIDOS EM REUNIÃO DENTRO DO CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL DO ABCDMRR.
No último dia 11 de julho de 2013, após passeata do
paço municipal de sbcampo até o consórcio intermunicipal sediado em Santo
André, ficou decidido que uma comissão do movimento retornaria no dia 15/07, às
10 horas para participar de uma reunião com os prefeitos da região.
Pela manha do dia 15/07, nos reunimos em frente ao
consórcio e fomos informados que os prefeitos receberiam os representantes a
partir do esgotamento da Pauta; por volta das 12 horas.
Desde o inicio, havia discordância sobre o número de
membros, pois representantes do consórcio afirmavam que só poderiam atender 18
membros e nos falamos da necessidade de atender a representação presente.
Por volta das 12 horas nos dirigimos a portaria do
consórcio e cerca de 18 militantes adentraram ao prédio, os
demais foram momentaneamente impedidos. Quando os prefeitos solicitaram
que poderíamos subir, forçamos a barra e todos entraram, uma vez que o
argumento usado era a falta de espaço físico. Esse argumento caiu por terra pois nesse momento
saíram da sala da reunião com os prefeitos cerca de 35 jornalistas e
trabalhadores da imprensa.
Subimos por volta das 13 horas e fomos atendidos pelos
prefeitos. Num primeiro momento foi apresentada a pauta de reivindicação com os
seguintes pontos acordados pelas lideranças do movimento.
1-Integração
intermodal gratuita (ligação entre os diferentes meios de transporte como
ônibus, trólebus, trens, e bicicletas) entre as cidades do grande ABC e com a
cidade de São Paulo;
2-Revogação
total e imediata do aumento das tarifas no grande ABC;
3-Transporte
público 24 horas por dia;
4-Em
defesa do Passe Livre para toda população (rumo à tarifa zero);
5-Transparência:
abertura dos contratos e planilhas com prestação de contas sobre o transporte
público;
6-Transporte
público, gratuito e de qualidade;
7-Audiência
pública nas sete cidades do grande ABCDMRR para discussão da pauta proposta
pelo comitê dos Trabalhadores e Juventude do ABCD.
Após a apresentação da pauta, membros do movimento
usaram a palavra, reafirmando a mesma, repudiando a violência contra o
movimento organizado, como aconteceu no dia 1° de julho de 2013 em sbcampo e
outros. Ato contínuo, os prefeitos usaram a palavra.
Falou o prefeito de Mauá Donizete Braga, afirmando que
está aberta a negociação na cidade e que tem mantido o diálogo com o movimento
organizado. O prefeito de Diadema Lauro Michael, disse também que vem atendendo
o movimento e foi questionado sobre o uso das catracas nos terminais, se
colocando favorável em retirá-la e fez considerações sobre o prefeito do PT. O
prefeito Grana de Santo André falou de sua disposição em continuar dialogando
com o movimento organizado, falou das dificuldades que vem encontrando e
manteve uma reunião agenda para o dia 16 de julho de 2013 na prefeitura.
O presidente do consórcio Luiz Marinho, fez um diálogo
na defensiva, acusando os movimentos de destruírem o patrimônio público e
considerou que esse atendimento já era uma audiência pública, encerrando
abruptamente a reunião.
Os prefeitos saíram e por vezes alguns munícipes
solicitavam esclarecimentos sobre o andamento da pauta nas respectivas cidades.
O conflito começou quando o prefeito Luiz Marinho do PT estendeu a mão para
cumprimentar um dos militantes, e o mesmo se recusou em cumprimentá-lo. O
prefeito ficou irado. Nesse momento falei para o prefeito que ele deveria marcar
audiência em sbcampo para esclarecer e receber várias reivindicações. Ele disse
que poderia receber. Falei do descaso com a educação e ele ficou mais irritado.
Outro militante comunicou a ele que o movimento estava sendo rearticulado por
vários grupos de esquerda e o prefeito disse que tinha informação que a
quebradeira do paço fora feito pelos grupos de esquerda. Ele foi se retirando e
um militante disse a ele que uma companheira estava lhe perguntando algo, ele
não se importou e outra companheira solicitou esclarecimento, momento em que o
prefeito dá um sopapo no braço de um dos militantes e começou enorme
desentendimento, com os seguranças de Marinho dando cotoveladas nos presentes.
Quando alguns companheiros foram tentar acalmar os ânimos, um dos seguranças do
prefeito covardemente deu um soco no rosto do Companheiro Marcelo Reina, vindo
a sangrar de imediato. Essa covardia contou com o aparato da guarda municipal
de Santo André que ficou ameaçando os presentes e quando movimento
começou a se retirar por completo, um guarda tomou o celular do
companheiros Chicão que estava fotografando. Um outro
companheiro recobrou o celular e devolveu ao dono. Após entrevista do
companheiro Marcelo Reina no saguão do prédio, nos retiramos e fizemos uma
rápida reunião, aprovando a imediata ida ao 1° distrito policial
para registrar boletim de ocorrência. Na saída do
consórcio, assistimos uma cena repugnante, quando um guarda municipal inquiriu
um militante negro, Carlos Wellington numa flagrante atitude preconceituosa
e discriminatória, indagando - o sobre o destino do celular. Este reagiu
dizendo que essa atitude era uma atitude racista e que o celular estava com o
seu dono.
Fomos ao 1° distrito em Santo André, levamos um chá de
banco por duas horas e o atendimento é digno de revolta, pois “fomos tratados
como criminosos”. Ao final, o companheiro Marcelo Reina foi fazer exame de
corpo de delito. O movimento vem sendo agredido nas ruas, nas periferias, e
dentro das instituições públicas, num total desrespeito aos contribuintes e
movimentos organizados.
Foi mais uma cena lamentável dos detentores do poder
numa tentativa de calar e amordaçar o movimento organizado.
Enquanto militante sindical e do Psol repudiamos essa
abominável agressão contra o movimento em luta e ao Presidente do PSOL de Santo
André Marcelo Reina. Fazemos um chamado às entidades sindicais, populares,
estudantis e Partidária a repudiar mais essa agressão aos representes do
movimento social, encaminhando notas de repúdio ao consórcio, aos prefeitos, a
comissão de direitos humanos, exigindo apuração dos fatos e imediata
punição aos agressores.
A
luta vai continuar até a vitória da classe trabalhadora!
Aldo
Santos - ex-vereador, coordenador da apeoespsbc, Presidente da Associação dos
Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo e APROFFIB, membro
do comitê regional Unificado e Militante do Psol.
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