segunda-feira, 4 de março de 2019

Quando o espetáculo se sobrepõe a rebeldia e ao enfrentamento.

Visita de Lula e demais lideranças a Vila Lulaldo no Riacho Grande-São Bernardo 


A sociedade brasileira está num processo de letargia como nunca visto antes.
 Os trabalhadores lutaram nas ruas e nas fábricas, enfrentaram e derrubaram a ditadura militar, reorganizaram os sindicatos e criaram um novo partido politico, o PT, que alçou a presidência da República e seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva.
 Nesta dialética dos embates sociais, Lula foi reeleito e elegeu Dilma, e no segundo mandato da mesma, institucionalmente pouco reagiu diante do golpe arquitetado no seu quintal, tendo como resultado a falta de pulso ideológico para enfrentar seus algozes, sendo desidratada politicamente, sucumbiu diante de um golpe institucional e midiático.
 As respostas das ruas foram ineficientes ao ponto de mesmo sem materialidade ou provas concretas, levaram a prisão o presidente mais popular que governou este país. Mesmo de forma inconstitucional, Lula continua preso, uma vez que o processo contra ele não percorreu todos os trâmites burocráticos no âmbito do ritual da justiça, constitucionalmente  existente, . 
Antes de ser preso, Lula ficou por uns dias no sindicato dos metalúrgicos em São Bernardo do Campo, e deveriam ter reagido para não ser preso da forma que foi. Os militantes de seu partido e de outros também, participam das manifestações, das idas  frequentes à polícia  federal para protestar contra a prisão de Lula, mas  não tem passado disso. 
Os ministros que eles indicaram para o Supremo Tribunal Federal estão mais identificados na sustentação das governabilidades em voga do que no rigor das leis e na solidariedade jurídica, que antes de tudo é política.
 A prisão de Lula foi um grande espetáculo midiático, porém a resistência efetiva praticamente inexistiu, dada a sus importância no cenário mundial. Pelo andar da carruagem e pela vontade política do atual governo e seus asseclas, o confinamento  e esgotamento físico de Lula é finito e,  dentro da legalidade deles está longe de terminar.
 No enterro de seu irmão, foi ridícula  a ação da justiça ao autorizar sua vinda ao velório  na hora em que seu irmão já  estava sepultado. 
Neste  trágico episódio da morte de seu neto Arthur, de apenas 7 anos, a autorização foi marcada pela pirotecnia das forças repressoras, demonstrando muito mais temor ao preso politico Lula, e nenhum respeito humano num momento de profunda dor familiar e seguidores do mesmo. O temor ficou explicito pelo exibicionismo e o uso de forte aparato de guerra no velório de seu querido neto.
 Mais uma vez  as forças da opressão fizeram um  grande espetáculo com objetivo de impor medo e silenciar mais uma vez os adeptos do presidente Lula e  ao conjunto da classe trabalhadora. 
Do ponto de vista dos trabalhadores, nenhuma reação aparente, sinais de enfrentamentos concretos, uma passividade que beira a omissão e convivência nos marcos “civilizatórios” do receituário capitalista.
Ensaiando uma ligeira rebeldia, Lula ainda acena  aos presentes. 
 Estamos diante de uma guerra aberta, com encarceramentos e assassinatos em massa de pobres e negros nas periferias, com aumento de matanças contra mulheres via feminicídio, com assassinato da vereadora  Marielle, morte esta, até o “momento propositalmente não” esclarecida, com indígenas expulsos de suas terras e o recrudescimento do racismo estrutural apavorante.
 O Governo avança em várias frentes com as reformas  que condenam os pobres a morte precoce e ao abandono a própria sorte, com leis draconianas em nome da suposta segurança pública, e, em pleno carnaval, golpeiam o movimento sindical que certamente causará impacto na organização, na vida e nos direitos  da população trabalhadora. 
Precisamos aprender com as lições da história e ter clareza que a luta de classe não significa um pacto de silêncio e/ou de disputas intestinas por aparelhos burocráticos que  também estão se esvaindo.
 É preciso tomar as ruas, parar o País contra este conjunto de ataques e começar a campanha pelo fora governo Bolsonaro Já!
Portanto, a agenda e o foco é na luta de resistência cotidiana.
A agenda eleitoral é uma consequência e o resultado aparece em decorrência dos enfrentamentos e da confiança da classe nos efetivos embates contra os inimigos históricos do povo.
 É preciso estudar formas e agir antes que Lula sucumba nas masmorras da policia Federal, da mesma forma que,  ou lutamos  ou lutamos contra este governo, que, apesar de ser aparentemente despreparado, ele representa o sentimento dos que historicamente sempre massacraram nossa classe, destruindo os avanços e conquistas e até mesmo condenando literalmente a morte, parcela da nossa população.
 Em várias partes do mundo os povos enfrentam  golpistas e aliados, derrotam Impérios com a força da ação revolucionária e não se limitam aos ritos das instituições, que via de regra tem lado e operam em favor de seus privilégios contra tudo e todos,  às custas da miséria, fome e morte precoce da classe que produz as riquezas. Portanto, apesar dos pesares, nenhum recuo na luta e sonhos  por um mundo novo, socializante, justo e livre da opressão do capital.

Lutar, resistir e vencer é preciso!

Aldo Santos- Militante sindical, popular e Partidário-Psol

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